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Claretiano – Centro Universitário de Rio Claro

Desenvolvimento do Conhecimento Cirúrgico


Propedêutica Cirúrgica

NEOPLASIAS DE CÓLON E
RETO

LARA COCHETE MOURA FÉ


- GRADUAÇÃO EM MEDICINA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO
PARÁ (UFPA)
- CIRURGIA GERAL - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE
LONDRINA (UEL)
- CIRURGIA DE CABEÇA E PESCOÇO - SANTA CASA DE
LIMEIRA
Aula passada
Aula passada
Roteiro

Pólipos intestinais 🚩
 Pólipos adenomatosos
 Pólipos não-neoplásicos
 Abordagem ao paciente com pólipo
 Síndromes genéticas
 Polipose adenomatosa familiar (PAF)
 Polipose juvenil familiar
 Síndrome de Peutz-Jeghers
 Câncer colorretal
Pólipos Intestinais

Lesões na superfície interna do TGI, projetando-se


para a luz do órgão

Divertículo Pólipo
Pólipos Intestinais

Esporádicos x síndromes hereditárias


Possibilidade de sangramento
Pólipos adenomatosos (75%) -
lesões pré-malignas
 TODO PÓLIPO COLÔNICO ENCONTRADO DEVE
SER RESSECADO E ENVIADO PARA ANÁLISE
HISTOPATOLÓGICA
Pólipos Intestinais

Classificação:
 Neoplásicos x não-neoplásicos
 Neoplásicos:
 Malignos (adenocarcinomas)
 Benignos (adenomas)
 Não-neoplásicos
 Hiperplásicos
 Inflamatórios
 Hamartomas
Pólipos Intestinais

Classificação:
 Solitários x múltiplos
 Pedunculados x sésseis
Pólipos Adenomatosos

Pólipos neoplásicos benignos


↑ Incidência com a idade
Epitélio displásico - precursor do câncer (mas
nem sempre evolui para tal)
Pólipos Adenomatosos

Classificação:
 Tubular x viloso x tubuloviloso
 Tubular: + comum e melhor prognóstico
 Viloso: pior prognóstico
 Tubuloviloso: prognóstico intermediário

OSO
VIL ÃO 👹
Pólipos Adenomatosos

Principais fatores de risco para malignização de


um pólipo adenomatoso:
 Tamanho
 Tipo histológico (viloso)
 Grau de displasia (alto grau)
Pólipos Adenomatosos

Apresentação clínica:
 Maioria assintomáticos
 Hematoquezia = queixa + comum
 Retais: podem ser palpáveis pelo toque
 Pode ocorrer prolapso pelo ânus (raro)
Pólipos Adenomatosos

Diagnóstico:
 Radiológico (clister opaco)
 Endoscópicos
 Colonoscopia é obrigatória
Pólipos Não Neoplásicos

Hiperplásicos:
 Pólipos colorretais + comuns
 Reto e sigmoide
 Não necessita obrigatoriamente de colonoscopia

 Pólipo serrilhado = tecido hiperplásico + áreas de displasia


(adenomatosas)
Pólipos Não Neoplásicos

Hamartomatosos:
 Juvenil, Peutz-Jeghers
 Geralmente, pedunculados e grandes
 Tendência ao sangramento, intussuscepção e ao prolapso
pelo reto
Pólipos Não Neoplásicos

Inflamatórios:
 Resultante da regeneração e cicatrização dos processos
inflamatórios
 Doenças inflamatórias intestinais
 ↑ Risco de câncer
Abordagem ao paciente com pólipo

Achei um pólipo = POLIPECTOMIA


 Se maligno… Foi curado?
 Todo o pólipo foi ressecado
 Margens livres
 Histologia bem diferenciada
 Ausência de invasão vascular ou linfática
 Se não foi curado… Cirurgia!
Abordagem ao paciente com pólipo

Achei um pólipo = POLIPECTOMIA


 Quando repetir a Colonoscopia?
 Ressecção piecemeal: seis meses
 Alto risco: três anos
 Baixo risco: cinco anos
 Colonoscopia normal: rastreamento habitual
 Varia conforme história familiar ou pessoal
 Se síndromes genéticas, seguir a vigilância específica
Polipose Adenomatosa Familiar (PAF)

Síndrome de polipose hereditária + comum


Distúrbio autossômico dominante
Surgimento de numerosos pólipos adenomatosos
que “atapetam” todo o cólon e reto
 Pólipos gástricos e duodenais
Polipose Adenomatosa Familiar (PAF)

Mutações no gene APC (Adenomatous Polyposis


Coli)
Hipertrofia congênita do epitélio retiniano
Probabilidade de câncer colorretal ~100% por
volta dos 40 anos 🚩
 Colectomia profilática (antes dos 20 anos)
 EDA regular para screening de tumores
gástricos/duodenais
Polipose Adenomatosa Familiar (PAF)

E os familiares?

