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UNIFACEMA
Calcificação e Cicatrização
Prof. Carlos Augusto Silva de Azevedo
CALCIFICAÇÃO
Calcificação
CALCIFICAÇÃO
Calcifilaxia caracteriza-se por necrose na pele causada por oclusão vascular associada
a calcificação de pequenos vasos subcutâneos. Pode ser causada por hipercalcemia,
como insuficiência renal, hiperparatireoidismo ou hipervitaminose D; em pacientes
com diabetes melito e doenças autoimunes ou inflamatórias crônicas com níveis
séricos normais de cálcio e fosfato.
O prognóstico é ruim; metade dos pacientes falece no primeiro ano após o diagnóstico.
CLASSIFICAÇÃO DA CALCIFICAÇÃO
Calcificação distrófica
Quando ocorre o acúmulo de sais em tecidos previamente lesados. A aterosclerose, por
exemplo, facilita a deposição de sais e a consequente formação de placas. No entanto, a
calcificação distrófica não traz maiores consequências para o local.
Calcificacão metastática (ou discrásica)
Quando ocorre um aumento anormal do teor de cálcio no sangue (hipercalcemia), não
necessitando de uma lesão prévia. Tal aumento causa a precipitação do íon cálcio ao se
unir com o fosfato. Esse processo pode ocorrer em diversos tecidos do corpo, chegando
a comprometer suas funções.
Calculose ou Litíase
Calcificação em estruturas tubulares diferentes de vasos sanguíneos. Ex.: Cálculos de
oxalato de cálcio (cálculo nos rins).
CALCIFICAÇÃO DISTRÓFICA
É uma deposição de cálcio nos tecidos normais circundantes, sempre que houver
hipercalcemia.
Hipercalcemia resulta de várias causas, sendo a principal delas hipersecreção de
paratormônio.
O paratormônio: (1) eleva a calcemia porque estimula a atividade osteoclástica e a
reabsorção óssea; (2) favorece a entrada de cálcio nas células.
É mais disseminada no organismo que a distrófica, decorre da absorção abundante
de cálcio no tubo gastrointestinal por excesso de vitamina D; e da mobilização
excessiva de cálcio dos ossos, devido a imobilização prolongada, de osteólise
(mielomas ou metástases ósseas); e do hiperparatireoidismo primário ou secundário
(renal, nutricional ou por síndrome para-neoplásica).
CALCIFICAÇÃO METASTÁTICA
Calcificação metástica
Epitelização
A epitelização ou migração é a proliferação celular basal e migração das células
epiteliais na ponte de fibrina, que rejuvenesce a derme.
Nas primeiras vinte e quatro a trinta e seis horas, para que a ferida seja recoberta, há a
proliferação de células do epitélio.
Queratinócitos, células epiteliais e células tronco epiteliais migram para o centro da
ferida. Induzindo a contração, aproximação das bordas e neoepitelização da lesão. Essa
camada é fina e superficial, porém cria uma espécie de barreira para bactérias e corpos
estranhos.
FASE PROLIFERATIVA
Fibroplasia
É a produção de colágeno pelos fibroblastos, que torna a ferida mais forte e resistente. Os
fibroblastos têm origem a partir de células mesenquimais quiescentes, que são ativadas, e
produzem os componentes da matriz extracelular.
A função principal é a formação de colágeno, principal proteína estrutural do corpo e
responsável pela sustentação e força tênsil da cicatriz.
Depois do desbridamento da ferida, de um a três dias após a lesão, as células migram para
o local. Mediadores liberados por macrófagos intensificam a ativação dos fibroblastos e
sua migração para o centro da ferida.
Os fibroblastos, nutridas pelos neo-vasos, produzem matriz extracelular com grandes
quantidades de fibronectina (responsável pela adesão da célula) e ácido hialurônico
(promove resistência à compressão), que substitui a inicialmente formada na hemostasia.
A matriz é modificada e tornar o ambiente mais favorável à fixação e imobilidade das
células e permite a maturação dos neo-vasos em capilares e os fibroblastos que passam a
FASE PROLIFERATIVA
Tecido de Granulação
O colágeno tipo III produzido inicialmente, que é mais fino e orientado paralelamente à
pele, é substituído por um colágeno mais espesso direcionado ao longo das linhas de
tensão, aumentando a força tênsil da lesão.
Ligações covalentes são formadas entre os feixes de colágeno, com aumento das
ligações transversas e melhor alinhamento dos feixes ao longo das linhas de tensão.
