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1.

Noção de direito

É um sistema de normas que regula a vida do homem em sociedade e este sistema de


normas e valores radica no povo e por isso quando se estuda direito não interessa
saber o que alguém tem a dizer, mas sim o que a comunidade tem a dizer. É dotado de
coercibilidade. São criadas e aplicadas institucionalmente.

Um juiz de alguma forma é um cocriador do direito (maioria da doutrina portuguesa)


mas esta não é a doutrina do curso.

2. Noção de lei como fonte de direito

Ato de uma entidade com competência politica para tal que intencionalmente cria
normas jurídicas, ato esse que culmina num texto. Pode ser material quando é um
enunciado linguístico cujo significado é uma norma jurídica e formal quando o seu
significado é uma norma jurídica mas que provêm de um órgão legislativo. Tem
caracter geral e abstrato mas quando são leis formais que não são materiais então são
atos legislativos que não estão a criar leis/normas gerais e abstratas.

É o enunciado publicado, que resulta de um procedimento levado a cabo por


entidades politicamente competentes, procedimento esse que é intencionalmente
criador de direito.

3. Noção de Método jurídico, apresentando o elenco das principais operações


metodológicas

O método jurídico é o caminho das fontes até ao direito, ou seja, é o estudo do


caminho do ponto de partida do trabalho do jurista que são as fontes do direito até ao
ponto de chegada que são as normas jurídicas. Existem três principais operações
metodológicas que são a interpretação da lei, a interpretação criativa e a integração de
lacunas. Algumas teses defendem ainda que existe ainda uma 4º tarefa que é a
aplicação do direito ao caso concreto.

O método é o caminho e o estudo da caminhada é a metodologia. Exemplo o caminho


da faculdade até casa

4. Distinção entre interpretação e interpretação criativa

A interpretação é um processo em que o interprete busca compreender o significado e


a extensão de normas jurídicas com base no seu texto. Busca extrair o sentido exato
das palavras da lei sem alterar ou acrescentar significados que não estão presentes na
lei. Por outro lado a interpretação criativa consiste em preencher "conceitos de
delegação", ou seja, o legislador delega no juiz o poder de chegar ás normas
meramente implícitas no sistema jurídico. Estes conceitos são por exemplo o conceito
de boa fé, ordem publica, bons costumes, etc.
 Pode haver confrontos com a constituição dentro da moldura semântica
 Chegar a normas por previsão de valores e princípios
 Interpretação criativa é algo de preciso e testável, está mais para as bandas da
criação de uma norma pelo juiz
 A interpretação criativa verifica-se perante conceitos indeterminados mas nem
todos os conceitos pedem interpretação criativa porque quando o juiz tem de
lidar com valores tem de ponderar a palavra chave
 No 243º/2 não é a boa fé do 334º, pois é chamada boa fé no sentido subjetivo.
É uma expressão polissémica
 Só vamos para a interpretação criativa quando a palavra ou o conjunto de
palavras ponderar valores e princípios

5. Distinção entre, por um lado, interpretação e deteção e integração de lacunas

Enquanto que na interpretação consiste em interpretar e apurar o sentido decisivo do


texto legal, a deteção e interpretação de lacunas significa detetar e preencher falhas
por parte do legislador existindo no entanto a possibilidade de não haver lacunas.
O objetivo da detecção e integração de lacunas é garantir a coerência e a aplicação
justa da lei em situações não previstas, que procura evitar conflitos e garantir a
segurança jurídica.

6. Distinção entre interpretação criativa e a deteção e integração de lacunas

A interpretação é um processo em que o interprete busca compreender o significado e


a extensão de normas jurídicas com base no seu texto. Busca extrair o sentido exato
das palavras da lei sem alterar ou acrescentar significados que não estão presentes na
lei.
Por outro lado, a n deteção e interpretação de lacunas significa detetar e preencher
falhas por parte do legislador existindo no entanto a possibilidade de não haver
lacunas. O objetivo da deteção e integração de lacunas é garantir a coerência e a
aplicação justa da lei em situações não previstas, que procura evitar conflitos e
garantir a segurança jurídica.

Comente cada uma das seguintes três afirmações, em não mais de 10 linhas/cada:
1.ª "A interpretação restritiva (na noção segundo a Lição do Curso) é expressão
sinónima de redução teleológica; e a redução teleológica não é admissível no Direito
português."

