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EXMO PRESIDENTE DO E. CONSELHO SUPERIOR DA DEFENSORIA PÚBLICA


DOESTADO DO PARANÁ

E- PROTOCOLO N 15.841.240-3
Exmos. Conselheiros,

Em memoriais, venho pedir vênia para expor considerações no


Momento Aberto da Sessão do CSDP do dia 12 de julho de 2023, e apresentar a
cronologia das decisões e atos, destacando trechos das decisões que merecem ser
enfrentadas para deslinde do caso.
1. CRONOLOGIA:
- 04/04/2014 – 1ª Lista de Antiguidade da DPPR

- 02/09/2014 – STF MS 28494 –


A antiguidade entre magistrados deve ser aferida em razão do tempo no
cargo e, no caso de posse no mesmo dia, em observância à classificação
no concurso. (sic)
Na Transcrição dos Debates do MS, Min. FUX consignou:
Na referida ADI nº 4.462, proferi o seguinte voto quanto à medida
liminar: O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Senhor Presidente, muito
embora eu não consiga enxergar muita utilidade nessa lei, porque um
magistrado, quando ingressa na carreira, é categorizado na
antiguidade pela classificação no concurso.
Depois, sempre há uma antiguidade que remonta à antecedência dele
na carreira, mas...(sic)

- 18/04/2016 – CNJ 5234-65.2015.2.00.0000

3. O critério relativo à classificação no concurso público de ingresso na


magistratura deve, de fato, ser utilizado apenas uma única vez, quando
da nomeação dos juízes substitutos nos quadros do Tribunal de Justiça,
o que, por consequência lógica, acaba por definir a própria antiguidade
desses magistrados na carreira, ante sua eficácia prospectiva
distinguindo-os quando tomarem posse no mesmo dia e,
posteriormente, vierem se promover na mesma data. Ou seja, quando a
posse de mais de um magistrado operar-se no mesmo dia, dia, a a
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antiguidade entre eles ficará desde logo estabelecida pela própria


ordem de classificação no concurso de ingresso.

- 18/08/2016 – STF ADI 4462 –


PAG. 13-14 DO ACÓRDÃO:
De outro lado, a contestação dos litisconsortes passivos - que,
não por acaso, traz a firma do notável Celso Antônio -, responde
de modo irretorquível ao fundamento primacial da impetração,
quando aduz: “... desde logo é radicalmente inexato que tenha
sido desatendido o critério de merecimento exigido pela Lei
Magna, em sucessão a uma indicação de provimento por
antiguidade. Os indicados em lista não foram votados pela
idade. Foram-no por merecimento. Não foram escolhidos pela
idade, mas pelos respectivos méritos. Nisto é que empataram.
EMPATARAM NO MERECIMENTO. A avaliação de que foram
alvo foi a avaliação de merecimento, juízo este que comporta
discrição. Se os titulados para expedirem tal juízo concluíram
pela igualdade em relação ao tópico em causa (o merecimento)
todo desempate só poderia ser decidido por outro critério que
não o do merecimento, exatamente porque, quanto ao
merecimento, foram havidos como igualados em juízo
conclusivo e discricionário. Logo, do ponto de vista lógico e
jurídico, sempre que haja necessidade de desempate, o critério
para desempatar nunca será o critério do qual resultou um
empate, pois justamente em face dele os sujeitos foram havidos
como não diferençáveis. Eis pois, que do fato do critério de
desempate haver sido o da idade, não se segue que foi
desatendido o regramento constitucional da alternância entre
antiguidade e merecimento, porquanto toda vez que houver
empate no merecimento sua dissolução se fará inexoravelmente
por critério distinto do merecimento. Sem embargo se o empate
sucedeu ao cabo de avaliação de merecimento - como ocorreu “in
casu” - então é óbvio que a lista se compôs em vista deste fator,
como teria constitucionalmente de ser.”
A jurisprudência deste Supremo Tribunal assentou que contraria
o art. 93 da Constituição da República lei estadual que cuide de
matéria própria do Estatuto da Magistratura, como se lê na
ementa da decisão deste Plenário na Ação Direta de
Inconstitucionalidade n. 2494/SC, Rel. Min. Eros Grau:
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE.
LEI COMPLEMENTAR N. 212, DO ESTADO DE SANTA
CATARINA, QUE CONFERIU NOVA REDAÇÃO AO ART. 192
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DA LEI N. 5.624/79. PRECEITO QUE DETERMINA A


PRECEDÊNCIA DA REMOÇÃO DE JUÍZES ÀS PROMOÇÕES
POR ANTIGUIDADE OU MERECIMENTO.
INCONSTITUCIONALIDADE. VIOLAÇÃO DO ART. 93 DA
CONSTITUIÇÃO DO BRASIL (...)
Como se vê, ainda que por maioria, este Supremo Tribunal já
admitiu fosse a idade dos candidatos utilizada como critério de
desempate em caso de promoção por merecimento, pois, como
resumiu o Ministro Gilmar Mendes, “o critério de desempate não
pode ser o mesmo a produzir o impasse”. A esse respeito, confira-
se o teor do referido dispositivo constitucional, in verbis: (...)
Nesse sentido, aliás, já decidiu esse Supremo Tribunal Federal,
que considerou ser válida regra regimental que estabelece, após
sucessivos empates, a preferência do juiz mais idoso na
promoção por merecimento. Veja-se: (...) Portanto, conclui-se
pela constitucionalidade do inciso V do § 1º do artigo 78 da Lei
Complementar estadual n° 10/96, que, após a apuração do tempo
de serviço na carreira, prevê a idade como critério de desempate
na antiguidade dos magistrados tocantinenses”.

PAG 19
Como destacado, tendo sido observado o tempo de serviço na
entrância e na magistratura, a utilização da idade como critério de
desempate para fins de promoção por antiguidade não contraria
solução determinada no art. 77, § 5º, da Constituição da República,
tampouco desrespeita normas nacionais sobre a matéria, como
decidido no Mandado de Segurança n. 24.509/DF, de relatoria do
Ministro Sepúlveda Pertence, Plenário, DJ 26.3.2004.

- 14/09/2017 - CNJ 3043-13.2016.2.00.0000

5, Alinhavando essa sistemática ao disposto na norma impugnada,


que estabelece a antiguidade na carreira como primeiro critério para
desempate, tem-se que a ordem de classificação no concurso é a
melhor forma de definir

- STF ADI 6766 23/08/21

Portanto, o desenho institucional que decorre do art. 93, caput, da CF, e


do art. 80, §1º, I, da LOMAN, especificamente quanto aos critérios de
progressão na carreira da magistratura, não avaliza a que os Tribunais
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locais, no exercício de seu autogoverno, complementem a legislação


nacional com critérios de desempate estranhos à função jurisdicional, do
que resulta demonstrada a inconstitucionalidade da norma impugnada.

- 09/09/2022 - CNJ 3405-39.2021.2.00.0000:

Pag. 8

P.11

Ante o exposto, requer sejam acostados os presentes memoriais ao


protocolo de referência com escopo de aprimoramento da decisão colegiada, a partir
do enfrentamento das considerações aqui constantes.

Curitiba, 11 de julho de 2023

CARLOS AUGUSTO SILVA MOREIRA LIMA


DEFENSOR PÚBLICO

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