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CAMPO DE CANCERIZAÇÃO

Disciplina de Cirurgia Plástica Reconstrutora FAMED/UFAL


(Tumores de Cabeça e Pescoço)

Prof. Dr. Cláudio E de Oliveira Cavalcanti


(de Oliveira-Cavalcanti)
Cirurgião de Cabeça e Pescoço – SBCCP
Pós-Doutor pela UnB
Doutor pela USP, São Paulo
Prof. Adjunto UFAL
Prof. Colaborador FM – UnB
Pesquisador Inst. Bio. UnB/Nanobiotecnologia
Membro Comitê Tireóide – SBCCP
Revisor Revista da SBCCP
Pós-Graduação MD Anderson, Univ. Texas, USA
Pós-Graduação Memorial Hospital, New York, USA
Modelo Experimental de Carcinogenese
Introdução
• Conceito de campo de cancerização:
Toda a mucosa dos tratos aerodigestivo
superior e respiratório está acometida,
possuindo alterações a nível de
cromossomas, assemelhando-se a um
único e extenso “lençol de cobertura
mucosa” (Slaugher, 1953; VRABEC,1979).
• A teoria policlonal fundamenta a
afirmação, onde vários clones tumorais
estão envolvidos simultaneamente.
Modelo Experimental de Carcinogenese
Introdução

• CAREY e SIDRANSKI (2000) defendem a


teoria monoclonal para explicar o
aparecimento de tumores segundos
primários: disseminação intra-epitelial ou
por implantes de células desgarradas do
tumor primário
Modelo Experimental de Carcinogenese
Introdução

• FARBER (1984) descreve os vários estádios


da carcinogênese por ordem de ocorrência:
iniciação ou indução (1ª fase), promoção
(2ªfase) e progressão ou conversão (3ª fase)
Modelo Experimental de Carcinogenese
Introdução

Os modelos de indução e
quimioprevenção do câncer em
animais já estão estabelecidos em
pele de ratos, fígado, mama, cólon e
próstata (SLAGA et al., 1995).
EVIDÊNCIAS DO CAMPO DE CANCERIZAÇÃO EM
CAMUNDONGOS INDUZIDOS PELO CARCINÓGENO 1-ÓXIDO
-4-NITROQUINOLEINA – (4NQO)

Disciplina de Cirurgia Plástica


Reconstrutora da FAMED da Universidade
Federal de Alagoas,
(Tumores de Cabeça e Pescoço)

Autores: Cláudio E O Cavalcanti;


Fernando A. Gomes;
Modelo Experimental de Carcinogenese
Introdução
• OHNE et al. (1985) intoxicaram 116 ratos
com 4-NQO durante 28 semanas, na água
dos animais “ad libitum”. Desenvolveram
tumores no dorso da língua dos animais
desde 22 até 80 semanas. Foi observado
carcinoma invasivo e “in situ”. Também
foi observado hiperqueratose e
disqueratose em toda a mucosa da língua.
Modelo Experimental de Carcinogenese
Objetivos
• Criar um modelo experimental de carcinogênese de
com baixo custo, para testar drogas com poder anti-
oxidante e anticancerígeno.
• Observar a ação da 4NQO por via oral no
camundongo, utilizando a morfologia dos tecidos.
• Evidenciar a existência do campo de cancerização.
Modelo Experimental de Carcinogenese
Material e Método
• A Pesquisa foi realizada no Biotério
Central da Universidade Federal de
Alagoas (UFAL), no Laboratório do
Departamento de Cirurgia da UFAL, no
Laboratório do Departamento de Química
da UFAL, no Departamento de Patologia
da UFAL e no Departamento de Patologia
da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo (FMUSP).
Modelo Experimental de Carcinogenese
Material

Referente aos animais:

• Foram utilizados o total de 61


Modelo Experimental de Carcinogênese
Armazenamento dos animais
Modelo Experimental de Carcinogenese
Material

Agentes químicos:
• Agente indutor da carcinogênese:
(4NQO), por administração oral na
água de beber, na concentração de
0,001%, diluída na água (OHNE, et al., 1985).

Agente fixador dos tecidos;


• Formol tamponado a 4%
Modelo Experimental de Carcinogenese
Material

• Agente de coloração dos tecidos:

• Hematoxilina-Eosina (H-E)
Modelo Experimental de Carcinogenese
Método

• Divisão dos grupos:


• Grupo I -10 animais sem exposição ao
agente químico. Considerado controle,
normais sem intoxicação.
• Grupo II - 51 roedores, que receberam a
substância 4NQO, indutora da
carcinogênese (OHNE et al., 1985).
Modelo Experimental de Carcinogenese
Método

Análise histológica:

• Estudou-se o grau de hiperplasia, displasia, e a presença de


câncer nos tecidos
Método Estatístico

Chi-Square tests, considerando


significância para o p < 0,05
Modelo Experimental de Carcinogênese
Necrópsia de camundongo
Modelo Experimental de Carcinogenese
Resultados

