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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Tema:

Ensino e Aprendizagem da Oralidade Em Língua Portuguesa Em


Moçambique. Fundamentos e Metodologias: Escola Primaria Completa
da Manhiça-Sede.

Delfim Paulo Chico,708215216

Maputo, Agosto de 2022

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Universidade Católica de Moçambique
Instituto de Educação à Distância

Projecto de Pesquisa

Tema:
Ensino e Aprendizagem da Oralidade Em Língua Portuguesa Em
Moçambique. Fundamentos e Metodologias: Escola Primaria Completa da
Manhiça-Sede.

Delfim Paulo Chico,708215216

Licenciatura em Ensino de Língua Portuguesa


Metodologia de Investigação Científica II
2º Ano, Turma: L
Tutor: António S. Tuzine Jr.

Maputo, Agosto de 2022


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Referências edição em citações/referências 4.0
Bibliográficas citações e bibliográficas
bibliografia

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Índice

1. Introdução……………………………………………………………………………...5
1.1. Problema…………………………………………………………………………..5
1.2. Objectivos…………………………………………………………………………5
1.3. Hipóteses……………………………………………………………………….…6
1.4. Justificativa………………………………………………………………………..6
2. Fundamentação teórica…………………………………………………………………
7
2.1. Concepções acerca da
oralidade…………………………………………………...7
2.2. Fases e etapas de aprendizagem da
oralidade……………………………………...9
2.3.Metodologias de ensino - aprendizagem da
oralidade…………………………….10
2.4.O papel da oralidade no processo de ensino-aprendizagem da Língua
Portuguesa.11
3. Metodologia…………………………………………………………………………..12
4. Cronograma…………………………………………………………………………...13
5. Referências Bibliográficas……………………………………………………………14

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1. Introdução

O presente trabalho apresenta, como tema: “Ensino e Aprendizagem da Oralidade Em Língua


Portuguesa Em Moçambique. Fundamentos e Metodologias”, uma abordagem sob uma
pesquisa de campo a ser desenvolvida na E.P.C - Manhiça-Sede. Entretanto, pretende-se com
este trabalho, analisar o Processo de Ensino e Aprendizagem da oralidade em Língua
Portuguesa em todas as classes do Ensino Básico na E.P.C - Manhiça-Sede.

A oralidade, segundo o dicionário, diz respeito ao “uso de processos orais” (Costa 2014).

Segundo Majuisse, Tembe & Gungulo (2019, p.61), A oralidade representa uma das
habilidades mais importantes para a aprendizagem, aperfeiçoamento e domínio de uma língua.
Uma boa expressão oral é mais que um indicador para o domínio das restantes habilidades da
língua, nomeadamente leitura e escrita.

1.1. Problema: As dificuldades de expressão oral em língua portuguesa por parte dos
alunos do ensino primário.
1.2. Objectivos

Geral

- O presente projecto de pesquisa, visa incentivar e motivar os alunos e professores da EPC-


Manhiça-Sede à prática do ensino e aprendizagem da oralidade em Língua Portuguesa de
modo a desenvolver as competências comunicativas ao nível oral;

Específicos

- Analisar as percepções e práticas em torno do ensino-aprendizagem da leitura e da oralidade


e como a mesma é articulada pelos professores em todas as classes a nível da escola;

- Apresentar diferentes concepções acerca da oralidade;

- Mostrar a importância do ensino e aprendizagem da oralidade na promoção da Língua


Portuguesa;

- Indicar as fases e etapas de aprendizagem da oralidade;

- Apresentar metodologias de ensino - aprendizagem da oralidade;

- Descrever o papel da oralidade no processo de ensino e aprendizagem da Língua


Portuguesa;

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1.3. Hipóteses

A pouca, ou mesmo a ausência da prática, de uma língua, constitui-se como um dos maiores
entraves para a competência quer oral, quer escrita nessa mesma língua e ninguém foge à
regra. Aprende-se a falar falando, aprende-se a escrever escrevendo e no contexto
moçambicano não seria diferente. A língua portuguesa é, para a maioria da população
moçambicana, uma língua segunda. No meio rural, o Português é praticamente uma língua
“estrangeira”, isto é, ele é aprendido e usado apenas no contexto de sala de aula. Em casa,
com a família e nas brincadeiras com os amigos, a criança comunica-se na sua língua materna
(uma língua bantu).

