ANÁLISE DE FUNÇÕES

GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS

CÁTIA SOUSA (CAVSOUSA@UALG.PT)

ANÁLISE DE FUNÇÕES

• Origem na Revolução Industrial

• Apesar das críticas dirigidas à análise de funções tradicional, a

análise do trabalho e das funções continua a ser uma pedra angular

dos programas de gestão de recursos humanos nas organizações

de elevado desempenho (Levine & Sanchez, 2007).

 ANÁLISE DE FUNÇÕES

• Consiste no estudo de uma ou mais funções de uma organização.

•É um processo estruturado e sistemático de recolha e organização de

informação sobre as tarefas e operações que uma pessoa ou grupo devem

realizar no âmbito do seu trabalho (Brannick & Levine, 2002).

CONHECER A FUNÇÃO E O
TRABALHO
ANÁLISE DE FUNÇÕES – OBJETIVOS E
APLICAÇÕES
ESPINHA DORSAL DA GRH
RECRUTAMENTO E
SELEÇÃO
PLANEAMENTO DE
CARREIRAS
AVALIAÇÃO DO
DESEMPENHO
SISTEMA DE
FORMAÇÃO E RECOMPENSAS
DESENVOLVIMENT
O
 ANÁLISE DE FUNÇÕES – FONTES DE
INFORMAÇÃO

1. Titular do posto de trabalho FIABILIDADE DA

INFORMAÇÃO

2. Supervisores
Julgamento humano, logo,
3. Analistas de Funções sujeita a distorções, filtragens
e outros mecanismos
4. Outras fontes percetuais e cognitivos (e.g.,
Morgeson & Campions, 1997)
 ANÁLISE DE FUNÇÕES – FONTES DE
INFORMAÇÃO

1. OBSERVAÇÃO

2. QUESTIONÁRIO

3. ENTREVISTA

4. DOCUMENTAÇÃO
 ANÁLISE DE FUNÇÕES – FONTES DE INFORMAÇÃO

1. OBSERVAÇÃO
Técnica mais utilizada. Informação sobre:

• Duração, frequência e
• Condições de trabalho;
complexidade das tarefas;
• Materiais e instrumentos utilizados;
• Fluxos de trabalho;
• Tarefas físicas que compõem a função.
• Eficiência de produção;
 ANÁLISE DE FUNÇÕES – FONTES DE INFORMAÇÃO

2. QUESTIONÁRIO

• Conjunto de questões estruturadas sobre o posto de trabalho

• Aplicação rápida e económica

• Obtenção de informação padronizada e específica sobre a função

• Vulnerável às distorções de informação

 ANÁLISE DE FUNÇÕES – FONTES DE INFORMAÇÃO

2. QUESTIONÁRIO
• Variantes do questionário:

• Checklist – composta por itens dicotómicos (ex., presente/ausente)

associados a atividades e outros aspetos do trabalho.

• Diário – o executante da função deve registar o que faz e como o faz.

Exige disciplina e um esforço considerável por parte do trabalhador.
 ANÁLISE DE FUNÇÕES – FONTES DE INFORMAÇÃO
3. ENTREVISTA
• Analista recolhe informação junto do executante da função;

• Perguntas semelhantes às do questionário

• Vantagens:
• Permite a verificação e clarificação de respostas

• Possibilidade de realizar AF mais complexas

• Recolha de uma grande quantidade de informação (quantitativa e qualitativa)

 ANÁLISE DE FUNÇÕES – FONTES DE INFORMAÇÃO
3. ENTREVISTA

•Desvantagens:
• Consumo de tempo e custos, quer para o analista quer para o executante da função

• Desconfiança por parte dos executantes, pode levar a respostas incorretas ou

distorcidas

• Comparação de informação recolhida em várias entrevistas pode ser díficil de fazer

 ANÁLISE DE FUNÇÕES – FONTES DE INFORMAÇÃO

4. DOCUMENTAÇÃO
• Pesquisa de documentos escritos: manuais de instruções de trabalho,
relatórios de trabalho, manuais de formação, registos de manutenção, etc.