FASE DE MATURAÇÃO
O novo colágeno sintetizado não é tão organizado como o da pele sadia. Para ser eficaz,
a neo-vascularização é fundamental e, de forma mútua, a matriz de colágeno é um
estímulo da angiogênese.
Uma boa cicatrização depende do equilíbrio da quebra da matriz antiga (através de
colagenoses liberadas por macrófagos e leucócitos) e maior deposição da nova matriz.
Após atingir a estabilidade entre produção e destruição, que demora cerca de quatro
semanas, começa a fase de maturação do colágeno, que dura de meses a anos.
Os fibroblastos na periferia da ferida são diferenciados em miofibroblastos, proteínas
contráteis que “puxam” as bordas, permitindo a contração das margens e fechamento da
lesão.
Após a resolução do reparo, essas células sofrem apoptose. Se essas células não forem
destruídas, vai haver maior síntese de matriz e contração da lesão, que pode resultar em
queloide (cicatriz hipertrófica).
Resultado da fase de maturação
A fase aguda da cicatrização da ferida chega a seu fim com cessação da neoangiogênese,
redução do fluxo sanguíneo e atividade celular e bioquímica.
O resultado é o fechamento completo da ferida, com restauração (não completa) da força
mecânica e formação da cicatriz.
Há a repigmentação, quando os melanócitos começam a proliferar, e isso ajuda a
restaurar a cor normal da pele danificada, fechando o ciclo de cicatrização.
Fatores que influenciam a cicatrização
Fatores locais
O tipo, tamanho e o local da lesão.
Isquemia local – lesão vascular ou compressão. Falta nutrientes e O2, reduz pH,
aumenta concentração de catabólicos;
Infecções e corpos estranhos – exacerba a inflamação e desequilibra a síntese e
destruição da MEC;
Temperatura local – modifica o fluxo sanguíneo;
Baixa perfusão tecidual – reduz aporte de nutrientes e O2, ex.: úlceras de decúbito,
ulceras crônicas em pacientes com varizes ou vasculopatia diabética.
Irradiação - evita mitose interrompendo a produção de tecido cicatricial e provocando
úlceras.
Lesões muito extensas ocorre uma reparação incompleta que pode comprometer o
órgão.
Fatores que influenciam a cicatrização
Fatores Sistêmicos
É o reparo do tecido por meio da proliferação de células do tecido que sobreviveu a uma
lesão e possui a capacidade de divisão por meio da maturação das células-tronco presente
nos tecidos.
Na regeneração, o tecido consegue voltar o seu estado normal com troca de elementos
danificados.
A regeneração ocorre sempre nas células epiteliais do intestino e da pele, fígado, pulmão.
Na regeneração os hepatócitos são convertidos com metabolismo ativo que entra na
circulação para replicação celular
A interação entre as células do estroma (fibroblastos, células do sistema imune e
endoteliais) e a MEC é fundamental para o controle da proliferação celular e para a
renovação do tecido.
Classificação dos tecidos baseado na habilidade de multiplicação
celular
Tecidos lábeis ou de divisão contínua: as células possuem a capacidade de se
proliferar por toda a vida, substituindo as que estão velhas ou destruídas. Temos como
exemplo os epitélios, células da medula óssea vermelha e tecidos hematopoiéticos.
Tecidos permanentes ou não divisores: são formados por células que não podem ser
submetidas à divisão mitótica devido o seu grau de especificidade. Exemplos são os
neurônios e as células musculares.
REGENERAÇÃO
Órgãos que possuem essa capacidade de crescimento compensatório são rins, o
pâncreas, as glândulas adrenais, a tireoide, os pulmões de pacientes jovens e o
fígado.
No caso hepático, a regeneração acontece por meio da replicação de células maduras
sem o envolvimento de célula tronco. Os hepatócitos são células quiescentes que,
estimuladas por determinadas substâncias, possuem a capacidade de multiplicação
celular. Ex: as principais substâncias são as citocinas e os fatores de crescimento
polipeptídeos.
A hepatectomia parcial é possível à restauração hepática, porém não ocorre um novo
crescimento do lobo ressecado na operação. Acontece o crescimento por aumento dos
lobos que permaneceram, caracterizando-se como crescimento compensatório.
Fatores de crescimento envolvidos na regeneração e no reparo tecidual
Fatores de crescimento envolvidos na regeneração e no reparo tecidual
OBRIGADO
REFERENCIA
Processos patológicos [recurso eletrônico] / Fernanda dos Santos Petry... [et al.] ; revisão
técnica: Larissa Abbehusen Couto de Carvalho, Gabriela Augusta Mateus Pereira e
Roberta Dall Agnese da Costa. – Porto Alegre : SAGAH, 2022.