Ambos os mecanismos procuram, de forma distinta embora próxima, a correção


do resultado da interpretação, mas não são sinónimos.
 A interpretação restritiva consiste no resultado da interpretação ser mais
restrito do que o significado literal da lei baseia-se num juízo de desagregação,
dado que o que está estabelecido para o todo só deve valer para a parte.
 Na redução teológica, já se ultrapassa o limite literal —> opta-se por não
aplicar a norma a um caso que por ela estaria abrangido, mas que de acordo
com a sua teleologia não deveria estar. Trata-se da construção de uma exceção
ao regime legal.
Enquanto a interpretação restritiva é utilizada para evitar excessos ou resultados
indesejáveis, a redução teleológica é utilizada para garantir a efetividade da
norma e atingir ou restringir os seus objetivos.
A essencial diferença residirá no entendimento de que, por recurso à redução
teleológica, será possível ir para além do significado literal possível (algo que a
interpretação restritiva não admite).
Embora a generalidade da doutrina apresente reservas à aplicação da redução
teleológica no ordenamento jurídico português, em especial pela limitação
interpretativa que resulta da obrigatoriedade de obtenção de um resultado que
mantivesse um mínimo de correspondência verbal com a letra da lei (exigida pelo
art. 9.º n. 2 CC), os Tribunais recorrem a este instituto na solução de casos
concretos.
Para concluir, a redução teleológica é uma técnica interpretativa reconhecida no
ordenamento jurídico português e sua aplicação é permitida, mas deve ser
realizada com cautela e moderação.

Correção da 1ª pergunta:
Na redução teleológica estamos sempre a recusar a aplicação de uma norma que
abrange um determinado caso. Estamos a atribuir ás palavras da lei a referencia a
realidades que elas não aguentam. Ex: palavra homem presente no 362 é polissémica
(tendo várias acessões) Para estar dentro da polissemia não basta estar dentro do
subconjunto, como por exemplo homem alentejano pois se aguenta-se a palavra
homem alentejano estaríamos a restringir a este grupo a palavra homem. O 9º/2 um
exigir um mínimo linguístico. Na doutrina do curso a redução teleológica não é
admissível.
Qual é a grande diferença? É o artigo 9º/2
O erro na resposta da Constança foi dizer que a jurisprudência pode criar uma norma
contrária a um norma que está no código civil e não pode. Apenas acórdãos com força
obrigatória geral
Afirmação é falsa
Não é admissível pelo 9º/2 e pode ser evidenciada por outro ponto: não temos um
artigo que seria semelhante ao 10º2 que nos permite ultrapassar o campo semântico.

2.ª "Evidencie a diferença metodológica entre a teleologia no âmbito da interpretação


e a teleologia no âmbito da deteção/integração de lacunas."

 Na interpretação, a teleologia pode ser utilizada para descobrir as intenções ou


motivos por trás da letra da lei. A interpretação correta é aquela que viabiliza o
fim pretendido pelo legislador. Impõe ao interprete consagrar aquele que
permite respeitar os fins de regulação e responder à pergunta "para que serve
a lei?"
Por outro lado, a teleologia no âmbito da deteção e integração de lacunas é
usada para identificar a finalidade ou propósito de uma lacuna em um sistema e,
em seguida, encontrar uma solução que atenda a esse propósito.

Correção da 2ª pergunta:
 Não está sempre presente no processo interpretativo
 Pode ser afastadas as considerações teleológicas
 Teleologia na analogia
 Vai procurar no ordenamento jurídico uma norma que regule um caso
semelhante ao caso omisso
 O 9º/3 apresenta uma presunção e como a presunção pode ser afastada quais
os dados que nos permitem afastar? Os elementos extra literais
 O elemento teleológico pode afastar a presunção do 9º/3

A palavra x aquenta x1, x2, x3. Vamos admitir que x1 é a acessão mais vulgar. A
teleologia aponta para x2. O elemento histórico aponta para x3.
A unidade do sistema não permite desempatar mas como o x2 e x3 não são
conclusivamente apresentados regressamos ao 9º/3
Referir o 10º/3 porque a teleologia está presente no 10º3
A lição do curso diz que o 10º/3 está conforme á constituição
Juiz é posto na posição de legislador e pode optar.

3.º "A interpretação criativa (ou método de preenchimento de conceitos


indeterminados normativos) conduz ao esvaziamento do instituto lacunas."

 A interpretação criativa está crescentemente a levar ao esvaziamento do


instituto de lacunas sendo as lacunas cada vez mais raras de encontrar porque
a boa fé objetiva como a presente no artigo 334º vai resolvendo tudo. Estas
normas não dizem respeito a uma lacuna, porque são as tais normas que ainda
que não estejam explicitas na lei são normas a que o juiz pode chegar pela
delegação operada pelo legislador.

Correção da 3ª pergunta:
 O que está em causa é tornar inútil o art. 10º
 No instituto de lacunas temos de demonstrar que á um buraco
 O que dá mais trabalho ao juiz é o instituto de lacunas
 Na lição do curso o 11º é um limite á criação de normas no 10º/3
 Precisamos de distinguir as normas excecionais das materialmente excecionais
 Quando os juízes têm o poder de preencher um conceito indeterminados como
a boa fé b eles não vão querer a trabalheira das lacunas

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