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E-Book TEAP
E-Book TEAP
Juliana Góis
Vanessa Zito
e-book
Transtorno Específico da Aprendizagem
e Transtorno de Déficit de Atenção com
Hiperatividade:
caracterização e estratégias de manejo
e-book
Juliana Góis
Vanessa Zito
2020
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Sumário
Introdução……………………………………………………………………………………………………………………....03
Dificuldade x Transtorno……………………………………………………………………………………………05
Dislexia…………………………………………………………………………………………………...…………….…………..11
Discalculia…………………………………………………………………………………………….…………….……………13
Referências bibliográficas……………………………………………………………………………………….24
Sobre as autoras…………………………………………………………………………………………………………..26
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Introdução
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a aquisição de novos comportamentos, um importante objetivo da educação, é o
resultado de modificações no cérebro daquele indivíduo que aprende,
promovidas pelo processo ensino-aprendizagem - principalmente no grupo de
crianças e jovens onde a neuroplasticidade, propriedade de reorganização do
sistema nervoso - capacidade que o cérebro tem de fazer e desfazer ligações
entre neurônios, se dá de maneira mais eficiente.
As estratégias pedagógicas somadas às experiências de vida às quais a
pessoa é exposta, constituem os principais fatores que estimulam as
modificações cerebrais e estas caracterizam os novos comportamentos
adquiridos durante a aprendizagem.
A definição das dificuldades para a aprendizagem passa primeiro pelo
conceito de aprendizagem. Como vimos, não há dúvida de que o ato de
aprender se passa no SNC, onde ocorrem modificações, sendo que estas
dependem tanto do contingente genético de cada indivíduo quanto do
ambiente onde ele ser está inserido.
A aprendizagem pode ser definida com um processo que se cumpre no
sistema nervoso central (SNC), em que se produzem modificações que se
traduzem por uma modificação que permite uma melhor adaptação do indivíduo
ao seu meio como uma resposta a uma solicitação interna ou externa. De
maneira generalista, podemos dizer que quando um estímulo já é conhecido do
SNC ele irá desencadear uma lembrança mas quando o estímulo é novo
desencadeará uma mudança.
A complexa função de aprender envolve principalmente as atividades
superiores, sediadas nas áreas corticais, inter e multi relacionadas, não só entre
elas, mas com as estruturas subcorticais importantes no recebimento da
informação e nas respostas elaboradas pelo cérebro. Para aprender é necessário
o envolvimento do tônus muscular, da noção de esquema corporal, assim como
do afeto.
É verdade que a aprendizagem se passa no SNC, porém nem sempre ele
é o responsável pelo fracasso escolar, fazendo-se necessária a diferenciação
entre. dificuldades e transtornos de aprendizagem.
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Dificuldade x Transtorno
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● Fatores relacionados à escola
Condições físicas da sala de aula: ambiente
seguro, limpo, arejado, bem iluminado,
quantidade de alunos na turma;
Condições pedagógicas: disponibilidade de
material didático, material adequado para faixa
de idade, interação entre família e escola;
Condições do corpo docente: motivação,
dedicação, qualificação e remuneração.
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Aspectos psicológicos e/ou psiquiátricos: como timidez excessiva,
insegurança, baixa auto-estima e falta de motivação. Além de, fobias,
depressão, transtorno desafiante opositor e conduta anti-social
Problemas neurológicos: as situações neurológicas mais frequentes, mas
não causas primárias das dificuldades para aprender, são deficiência
intelectual, paralisia cerebral e epilepsia.
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Transtorno de Aprendizagem Específico (DSM-5)
Embora o termo “learning disabilities” venha sendo usado desde 1962, não
existe uma única definição universalmente aceita para o termo “transtornos de
aprendizagem”. A quinta edição do Manual diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais (DSM-5) os situa na secção 2 do Manual, dentro da categoria
dos Transtornos do Neurodesenvolvimento e os define como:
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não demonstra progresso após completar a intervenção apresenta
possivelmente um transtorno de aprendizagem.
Quadro comparativo dos critérios diagnósticos no DSM –IV – TR e no DSM -5 (APA, 2003, 2010, 2013) apud Dornelles et al., 2013
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As mudanças nos critérios do DSM-5 para a identificação do TA, em
especial o RTI, traz implicações para a atuação, durante a avaliação diagnóstica,
não apenas para médicos, mas também aos psicólogos, neuropsicólogos,
psicopedagogos e professores.
No DSM-V a ênfase deixa de ser a discrepância da
habilidade de leitura, escrita ou matemática em relação ao
QI e passa para o desempenho inadequado de acordo com
testes padronizados para sexo, idade, escolaridade. A maior
dificuldade que esta mudança traz para países como o
Brasil diz respeito à limitação de testes padronizados
quanto à idade, nível de escolaridade, grupo cultural, que
sirvam para as diferentes regiões do país.
