Você está na página 1de 32

O CICLO DO CONTATO

PROFª Evelyn de Oliveira

UCDB2017 B
CICLO DO CONTATO
O Ciclo do contato é um instrumento por meio do
qual podemos visualizar o processo de mudança de
uma pessoa
A psicoterapia não tem necessariamente que ver com
cura, mas sim som a mudança que pode levar á cura.
CICLO DO CONTATO
Este processo de mudança ocorre em três níveis:
sensório, motor e cognitivo. A interdependência deles
gera emoções e afetos que são determinantes
poderosos no surgimento e na compreensão do
comportamento.
CICLO DO CONTATO
Cada um destes sistemas tem uma forma de contato
que lhe é própria e, embora numa visão holística,
deva-se admitir que um destes sistemas jamais
funciona isoladamente, devemos também afirmar que
é a interdependência dos três sistemas, em dado
momento e em dado campo, que produz um contato
pleno.
CICLO DO CONTATO
O ciclo do contato é um modelo de descrição diagnóstica e
prognóstica. Ele é um instrumento fenomenológico de
descrição da realidade.
Ao falar-se em Diagnóstico, refere-se a um olhar
fenomenológico descritivo de uma situação experimental
de uma pessoa na sua relação com o mundo que pode ser
captada, no aqui e agora.
CICLO DO CONTATO

Não se trata de um diagnóstico definitivo, estrutural, mas


apenas descrevendo um processo que, naquele momento
da vida da pessoa no mundo, pode ser descrito daquela
forma.
CICLO DO CONTATO

O Ciclo do contato é um instrumento clínico na clínica


fenomelógica gestáltica. Ele descreve situações através das
quais se pode antever, sem concluir, qual a caminhada que
o cliente ou o grupo vêm fazendo ao longo da vida e,
sobretudo, naquele específico espaço de tempo de sua
caminhada.
O ciclo do Contato descreve fenomenologicamente um
modelo que nos aproxima da experiência vivida pelos
nossos clientes.
CICLO DO CONTATO

O Ciclo do contato é visto como ciclo dos fatores de cura e


bloqueios do contato. Ele nos dá uma visão das diversas
formas que o contato assume em um processo pleno, com
começo, meio e fim, mostrando a dinâmica da polaridade
saúde e seus bloqueios.
CICLO DO CONTATO

Cada momento do ciclo é visto como passos de saúde, ou


na direção da saúde, definida por nós como a mais
completa e plena forma de contato. Esses passos ou
processos são chamados, indistintamente na literatura, de
fatores de cura, de mecanismos de cura ou fatores
psicoterapêuticos.
CICLO DO CONTATO

O ciclo está constituído da seguinte maneira e com as


seguintes características:
Traz nove formas de resistência já apresentadas, ao
longo dos anos por Perls, Zinker, os Polster e Crocker,
embora apenas cinco desses mecanismos (introjeção,
projeção, confluência, deflexão e retroflexão) tenham
sido consagrados pela literatura em Gestalt-terapia,
nos Estados Unidos.
CICLO DO CONTATO

Apresenta nove formas polares a esses mecanismos como


fatores de cura, incluindo os processos do ciclo de contato
de J. Zinker (1970, p.84), ou seja, repouso-retraimento,
sensação, consciência, mobilização, ação e contato: traz
ainda “satisfação” de P. Clarkson (1989, p.50), e Ribeiro
(2007) acrescenta “fluidez e interação”.
CICLO DO CONTATO

O Ciclo fecha uma Gestalt, um programa. Pode ser


concebido como um paradigma, um modelo para pensar a
psicopatologia do sintoma, o psicodiagnóstico e, ao mesmo
tempo, como um prognóstico, visando ao processo de
mudança e de cura.
CICLO DO CONTATO

A cura, a mudança, é concebida como função do contato,


como algo relacional entre pessoa-mundo e bloqueio-fator
de cura.
O Self ocupa o centro do ciclo e é concebido como um lugar
de processo. Através do eu, o self se localiza no mundo e é o
centro de convergência da personalidade, é a propriedade
por meio da qual os comportamentos se revelam.
CICLO DO CONTATO
O ciclo traz os seguintes processos, que define-se
como fatores de cura: fluidez, sensação, consciência,
mobilização, ação, interação, contato final, satisfação e
retirada.
CICLO DO CONTATO

Embora cada um de nós possa interromper o ciclo, em


qualquer lugar, existe, no entanto, um ponto onde o
interrompemos de maneira mais constante, que é o
lugar onde nossa energia se bloqueia e onde somos
mais neuróticos.
CICLO DO CONTATO
Todas as vezes que, temos uma necessidade que se
torna figura, nosso ciclo é disparado, para que suas
etapas evoluam até a completude.
Mas nem sempre obtemos a nossa completude, nem
sempre temos a nossa necessidade figural atendida,
permanecendo aquela situação inacabada, a Gestalt
em aberto.
CICLO DO CONTATO
A incompletude pode se dar em diferentes momentos
do ciclo, ou seja, qualquer coisa que venha a
interromper o ciclo, em qualquer etapa, o impedirá de
repousar, ficando a energia mobilizada para tal solução
retida, até que novas oportunidades surjam para sua
completude e posterior retraimento.
CICLO DO CONTATO

