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TRM

Traumatismo Raqui Medular


 lesão da medula espinhal,
 alterações temporárias ou permanentes

função motora, sensibilidade ou


função autonômica.
Pode ser
 Completas: completa perda da função sensitiva e motora
mais do que três segmentos abaixo do nível da lesão

 Incompletas: presença de alguma função motora ou


sensitiva mais do que três segmentos abaixo do nível da
lesão

 Primária: lesão imediata ao trauma devido a contusão


mecânica e hemorragia.

 Secundária: sequência de eventos bioquímicos


autodestrutivos que podem durar horas ou dias que levam
a disfunção e morte celular
Sinais e sintomas
 Choque medular:
• Ausência de impulsos abaixo do nível da
lesão: sensibilidade, motricidade e reflexos
• Paralisia flácida
• Perda sensitiva
• Arreflexia superficial e profunda
• Alteração SNA: vasodilatação paralítica,
transpiração, hipotensão, dificuldade controle
da temperatura corporal
• Alterações esfíncterianas c/ arreflexia vesical
e atonia intestinal
 Homens – ausência de ereção e ejaculação
 Mulheres – ausência de lubrificação vaginal,

amenorréia de até 3m.


 Insuficiência respiratória

Tempo de duração:
2 a 12 semanas retorno atividade
mm reflexa
Término do choque
 Retorno do reflexo bulbo cavernoso:
tracionando-se abruptamente, porém com
delicadeza, a sonda vesical, ou apertando a
glande peniana e observando a presença da
contração do esfíncter retal.
A ausência do tônus esfincteriano indica que
o paciente está na vigência do choque
medular.
Tipos de lesão
 Lesão Neurônio Motor Inferior: permanece o
quadro
 Lesão Neurônio Motor Superior Completa:

retorna a atividade medular reflexa


 Lesão Neurônio Motor Superior Incompleta: fase

inicial – choque medular 24 a 48 hs,


aparecimento de algumas funções medulares
distais a lesão – raízes sacrais:
flexão do hálux – S 1
sensibilidade perianal – S 2 – S 4
 Imutabilidade até 72 hs = dano completo –

transecção medular
Fase Retorno Atividades Medular
Reflexa
 Reorganização das estruturas abaixo da lesão
 Espasticidade e automatismos medulares c/
resposta localizada ou massa
 Hiperreflexia profunda
 Resposta plantar em extensão
 Paralisia flácida e hipotrófica em grupos
musculares correspondentes ao nível da lesão
(corno anterior) ou raiz comprometida
 Bexiga e intestino c/ eliminação reflexa de fezes e
urina c/ intervalos regulares
 Recuperação dos reflexos vasomotores
Fase de Ajustamento
 Adaptações necessárias a máxima
independência
 Domiciliares
 Profissionais
 Atividades esportivas
Importante
 Nível da lesão
 Condições familiares
 Condições socioeconômicas
 Complicações secundárias
 Estado psicológico
Metas funcionais Pct TRM
Nível Musculatura Potencial de Reabilitação
preservada
C4 Trapézio Cadeiras de rodas motorizada
Esternocleido com controle cefálico ou oral
diafragma Dependente nas AVDs e
transferências
Ortostatismo em prancha
C5 Deltóide Cadeira de rodas motoriza c/
Bíceps diminuído adaptação p/ controle manual
Rotadores externos Semidependente em AVDs –
c/ adaptação
Dependente em
transferências
C6 Bíceps Cadeira de rodas motorizada ou
Extensor radial do carpo comum c/ pinos no sobrearo
mm escapular: peitoral >, Semi-independente AVDs – adaptações
serrátil ant,infra Semi-independente transferências –
espinhoso, redondo <, grd mesmo plano = uso de tábuas deslizar
dorsal Ortostatismo prancha / stand in table
Tríceps - traços
C7 Tríceps fraco CR comum/adaptada
Flexor radial do carpo Independente em AVDs – transferências
Extensor longo do polegar c/ adaptação
Ortostatismo – stand in table
C8 Tríceps CR comum
Extensor comum dos Independente me transferências
dedos, indicador, ulnar do Independente em AVDs – exceto
carpo. complementos
Flexor ulnar do carpo, Ortostatismo stand in table ou órtese
profundo dos dedos e longa, cinto e apoio manual (rara//)
T1 Intrínsecos Idem ao ant
Oponente do polegar Independente em AVDs
T2- Intercostais sup CR comum p locomoção
T6 mm MMSS Indep AVDs
abdominais Transferência e carro adaptado
Ortostatismo: órtese longa +
cinto pélvico
T7– Paravertebrais Indep AVDs
T 12 Transferência e carro adaptado
Marcha pouco funcional c/
órtese longa, cinto pélvico e
muletas – curtas distâncias
L1– Ileo-psoas Órtese longa bilateral +
L2 muletas = macha
L3– Quadríceps Órtese curta bilateral +
L4 Tibial ant muletas / bengalas
Lesão sacral ou cauda equina
 Prognóstico motor – muito bom, quase toda a
musculatura preservada