No grupo II,
• 18 (35,29%) desenvolveram tu. na
língua e tu. Sistêmicos
• Malignos - 8/18
• Benignos – 14/18
Modelo Experimental de Carcinogenese
Resultados

• Grupo I (controle)

• Em nenhum caso houve carcinoma


Modelo Experimental de Carcinogenese
Introdução

• FARBER (1984) descreve os vários estádios


da carcinogênese por ordem de ocorrência:
iniciação ou indução (1ª fase), promoção
(2ªfase) e progressão ou conversão (3ª fase)
Resultados

• Evidências da 2 a fase da carcinogênese:

• Língua oral e Base da língua : hiperplasia ;


displasia ; papiloma

• Chi-Square Test (Teste exato de Fisher) : p < 0,002


Modelo Experimental de Carcinogenese
Resultados

• Evidências da 2 a
fase da
carcinogênese:
• Pele- Cistos dérmicos profundo,
cistos epidérmicos e linfangiomas.
• Pulmão – hiperplasia de
pneumócitos
Modelo Experimental de Carcinogênese
Promoção - Cistos Epidérmicos Múltiplos
Modelo Experimental de Carcinogenese
Resultados

• Evidências da 2 a fase da carcinogênese:


• Testículo- Cistoadenoma lesão cística
adenomatosa benigna, neopl. de células de
Leydig

• Vesícula seminal – cistoadenoma papilífero.


Modelo Experimental de Carcinogênese
Promoção – Cistoadenoma de testículo
Modelo Experimental de Carcinogenese
Introdução

• FARBER (1984) descreve os vários estádios


da carcinogênese por ordem de ocorrência:
iniciação ou indução (1ª fase), promoção
(2ªfase) e progressão ou conversão (3ª fase)
Resultados

• Evidências da 3 a fase da carcinogênese

• Língua - Total de 6 casos ca. In situ (Chi-


Square Test p < 0,005)

• Língua oral: 3 casos


• Base da língua: 3 casos
Modelo Experimental de Carcinogenese
Resultados

• Evidências da 3 a fase da carcinogênese

• Pulmão- Adenocarcinoma papilífero (6).


• Pata do animal - Neoplasia mesenquimal-1
• Parede abdominal - Neoplasia mesenquimal (1)
infiltrando o tecido muscular esquelético.
Modelo Experimental de Carcinogênese
Conversão – Adenocarcinoma de pulmão
Modelo Experimental de Carcinogenese
Resultados
• 3a fase da carcinogênese em órgãos
diferentes e histologias variadas, no
mesmo animal: 5 casos
Modelo Experimental de Carcinogênese
Conversão – Adenocarcinoma de pulmão
Modelo Experimental de Carcinogênese
Conversão – Neo. Mesenq. Malígna da pata
Modelo Experimental de Carcinogênese
Resultados
• 2 a e 3 a fases da carcinogênese em órgãos
diferentes no mesmo animal: 8 casos
Modelo Experimental de Carcinogenese
Resultados

2 a e 3 a fases da carcinogênese no
mesmo órgão, no mesmo animal: 6
casos
Modelo Experimental de Carcinogênese
Discussão

• Vários autores demonstraram o modelo


experimental utilizado neste estudo, como
eficiente para a formação de câncer na
língua dos animais(OHNE, et al., 1985, YAMAMOTO et al., 1990; KITANO et
al., 1992; LI, 1999; MORI et al., 1999; NISHIMURA, 1999).

• Encontrou-se na língua Ca. In situ (MA et


al.,1999) e tumores disseminados em todo
corpo, como: pulmão, músculo da parede
abdominal e pata
Modelo Experimental de Carcinogênese
Discussão

• Observou-se vários tumores de linhagens e de


histologias diferentes, nos diversos tecidos.
• Com tumores em órgãos distintos e histologias
diferentes, evidencia-se a teoria policlonal e do
campo de cancerização
• Contradiz a teoria monoclonal (CAREY,1996; SIDRANSKI,
2000), afirmar que o 2° tu. ocorre por
disseminação “intraepitelial” ou por
“implantes”, portanto o mesmo tipo histológico.
Modelo Experimental de Carcinogênese
Conclusões e Inferências

• Demonstrou-se um modelo experimental


em camundongos com o 2o e o 3o estádios
da carcinogênese, para testes de drogas
quimiopreventivas e anticancerígenas, com
a administração de 4NQO através da
ingestão na água de beber.
Modelo Experimental de Carcinogênese
Conclusões e Inferências

• Demonstrou-se mais um suporte a teoria


do campo de cancerização e da teoria
policlonal, com a indução simultânea de
diferentes tipos histológicos de tumores
malignos em órgãos separados, no
mesmo organismo.
• E que estas teorias podem extrapolar os
limites do trato aerodigestivo superior, as
quais foram descritas inicialmente.
Campo de Cancerização na Pele
Campo de Cancerização na Pele
Campo de Cancerização na Pele

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