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Cláudio de Sousa
João Manuel Tchavane Mondlane
Júlio José Manhiça
Márcia Alima Jorge Jamal
Pedro Manhiça Júnior
Universidade Pedagógica
Maputo
2021
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Alexandre Adriano Muchanga
Cláudio de Sousa
João Manuel Tchavane Mondlane
Júlio José Manhiça
Márcia Alima Jorge Jamal
Pedro Manhiça Júnior
Universidade Pedagógica
Maputo
2021
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1. Introdução.................................................................................................................................4
2. Definição de Conceitos-Chave.................................................................................................5
3. Contextualização......................................................................................................................6
7.2. Avaliação............................................................................................................................13
9. Reflexão..................................................................................................................................15
10. Conclusão...........................................................................................................................16
1. Introdução
A prática de ensino, hoje, deixou de ser uma actividade meramente centrada no professor. Tanto
os alunos, os pais e encarregados de educação, bem como a comunidade no geral, são chamados
a participar nas mudanças e/ou inovações que estão sendo concebidas e/ou implementadas no
processo de ensino e aprendizagem.
Do ponto de vista do ensino à distância, após a independência até os dias de hoje, essa
modalidade de ensino foi sempre e/ou continua sendo vista como uma das estratégias para
minimizar as dificuldades de acesso ao ensino em quase todos os subsistemas do Sistema
Nacional de Educação em Moçambique (embora sendo implementada com constrangimentos
financeiros e estruturas). Com a criação de uma política específica, em 2001, o Governo e outras
instituições provedoras dessa modalidade de ensino passaram a encará-la com maior
determinação como uma estratégia que garante a dinamização do crescimento económico,
político e sociocultural da população moçambicana.
Os actores do Processo de Ensino-Aprendizagem estabelecem interações através de
equipamentos informáticos e das telecomunicações, que rapidamente detetam e se aliam ao
sistema de redes sem fio. Nos programas de Educação a Distância (EaD) e E-Learning, neste
tempo da cibercultura, os professores e os alunos, ainda que estejam geograficamente dispersos e
desfasados em tempos, podem estar virtualmente juntos em potência através das redes de
comunicação online, síncrona e assíncrona, disponíveis na Internet. Porém, há ecologias
educativas da EaD, que mesmo em tempos da Internet, conservam práticas de educação de
gerações tecnológicas anteriores, exigindo também a presença física dos alunos em polos. Esta
situação poderá ter resposta no desenho e implementação de cursos EaD mediados pela web,
antecedido por um levantamento exaustivo das condições reais em que os programas de
educação ou formação são oferecidos.
Deste modo pretende-se pela sua importância abordar sobre as experiencias em Moçambique de
Programas de Formação no Ensino Secundário Geral e Ensino superior (IEDA, UPM e UEM).
Definem-se os seguintes objectivos específicos que nortearam a reflexão em destaque: descrever
as plataformas utilizadas para a ministração das aulas a distância; Indicar os grupos-alvo, a
abrangência desta modalidade; citar os sistemas de avaliação e por último mencionar a
equivalência atribuída. Para a consecução do trabalho, basear-se-á, no método do levantamento
bibliográfico, fontes virtuais e teses de autores que versam o assunto em destaque.
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2. Definição de Conceitos-Chave
Educação – é um processo pelo qual a sociedade prepara os seus membros para garantir a sua
continuidade e o seu desenvolvimento. Trata-se de um processo dinâmico que busca,
continuamente, as melhores estratégias para responder aos novos desafios que a continuidade,
transformação e desenvolvimento da sociedade impõem. (PCEB – 2004).
Segundo Golias (1993), educação é um processo pelo qual a sociedade forma seus valores,
membros, imagem em função de seus interesses.
Educação a distancia – Conforme Moran (2002), Educação a Distancia (EaD) é o processo de
ensino-aprendizagem, mediado por tecnologias, onde professores e alunos estão separados
espacial e/ou temporalmente. É ensino/aprendizagem onde professores e alunos não estão
normalmente juntos, fisicamente, mas podem estar conectados, interligados por tecnologias,
principalmente as telemáticas, como a Internet.
Segundo DOHMEM, (1967) citado por LUCINEIA (2011), Educação a Distância é uma forma
sistematicamente organizada de auto-estudo onde o aluno instrui-se a partir do material de estudo
que lhe é apresentado, o acompanhamento e a supervisão do sucesso do estudante são levados a
cabo por um grupo de professores. Isto é possível através da aplicação de meios de comunicação,
capazes de vencer longas distâncias.
O Governo Moçambicano através do seu Plano estratégico da Educação a distância (PEED)
(2014-2018), define a Educação a distância como sendo “o modelo de ensino que se distingue
pela separação entre aluno e professor, uso de tecnologia para mediar a aprendizagem,
comunicação bidirecional que permite a interação entre alunos, professores e tutores e a
possibilidade de encontros presenciais para tutorias.” (PEED,2013).
