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Intro Direito - Joaquina
Intro Direito - Joaquina
1. O estudante:
Código do Estudante:
Curso: Direito - Licenciatura
51230381
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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA
Licenciatura em Direito
Código: 51230381
2023
ÍNDICE
I. CAPITULO - INTRODUÇÃO.................................................................................................1
1.1. Objectivos..............................................................................................................................2
1.1.1. Objectivo geral................................................................................................................2
1.1.2. Objectivos específicos.....................................................................................................2
1.2. Metodologia.......................................................................................................................2
II. CAPITULO - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.......................................................................3
2.1. Conceito de Direito Público e Direito Privado..................................................................3
2.2. A Origem da Dicotomia Direito Público e Direito Privado...............................................3
2.3. Critérios de distinção de Direito Público e Direito Privado..............................................5
2.3.1. Critério do Interesse...................................................................................................5
2.3.2. Critério da Qualidade dos Sujeitos.............................................................................6
2.3.3. Critério da Posição dos Sujeitos ou da Subordinação................................................7
2.3.4. Combinação de Critérios............................................................................................8
2.4. Relação Entre Direito Publico e Direito Privado...............................................................8
III. CAPITULO - CONCLUSÃO................................................................................................9
IV. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA..................................................................................10
I. CAPITULO - INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objectivo falar sobre Critérios de distinção de Direito
Público e Direito Privado. O conceito mais clássico de Direito nos ensina que ele se constitui em
um conjunto de normas que são impostas para regular as condutas humanas e assim prevenir os
conflitos. Acontece que o Direito não é exactamente a solução dos conflitos. Ele é um entre
vários outros métodos pelos quais a sociedade pode se organizar. O Direito é o que se produz a
partir da solução dos conflitos sociais (DIGESTO, 2011). O Direito é um fato histórico-cultural,
dinâmico e dialéctico, que se forma e se desenvolve, estrutura-se e aperfeiçoa-se, multifurca-se,
em um esforço permanente, no tempo e no espaço, modelando-se numa unidade sistemática, num
todo orgânico, reflectindo a vida do homem em sociedade, na sua homogeneidade e
diversificação.
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1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo geral
Falar sobre os critérios de distinção entre o Direito Público e Direito Privado.
I.2. Metodologia
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II. CAPITULO - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. Conceito de Direito Público e Direito Privado
Direito Público é o destinado a disciplinar os interesses gerais da colectividade ou
interesses públicos; o Direito Privado é o conjunto de preceitos que regulam as relações
interprivadas, o locus normativo privilegiado do indivíduo. Molduras que, à medida que a
humanidade evoluiu, foram sendo adaptadas política e socialmente e que chegaram à moderna
construção: o interesse público consiste em tudo aquilo em que é titular o Estado e interesse
particular naquilo que é titular o indivíduo, interesses que estão, em regra, em contraposição.
O critério de distinção não é perfeito, mas tem sido historicamente utilizado já que é
suficiente ao menos para ressaltar as peculiaridades das relações em que o Estado participa
daquelas em que somente indivíduos (pessoas físicas e/ou jurídicas privadas) integram.
Baseado nas ideias de ARENDT (1998) & SAMPAIO (1999), vincula a explicação da
origem da dicotomia Direito Público e Privado à estrutura socioeconómica da civilização
romana, que conhecia dois campos de poder, sendo eles a esfera pública e privada. SAMPAIO
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(1999), afirma que a esfera pública abrangia o âmbito das necessidades, envolvendo o exercício
do homem voltado para sua sobrevivência, sendo este, o labor, exercido no próprio lar. Pareado
a essa actividade, o homem dado como livre, isto é, o cidadão, exercia a chamada acção, que
consistia na reunião de homens para a discussão de temas relevantes, troca de vivências e
adopção de pensamentos comuns. Tal actividade era praticada na cidade (polis), da qual se
origina a expressão animal político.
A distinção nítida vista no sistema romano entre a esfera pública e privada e o domínio
particular não se verifica na Idade Média. As invasões bárbaras propiciaram uma nova condição
política, cuja consequência mais relevante se dará na estrutura de produção. Isso se torna mais
evidente na propriedade imobiliária, que dá lugar a um sistema com embasamento na ideia das
concessões. A adopção de tal sistema, isto é, da superposição de propriedades, não permitia a
diferenciação segura entre o público e o particular. Esse fato é agravado pela incapacidade do rei
de defender o reino de invasores, obrigando as várias classes sociais a defender-se por meios
próprios (MONTORO, 1983).
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nações latino-americanas. Tais sistemas buscavam garantir amplo âmbito de acção ao particular
e, ao mesmo tempo, limitar a ingerência do Estado. No Estado brasileiro, o Direito Privado, dos
séculos XIX e XX, compreendeu a família, a propriedade, os contratos e a empresa, disciplinas
com características individualistas e sem qualquer comprometimento social.
Atende ao carácter privado ou publico dos interesses prosseguidos. De acordo com este
critério, as normas de direito público visam proteger os interesses públicos do Estado ou da
comunidade, e as normas de direito privado visam proteger os interesses próprios dos indivíduos.