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Dislexia
Dentre todos os transtornos de aprendizagem que atingem crianças e
adolescentes, a dislexia é, sem dúvida, o mais pesquisado e difundido. Nos
últimos anos, milhares de pesquisas foram desenvolvidas a esse respeito e,
consequentemente, hoje temos muitas informações disponíveis acerca da
natureza, etiologia, diagnóstico, formas de tratamento e evolução deste
transtorno,
Apesar disso, a sensação que se tem é que ainda há dificuldade em se
lidar adequadamente com esse quadro, em especial no contexto escolar.
Do ponto de vista neuropsicológico, a dislexia é considerada uma
disfunção do Sistema Nervoso Central, que compromete a aquisição e o
desenvolvimento de habilidades escolares, tendo como critérios exclusão o
rebaixamento intelectual, déficits sensoriais (visual, auditivo) e déficits motores
significativos.
Os indivíduos com dislexia apresentam déficits específicos nas funções
neuropsicológicas, como no processamento visual e auditivo, sistema fonológico
da linguagem, atenção e funções executivas.
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De acordo com a ABD, a Dislexia é um Transtorno Específico de
Aprendizagem, de origem neurobiológica, isso quer dizer que há alterações
específicas em relação às funções cerebrais que impactam a forma de aprender.
As dificuldades envolvem o reconhecimento preciso e/ou fluente de palavras
devido à fracas habilidades de soletração e decodificação, isso acontece em
virtude ao déficit no componente fonológico da linguagem.
Pensando nos déficits primários promovidas pelo transtorno, o estudante
poderá desenvolver outras dificuldades secundárias, como a compreensão
leitora, vocabulário empobrecido e a própria dificuldade em manter o seu foco
atencional na sala de aula.
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Discalculia
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mesmo o quanto de açúcar representa ¾ de uma xícara ao seguir uma receita
de bolo.
A verdade é que acreditamos que a matemática deveria ser incentivada e
ensinada considerando sua aplicação na vida cotidiana. Nota-se que aprender
matemática não representa uma questão de talento e sim de estimulação e
treino. Infelizmente, por vezes é dito para as crianças que apresentam
dificuldade na matemática que trata-se de uma matéria difícil mesmo,
levando-as a acreditarem que não nasceram com o “dom” necessário para esta
área.
Apesar de desafiador, aprender matemática é possível e esperado.
Contudo, no grupo no para o qual a matemática é, de verdade, um desafio muito
grande, estão aquelas crianças com discalculia - presente em cerca de 5% da
população.
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pessoa mediante intervenção tem ganhos, no entanto aqueles que apresentam
discalculia ainda permanecem com uma resposta a intervenção com resultados
incompatíveis e aquém do esperado.
Quando é dito que trata-se de uma dificuldade não esperada é por que no
caso dos transtornos específicos de aprendizagem estamos falando acerca do
grupo de indivíduos com um funcionamento cognitivo ou habilidades de
aprendizagem globais dentro do esperado.
Em relação às habilidades cognitivas globais estamos nos referindo a
inteligência. E esse é um ponto importante, todas as crianças com esse quadro
apresentam potencial intelectual preservado e por isso uma dificuldade não
esperada.
As principais características apresentadas são déficits na representação e
manipulação de numerosidade e magnitude, dificuldade de memorização dos
fatos aritméticos, além de dificuldades na compreensão e aplicação de
conceitos e procedimentos matemáticos.
Nota-se que é frequente crianças com discalculia manifestarem
transtornos de ansiedade e problemas de comportamento.
As crianças menores com discalculia podem ter dificuldade para aprender
a contar, para reconhecer os números , para conseguir corresponder os dígitos
às quantidades que representam (por exemplo, entender que o dígito “4”
corresponde a quatro o bj eto s), dificuldade para organizar coisas de maneira
lógica (organizar brinquedos por categoria, por exemplo).
Na fase escolar a discalculia traz dificuldade no aprendizado da tabuada
(adição, subtração, multiplicação e divisão), dificuldade para resolver problema
matemáticos , prejuízo na memorização de funções matemáticas, menor
familiaridade com o vocabulário de matemática, problemas para medir as coisas,
entre outros.
