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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância


Extensão de Gurúè

Primeiro Trabalho de Campo

2º Semestre Turma K

Animais Invertebrados: Estudo dos Metozoários Simples

Estudante: Vitorino Gemusse Raposo: 708220360

Curso: Licenciatura em Ensino de Biologia


Cadeira: Zoologia Geral
Ano de Frequência: 1º Ano

Tutor: Leonilde Lopes

Gurúè, Outubro de 2022


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Estrutura
organizacionais 0.5
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(Indicação clara do
problema)
Introdução  Descrição dos 1.0
objectivos
 Metodologia
2.0
adequada ao objecto
do trabalho
 Articulação e
domínio do discurso
Conteúdo académico 2.0
(expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e discussão
 Revisão bibliográfica
nacional e
2.
internacionais
relevantes na área de
estudo
 Exploração dos 2.0
dados
Conclusão  Contributos teóricos 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letra,
Formatação 1.0
gerais paragrafo,
espaçamento entre
linhas
Referências Normas APA 6ª edição
 Rigor e coerência das
Bibliográfic em citações e 4.0
citações/referências
as bibliografia bibliográficas
Folha de recomendações: A ser preenchida pelo tutor
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Índice

1. Introdução ............................................................................................................................... 2

1.1. Objectivos do Trabalho ....................................................................................................... 3

1.1.1. Geral: ................................................................................................................................ 3

1.1.2. Específicos: ....................................................................................................................... 3

1.1.3. Metodologias do Trabalho ................................................................................................ 3

2. ANIMAIS INVERTEBRADOS: ESTUDO DOS METOZOÁRIOS SIMPLES ................... 4

2.1. Breve História da Evolução dos Invertebrados ................................................................... 4

2.1.1. CORAIS ........................................................................................................................... 6

2.1.2. ESPONJAS ....................................................................................................................... 7

2.1.3. ANÉMONAS ................................................................................................................. 10

2.2. Relação dos Corais, Esponjas com o Ecossistema ............................................................ 13

2.3. Importância dos Corais ...................................................................................................... 14

3. Conclusão ............................................................................................................................. 16

4. Referências Bibliográficas .................................................................................................... 17

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1. Introdução

Na disciplina de Biologia, o estudo dos animais é chamado Zoologia e, para facilitar o


entendimento daqueles que estudam esse grupo, convencionou-se dividi-la, artificialmente, em
Zoologia dos Invertebrados e Zoologia dos Vertebrados. Assim, o presente trabalho, da cadeira de
Zoologia Geral, tem por abordar sobre Animais Invertebrados, concretamente o fazer um estudo
dos Metozoários Simples.

De princípio, os invertebrados são aqueles animais desprovidos de caixa craniana e


coluna vertebral, também chamada de espinha dorsal. De maneira geral, a ausência dessas
estruturas é a semelhança mais íntima entre os representantes desse grupo, uma vez que são
organismos muito heterogéneos, já que pertencem a filos distintos – algo diferente do que
ocorre no caso dos vertebrados.

Neste trabalho, irá encontrar um bom acervo sobre os invertebrados, seu historial,
assim como a descrição detalhada dos Corais, anémonas e Esponjas. Além de informações
sobre suas características, também poderão ser encontrados aspectos sobre grupos e espécies
específicas.

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1.1. Objectivos do Trabalho

1.1.1. Geral:

 Conhecer as características dos animais invertebrados, os metozoários simples.

1.1.2. Específicos:

 Descrever o História da Evolução dos Invertebrados;


 Descrever detalhadamente os corais, esponjas e anémonas;
 Relacionar os corais, esponjas com o ecossistema;
 Analisar a importância dos corais.

1.1.3. Metodologias do Trabalho

Para a concretização dos objectivos traçados no presente trabalho da cadeira de Zoologia


Geral, olhando pela natureza do tema em abordagem, recorreu-se ao método de consulta
bibliográfica, que baseou-se na leitura de manuais.

