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GERIATRIA

ABUSO FINANCEIRO DO IDOSO


O ABUSO AO IDOSO

OS TIPOS MAIS COMUNS DE ABUSO AO IDOSO INCLUEM ABUSO FÍSICO E


PSICOLÓGICO, NEGLIGÊNCIA E ABUSO FINANCEIRO. CADA TIPO PODE SER
INTENCIONAL OU NÃO. POLIVITIMIZAÇÃO É COMUM. OS AGRESSORES
FREQUENTEMENTE SÃO OS FILHOS ADULTOS, MAS PODEM SER OUTROS
MEMBROS DA FAMÍLIA OU CUIDADORES PAGOS OU INFORMAIS. DE CERTA FORMA,
ESSES TIPOS DE VIOLÊNCIA PODEM ESTAR INTERLIGADOS. 
• O abuso físico é o uso da força, resultando em danos físicos ou psicológicos ou
desconforto.
• O abuso psicológico é o uso de palavras, atos ou outros meios para causar
estresse emocional ou angústia.
• A negligência é a falta ou recusa de oferecer alimentos, remédios, cuidados
pessoais ou outras necessidades; também inclui o abandono. Negligenciar resulta
em dano físico ou psicológico e é considerado abuso.
• O abuso financeiro é a exploração ou desatenção
aos bens ou fundos do indivíduo. Isso inclui burlar,
pressionar uma pessoa para distribuir bens e
administrar de modo irresponsável o dinheiro do
indivíduo.
ABUSO FINANCEIRO É CRIME

• O Estatuto do Idoso, Lei 10.741/2003 prevê como crime a conduta de receber ou desviar bens, dinheiro ou
benefícios de idosos.
• Esse tipo de crime pode ocorrer quando o idoso por necessitar ajuda, confia em pessoa que deveria lhe auxiliar -
alguém próximo, um familiar, funcionário de banco ou outra instituição - e essa pessoa se aproveita da
facilidade de acesso para se apropriar ou desviar os bens ou rendimentos do idoso. 
• Estatuto do Idoso
• Lei Nº 10.741, DE 1º de outubro de 2003.
• Art. 102. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão ou qualquer outro rendimento do idoso, dando-lhes
aplicação diversa da de sua finalidade:
•         Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa.
FATORES DE RISCOS
• Para a vítima, os fatores de risco inclui doenças (crônicas, funcionais e cognitivas)
e isolamento social. Para o agressor, os fatores de risco são uso abusivo de
substâncias, transtornos psiquiátricos, história de violência, estresse e
dependência da vítima (incluindo condições de vida compartilhadas).
COMO IDENTIFICAR O ABUSO?

• É difícil detectar o abuso em idosos, pois muitos sinais são sutis e muitas vezes a
vítima reluta ou não é capaz de falar sobre o abuso. As vítimas podem esconder o
abuso por vergonha, medo de represália ou desejo de proteger o agressor. Às
vezes, quando as vítimas de abuso procuram ajuda, encontram respostas
preconceituosas à sua idade por parte dos profissionais de saúde, que podem, por
exemplo, rejeitar as reclamações de abuso como um diagnóstico de confusão,
paranoia ou demência.
• O isolamento social da vítima muitas vezes dificulta a detecção de abuso em
idosos. O abuso tende a aumentar o isolamento, uma vez que o autor muitas
vezes limita o acesso da vítima ao mundo exterior (nega visitas e telefonemas).
• Obrigar o idoso a assinar um documento ou uma procuração sem o seu consentimento ou
sem que saiba do que se trata.
• Queixa incompatível com a explicação do cuidador/familiar.
• Explicação implausível ou vaga referente à história por parte do paciente ou do cuidador.
• Visitas frequentes ao pronto-socorro por exacerbações de doença crônica, apesar de um
plano de cuidados apropriado e recursos adequados
• Ausência do cuidador quando o paciente funcionalmente debilitado se apresenta ao
médico.
• Relutância do cuidador em aceitar assistência domiciliar (visita do enfermeiro) ou deixar o
paciente idoso sozinho com o profissional de saúde.
Sinais de abuso ao idoso