1.4. Justificativa da escolha do tema

O motivo da escolha deste tema, é devido a existência de um elevado índice de alunos com
dificuldades de expressão em língua portuguesa nas escolas do ensino primário.

Em Moçambique, a Língua Portuguesa tem o estatuto de língua segunda, é a língua de ensino


ou de escolaridade, por isso torna-se importante o domínio dessa língua, nas várias formas de
linguagem, mais concretamente, o oral. Provavelmente muitos alunos apresentam fragilidades
nas situações comunicativas do quotidiano. Com isso viu-se que é necessário um trabalho de
reflexão para a prática da oralidade, facilitando a aprendizagem da Língua Portuguesa.

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2. Fundamentação teórica
2.1. Concepções acerca da oralidade

A palavra oralidade apresenta alguma variedade conceptual, não existindo um sentido


unívoco para este termo. A oralidade é um importante exercício de reflexão e entendimento
do mundo, é o primeiro gesto de expressão das ideias e concepções que se tem sobre um
determinado assunto. A oralidade pode ser compreendida como uma prática interactiva com a
finalidade de viabilizar a comunicação, perpetuar e modificar valores, construir
conhecimentos, expressar sentimentos, transmitir princípios culturais, crenças e ideologias.

O professor precisa mostrar aos alunos que a aprendizagem da língua portuguesa requer a
prática da oralidade além da prática da escrita. Dessa forma, esse seria um dos desafios a
serem enfrentados pelo professor na sala de aula, pois nas escolas moçambicanas privilegia-se
a modalidade escrita na avaliação e ensino da língua portuguesa, visto que o professor avalia,
maioria das vezes, os resultados dos testes sumativos escritos. Torna-se necessário adoptar
uma concepção moderna de ensinar a língua portuguesa, levando os alunos a saberem usar a
língua em diversas situações comunicativas através da fala.

Amor (2001) afirma que:

A oralidade é a zona do ensino-aprendizagem da língua em que se pode


detectar um maior número de equívocos e a que se dedica menor atenção,
realçando que não há um ensino intencional e sistemático do oral, as práticas
de observação e avaliação formativa das aprendizagens têm sido, também
quase inexistentes.

O mesmo autor afirma que é necessário um todo trabalho: “a aprendizagem sistemática do


oral, nas suas diferentes modalidades; especialização dos discursos, e o domínio instrumental
das técnicas de comunicação e a tomada de consciência desse saber, com vista ao seu
aperfeiçoamento e à sua actualização em novas situações, na perspectiva da realização plena
do indivíduo”.

Isso quer dizer que o professor para ensinar a oralidade deve ter o domínio das técnicas de
comunicação, conhecer diferentes modalidades e estar sempre actualizado em relação aos

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conhecimentos teóricos e só assim ele estará em condições de exercer o papel de mediador no
processo de ensino-aprendizagem da oralidade.

“O acto de interagir oralmente de forma correcta exige uma auto consciencialização, quer
sobre o trabalho mental que este processo implica, quer sobre técnicas e os processos de
ensino-aprendizagem que são possíveis pôr em prática na sala de aula” (MENDONÇA, 2003).
Deste modo, os alunos para interagirem oralmente de forma correcta devem ter
primeiramente, a consciência sobre as técnicas que envolvem este acto. Cabe ao professor
ajudá-los a reflectir sobre o contexto de interacção.

Segundo MOREIRA e PIMENTA (s/d) a oralidade é a integração do discurso na voz e no


corpo e deste no discurso. O que é dito e o tom em que se diz são inseparáveis e igualmente
importantes. Desta forma podemos dizer que a voz e o gesto (com todas as expressões faciais)
são fundamentais para a clareza de uma mensagem e para a identificação da sua intenção
comunicativa.