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2. ANIMAIS INVERTEBRADOS: ESTUDO DOS METOZOÁRIOS SIMPLES

2.1. Breve História da Evolução dos Invertebrados

Para compreender a evolução dos animais desde o passado até os dias de hoje são necessários
que existam alguns vestígios do passado, sendo estes por meio de evidências morfológicas
(fósseis) ou evidências moleculares (biologia molecular).

De acordo com Blankensteyn. (2010), ʺa explosão cambriana que ocorreu há mais de 500
milhões de anos, produziu aproximadamente 50 táxons em nível de filos e classes de
invertebrados marinhos de mares rasos tropicaisʺ (p. 15).

Blankensteyn. (2010), avança que;


A sequência da evolução levou ao surgimento dos organismos fotossintetizantes e da
invasão do ambiente terrestre. Ocorre que, ao longo dessa história evolutiva, foram
registados eventos catastróficos na Terra que levaram a processos de extinção em
massa nas comunidades biológicas. Um exemplo clássico é a extinção súbita dos
trilobitos. Muitos outros grupos e espécies, com números absolutamente
imprevisíveis, já desapareceram. A cada episódio de extinção em massa um pequeno
estoque genético, na forma de seres vivos, que sobreviviam a esses episódios
cataclísmicos, seguiram sua evolução, tornando-se ancestrais de novas linhagens que
se desenvolveram compondo as novas comunidades biológicas. Nos últimos 500
milhões de anos, nenhum novo grupo de animal ou vegetal foi criado (Filo, Divisão e
Classes) (p. 15).

Na mesma ordem de ideias, Blankensteyn. (2010), aceita que:


o que de fato vem ocorrendo é a especialização de órgãos dos sentidos, adequação dos
ritmos biológicos (alimentação e reprodução) aos ciclos e variações climáticas, os
comportamentos de comunicação, de mimetismo e funções endócrinas, de modo a
ampliar o sucesso ecológico das populações (p. 16).

As especializações que os invertebrados desenvolveram foram necessárias para a


diversificação e o aumento da riqueza de espécies desses filos. No entanto, a questão da
especialização significa aumento da complexidade e não deve ser entendida como uma
medida de superioridade ou inferioridade quando comparamos os diversos grupos de animais.

Blankensteyn. (2010), levanta a abordagem evolucionária darwinista, que segundo este autor,
será usada para falar da origem, da biologia e preservação da fauna.
Existe uma pergunta complicada para ser respondida: “Mas afinal de contas, de onde
veio essa bicharada toda? As hipóteses que tentam explicar a origem da vida na Terra
já foram expostas anteriormente. Os fósseis são evidências que nos auxiliam a
esclarecer a história da evolução dos animais. O desafio é nós conseguirmos transmitir
às pessoas o significado do tempo geológico e da evolução por selecção natural, pois,
assim, quem sabe consigamos mais avanços para preservação dos atuais ecossistemas
terrestres, devido à provável mudança de paradigma. Com o conhecimento
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acumulado sobre a história dos fósseis e dos estudos sobre o desenvolvimento
embrionário, foi possível estabelecer hipóteses sobre as relações filogenéticas dos
grandes agrupamentos de animais. Actualmente, são aceitos dois modelos de
classificação dos filos animais, um com base em características morfológicas e outro
com base em evidências moleculares (p. 16).

Mas para nossa vida prática, do dia-a-dia, é bom ter claro o cenário da diversidade dos grupos
animais e ensiná-lo para as pessoas, com o objectivo de colaborar para o entendimento da
vida no ambiente que nos cerca. Outro desafio posto é esclarecer as complexas redes de
interacções que ocorrem nas comunidades biológicas, entre os organismos e desses com os
meios físico e químico.