ÁREA SINAL
Retraimento do paciente
Comportamento Infantilização do paciente pelo cuidador
Insistência do cuidador em fornecer a história
Pouca higiene (p. ex., aparência despenteada e suja)
Aparência geral
Roupas inadequadas
Precária turgidez da pele ou outro sinal de desidratação
Contusões, principalmente múltiplas, em vários estágios de evolução
Pele e mucosas
Escaras de decúbito
Cuidados deficientes de lesões cutâneas estabelecidas
Sangramento retal
Sangramento vaginal
Região geniturinária
Escaras de decúbito
Infestações

Lesões no punho ou no tornozelo sugerem o uso de restrições ou queimaduras de imersão


Extremidades
(distribuição em forma de luva e meia)

Fratura anteriormente não diagnosticada


Sistema musculoesquelético Dor inexplicável
Distúrbio de marcha inexplicável
Sintomas depressivos
Saúde mental e emocional
Ansiedade
INTERVENÇÃO
• A abordagem de equipe interdisciplinar (envolvendo médicos, enfermeiros, assistentes sociais,
advogados, policiais, psiquiatras e outros profissionais) é essencial. Qualquer intervenção anterior
(ordens judiciais de proteção) e a razão para o fracasso devem ser investigadas para evitar a repetição
de erros.

• Se o paciente estiver em risco imediato, o médico em consulta com o paciente deve considerar a
admissão hospitalar, intervenção policial ou mudança para uma casa segura. O paciente deve ser
informado dos riscos e consequências de cada opção.

• Se o paciente não estiver em perigo imediato, devem ser adotadas medidas para reduzir os riscos, mas
são menos urgentes. A escolha da intervenção dependerá da intenção do agressor em prejudicar. Por
exemplo, se o membro da família administrar excessivamente determinado fármaco, pois as instruções
do médico são mal compreendidas, a única intervenção necessária poderá ser a de instruções mais
claras. A super dosagem intencional requer intervenção mais intensa.
DE FORMA GERAL, AS INTERVENÇÕES DEVEM SER ADAPTADAS A CADA SITUAÇÃO. AS
INTERVENÇÕES PODEM INCLUIR:
• Assistência médica;
• Orientações culturalmente sensíveis (orientar as vítimas em relação ao abuso e opções disponíveis,
ajudando-as a elaborar planos de segurança);
• Suporte psicológico para traumas (psicoterapia de curto ou longo prazo para a vítima e possivelmente
a família que reconhece e aborda traumas específicos e o papel do trauma na vida da pessoa);
• Aplicação da lei e intervenção legal (prisão do agressor, ordens de proteção, defesa jurídica, incluindo
a proteção de ativos);
• Alojamento alternativo (habitação de proteção ao idoso, internação em instituição de longa
permanência);
• Encaminhamento a serviços para fornecer suporte básico (como transporte e assistência alimentar) e
reduzir o isolamento social,
PREVENÇÃO

• Os idosos muitas vezes concordam em compartilhar suas casas com os membros da família que têm problemas
de drogas ou álcool ou graves transtornos psiquiátricos. O membro da família pode ter recebido alta de uma
instituição de saúde mental ou de outra e ter ido diretamente para a casa de um idoso sem que ao menos
tenha sido avaliado o risco dessa pessoa em causar abuso. Os médicos, portanto, devem aconselhar os
pacientes, considerando tais condições de vida, especialmente se no passado o relacionamento foi repleto de
tensão.

• Deve-se fazer considerações adicionais para a triagem e contratação de auxiliares domiciliares, tanto de
agências de serviços formais como de acordos privados informais. Uma proporção pequena, mas significativa,
dos pacientes que utilizam auxiliares domiciliares relatam preocupações com roubo, negligência ou maus-
tratos. A triagem e o treinamento desses trabalhadores podem ajudar na prevenção de maus-tratos.

• Os pacientes também podem diminuir ativamente o risco de abuso (pela manutenção de relações sociais,
aumentando os contatos sociais e comunitários). Devem procurar aconselhamento jurídico antes de assinar
quaisquer documentos relacionados ao local onde vivem ou àqueles que tomam decisões financeiras por eles.
Trate o idoso assim como você gostaria de ser tratado nesta idade.
GRATIDÃO.

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