• Deve ser combinado com outras técnicas para um maior detalhe e

pormenor
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MÉTODOS DE RECOLHA DE INFORMAÇÃO

1. MÉTODOS ORIENTADOS PARA O TRABALHO

2. MÉTODOS ORIENTADOS PARA O TRABALHADOR

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MÉTODOS DE RECOLHA DE INFORMAÇÃO

1. MÉTODOS ORIENTADOS PARA O TRABALHO

a) Estudo dos tempos e movimentos

b) Classificação genérica de funções

c) Functional job analysis

d) Inventário de tarefas

e) Incidentes críticos
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MÉTODOS DE RECOLHA DE INFORMAÇÃO

2. MÉTODOS ORIENTADOS PARA O TRABALHADOR

a) Análise dos elementos do trabalho (job element method; e.g., Primoff, 1975)

b) Questionários (PAQ – Position Analysis Questionnaire, McCormick, Jeanneret

& Mecham, 1970)

 ANÁLISE DE FUNÇÕES
RESULTADOS DA ANÁLISE DE FUNÇÕES

1. DESCRIÇÃO DE FUNÇÕES

2. ESPECIFICAÇÃO DE FUNÇÕES

3. CATEGORIAS DE FUNÇÕES

4. AVALIAÇÃO E QUALIFICAÇÕES DE FUNÇÕES

5. MAPAS DE COMPETÊNCIAS
 ANÁLISE DE FUNÇÕES
RESULTADOS DA ANÁLISE DE FUNÇÕES

1. DESCRIÇÃO DE FUNÇÕES
Contém:

Identificação da função: designação ou título, posição na estrutura formal

(nível hierárquico, subordinação, supervisão, etc.), nível salarial, outros
elementos.

Objetivos globais da função: começa normalmente com um verbo:

supervisionar, coordenar, gerir, etc..
 ANÁLISE DE FUNÇÕES
RESULTADOS DA ANÁLISE DE FUNÇÕES

1. DESCRIÇÃO DE FUNÇÕES
Deveres e responsabilidades: descreve a função em termos dos seus deveres
e responsabilidades. Frases devem começar com um verbo. O objetivo é dar
uma ideia precisa daquilo que deve ser feito na função.

Materiais, máquinas, equipamentos, ambiente físico e social

Outras condições: regalias e benefícios associados, sazonalidade, regime
contratual, relação com os sindicatos.
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RESULTADOS DA ANÁLISE DE FUNÇÕES

2. ESPECIFICAÇÃO DE FUNÇÕES

• Por vezes confundida com a descrição de funções:

Descrição = o que é feito (tarefas e comportamentos)

Especificação = o que é requerido na função (atributos necessários para

executar a função)
 ANÁLISE DE FUNÇÕES
RESULTADOS DA ANÁLISE DE FUNÇÕES

2. ESPECIFICAÇÃO DE FUNÇÕES

• Composta pelas exigências, que podem ser divididas em:

a) Capacidades (skills)

b) Conhecimentos (knowledge)

c) Aptidões (abilities)
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RESULTADOS DA ANÁLISE DE FUNÇÕES

2. ESPECIFICAÇÃO DE FUNÇÕES
Termo Definição Exemplo: Chefe de Secção
Competências adquiridas com Capacidade para operar com
Capacidades experiência, formação, etc. laser de corte de materiais

Informação e conhecimento que se deve Conhecimento dos

Conhecimentos ter sobre uma determinada área regulamentos de segurança da
fábrica
Atividades físicas ou mentais requeridas Aptidão para escrever
Aptidões para a função relatórios diários
 ANÁLISE DE FUNÇÕES
RESULTADOS DA ANÁLISE DE FUNÇÕES

3. CATEGORIAS DE FUNÇÕES

• Agregação das funções em famílias, com base nas suas semelhanças, por
exemplo, em relação à formação académica, experiência ou conhecimentos

exigidos.
 ANÁLISE DE FUNÇÕES
RESULTADOS DA ANÁLISE DE FUNÇÕES

3. CATEGORIAS DE FUNÇÕES • Técnico

• Alguns exemplos: • Secretariado

IS UE AÇ ES:
SÕ SA ÃO
OF G IC Õ

(IN AS
PR RTU SIF OPÇ

E)
• Trabalhadores não qualificados • Administrativo

ES D
PO A AS
• Trabalhadores semi-qualificados • Profissional

CL TR
S
OU
• Trabalhadores qualificados • Gestor
• Vendas
 ANÁLISE DE FUNÇÕES
RESULTADOS DA ANÁLISE DE FUNÇÕES

4. AVALIAÇÃO E QUALIFICAÇÕES DE FUNÇÕES

• É um passo essencial para a articulação da análise do trabalho com outras

atividades da GRH – Gestão de Carreiras e Sistema de Recompensas.