Neste aspecto, frisam Ribeiro-Costa e Rocha (2006), que:

o estudo morfológico dos grupos vivos pode fornecer argumentos que apontam para
uma única origem dos artrópodes (monofilia) ou origens separadas para os crustáceos,
quelicerados, insectos e outros (polifilia), mas as evidências fósseis e moleculares
apontam para a monofilia. Por exemplo, acreditava-se que os apêndices birremes dos
crustáceos os separavam dos artrópodes, que possuem apêndices não ramificados;
antigamente, ambos eram unidos como unirremes (incluindo os onicóforos,
miriápodes e insectos) (p. 87).

Assim, Ribeiro-Costa e Rocha (2006), acrescentam que,


a divisão do corpo no prossoma e no opistossoma se desenvolve de forma semelhante
em todos os quelicerados vivos estudados e é uma característica exclusiva do filo. A
ausência total de antenas não se deve à ausência do primeiro segmento que contém os
apêndices: a expressão dos genes Hox nas aranhas e nos carrapatos mostra que, pelo
contrário, o prossoma como um todo corresponde à cabeça de insectos e crustáceos,
com as quelíceras no primeiro segmento que contêm os apêndices e os pedipalpos no
segundo. Quatro pares de patas para a locomoção vêm em seguida: os apêndices
usados como mandíbulas por muitos insectos e crustáceos são utilizados como patas
pelos quelicerados (p. 87).

Os centípedes apresentam o mesmo conjunto de genes Hox dos insectos, na realidade, apresentado por
todos os grupos de artrópodes. Por isso, Ribeiro-Costa e Rocha (2006), sustentam que, ʺo fato
destes genes não terem sido utilizados para produzir segmentos especializados não permite relacioná-
los em particular com os insectos. Na realidade, com base em outras evidências, os centípedes
parecem mais próximos dos quelicerados que dos insectos e crustáceosʺ (p. 88).

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2.1.1. CORAIS

Como frisam Ribeiro-Costa e Rocha (2006), ʺcorais são pequenos e frágeis animais marinhos
do grupo dos cnidários que possuem esqueleto calcário (rígido) ou córneo (flexíveis)ʺ (p. 42).

Doravante, Ribeiro-Costa e Rocha (2006), acrescentam que;

Durante muito tempo foram considerados plantas, por sua forma e hábito de viverem
fixos no fundo do mar. No entanto, em estudos posteriores, observou-se que eles
pertencem ao reino animal. Os cnidários incluem um grupo de organismos bem
variados: águas-vivas, medusas, anémonas do mar, octocorais, corais pétreos e corais
de fogo. Esses organismos podem viver isoladamente ou, como a maioria,
constituírem colónias que apresentam grande variedade de formas, cores e tamanhos
(p. 42).

a) Características

Segundo Ribeiro-Costa e Rocha (2006),

os corais são formados por pólipos, animais que compõem a Classe Anthozoa, do filo
Cnidaria. Seu corpo é formado por três partes principais: a boca, rodeada por
tentáculos orais urticantes; o corpo cilíndrico, composto pela mesogleia, uma massa
gelatinosa responsável por preencher espaços entre a epiderme e a gastroderme
dos cnidários; e o esqueleto de calcário, formado principalmente por carbonato de
cálcio (87%) secretado pelos pólipos, e cuja função principal é a sustentação do coral.
É o esqueleto de calcário, inclusive, que conecta os pólipos, fazendo com que a
colônia funcione como um único indivíduo; esse material também é um dos principais
formadores da matriz dos recifes junto com algas calcáreas, navios naufragados e
rochas, dando origem ao diverso ecossistema recifal (p. 42 ).

Figura 1: Recife de corais. Fonte: Internet.

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b) As Duas Formas de Reprodução dos Corais

De acordo com Ribeiro-Costa e Rocha (2006), ʺexistem duas formas de reprodução dos
corais, a sexuada e a assexuadaʺ (p. 43).