Neste sentido, definimos a Educação ou Ensino à Distância como uma modalidade de
educação medida por tecnologias, em que discentes e docentes estão separados especialmente ou
temporariamente ou seja, não estão fisicamente presentes em ambiente presencial do ensino-
aprendizagem.
Educação a Distancia (EaD) podia ser caracterizada como o sistema educacional onde há total
separação física entre professor e aluno (em contraposição com a Educação Presencial).
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3. Contextualização
Nas últimas décadas, segundo Almeida (2009), a preocupação com a disseminação e a
democratização do acesso à educação para atender à grande massa de estudantes, evidenciou a
importância da Educação a Distância (EaD), realizada a princípio por meio de correspondência;
posteriormente, por meio do uso de meios de comunicação, como o rádio e a televisão,
associados a materiais impressos enviados pelo correio.
A Educação a Distância (EaD) revigorou-se nesta última década, em função, principalmente, do
surgimento das novas tecnologias de comunicação, mediadas por computador em rede – mais
precisamente, com a popularização da Internet. Neste sentido, a Internet, por exemplo, conforme
Spanhol (1999, p. 26), forma uma rede mundial de computadores, permitindo que usuários, uma
vez habilitados com equipamentos, como software e hardware, possam se comunicar com
quaisquer outros usuários em diversos lugares do planeta, e receber um volume cada vez maior
de informações e serviços. Nesse sentido, Pratt e Palloff (2004, p. 88) consideram que é
necessário ter conhecimento básico da Internet, incluindo como “usar um navegador, acessar o
site do curso, usar o ambiente online, fazer pesquisas básicas na Internet e enviar e-mails [...] e
saber usar um processador de textos”.
Em Moçambique, a Educação a Distancia (EaD) no Ensino Superior e uma modalidade
praticamente em fase inicial de realização, sendo um dos objetivos do Governo, no âmbito da
Educação. Segundo o Portal do Governo de Moçambique (2007), a politica nacional de educação
e assegurar o acesso a educação a um numero cada vez maior de cidadãos e de melhorar a
qualidade dos serviços prestados em todos os níveis e tipos de ensino.
A nível da educação superior, data de 2001 as primeiras iniciativas em EaD como política
nacional de formação no país, a partir da criação da Comissão Instaladora do Instituto Nacional
de Educação a Distância (CIINED) (MOORE e PEREIRA, 2007). Some-se a isso a introdução
dos conteúdos sobre as tecnologias no currículo do ensino secundário a partir de 2005, por meio
do Programa de Ensino Secundário a Distância (PESD), conforme histórico do Ministério de
Educação e Desenvolvimento Humano de Moçambique.
A Educação a Distância actualmente é reconhecida pelo governo moçambicano como uma das
estratégias comprovadas para minimizar as assimetrias regionais em Moçambique e, por
conseguinte, promover inclusão social, econômica e educacional a um número significativo da
população.
No contexto actual o IEDA aderiu as plataformas digitais de modo a tornar o processo de ensino
a distância mais eficiente, dos quais apresentam-se: Whatsapp, Google Meet, Zoom, assim como
o tradicional recurso SMS.
A Universidade Pedagógica (UP) adotou a Educação a Distância (EaD) como uma das formas
para melhorar a sua prestação e assegurar a formação de professores em exercício no e para o
Ensino Secundário Geral (ESG) em todo o país (UNIVERSIDADE PEDAGÓGICA DE
MOÇAMBIQUE, 2010).
Desde outubro de 2007, o Centro de Educação Aberta e a Distância da UP (CEAD) implementa
um projeto-piloto de formação de professores em exercício no e para o ESG, financiado pela
Intermón Oxfam. Neste Projeto, o CEAD, em parceria com as Faculdades de Ciências Naturais e
Matemática, Faculdade de Línguas e a Direção Provincial de Educação e Cultura de Cabo
Delgado, proporcionou a introdução dos cursos de Bacharelato em Ensino de Física e Ensino de
Inglês, na província de Cabo Delgado (UNIVERSIDADE PEDAGÓGICA DE MOÇAMBIQUE,
2010).
Material de estudo
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Nos cursos acima referidos os conteúdos das disciplinas são apresentados em forma de módulos
impressos para estudo individual, “embora se esteja na era da computação, da microelectrónica e
da telecomunicação, o material didáctico auto-instrucional, impresso - primeira geração de
recursos didácticos de EAD - permanece exercendo um papel essencial nesta modalidade de
ensino/aprendizagem” Landim (1997:86). O mesmo autor considera ainda que o importante é ter
sempre em consideração que qualquer proposta pedagógica deve estar contextualizada à
realidade económica, social e política de cada país.
De facto a UP optou pelo material impresso pois o seu público-alvo (professores em exercício)
encontra-se nas zonas rurais, desprovido de energia eléctrica, sem acesso ao computador e outros
meios tecnológicos. De forma a garantir a qualidade do material houve envolvimento de uma
equipa multidisciplinar. O conteúdo científico do módulo foi da responsabilidade dos docentes
da UP especializados numa determinada área de conhecimento, enquanto o desenho instrucional,
revisão linguística e arranjo gráfico é feito por técnicos de EAD, revisores linguísticos,
maquetizadores e ilustradores, contratados para o efeito.