Teste genético para


Negativo ou impossibilidade de
a mutação do gene
Positivo APC no paciente
realizar o teste

Retossigmoidoscopia anual a
partir de 10-12 anos, até os 35-
Teste genético para
40
a mutação do gene Positivo
anos (3/3 anos)
APC nos familiares

Negativo Retossigmoidoscopia anual a


partir dos 10-12 anos, até 35-40
anos (após, 3/3 anos)

Sem condutas adicionais


Polipose Adenomatosa Familiar (PAF)

Variantes da PAF
 Síndrome de Gardner:
 Polipose colorretal associada a osteomas e tumores de tecidos
moles
Polipose Adenomatosa Familiar (PAF)

Variantes da PAF
 Síndrome de Turcot:
 Polipose colorretal associada a tumores do SNC
(meduloblastoma e glioblastoma)
Polipose Juvenil Familiar

Autossômica dominante
 Pólipos hamartomatosos juvenis colorretais
 Infância ou adolescência (4-14 anos)
 Síndrome de Cowden - polipose juvenil familiar + pólipos
hamartomatosos em pele e mucosas, tumores faciais, orais e
hiperceratose palmoplantar
Síndrome de Peutz-Jeghers

Autossômica dominante
Pólipos hamartomatosos em todo o TGI +
manchas melanóticas na pele e mucosas
Síndromes Poliposas Familiares

Síndrome de Síndrome
Características PAF clássica
Gardner de Turcot

Tipo Adenoma Adenoma Adenoma

Osteomas
mandibula-
Osteomas, res e cranianos
hiperpig- Tumores de
mentação tecidos moles
Tumores no SNC
retiniana (tumores
Manifestações (medulo-
hipertrófica, desmoides,
associadas blastoma e
tumores cistos sebáceos,
glioblastoma)
desmoides lipomas,
(+ frequente no fibromas…)
mesentério) Dentes
supranume-
rários

Malignização
Sim Sim Sim
colorretal
Síndromes Poliposas Familiares

Síndrome de Síndrome
Características Polipose Juvenil
Peutz-Jeghers de Cowden

Hamartoma
Focos
Tipo Hamartoma Hamartoma
adenoma-
tosos

Triquilemo-
Lesões Hemorragias mas faciais,
pigmentares na digestivas, Ganglioneuro-
Manifestações
cavidade oral, intussus- matose colônica,
associadas
lábios, mãos e cepção e acantose
pés obstrução gliconeogê-
nica do esôfago

Malignização
Possível Possível Rara
colorretal
Câncer Colorretal

Adenocarcinoma - 95%
75% esporádico
Câncer Colorretal

Rastreamento 🚩🚩🚩:
 Em quem?
 Indivíduos SEM história familiar
 Quando?
 A partir de 45/50 anos até 75/85 anos
 Como?
 Colonoscopia a cada dez anos (+ sensível)
 OU
 Colonoscopia virtual a cada cinco anos
 OU
 Retossigmoidoscopia flexível a cada cinco anos
Câncer Colorretal

Rastreamento 🚩🚩🚩:
 Em quem?
 Indivíduos COM história familiar
 Quando?
 Parente de 1º grau teve Ca com < 60 anos OU dois parentes de 1º
grau acometidos:
 40 anos

 OU
 Dez anos a menos que a idade do parente diagnosticado + jovem

 Como?
 Colonoscopia a cada cinco anos
Câncer Colorretal

Clínica:
 Fases precoces = totalmente assintomático
 Sangramento (oculto ou exteriorizado)
 Dor abdominal
 Alteração do hábito intestinal (constipação ou diarreia)
 Presença de massa abdominal palpável
Câncer Colorretal

Clínica:
 Cólon esquerdo (descendente, sigmoide):
 Alteração do hábito intestinal (constipação progressiva ou
constipação alternada por diarreia)
 Cólon direito (ascendente, ceco):
 Sangue oculto nas fezes e anemia ferropriva
 Geralmente, maiores e mais invasivas ao diagnóstico
 Reto:
 Hematoquezia de pequena monta, persistente ou intermitente
 Podem ser sentidos no toque retal
Câncer Colorretal

Diagnóstico:
 Suspeita clínica
 Exames:
 Retossigmoidoscopia flexível
 Clister opaco
 Colonoscopia (padrão-ouro)
Câncer Colorretal

Diagnóstico:
 Clister opaco
 “Sinal da maçã mordida”
Câncer Colorretal

Avaliação de metástases à distância:


 TC de abdome
 Hepáticas (+ comuns)
 Implantes peritoneais e suprarrenais
 Rx de tórax:
 Pulmão (2ª mais comum)
 Se CEA > 10 ng/mL - TC de tórax

 TC de crânio e cintilografia óssea - apenas se houver


sintomas
Câncer Colorretal

E o CEA (antígeno carcinoembrionário)???


 Valor prognóstico, mas não diagnóstico!
Câncer Colorretal

Tratamento:
 Tratamento neoadjuvante: RT +- QT
 Ressecção com margem
 Tratamento adjuvante:
 Câncer retal RT + QT
 Câncer de cólon QT
Câncer Colorretal

Tratamento:
 Ressecção com margem
 Cólons:
 Hemicolectomia D/E, Transversectomia
 Reto:
 Excisão local transanal (< 5%)
 Ressecção anterior baixa, com anastomose colorretal ou
coloanal (RAB)
 Amputação Abdominoperineal do reto
 Urgência: derivação intestinal (Hartmann + usada)
Câncer Colorretal

Tratamento:
 Doença metastática NÃO CONTRAINDICA tratamento
curativo
 Cirurgia para ressecção de metástases
hepáticas/pulmonares
Câncer Colorretal

Seguimento pós-operatório:
 Consulta + CEA: 3-6 meses (dois anos)
 Colonoscopia: após um ano - repetir após três anos - depois,
5/5 anos
 TC de abdome/pelve: anual
Dúvidas??
 Até 13/11

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