Para explicar, Ribeiro-Costa e Rocha (2006), destacam que:

Na reprodução sexuada, ocorre a fecundação do gameta masculino, espermatozóide,


com o gameta feminino, ovócito, originando-se a plânula. Apesar da grande maioria
dos corais serem hermafrodita, algumas colónias produzem gametas de apenas um
sexo, que irão fecundar gametas de outras colónias. Na reprodução assexuada não a
fertilização dos gametas, isso significa que cada novo indivíduo apresenta as mesmas
características genéticas da colónia que o gerou, sendo que nesse caso os corais já são
hermafroditos. O crescimento da colónia se dá por um tipo de reprodução assexuada,
conhecida como brotamento, ou seja, as colónias crescem através de um processo de
calcificação (p. 43).

2.1.2. ESPONJAS

De acordo com Ribeiro-Costa e Rocha (2006), as esponjas marinhas ʺsão animais


pertencentes ao filo Porifera (do latim porus = “poro”; ferre = “possuir”) e, também, únicos
representantes do filoʺ (p. 44).
Acreditam Ribeiro-Costa e Rocha (2006) que,
no passado, acreditava-se que as esponjas marinhas eram plantas, devido à sua
morfologia. Entretanto, com o avanço de estudos baseados nesse organismo, foi
comprovado que são animais devido à presença de membrana basal (em algumas
espécies), colágeno, proteínas que são sintetizadas apenas por animais, dentre outras
características que permitiram que as esponjas fossem classificadas dentro do Reino
Animália (P. 44).

Figura 2: Esponjas marinhas de diferentes formas. Fonte: Internet.

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a) Morfologia das Esponjas

Por serem animais simples, do ponto de vista morfológico, as esponjas marinhas não possuem
sistemas (por exemplo, digestório, excretor, respiratório etc.). Aliás, as esponjas não passam
pelo processo de gastrulação, logo, não formam tecidos verdadeiros (ectoderme, endoderme e
mesoderme). E, por não possuírem sistema nervoso, não sentem dor!

Entretanto, há, no interior das esponjas, camadas de células exclusivas do filo Porifera: os
coanócitos, células flageladas, utilizadas pelas esponjas marinhas para bombear água pelo seu
corpo e, assim, obter alimento, realizar trocas gasosas, excretar, além de serem fundamentais
para a reprodução.

A camada a qual os coanócitos estão inseridos chama-se coanoderme e, na maioria das vezes,
estão inseridos no átrio (ou espongiocele), que é a cavidade interna das esponjas marinhas,
onde a água circula até serem liberadas pelo ósculo (abertura na região superior das esponjas).

Além dos coanócitos, as esponjas marinhas possuem mais um conjunto de células e estruturas
que compõem a sua morfologia, com as respectivas funções (compare na figura abaixo):
 Pinacócitos: células responsáveis pelo revestimento;
 Porócitos: formam os poros, sendo o local de entrada da água denominado óstio (ou
ostíolo);
 Arqueócitos ou amebócitos: células móveis, com capacidade de se diferenciar e
auxiliam na digestão;
 Espículas: formam o esqueleto interno das esponjas, servindo para sustentação, sendo
compostas por carbonato de cálcio ou dióxido de silício (estruturas mineralizadas);
 Escleroblastos: produzem as espículas.

Além disso, as esponjas marinhas podem ser enquadradas em três morfologias:

 Ascon: a coanoderme é simples, contínua e praticamente sem dobras;


 Sicon: a coanoderme pode tornar-se dobrada, formando câmaras
coanocitárias/flageladas (compostas por coanócitos);

 Leucon: é a forma mais complexa das esponjas, compostas por câmaras


coanocitárias/flageladas com canais aquíferos interligando-as, ausência de

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espongiocele e geralmente possui mais de um ósculo (evitando a pressão interna
devido à quantidade de água em seu interior).
b) Foram os Primeiros Animais no Planeta Terra

Assim, Ribeiro-Costa e Rocha (2006), são unânimes ao afirmar que,

Esponjas são os metazoários (animais) mais antigos ainda existentes, sendo que seus
fósseis mais antigos datam do Cambriano, há cerca de 500 milhões de anos. Desde
então, as esponjas se diversificaram enormemente e, atualmente, existem cerca de
9.000 espécies conhecidas, sendo que há estimativas de que ainda existam cerca de
7.000 para serem descobertas (p. 46).