Já nos adultos podem ser observadas dificuldades para estimar custos ao
fazer compras, para aprender conceitos matemáticos mais complexos (além dos
fatos numéricos), menor habilidade no gerenciamento financeiro, problemas
para estimar a passagem do tempo (o que pode levar a problemas para seguir
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cronogramas ou estimar a duração da s atividades), dificuldade para realizar
cálculos mentais (sem auxílio de calculadora ou lápis e papel), dificuldade para
achar mais de uma solução para um mesmo problema ou na resolução de
problemas complexos (com muitas operações simultâneas, por exemplo),
dificuldade para estimar com precisão e velocidade ou julgar distâncias (por
exemplo, ao dirigir ou praticar esportes), entre outras.
Em relação aos aspectos cognitivos, os mecanismos subjacentes às
dificuldades de aprendizagem da matemática podem se associar a domínios
específicos (senso numérico) ou a domínios gerais, como memória operacional,
habilidades visuoespaciais ou mesmo ao processamento fonológico.
O senso numérico é um
conceito de fundamental
importância para a área das
dificuldades de aprendizagem na
matemática, tanto no que diz
respeito à intervenção como à
prevenção. Muitas pesquisas
apontam que as crianças com
problemas na matemática
apresentam dificuldade central no
senso numérico.
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desenvolvimento da fluência em matemática.
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uma tarefa do tipo aprender multiplicação um puro exercício de memorização.
Apoiar-se na memória para lembrar que os múltiplos de cinco irão terminar em 0
ou 5 pode ser útil. Melhor será, no entanto, se o aluno compreender que 6 x 8
resulta em uma quantidade maior do que 6 x 6, ou que o produto de 7 e 9 é um
pouco menor do que 70 (que é 7 x 10), ou seja, que deve ser 60 e alguma coisa.
Ajudar o aluno a identificar seus pontos fortes e fracos é o primeiro passo. Após a
identificação, os pais, os professores e outros educadores podem trabalhar
juntos para estabelecer estratégias que ajudarão o estudante a aprender
matemática de forma mais eficaz.
O auxílio fora da sala de aula permite que o aluno possa focar especificamente
nas suas dificuldades, sem a pressão de ter de mudar para novos tópicos muito
rapidamente. O reforço repetido e a prática específica de ideias simples podem
tornar a compreensão mais fácil, e entender o que os números e as operações
aritméticas (adição, subtração, multiplicação e divisão) significam é o mais
importante.
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mesmo que não sejam problemas verbais (p. ex., 3+9=).
• Incentivo ao aluno para que ele desenhe figuras que representem os
problemas que ele está resolvendo.
• Apresentar os problemas de modo prático, como eles são vistos no dia a dia da
criança, e fornecer materiais concretos para que ela possa manipulá-los ao
resolver o problema.
• Trabalhar para encontrar maneiras diferentes de abordar os fatos aritméticos
(não apenas memorizar a tabuada, mas explicar que a multiplicação consiste na
soma de fatos repetidos, ou seja, se 2 x 8 = 16, que é o dobro de oito, então 4 x 8
só pode ser o dobro de 16, ou seja, 32).
• Incentivar para que ele pratique estimar (tentar adivinhar) como uma forma de
começar a resolver problemas de matemática.
• Fornecer um lugar para trabalhar com poucas distrações
• Disponibilizar mais tempo a realização das tarefas que envolvam aritmética e
valorizar o raciocínio matemático mais que a realização do cálculo em si.
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Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade
Segundo a Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA), estima-se
que o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) acomete 5%
da população. Trata-se de um transtorno neurobiológico, de causas genéticas,
que aparece na infância e freqüentemente acompanha o indivíduo por toda a
sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e
impulsividade.
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Bebês
Temperamento difícil
Insaciável
Irritado e de difícil consolo
Dificuldades no sono
Excessivamente ativos
Propensos a acidentes
Pré escolares
Crianças mais ativas e inquietas
Dificuldades na aquisição de hábitos
Teimosia
Irritação
Difícil de satisfazer
Propensas a acidentes
Não cooperam em atividades em grupo
Adolescência
Hiperatividade motora tende a diminuir (sensação subjetiva de inquietude)
Dificuldade de organização e planejamento
Dificuldade para controlar os impulsos
Dificuldade para manter a atenção em leituras
Podem envolver-se em situações perigosas: brigas, direção perigosa, esportes arriscados
Atenção
A desatenção corresponde a dificuldade em selecionar informação
relevante e ignorar estímulos irrelevantes, manter a atenção numa mesma
atividade durante o tempo necessário para realizá-la e a orientar a atenção para
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outro estímulo
Nesse contexto, na fase escolar observa-se no dia-a-dia dificuldade para
ficar atento simultaneamente a diferentes estímulos, para concluir as tarefas no
tempo adequado (podem ser muito rápidas ou muito lentas) e para perceber os
detalhes
Impulsividade
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Hiperatividade
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Sobre as autoras
JULIANA GÓIS
VANESSA ZITO
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