Centro de recurso
O apoio ao estudante tem como pólo, o Centro de recurso (CR) que geralmente encontra-se
localizado nas escolas secundárias. É no CR que o estudante encontra a bibliografia, material
audiovisual, “Kits” para a realização de experiências e material informático. O centro de recurso
funciona ainda como local onde o estudante:
Encontra a calendarização das actividades de cada semestre, como por exemplo, as datas
das tutorias de especialidade e das avaliações;
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7.2. Avaliação
No processo educativo, o sistema de avaliação ocupa um lugar fundamental. Por isso, no estudo
dos módulos, estão previstas diferentes formas de avaliação como: actividades de auto-avaliação,
testes e trabalhos de investigação. O processo de avaliação culmina com a realização de um
exame presencial escrito. O calendário das avaliações é enviado ao centro de recurso no início de
cada semestre. Os testes e os exames são assistidos pelos tutores locais ou por docentes da UP.
As avaliações são corrigidas pelos docentes da UP.
Mas também JOAO (2013) defende que o Sistema de Ensino à Distância em Moçambique, surge
como um sistema político implementado pelo Ministério da Educação como forma de dinamizar
o ensino, criar interacções entre instituições escolares e dar possibilidade de formação aos
indivíduos localizados em distritos que não têm escolas de ensino técnico e superior.
Este último curso é oferecido no âmbito do projecto da Universidade Aberta do Brasil, numa
parceria entre a UEM e a Universidade Juiz de Fora do Brasil.
9. Reflexão
A Educação a Distancia (EaD) apresenta-se como uma alternativa de expansão das
oportunidades de educação. Esta modalidade tem-se revelado, nas últimas décadas, um recurso
eficiente, utilizado por muitos países, para potencializar as suas capacidades de oferta educativa
a custos suportáveis. No caso moçambicano, a expansão das oportunidades educativas,
preconizada pela política do Governo, dificilmente será viável, nos próximos anos, recorrendo-se
apenas as instituições de ensino convencionais. O aumento de estabelecimentos escolares no país
para atender as necessidades educativas requereria a mobilização de recursos humanos e
materiais cujos custos não são suportáveis pelo atual estágio da economia nacional. E neste
contexto que o estabelecimento da educação a distancia se justifica e se fundamenta, por ser uma
alternativa potencializadora de expansão e diversificação das oportunidades de educação.
A adopção do ensino a distância possibilita a introdução de alternativas flexíveis de formação e
de treinamento, comumente conhecidas por educação aberta.
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10. Conclusão
Findo o trabalho conclui -se que educação a distância possibilita condições adicionais de acesso
à aprendizagem ao longo da vida, aproveitando as oportunidades possibilitadas pelas tecnologias
de informação e comunicação (TIC). A evolução da EAD está intimamente relacionada com os
desafios do acompanhamento do rápido desenvolvimento tecnológico, que possibilitam a criação
de ambientes virtuais de aprendizagem (AVA) que proporcionem maior facilidade e comodidade
de interação entre os diversos atores do processo.
Importa referir que na IES de Moçambique analisadas, o processo de implantação e
implementação da EaD vem se realizando sob condições institucionais inteiramente distintas
daquelas que viabilizaram a consolidação da modalidade educação a distância especificamente
de educação superior. A IES de Moçambique, por exemplo, vêm estruturando seus cursos por
conta própria, tornando o processo muito oneroso, o contexto pedagógico em que se inscrevem
os cursos precisa ser revisto, principalmente, no atual momento de transição de paradigmas que
caracteriza o dia-a-dia das IES de Moçambique.
Percebemos que para o sucesso desta modalidade há necessidade da implantação de Pólos de
Apoio Presencial e/ou Melhoramento dos Centros de Recursos Criação de condições de
reabilitação e apetrechamento dos Centros de Recurso com: biblioteca, kits de experiências,
material audiovisual e computadores com acesso à Internet;
Introdução gradual das novas tecnologias na modalidade de EaD. Expansão dos cursos Expansão
da modalidade de EaD para os professores em exercício a nível de todo o país; Identificar a
demanda dos cursos técnicos profissionais e de gestão; Expandir os cursos técnicos profissionais
nas províncias.
Em linhas gerais ressalta-se que as experiências e perspectivas da EaD em Moçambique devem
ser vistas como uma estratégia positiva na contribuição para a formação e educação dos recursos
humanos do país. Por isso, não se pode achar que a EaD seja apenas uma possibilidade, mas sim
assumir como um dever, uma obrigação do país, para elevar os níveis de educação dos seus
recursos humanos, pois, só com profissionais qualificados, o país poderá sair da pobreza extrema
e avançar para outros níveis de desenvolvimento econômico, social e cultural.
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JOAO, Ana Amalene Emília Victor: As Políticas Educativas de Moçambique: uma análise
crítica. 2013.