c) As Esponjas Marinhas se Regeneram

Se uma esponja for despedaçada, seja por ação antrópica ou por mecanismos naturais (como
tempestades) em fragmentos até mesmo microscópicos, os pedaços vão passar por um
processo chamado reorganização celular (por meio do reconhecimento celular) e se
regenerar, formando várias novas esponjas.

d) Fisiologia das Esponjas


Na óptica de Lima (2015), afirma que,
a fisiologia dos poríferos se deve em grande parte ao fluxo de água que ocorre nesses
animais, pois é através dele que os animais obtêm o alimento e oxigénio para
manutenção da vida, e também a remoção de detritos e liberação de gametas para a
reprodução sexuada. A corrente se dá pelo batimento flagelas dos coanócitos, gerando
um fluxo em direcção às partes mais internas do animal (p. 42).
O material particulado que penetra pelos poros acaba servindo de alimento para estes animais.
Partículas grandes podem ser fagocitadas, e a digestão é totalmente intracelular, sendo cada
célula particularmente alimentada. Aliás, cada célula desempenha as funções vitais para a
manutenção da vida na esponja, pois ela não possuírem sistema excretor, nem digestório nem
respiratório.

e) Reprodução

De acordo com Lima (2015),


estes animais podem reproduzir-se tanto sexuada como assexuadamente. A forma
assexuada mais comum é o que se chama de brotamento, onde ocorre o crescimento de
outra esponja que, com o passar do tempo, e com o aumento, acaba por se destacar da
esponja-mãe, vivendo totalmente independente dela. É também comum que partes
eventualmente arrancadas de uma esponja possam fixar-se em alguma estrutura, vindo
a formar outro indivíduo (p. 43).

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Acescenta Lima (2015) que, ʺoutra forma é através da gemulação, sendo esta muito comum
em esponjas de água doce, que vivem em ambientes que possam secarʺ (p. 43)

2.1.3. ANÉMONAS

Segundo Ruppert, Fox e Barnes (2005), ʺas anémonas têm cores vibrantes e tentáculos que
parecem pétalas, as anémonas-do-mar são frequentemente confundidas com flores, mas
são animais do filo Cnidariaʺ (p. 21)

a) Características
Ruppert, Fox e Barnes (2005), frisam ainda que,

As anêmonas-do-mar compõe a Classe Anthozoa, que pertence ao filo Cnidaria. Seu


corpo pode ser dividido em três partes principais: o disco pedal, estrutura adesiva que
facilita a fixação do animal no substrato; corpo cilíndrico, que pode variar entre 2,5
centímetros e 1,5 metros de comprimento; e disco oral, cercado por tentáculos em
forma de pétala, que são responsáveis pela captura de alimento. Embora as anêmonas-
do-mar sejam organismos sésseis frequentemente observados sobre corais e rochas,
estas podem se movimentar lentamente através do deslocamento de seu disco pedal ou
por contrações corporais, que se assemelham a pequenos pulos.

Figura 3: Anémonas-do-mar, fixadas em um recife de corais. Fonte: Internet.

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Esses seres, apresentam um corpo em forma de pólipo (saco ou tubo), com uma cavidade no
interior (cavidade gastro-vascular), um disco basal na parte inferior e tentáculos na parte
superior. O disco basal é responsável pela fixação das anémonas aos substratos (geralmente
rochas) e também pela sua lenta locomoção.

Ainda Ruppert, Fox e Barnes (2005), acrescentam dizendo que,


A cavidade gastro-vascular comunica com o exterior através de um único orifício que
funciona como boca e ânus e em redor do qual se encontram os tentáculos. Nos
tentáculos surgem os cnidoblastos (ou cnidócitos), células urticantes com função de
defesa e captura de alimento. As cores e o movimento dos tentáculos atraem animais
(como pequenos peixes) que, ao aproximarem-se da anémona, sofrem a ação dos
cnidoblastos – estes produzem e libertam uma substância que paralisa os animais,
facilitando a sua captura por parte da anémona. As presas são então levadas até à boca,
por onde seguem para a cavidade gastro-vascular, onde são digeridas (p. 21).

