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Especialização em Avaliação

Psicológica

Profa. Georgia Martins Baêta Neves


DEVOLUÇÃO DE INFORMAÇÃO
NO PSICODIAGNÓSTICO
A devolução de informação é a
comunicação verbal dosificada
que o psicólogo faz ao paciente
e ou a seus pais, dos resultados
obtidos no psicodiagnóstico,
realizada na entrevista final,
posterior a aplicação do último
teste.
Observar respostas verbais e
não-verbais na recepção da
mensagem.
Importância da
devolução para o
paciente – criança
1) Segundo a lei de fechamento (teoria
da Gestalt), é necessário transmitir o
resultado de uma comunicação
realizada, e o fato de o consultante ser
uma criança não deve bastar para
privá-lo deste tratamento.
2) O exame psicológico
implica, pelos depósitos
no psicólogo de partes
adaptativas e doentes
do paciente, um
processo em que sua
identidade é atacada,
exigindo uma reconexão
interna entre certos
aspectos que o sujeito
reconhece como seus
(manifesto) e outros que
desconhece, mas atua
(identidade latente).
Esta reestruturação já
implica uma modificação
da dinâmica interna e
exige, para se resolver
no sentido da
integração, que se
devolva ao examinando
essa identidade latente
que contém, além dos
aspectos desvalorizados
e temidos, outros,
enriquecedores e
potencialmente
adaptativos
3) Se essa reintegração
não se produz, o
paciente fica
permanentemente ligado
ao psicólogo numa
relação de objeto que o
privou, e o psicólogo
experimenta
dificuldades para
conseguir uma boa
separação, porque se
sente em dívida com o
paciente.
4) Se devolvemos a
informação aos pais e ao
filho, separadamente,
favorecemos a
discriminação de
identidades dentro do
grupo familiar. Se não há
devolução, a criança se
sente como um terceiro
excluído de uma
comunicação a qual tem
direito, já que sua
problemática é o motivo
central da consulta.
• 5) A falta de
devolução favorece
o aparecimento de
sentimentos de
roubo, curiosidade,
inveja, etc., cuja
elaboração não é
sequer tentada se o
vínculo entre
psicólogo e paciente
acaba com o último
teste.
6) Se o paciente
sabe que,ao
finalizar, os
resultados lhe
serão
fornecidos, se
sentirá mais
comprometido
no processo e
mais disposto a
colaborar.
7)  Ao devolvermos a
informação, damos
ao paciente uma
oportunidade de se
ver com mais
critério de
realidade, com
menos distorções
idealizadoras ou
depreciativas.
Devolução de informação aos pais
do paciente
 
É imprescindível
a devolução de
informação aos
pais que vêm
consultar por um
filho por várias
razões:
1) Porque pediram a
consulta para saber
o que se passa com
esse filho e é
preciso que
conheçam a opinião
do profissional
consultado. Se nada
lhes é dito, podem
aumentar as
fantasias de doença
grave, incurável e a
ansiedade.
2) Porque é preciso
fazê-los reintegrar
uma imagem do filho,
mostrando que o filho
é diferente do que
eles crêem, que
devem tomar
consciência da real
identidade deste e
das mudanças que
deverão aceitar no
filho e neles mesmos.

 
3)  Se os pais não
vieram por iniciativa
própria, mas sim
enviados por um
terceiro, a entrevista
de devolução
funciona como uma
oportunidade para
fazer com que
consigam um insight
a respeito da
situação real.
Reativação dos
problemas ligados
ao conflito edipiano;

PACIENTES
Luto pela perda da
ADOLESCENTES
identidade infantil;

Necessidade de
assumir nova
identidade.
Maior identificação
do psicólogo com o
paciente;

Prevalência da
comunicação verbal
entre ambos.
A técnica da devolução
da informação
Uma boa devolução
começa com a
aquisição de um
bom conhecimento
do caso, que
proporcione uma
base firme para
proceder com
eficácia.
Uma vez
concluídas as
entrevistas iniciais,
testes e a hora do
jogo, é preciso
estudar todo o
material registrado
e elaborar
hipóteses
explicativas.
Devemos procurar
obter um panorama
que seja o mais
completo possível,
que inclua a
natureza dos
vínculos que ligam
o paciente e seu
grupo familiar como
um todo.
Dentro desse panorama, é útil
discriminar quais são os aspectos
mais sadios e adaptativos do
paciente, de seus pais e do grupo
familiar e quais os menos
adaptativos e mais doentes. Uma
vez estabelecido isto, devemos
realizar uma segunda distinção:
entre o que pode e o que não
pode ser dito ao paciente e ou
seus pais sobre o que é menos
adaptativo e mais doente, isto é:
até onde se pode chegar.
Confeccionar um
plano guia flexível,
que possa ser
modificado
durante o
andamento da
devolução de
acordo com a
reação dos
destinatários.
Devemos começar a
devolução pelos
aspectos mais
adaptativos e
continuar com os
menos adaptativos do
paciente, incluindo a
patologia na medida e
no ritmo em que cada
paciente possa tolerá-
lo.
Indicadores
verbais de
intolerância:
“não
entendo” ou
“isto é muito
difícil pra
mim”.
Indicadores pré-
verbais de
intolerância: chegar
tarde, querer ir
embora logo, pedir a
devolução por
telefone, tossir, pedir
pra ir ao banheiro, se
mostrar nervoso, etc.
Indicadores de
tolerância:
aparecimento de
novas associações
relacionadas com
as lembranças
reprimidas, novos
pontos de vista,
medos,
expectativas, etc.
Papel do psicólogo ao realizr o psicodiagnóstico:

 É recomendável para preservar sua saúde mental;

 Permite-lhe fazer uma boa síntese do caso;

 Serve como uma prova de realidade de suas hipóteses;

 Discriminar o que deve e pode ser dito sobre os


resultados de acordo com a estrutura egóica dos
pais/paciente  angústia ou raiva.
Obrigada

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