 Maior comprometimento da função sexual,


micção e defecação. S3 a S5
Testes do Neurônio Motor Superior:
 Reflexos abdominais e cremastéricos:
ausência = lesão

 Perda assimétrica: sugere lesão no neurônio


motor inferior

 Reflexos Babinski
Complicações
 RESPIRATÓRIAS
 Maior causa de morte na fase aguda
 Acima C 3 incompatível c/ a vida – diafragma,

intercostais, abdominais
 Abaixo C 3 = subnormal
 Imobilização – tosse afetada
 Redução volumes pulmonares
Fisioterapia
 Preventiva:
Exercícios respiratórios
Mobilização geral do pct
Mudança de decúbito
 Curativa: capacidade vital + tosse efetiva
Drenagem postural, percussão e vibração.
Coletes de gesso: janelas
Exercícios respi em pct não entubados – reforço
da musculatura acessória e diafragmática
Alterações Cardiovasculares
 + fase aguda
 Paralisia vaso motora
 Perda dos movimentos
 desuso
Tromboembolismo
 TVP
 Fisio

Suspender mobilização passiva 72 hs


 Diagnóstico:

Assimetria MMI: edema, temperatura, coloração


arroxeada
Teste de Bandeira: diferença na consistência das
panturrilhas
 Mudanças de decúbitos
 Elevação MMII
 Meia Elástica

 Evitar meias apertadas


Hipotensão ortostática
 Regulação do tônus vascular SNA
 Trocas de posturas, horizontal – vertical = ocorre

acúmulo sangue abdômen e MMII


no SNC

Abaixo T 5 = assintomáticos
 Quadro clínico:
 Visão turva
 Palidez cutânea
 Zumbido
 Desmaio
 Taquipnéia
 Precaução:
Elevação – verticalização lenta e gradativa
Uso de prancha para ortostatismo
 Tratamento

Decúbito horizontal
Elevação 4 membros
Faixa abdominal – níveis altos
Meia elástica
Pano úmido na testa
Crise disreflexia autonômica hipertensiva
 Lesão acima de T6
 Pode levar a hemorragia – AVC
 Distensão vesical ou retal
 Estimulação cutânea
 Estiramento muscular
 Útero gravídico

 Sudorese
 Rubidez facial
 Cefaléia
 HAS
 Pilo ereção = arrepio

 ********* controle da PA
 Tratamento prevenção – evitar distensão
vesical / retal
 Tratamento emergencial

Evitar causa desencadeante


Promover esvaziamento intestinal e vesical
Regulação térmica
 Lesão alta = grande intolerância a
temperaturas extremas

 Proteção das extremidades


Osteoarticulares
 Deformidades:
Assimetria muscular
Atitudes viciosas c/ ou s/ espasticidade
 Cuidados:

Posicionamentos
Movimentação passiva
Órteses
 Tratamento:

Alongamentos, termoterapia (cuidado)


Cirúrgico: quando prejudica higiene, posicionamento
e/ou função
Fraturas
 Osteoporose: perda do ortostatismo e a
flacidez muscular = fraturas
 Quadro Clínico:

Edema localizado
Febrícula
Alteração alinhamento ósseo
 RX:
 Imobilização sem gesso – devido alterações
Calcificação periarticular
 Cuidado na mobilização precoce
 Não muito brusco

 Manter ADM

 Decúbito prolongado + Alteração metabolismo

mineral + traumatismo local (macro/micro


hemorragia) + processo inflamatório =
calcificação
 Localização + frequente:

Quadril / joelho / cotovelo (tetra)


 Tratamento: ADM / posicionamento funcional /

medicamentos
Úlceras de pressão
 Déficit sensitivo e alteração na percepção –
mecanismo de proteção das partes moles que
recobrem saliências ósseas = abolido
 Prevenção:

Trocas de decúbitos a cada 2 hs


Higiene e lubrificação da pele c/masso p estimular
a circulação
Lençóis limpos e s/ dobras
Evitar roupas apertadas
Proteção das saliências ósseas – colchão de água,
luvas, meias de espumas – casca de ovo
Tratamento
 Limpeza asséptica da úlcera
 Debridamento da área necrosada
 Agente antibacteriano
 Proteger a região
 Açúcar: altamente hidrófilo – desidrata a bactéria
 Dieta rica em proteína
 Evitar apoio
 Radiação UV, sol
 US, método balão, dose 1,5 a 2 w/cm2
 Laser
 contraste
Graduação da úlcera
 I- pele avermelhada
 II – bolhas
 III – perfurou a derme e epiderme
 IV – está músculo e osso ( pode levar a

osteomielite)
Espasticidade
 Exacerbação do arco reflexo medular.
 Infecção urinária, úlceras espasticidade
 Tende a progredir – 2 anos – regride
 Lesão parcial – atrapalha
 Positiva - AVDs:

Estabilidade joelho em pé
Expulsão de urina
Força d tração nos ossos
 Negativa:

Sentar confortável
Transferências
encurtamentos
Tratamento espasticidade
 Evitar fatores
 Fisio – alongamento
 Medicamentos
 Bloqueio nervoso periférico – fenolização
 Cirurgia ortopédica
 Neurocirurgia: neurotomia / rizotomia
 Órteses = prevenção
 Ortostatismo = alongamento lento e mantido
Alterações gastrointestinais
 Lesão = / abolição peristaltismo +
retenção fecal = fecalomas
 Fase de reeducação = evacuação reflexa

intermitente
 Muito importante: conscientização

Dieta – fibras
Líquidos
Ritmo: horário, supositório, massagem
Ortostatismo + atividade física
Bexiga neurogênica
 Disfunção vesical de origem neurológica – não controla
 Controle urinário:

Córtex: início e interrupção do fluxo


Medula – simpático L2 L3 = enchimento
parassimpático S2 S4 = esvaziamento
Parede vesical – receptores
 Espástica ou Flácida
 Recomendado consumo de água diário = 1,5 lt ou +
 Sonda de cateterismo para total esvaziamento da

bexiga = diminuindo os riscos de infecção urinária e


formação de pedra na bexiga.
Espástica
 Impulsos nervosos espontâneos provocam
contrações inesperadas da bexiga =
resultando em micção acidental em
quantidades grandes
 Espasticidade gera uma tonificação do

músculo da bexiga, diminuindo a capacidade


de armazenamento de urina.
 Geralmente ocorre em lesões medulares

acima da  T-11.
Flácida
 Flácida e distendida e deixará de contrair
totalmente.
 Esvaziamento parcial e perda contínua

involuntária de pequenas quantidades de urina.


 Aumenta os riscos de formação de pedra na

bexiga e infecções do trato urinário = riso de


vida
 Alguns pacientes, também, há uma perda parcial

de controle do esfíncter anal.


 Geralmente é ocasionada por lesões abaixo de T

12.
Tipos de disfunção - LNMS
Bexiga Reflexa
s/ consciência
Esvaziamento involuntário/incompleto
Arrepio

Bexiga Não Inibida:


Sente, porém não controla
LNMI
 Bexiga Autônoma:
Lesão centro sacral da micção, vias de conexão entre a
bexiga e centro sacral de micção = cone medular e
cauda equina = mielo
Flácida e retencionista
Enche e goteja: grave
 Bexiga Paralítico Motora:

Lesão da via eferente = sente cheia mas não esvazia


 Bexiga Paralítico Sensitiva:

Lesão da via aferente = não sente

Discinergismo/ refluxo de urina: cateterismo intermitente


Tratamento Bexiga Neurogênica
 Choque medular:
Evitar hiperdistensão vesical / lesão muscular
Evitar infecções / complicações
 Cateterismo intermitente / sonda de demora =

abrir e fechar a sonda = enchimento e


esvaziamento em intervalos regulares
 Bexiga Neurogênica Autônoma: Bexiga flácida:

Valsalva - da pressão intra abdominal comprime


a bexiga – esvazia
Credé: compressão manual da bexiga =
movimento para dentro e para baixo na região
supra púbica
Cateterismo intermitente:
Refluxo vesical / esvaziamento incompleto =
aumento do volume residual
Resíduo:
>500 ml: cateterismo 3 x dia
500 a 300 ml: 2 x dia
300 a 100 ml: 1 x dia
< 100 ml: suspender cateterismo – qdo
estimulação é suficiente
 Bexiga Reflexa: não inicia nem inibe
 Estimulação supra púbica (interfalangeanos)

Micção reflexa
Alterações sexuais
 Muito importante =
feminilidade/masculinidade persistem
 Choque medular: ausência de:

Ereção peniana e clitoriana


Ejaculação
Lubrificação vaginal
Mulheres – amenorréia 1 a 3 meses
 Retorno atividade medular: reflexo bulbo

cavernoso/cutâneo anal
Ereção
 Psicogênica:
Integridade de vias descendentes até centro
tóraco lombar T 12 / L 1
Estímulos visuais, auditivos, mentais etc
 Reflexa:

Integridade do centro sacral S2 S 4, presente


em LNMS – ausente em LNMI
Estímulo direto na região púbica/peniana
 Ejaculação: + comprometidas

- prejudicadas em LNMI / incompletas


Ejaculação
 + comprometida que a ereção
 - prejudica em pacientes c/ lesão incompleta ou LNMI

 Auxílio =

eletroestimulação perineal
Injeção intratecal de prostigmine
Banco de sêmem

ORGASMO
Lesão completa: estimulação, vínculo etc

FERTILIDADE
♂: 5% ausência de emissão e ejaculação – espermatogênese
deficiente
♀: intacta
Orientação sexual
 Fase de reconhecimento / adaptação /
disposição
 Posições e manutenção da ereção
 Higiene geral
 Esvaziamento vesical e intestinal prévio
 Ausência de ereção = prótese silicone interna

peniana
 Novas formas de prazer

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