No seu turno, Hickman, Larson e Roberts (2004), avançam que,


De forma a contornar a sua natureza fixa e poderem tentar capturar mais alimento, as
anémonas podem fixar-se em animais (geralmente animais com concha ou carapaça),
em vez de se fixarem nas rochas. Ambos acabam por beneficiar desta associação, a
anémona é transportada pelo animal ao qual se fixa, podendo assim capturar alimento
noutros locais, e, por sua vez, confere a este uma certa protecção – além de funcionar
como uma espécie de camuflagem, os seus tentáculos com células urticantes podem
também afastar predadores (p. 13).

b) Forma de Reprodução das Anémonas

Rocha (2016), sustenta que,


A maioria das espécies de anémonas se reproduzem de forma sexuada, isto é, macho e
fêmea liberam esperma e óvulos na coluna d’água, respectivamente, onde ocorre a
fecundação. Em alguns casos, o esperma do macho pode adentrar a cavidade
gastrovascular da fêmea, fertilizando seus ovos ainda em seu corpo. Este processo dá
origem à uma larva ciliada plânula, que se dispersa para novas áreas antes de se
transformar em um adulto séssil, aumentando a área de distribuição da espécie (p. 73).

Acrescenta Rocha (2016), que ʺas anémonas-do-mar também podem se reproduzir de forma
sexuada pelo mecanismo de fissão, que consiste na divisão longitudinal de seu corpo,
formando dois indivíduosʺ (p. 73).

c) Relações Simbióticas

De acordo com Rocha. (2016),


As anémonas realizam interacções simbióticas com espécies de algas, peixes e outros
invertebrados. Estes cnidários oferecem protecção e maior exposição solar às algas,
que em troca fornecem oxigénio e açúcar (produtos da fotossíntese) para as anémonas.
Já os peixes do género Amphiprion, conhecidos popularmente como peixes-palhaço,
utilizam as anémonas-do-mar como seu habitat. Estes animais são protegidos por uma
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camada de muco que os torna imunes à substância urticante liberada pelo nematocisto,
encontrando nas anémonas protecção contra predadores. Por outro lado,
estes cnidários se beneficiam de restos de alimentos consumidos pelos peixes (p. 74).

Uma relação muito particular é aquela que se estabelece entre as anémonas e os peixes-
palhaço. Estes peixes produzem uma substância que cobre o seu corpo e lhes confere
imunidade contra a acção paralisante dos cnidoblastos.

Os peixes-palhaço podem assim viver entre os tentáculos da anémona, protegidos de


potenciais predadores que não se aproximam desta para evitarem o ataque dos cnidoblastos.
Os peixes-palhaço depositam também os seus ovos nas rochas, junto às anémonas, de modo
que estes fiquem igualmente protegidos.

Assim, frisam Hickman, Larson e Roberts (2004), que ʺos cnidoblastos podem ser também
nocivos para o Homem, provocando uma reacção na pele. É por isso aconselhável tentar
evitar tocar nos tentáculos das anémonasʺ (p. 14).

Figura 4: O peixe palhaço (Amphiprion ocellaris) costuma utilizar anémonas-do-mar como


local de refúgio contra predadores. Fonte: Internet.

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2.2. Relação dos Corais, Esponjas com o Ecossistema

Um dos aspectos mais importante por destacar neste trabalho, é a relação dos Corais,
Esponjas com o Ecossistema. Assim, Lima (2015), salienta que, ʺos recifes de corais são
importantes ecossistemas que abrigam uma grande quantidade de formas de vida marinha,
fornecendo-as abrigo e protecção. Estima-se que aproximadamente 65% dos peixes marinhos
vivam nesse importante habitat, sendo fundamental, portanto, a sua preservaçãoʺ (p. 44).