A interrupção do ciclo pode ocorrer quando trazemos


para o presente formas antigas de se relacionar com o
meio que já foram úteis, pertinentes, no passado, como
forma de “resistir contra” o que poderia nos fazer mal.
CICLO DO CONTATO

Quando esta resistência é usada de uma forma útil,


enquanto uma defesa, o organismo como um todo será
beneficiado, precisamos reconhecer no contexto como ela é
usada, para compreender o quanto é algo saudável ou não.
CICLO DO CONTATO

A situação se torna patológica quando este processo


(resistência) funciona interrompendo o ciclo, quando este
caminhava na direção da satisfação possível. Temos que
observar sua intensidade, sua maleabilidade, o momento
que intervém e sua oportunidade.
CICLO DO CONTATO

O ciclo do contato corresponde segundo Ribeiro (2006), a


“um modelo (...) que se propõe a explicar didaticamente o
jeito como as pessoas fazem contato, produzindo, vivendo,
se expressando e bloqueando sua relação com o outro”.
CICLO DO CONTATO

É considerado um indicador diagnóstico e de psicoterapia,


assim como afirma Ribeiro “uma Gestalt, um paradigma ou
um modelo para pensar a psicopatologia do sintoma, o
psicodiagnóstico e um programa de cura”
 O ciclo permite um olhar sobre o funcionamento do
indivíduo ao mesmo tempo em que propõe intervenções
terapêuticas.
CICLO DO CONTATO
No centro do ciclo aparece o self . A observação do self
permite um olhar sobre a identidade de uma pessoa em
contato. Uma desarmonia ou interrupção nessa relação
resultaria em um processo psicopatológico.
O ciclo do contato é composto por nove processos
denominados fatores de cura: fluidez, sensação,
consciência, mobilização, ação, interação, contato final,
satisfação, retirada.
CICLO DO CONTATO
Este ciclo do contato corresponde a um ciclo integrado dos
sistemas, níveis e funções que envolvem os fatores de cura e
bloqueios do contato.
Os três sistemas destacados são elementos básicos da
personalidade – motor, cognitivo e sensório-afetivo – e as
funções do self.
Tal disposição do ciclo permite uma visão diagnóstica
rápida ao se identificar os mecanismos do contato nos
sistemas correspondentes e nas funções do self.
CICLO DO CONTATO
O fator de cura é definido por Ribeiro (2007) como:
“(...) um processo por meio do qual a pessoa experiencia,
em dado momento, uma sensação de que algo novo,
portador de mudança e de bem-estar, penetrou no seu
universo cognitivo, e, através de uma consciência
emocionada, provocada pela percepção de uma totalidade
dinamicamente transformadora, sente-se inclinada,
motivada, fortalecida para mudar” (p. 57).
CICLO DO CONTATO
O ciclo do contato, portanto, está relacionado ao processo
de cura e mudança através de uma sequência contínua de
figura-fundo, de trocas com o meio e satisfação de
necessidades.
As necessidades identificadas mobilizam o organismo em
busca de uma resolução.
CICLO DO CONTATO
O organismo diante da satisfação faz o fechamento do seu
processo assimilando toda a experiência.
Durante todo o processo estão presentes funções
perceptivas, motoras e sensório-afetivas que funcionam de
modo integrado na mudança.
CICLO DO CONTATO
Entretanto, durante esse processo pode haver interrupções
ou bloqueios que impossibilitem uma resolução satisfatória
das necessidades do organismo.
De acordo com a teoria da Gestalt-terapia, assim como
apontam Antony e Ribeiro (2004), dizem que os bloqueios
do contato são mecanismos psicológicos que exercem
funções defensivas e constituem padrões de
comportamento e percepção.
CICLO DO CONTATO
Através de tais mecanismos o indivíduo fica impedido de
realizar contatos saudáveis a partir do momento que
mantém, no presente, situações inacabadas.
É importante observar que os mecanismos de defesa
podem ser saudáveis ou patológicos, dependo da forma
como o indivíduo se utiliza deles.
CICLO DO CONTATO

Esses processos do contato possuem uma função saudável


quando empregados flexivelmente, atendendo às condições
da situação e às necessidades do indivíduo.
É necessário observar a freqüência com que os mecanismos
ocorrem e se estão sendo utilizados indiscriminadamente
ou de forma cristalizada.
RIBEIRO,2007
REFERÊNCIAS

RIBEIRO,J.P..O ciclo do contato. São


Paulo:Summus,2007.

Você também pode gostar