Com as inovações introduzidas no ensino da língua, a oralidade se apresenta especialmente


como uma procura de melhor relacionamento entre o professor e o aluno e não tanto como
uma maneira de aferir e desenvolver a capacidade oral dos alunos presentes na aula.

Nesta linha de pensamento ALBUQUERQUE (2006) salienta que a oralidade pode e deve ser
ensinada e que uma pedagogia do oral tem de desenvolver nos alunos dois campos de
competências complementares que passamos a citar:

- Um saber-fazer que segundo a mesma autora é um saber particularmente complexo, de


ordem linguística e cognitiva, reforçado por uma vertente relacional, oriunda de esquemas de
pensamento provenientes de cada situação de comunicação;

Um saber-ser que a autora considera como um saber actualizável em múltiplos saber-estar,


resultado da criação de uma imagem de si próprio como interlocutor de pleno direito, com a
capacidade de expressar, quer as suas ideias, quer as suas emoções.

Pelo que já foi exposto, podemos afirmar que o professor de língua portuguesa deve motivar
os alunos para a prática da oralidade se realmente deseja que eles sejam capazes de interagir
em diversas situações de comunicação e que sejam capazes de expressar oralmente as suas
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ideias e emoções em qualquer situação da vida que lhes exigem o domínio da língua
portuguesa.

2.2. Fases e etapas de aprendizagem da oralidade

Para Tembe, Maxaieie & Matabel (2019, p.54), As aulas de oralidade não são apenas para os
alunos que não “sabem” falar o Português. Elas têm lugar ao longo de todo o processo de
ensino-aprendizagem e estão organizadas em duas fases: a oralidade inicial, e a oralidade não
inicial.

Oralidade inicial

A oralidade inicial é a fase de aquisição do vocabulário básico que vai auxiliar o aluno na
descodificação e produção de mensagens simples na língua veicular do ensino-aprendizagem.

Oralidade não inicial

A oralidade não inicial é a fase em que os conhecimentos adquiridos na fase anterior são
usados para motivar e apoiar a aprendizagem da leitura e da escrita e, ainda, para o
desenvolvimento da compreensão e expressão orais. Esta fase é composta por quatro etapas,
nomeadamente:

1.ª Etapa: Oralidade na iniciação da leitura e da escrita – é a etapa em que os alunos fazem a
interligação da oralidade e da escrita, isto é, os alunos começam a registar por escrito o que já
sabem dizer oralmente.

2.ª Etapa: Oralidade na consolidação da leitura e da escrita – nesta etapa os alunos trabalham
a oralidade ao serviço da consolidação da leitura e da escrita.

3.ª Etapa: Oralidade no desenvolvimento da leitura e da escrita – nesta etapa os alunos


trabalham a oralidade ao serviço do desenvolvimento da leitura e da escrita.

4.ª Etapa: Oralidade pela oralidade –nesta etapa trabalha-se a oralidade para que o aluno
adquira capacidade crescente de compreensão e expressão orais.
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2.3. Metodologias de ensino - aprendizagem da oralidade

Métodos de ensino são caminhos, acções e procedimentos que o professor usa para que o
aluno desenvolva habilidades, atitudes, reflexões e práticas, em relação a um conteúdo ou
conhecimento específico.

No ensino-aprendizagem de uma língua segunda (L2), pode-se recorrer a uma diversidade de


métodos e estratégias/técnicas, tais como:

Métodos:

- método da Resposta Física Completa (RFC);

- método a partir de actos de fala;

- método a partir do diálogo;

- método natural.

Estratégias/Técnicas

Técnicas de ensino são os modos de colocar o aluno em contacto com os conteúdos a serem
aprendidos. Tais como:

- Expressão dramática;

- Leitura de imagens;

- Dramatização;

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- Exposição oral / seminário;

- Debate;

- Reconto;

- Canção;

- Lengalengas e trava-línguas.

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2.4. O papel da oralidade no processo de ensino e aprendizagem da Língua
Portuguesa

Para dominarmos a língua portuguesa é necessário falar, ouvir e escutar, porque a oralidade só
se automatiza pelo treino da oralidade. A oralidade, neste sentido tem um papel importante no
processo de ensino-aprendizagem da Língua Portuguesa. Pois, para que o aluno consiga
aprender a língua portuguesa é necessário que ele pratique a fala, isto é, a oralidade.