Em seguida, Lima (2015), sustentante que,

Apesar de parecerem uma grande quantidade de rochas, os recifes de corais são, na


realidade, formações produzidas, principalmente, por um animal marinho denominado
genericamente de coral. Esse animal é adaptado a viver em colónias e produz um
esqueleto formado de carbonato de cálcio em sua volta durante toda a sua vida.
Quando esses animais morrem, novos surgem e dão origem a mais esqueletos. Além
dos corais, outros organismos podem fazer parte da formação dos recifes por
intermédio da produção de esqueleto calcário, como é o caso de algumas algas (p. 44).
Este autor enfatiza que, os corais são animais do filo dos cnidários e vivem em regiões
tropicais e subtropicais do planeta. São considerados importantes bioindicadores da qualidade
da água, uma vez que só sobrevivem em água limpa e clara, respondendo rapidamente às
perturbações do ambiente.

Esses animais vivem em simbiose com algumas algas fotossintetizantes conhecidas por
zooxantelas. Essas algas vivem no interior do coral e fornecem-lhe compostos orgânicos,
enquanto o coral fornece protecção a elas. Além disso, as zooxantelas produzem substâncias
que deixam os corais com cores características.

Os corais, além de conseguirem compostos orgânicos por meio das zooxantelas, retiram
alimento do mar. Graças aos seus tentáculos, esses cnidários conseguem capturar alguns seres
presentes no plâncton marinho.

Lima (2015), avança que;

Podemos classificar os recifes de corais em três tipos principais: franjas, barreiras e


atóis. Os recifes em franja são aqueles que se formam perto da costa, separando-se
dela por lagoas rasas. Os recifes em barreira formam-se de forma paralela à costa,
porém as lagoas apresentam águas profundas. Os atóis, por sua vez, apresentam-se
como anéis no meio do oceano e surgem normalmente em consequência do
afundamento de ilhas (p. 44).
Os recifes de corais, como dito anteriormente, abrigam uma infinidade de seres vivos, sendo
considerados uns dos sistemas marinhos com maior diversidade. Essa diversidade também é
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importante para o homem que explora economicamente os recifes, principalmente no que diz
respeito à pesca e ao turismo. Além disso, os corais atuam protegendo a costa da acção do mar
e são importantes fontes de matéria-prima para a criação de medicamentos e cosméticos.

Infelizmente, apesar de toda a sua importância económica e ambiental, os recifes de corais


estão sofrendo danos irreparáveis em decorrência da acção humana. Pesquisas indicam que
aproximadamente 30% dos recifes encontram-se profundamente danificados. A poluição, a
pesca predatória e o aumento da temperatura média dos oceanos, por exemplo, são alguns dos
problemas mais comuns enfrentados por esse ecossistema.

Por fim, Lima (2015), acredita que o ʺaumento da temperatura, acentuado cada vez mais pelo
aquecimento global, provoca o processo de branqueamento, que se caracteriza pela perda das
zooxantelas e, consequentemente, da cor do coral. Esse processo deixa o animal mais fraco e
mais susceptível a doençasʺ (p. 45).

2.3. Importância dos Corais

a) Ao Meio Ambiente

Para Ruppert, Fox e Barnes (2005), no concernente a importância dos corais para o meio
ambiente frisa:
Ambientes dominados por corais contribuem para o aumento da produtividade dos
ecossistemas marinhos costeiros, pois realizam processos de produção de matéria
orgânica e reciclagem de nutrientes que beneficiam não apenas a fauna local, mas
também espécies transitórias que utilizam os corais para a reprodução, protecção ou
alimentação (p. 22).

b) Condições Ambientais
Os corais ocorrem em condições ambientais bem delimitadas: águas rasas e iluminadas com
temperaturas entre 25 e 29ºC, salinidade próxima a 36 e baixo número de partículas em
suspensão. Devido à sua estreita faixa de tolerância, pequenas mudanças na qualidade do
ambiente podem afectar criticamente os processos biológicos das comunidades de corais. As
maiores ameaças à vida dos corais estão divididas em dois grupos gerais: as causadas por
agentes naturais e aquelas decorrentes da acção do Homem. Impactos naturais como efeitos
de tempestades, epidemias de doenças em organismos recifais e aumentos maciços nas
populações de predadores, geralmente não destroem os recifes quando isolados e pontuais no
tempo e no espaço.

