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Sequência didática 2 – A tradição oral e os registros orais


como fontes históricas
O objetivo desta sequência didática é a criação de um programa de rádio que explique as re-
gras de uma brincadeira ou jogo. Dessa forma, os alunos podem observar o potencial e as limita-
ções da narrativa oral na transmissão de saberes, conforme explicação e fundamentação a seguir.
Objetos e documentos sociais são apontados frequentemente como fontes de memória. Porém, é
importante considerar que boa parte do conhecimento que nos chega hoje foi transmitido oralmente.
Sendo assim, a oralidade se constitui em uma fonte de conhecimento histórico fundamental.
É importante que você mostre a oralidade e a linguagem corporal integrada a outros compo-
nentes curriculares, de acordo com as habilidades específcas deles. Por exemplo, o diálogo com
Educação Física pretende desenvolver a habilidade EF12EF02, ou seja, explicar, por meio de múl-
tiplas linguagens (corporal, visual, oral e escrita), brincadeiras e jogos populares do contexto co-
munitário e regional reconhecendo e valorizando a importância desses jogos e brincadeiras para as
culturas de origem. Há também a habilidade desenvolvida em Arte, EF15AR24 , que permite ca-
racterizar e experimentar brinquedos, brincadeiras, jogos, danças, canções e histórias de diferentes
matrizes estéticas e culturais. Para fazer essa simbiose, busque parceria com os professores de ou-
tras disciplinas na execução da atividade considerando a integração e a aprendizagem dos alunos.

Objetivos de
Objetos de conhecimento Habilidades desenvolvidas
aprendizagem

(EF02HI03) Selecionar situações


A noção do “Eu” e do “Outro”:
cotidianas que remetam à
comunidade, convivências e inter-
percepção de mudança,
ações entre pessoas
pertencimento e memória.
Conhecer fontes de memória oral e
diferenciá-las das fontes materiais. (EF02HI04) Selecionar e comparar
A noção do “Eu” e do “Outro”:
objetos e documentos pessoais
registros de experiências pessoais
como fontes de memórias e
e da comunidade no tempo e
histórias nos âmbitos pessoal,
no espaço
familiar e escolar.

Duração
3 aulas

Material:
• imagens antigas de crianças brincando de amarelinha e bola de gude;
• gravador de voz (pode ser um aparelho específco para isso ou o gravador de um celular ou
tablet).

Onde fazer
Em sala de aula, na quadra ou no pátio.

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qualquer suporte ou formato. São permitidas a modificação, a adaptação e a criação para fins não comerciais, com a atribuição do devido crédito. Mudanças devem
ser indicadas, além de um link para a licença.
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Como encaminhar

Aula 1
Traga para a sala de aula imagens antigas de crianças brincando, conforme sugestões a seguir.

BIBLIOTECA DO CONGRESSO WASHINGTON, EUA BIBLIOTECA DO CONGRESSO WASHINGTON, EUA

CRIANÇAS BRINCAM DE AMARELINHA, C. 1891. CRIANÇAS BRINCAM COM BOLINHAS DE GUDE, C. 1891.

Pergunte aos alunos se conhecem as brincadeiras retratadas nas imagens. Se alguns responde-
rem afrmativamente, peça-lhes que digam como as conheceram.
Organize a turma em grupos de forma que em cada grupo haja pelo menos um aluno que co-
nheça as brincadeiras; esses alunos devem compartilhar com os colegas as regras das duas brinca-
deiras. O grupo deve elaborar uma apresentação das regras aos colegas, informando as instruções
completas. Se necessário, eles podem utilizar o giz para fazer marcas no chão.
No fm das apresentações, converse com os alunos sobre as semelhanças e diferenças entre as
regras descritas pelos grupos. Se necessário, ajude-os a explicar que essas brincadeiras são conheci-
das há muito tempo e transmitidas entre gerações, por isso, as regras podem variar.
Espera-se que os alunos comentem também que essas brincadeiras são conhecidas porque fa-
zem parte da vida de muitas crianças, que transmitem as regras oralmente umas às outras, como
eles estão fazendo neste momento. Explique a eles que os saberes transmitidos pelas pessoas por
meio da fala recebem o nome de tradição oral.

Aulas 2 e 3
Para ajudar a disseminar ainda mais o conhecimento, proponha aos alunos que escrevam um
texto explicativo a respeito de uma brincadeira que conhecem e que consideram interessante para
ser apresentada aos colegas de escola. A apresentação será feita por meio de um programa de rá -
dio, com duração máxima de três minutos. Peça que opinem sobre a melhor forma de montar o
programa: eles podem, por exemplo, planejar uma entrevista, trazer depoimentos de crianças que
conhecem a brincadeira, criar sons, entre outros recursos próprios do rádio.
Sugerimos que a primeira aula concentre o trabalho de elaboração de um roteiro. Oriente a
turma a organizar, em uma folha de papel, a ordem dos acontecimentos do programa antes de ini-
ciar as primeiras gravações. A segunda aula pode ser reservada para a gravação dos áudios e apre-
sentação dos trabalhos. Estimule-os a usar a criatividade para produzir sons com objetos do cotidi -
ano, encontrados em sala de aula, e com a própria voz, ensaiando antes da gravação.
As gravações podem ser feitas usando o microfone de aparelho celular, tablet ou computador.
No fm da aula, o programa pode ser apresentado aos colegas. Caso seja conveniente, considere a
possibilidade de disponibilizar na internet os programas criados por eles, sob a forma de um podcast,
ou transmiti-los para toda a escola usando equipamento de som, caso a escola disponha de um.
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Atividade complementar
Para complementar a atividade, sugerimos a você organizar, com os professores do componente curricular de
Arte, um ou dois encontros para que as brincadeiras brasileiras sejam praticadas e contextualizadas. Sugerimos
consultar a página do projeto Território do Brincar (disponível em: <htp://territoriodobrincar.com.br>, acesso em:
17 dez. 2017), em que diversas brincadeiras são apresentadas e podem ser reproduzidas no ambiente escolar.

Como avaliar
No fnal da terceira aula, faça uma avaliação do aprendizado dos alunos. Para isso, sugerimos
as duas questões a seguir.

1. MARQUE A FONTE HISTÓRICA ORAL.

DOUGLAS FERREIRA

DANILO DOURADO
CONEXÃO

( ) ( ) ( )
Espera-se que os alunos indiquem a imagem de duas pessoas conversando como uma fonte oral.

2. QUAIS SÃO AS DIFERENÇAS ENTRE AS FONTES DO


TRABALHO DO HISTORIADOR LIGADAS A DOCUMENTOS E
OBJETOS DAQUELAS OBTIDAS PELA TRADIÇÃO ORAL?
Espera-se que os alunos observem que, na atividade de explicação da brincadeira e na criação
do programa de rádio, não há um documento físico da transmissão dos conteúdos. Na primeira
atividade, há interação sem registro, já na segunda atividade há uma gravação, cujo suporte pode
ser físico, mas não o conteúdo.

Para concluir, solicite uma autoavaliação, estimulando a refexão dos alunos sobre o que
aprenderam.

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O QUE APRENDI DA
IMPORTÂNCIA DA
COMUNICAÇÃO NA
COMUNIDADE?

QUAL É MINHA OPINIÃO


SOBRE AS DIFERENTES
BRINCADEIRAS
BRASILEIRAS NA
CONSTRUÇÃO DE NOSSA
IDENTIDADE?

DE TUDO O QUE APRENDI,


O QUE ACHEI MAIS
INTERESSANTE? POR QUÊ?

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