A prática da oralidade contribui para a melhoria da dicção do aluno, torna o aluno desinibido
ao expressar-se em língua portuguesa, facilita a descodificação do sentido de uma mensagem
transmitida oralmente pela comunicação social.

Para MOREIRA e PIMENTA (S/d), Oralidade é um importante instrumento de comunicação,


é através dela que mais facilmente o homem se relaciona e se integra na sociedade. Segundo
os mesmos autores:

A prática da expressão oral favorece a convivência entre as pessoas, enriquece o


vocabulário, aperfeiçoa a locução, permite a aprendizagem da coordenação da voz e
da expressão corporal, ajuda o controlo das emoções e alerta para a necessidade de
respeitar os que falam”.

A prática e o domínio da oralidade tem um papel de extrema importância para a aprendizagem


da língua portuguesa. Pois, o domínio da modalidade oral em língua portuguesa permite ao
aluno ser um bom comunicador nesta língua, facilita a aquisição dos conteúdos, contribuindo
para o sucesso académico e profissional do mesmo.

Neste sentido, impõe-se às instituições educativas a tarefa de formar professores que possam
intervir, no interior do sistema, no sentido de melhorar a competência comunicativa dos
alunos na aula de língua portuguesa, valorizando o modo oral assim como as outras
modalidades da língua.

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3. Metodologia

Numa primeira fase, para a efectivação do presente trabalho, recorreu-se à consultas de vária
ordem que visavam no aprimoramento do tema em estudo, obras estas citadas ao longo do
trabalho e posteriormente referenciadas.

Num segundo momento, irei optar pelo método de questionários a alguns professores da
Escola Primaria Completa da Manhiça-Sede para detectar o nível de conhecimento que
possuem sobre o ensino e aprendizagem da oralidade e como se organizam na prática os
conhecimentos que possuem nas salas de aula.

Tracei também como exigências metodológicas: a observação de aulas de Língua Portuguesa,


que inicialmente foram planeadas para serem observadas no 1º ciclo, e posteriormente no 3º
ciclo, na Escola Primaria Completa da Manhiça-Sede. O que permitirá constatar in loco em
que moldes se processa o ensino da oralidade em língua portuguesa naquela instituição e
ensino.

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4. Cronograma

Jan Fev. Mar Abr. Mai. Jun. Jul. Ago Set. Out. Nov Dez.
. .
Pesquisa X
bibliográfica
Revisão de X X
literatura
Coleta de X X
dados
Análise de X X
dados
Redação X
preliminar
Revisão e X X
correção
Redacção X
final
Apresentação X

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5. Referências Bibliográficas

ALBUQUERQUE (2006). Em busca do sentido perdido: Para uma didática possível da


oralidade. Lisboa: LIDEL edições técnicas lda.

AMOR, E. (2001). Didáctica do Português - Fundamentos e Metodologias (2ª edição).


Lisboa: Texto Editora.

COSTA, J. A. & MELO, A. S. (2014). Dicionário da Língua Portuguesa. Porto: Porto


Editora.

Tembe, R. A. C., Maxaieie, J. & Matabel, F. (2019). Manual de Didáctica de Língua


Portuguesa– Língua Segunda, Formação de Professores para o Ensino Primário e Educação
de Adultos. Maputo: INDE/MINED.

Majuisse, J. A., Tembe, F. F. & Gungulo, C. L. (2019). Manual de Didáctica de Língua


Primeira, Formação de Professores para o Ensino Primário e Educação de Adultos. Maputo:
INDE/MINED.

MENDONCA, A. (2003). Métodos e Técnicas de Expressão Oral -Ensino Básico e


Secundário (1ª edição). Lisboa: ASA editores.

MOREIRA, V. & PIMENTA, H. (s/d). Dimensões do Português, Novo programa. 10ºano.


Lisboa: Porto Editora lda.

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