CAETANO (2018), formula este critério de modo qualificado: “Para nós uma norma é de
direito publico quando directamente protege o interesse publico (considerando-se interesses
públicos os que respeitam à existência, conservação e desenvolvimento da sociedade política) e
só indirectamente beneficia interesses privados”.
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A qualificação feita por CAETANO (2018), além das dificuldades que suscita quanto à
aferição do carácter directo da protecção de um interesse público (dificuldade em perceber
quando é que é ou não protegido directamente um interesse publico), não resolve todos os
problemas.
Há normas de Direito Público que têm por missão concretizar os interesses dos
particulares, por exemplo, as normas de processo civil visam regular os processos que
decorrem nos tribunais judiciais para a efetivação de direitos civis comerciais ou laborais
dos particulares;
Há normas de Direito privado que têm por missão proteger certos interesses públicos que
fazem parte do âmbito da vida privada dos particulares, por exemplo, a norma que dispõe
que na falta de herdeiros os bens são entregues ao Estado, tais normas são entendidas
pelos civilistas como normas de direito privado que prosseguem interesses públicos.
Este critério exprime uma concepção estatutária do Direito Público: este Direito é
formado pelas normas privativas do Estado e de demais entes públicos.
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2.3.3. Critério da Posição dos Sujeitos ou da Subordinação
De acordo com este critério, não é a qualidade dos sujeitos da relação jurídica que serve
de base à distinção, mas é antes a posição que nela assumem que permite a separação entre
Direito Público e Privado. Assim, o direito público é aquele em que o Estado e as pessoas
colectivas de direito público intervêm na sua posição de supremacia, enquanto titulares de “jus
imperii” ou poderes de autoridade. Estes poderes de autoridade podem ser materiais
(possibilidade de utilizar a coerção material) e jurídicos (possibilidade de construir, modificar ou
extinguir unilateralmente a relação).
Por outro lado, já são de Direito Privado as relações em que intervêm os particulares, ou
mesmo o Estado e as outras pessoas colectivas de Direito Público, quando atuem em posição de
igualdade ou paridade com outros sujeitos (ROSSEAU, 1973).
Nestes termos, quando o Estado expropria um terreno ou cobra um imposto age munido
de poderes de autoridade, o que justifica a natureza pública das situações jurídicas em causa, mas
já quando compra um automóvel ou arrenda um prédio age em condições de igualdade/paridade
para com a outra parte, por isso, a natureza das relações envolvidas não pode deixar de ser
privada.
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2.3.4. Combinação de Critérios
Alguns autores, como AMARAL (2013), defendem um critério que resulta da
combinação dos anteriormente referidos, segundo o qual:
É Direito Privado “o sistema de normas que, visando regular a vida privada das pessoas,
não conferem a nenhuma delas poderes de autoridade sobre as outras, mesmo quando
pretendam proteger um interesse publico considerado relevante”.
Isto é em vasta medida exacta. No entanto tem sido posto em causa que a relação entre
Direito público e Direito privado seja exactamente de especialidade. Segundo a mais reputada
doutrina administrativista, o Direito público é um Direito original cuja especificidade decorre da
razão de ser das entidades que organiza e cuja actividade dirige.
Este Direito seria original e não especial, por constituir um subsistema autónomo com os
seus próprios conceitos e princípios, razão por que em caso de lacuna não se pode recorrer
directamente ao Direito privado. Segundo a maioria dos administrativistas, será necessário
averiguar primeiro da possibilidade de integrar a lacuna por analogia e com recurso aos
princípios gerais do ramo de Direito público em causa.
Segundo ROSSEAU (1973), na doutrina mais recente também é defendido que o Direito
privado só será subsidiariamente aplicável à actividade administrativa de gestão pública na
medida em que tal seja expressamente determinado por normas de Direito Administrativo ou,
quando muito, quando não se trate apenas de princípios de Direito privado mas antes aplicáveis a
todos os sectores da ordem jurídica.
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III. CAPITULO - CONCLUSÃO
Chegado a este ponto, concluiu-se que a distinção é importante, todavia, para que nós
possamos compreender dois conceitos extremos e, a partir deles, entender as variações. É como,
após conhecer o preto e o branco, estar apto a classificar as coisas em vários tons de cinza.
Direito Público: compreendido como aquele em que um dos sujeitos da relação jurídica é o
próprio Estado. Direito Privado: compreende os ramos do Direito em que se disciplinam as
relações entre os particulares. Assim, é bem verdade que há situações em que o Estado se
relaciona com o particular como se fosse outro indivíduo no mesmo plano jurídico (relações
contratuais privadas). Mas, regra geral, as relações entre o Estado e os demais são chamadas de
relações de Direito Público. Nas relações de Direito Privado, os indivíduos se encontram em pé
de igualdade, o que não acontece nas relações de Direito Público já que o Estado pode exercer
prerrogativas pelo simples fato de representar os interesses da colectividade. Ademais, nessas
relações, as normas jurídicas concedem uma série de privilégios ao Estado e aos seus agentes,
nas relações com os particulares.
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IV. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA
1. ARENDT José Afonso. (1998). Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo:
Revista dos Tribunais.
3. MONTORO, André Franco. (1977). Introdução à ciência do direito. São Paulo: Martins.
6. SAMPAIO, Carlos Ari. (1999). Fundamentos de direito público. 8. ed. São Paulo:
Malheiros
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