• Consiste em determinar os valores relativos de cada função dentro da organização,

atribuindo-lhes pontos de acordo com a sua importância.
 ANÁLISE DE FUNÇÕES
RESULTADOS DA ANÁLISE DE FUNÇÕES

5. MAPAS DE COMPETÊNCIAS

• AF é o ponto de partida para a identificação das competências.

• Ao conhecer-se o conteúdo da função é possível identificar os atributos comportamentais que

permitem diferenciar trabalhadores eficazes e menos eficazes.

• Importante para construir critérios de seleção.

• Exemplos de competências: trabalho em equipa, orientação para o cliente, planeamento e

organização, etc.
EXEMPLO
ANÁLISE
FUNÇÕES
EXEMPLO
ANÁLISE
FUNÇÕES
 ANÁLISE DE FUNÇÕES
FASES DE IMPLEMENTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE AF

FASE 0 – ESTRATÉGIA E OBJETIVOS

FASE 1 – PLANEAMENTO

FASE 2 – PREPARAÇÃO

FASE 3 – EXECUÇÃO

FASE 4 – UTILIZAÇÃO DOS PRODUTOS DA AF

FASE 5 – UTILIZAÇÃO FUTURA E ATUALIZAÇÃO

 ANÁLISE DE FUNÇÕES
FASES DE IMPLEMENTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE AF

FASE 0 – ESTRATÉGIA E OBJETIVOS

Definição clara de quem vai realizar o trabalho (outsourcing ou internamente) e recursos

necessários

FASE 1 – PLANEAMENTO

Estruturação de todo o processo, desde a definição de quem levará a cabo a tarefa, até à

escolha de quem ou quê, se vai utilizar na recolha de informação.

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FASES DE IMPLEMENTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE AF

FASE 1 – PLANEAMENTO

a) Definição de objetivos = utilizações do produto final da AF (seleção?)

b) Determinação das funções a estudar

c) Elaboração do cronograma de trabalho

d) Escolha das técnicas e dos métodos

e) Enquadramento legal do processo

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FASES DE IMPLEMENTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE AF

FASE 2 – PREPARAÇÃO

Preparação dos meios logísticos necessários:

a) Preparação dos analistas

b) Preparação do material (formulários, impressos, materiais, etc.)

c) Preparação do ambiente (informação e envolvimento de todos)

 ANÁLISE DE FUNÇÕES
FASES DE IMPLEMENTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE AF

FASE 3 – EXECUÇÃO

a) Recolha e triagem dos dados

b) Redação provisória das descrições e especificação de funções

c) Revisão da informação com os empregados, com o grupo de trabalho

e/ou supervisores

d) Redação definitiva da AF
 ANÁLISE DE FUNÇÕES
FASES DE IMPLEMENTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE AF

FASE 4 – UTILIZAÇÃO DOS PRODUTOS DA AF

Utiliza-se o produto final para alcançar os objetivos inicialmente traçados.

Pode elaborar-se um manual de AF, que poderá ser usado por qualquer

trabalhador.
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FASES DE IMPLEMENTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE AF

FASE 5 – UTILIZAÇÃO FUTURA E ATUALIZAÇÃO

Para atualização da informação, fazer um questionário anualmente às chefias

indagando sobre possíveis modificações. OU, incentivar as chefias a

avisar sempre que ocorram mudanças no conteúdo do trabalho.

 ANÁLISE DE FUNÇÕES
SÍNTESE

Um programa de AF bem estruturado acarreta vários benefícios:

- Incremento do ajustamento entre trabalho e trabalhador

- Reestruturação de processos de trabalho

- Requalificação de funções

- Aumento do nível motivacional dos trabalhadres