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Os agentes mais comuns na degradação dos corais são o turismo e a recreação, a pesca
predatória, a contaminação por poluentes tóxicos, o lançamento de esgoto "in natura", a
produção de lixo e o uso do solo desordenado que gera uma grande carga de sedimento
terrígeno no mar, sobretudo em decorrência do excesso de desmatamentos na zona litorânea.

c) A Importância dos Corais para os outros Seres Marinhos

Uma das funções dos corais é servir de habitat para outros animais marinhos, como peixes e
caranguejos, além de servirem de esconderijo para os mesmos, de seus predadores. Várias
espécies de peixes e crustáceos com grande valor comercial tais como o Pargo, O Sirigado, a
Lagosta e o Camarão, necessitam dos recifes de corais em várias fases de suas vidas, sendo
eles ricos em espécie.

Outra importante função dos corais é promover a separação do bicarbonato de cálcio presente
na água marinha, com precipitação e formação do carbonato de cálcio, através de uma
associação com algas verdes, que vivem no interior das células dos pólipos de corais, que se
juntam e fazem fotossíntese, fornecem ao coral uma parte de seu alimento, e são de um modo
geral a base de todo um ecossistema marinho

d) Importância Económica

Segundo Ruppert, Fox e Barnes (2005), postulam que ʺesses ambientes são de extrema
importância económica, pois através da riqueza da fauna e da flora, são uma grande fonte de
alimento para a pesca comercial e de subsistênciaʺ (p. 22).

No entanto, os corais, possuem um grande potencial de compostos medicinais e industriais e


oferecem oportunidades recreativas e educacionais que estimulam a indústria de turismo. Os
ambientes de corais são, portanto, fonte de renda para populações que vivem nas áreas
costeiras e que dependem directamente de sua existência.

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3. Conclusão

Pelas buscas efectuadas durante a realização deste trabalho, conclui-se que a Zoologia
é de certa forma surpreendente, pois mostra muitas formas vivas, que aparentemente não
chamam atenção, afinal são na verdade animais com ciclos de vida bastante complexos,
mesmo que não pareçam o que comummente costumamos identificar como animais.
A Zoologia é também muito útil no dia-a-dia, permitindo a prevenção de doenças
causadas ou transmitidas directamente por animais, e também por fornecer dados técnicos que
possam ser importantes nas criações e também na produção de matéria-prima a partir de
recursos animais.
Percebeu-se que, os animais que outrora não eram considerados animais, hoje
conhecidos graças ao desenvolvimento da ciência zoológicas, são de estrema importância para
o ambiente marinho assim como a arena económica.

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4. Referências Bibliográficas

Blankensteyn. A. (2010). Zoologia dos Invertebrados II. Universidade Aberta do Brasil.


Florianópolis
Hickman, C. P.; Larson, A; Roberts, L. S. (2004). Princípios Integrados de Zoologia. (11ª
ed.). Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.

Lima, D. C. (2015). Ciências Biológicas. (1ª ed.). Reimpressão Fortaleza – Ceará.

Ribeiro-Costa, C. S.; Rocha, R. M. (2006). Invertebrados. Manual de Aulas Práticas. (2ª ed.).
Ribeirão Preto, SP: Holos.

Rocha. J. O. (2016). Dinâmica dos Oceanos e da Terra (UFF,)


Biologia UNIRIO.

Ruppert, E.E., Fox, R.S. & Barnes, R.D. (2005). Zoologia de Invertebrados. (6ª ed.) São
Paulo: Ed. Roca.

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