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Questão 01

CASO 1

ASB, 21 anos, G0P0, ciclos menstruais regulares.


Queixa-se de discreta dor em fossa ilíaca direita há 3 meses
Ultra-sonografia transvaginal: ovário direito com volume de
30 cm3 e imagem hiperecogênica com sombra acústica
posterior.
Os marcadores tumorais apresentam valores normais.
Investigação Inicial das Massas Anexiais

MASSA
ANEXIAL

OVARIANA EXTRA-
OVARIANA

Funcional Benigna Maligna


Tumores dos Anexos Uterinos
• Alterações funcionais dos ovários
• Cistos foliculares
• Cistos de corpo lúteo
• Cistos teca-luteínicos
• Doenças benignas
• Neoplasias benignas do ovário
• Doenças tubáreas
• Endometriomas
• Resquícios embrionários
• Pseudocistos peritoneais
• Tumores malignos
• Epiteliais
• Estromais
• Células germinativas
• Metastáticos
Dez regras simples para identificar um tumor maligno ou um
tumor benigno de ovário. (IOTA, 2008)

Parâmetros para predizer um tumor Parâmetros para predizer um tumor


maligno benigno
M1- Tumor sólido e irregular B1- Unilocular

M2- Presença de ascite B2- Presença de componente sólido


com no máximo 7mm de diâmetro
M3-No mínimo 4 estruturas papilares B3- Presença de sombra acústica
posterior

M4- Tumor sólido multilocular com B4- Tumor multilocular com maior
maior diâmetro ≥ 100mm diâmetro <100 mm
M5- Intensa vascularização B5- Ausência de vascularização

Se um ou mais parâmetros M ocorrerem na ausência de parâmetros B, a massa é classificada como maligna.


Se um ou mais parâmetros B ocorrerem na ausência de parâmetros M, a massa é classificada como
benigna.Se parâmetros M e B ocorrerem concomitantemente a massa não pode ser classificada.
IOTA
Conduta nos Cistos Funcionais
Cisto Funcional

Observação

Regressão Persistência

Massa persistente
Funcional

Doença Benigna
Conduta na Doença Anexial Benigna
< 5 cm
USG benigno
Doença Benigna Assintomática
Estável 1 ano
{Ferrazzi et al., 2005}

Vídeo-laparoscopia Diagnóstica
e Avaliação Macroscópica Observação

Benignidade Suspeita

Congelação
B M Laparotomia

Cirurgia Vídeo-laparoscópica
Questão 01

CASO 1

Neste caso a principal hipótese diagnóstica e a


conduta inicial são:

A. Neoplasia maligna do ovário – Laparotomia


.B. Doença ovariana benigna – Laparoscopia
C. Massa funcional – Observação por 3 meses
D. Doença ovariana benigna – Punção ultra-sonográfica
para diagnóstico
Caso 1 - Laparoscopia
Questão 02

CASO 1

Diante deste achado, qual deverá ser a conduta


intra-operatória:

A. Considerar maligno e converter para laparotomia


B. Considerar como benigno e realizar ooforectomia vídeo-
laparoscópica

.C. Considerar como benigno e realizar ooforoplastia vídeo-


laparoscópica
D. O ovário é normal e deve-se encerrar o procedimento
Caso 1 - Laparoscopia
Questão 01

CASO 2

JGC, 61 anos, G2P1A1, menopausada há 15 anos


assintomática, a ultra-sonografia transvaginal
revela ovário esquerdo cístico com volume de 45
cm3 e papila de 5 mm no interior. O exame de 6
meses antes mostrava cisto de 30 cm3 e cápsula
regular
O CA 125 é 17U/ml
Questão 01

CASO 2

Nesta situação:

A. A probabilidade de malignidade é alta e deve-se realizar


laparotomia
.B. É necessário excluir malignidade, mas a probabilidade é
baixa e deve-se realizar vídeo-laparoscopia
C. Pode-se puncionar por ultra-sonografia para avaliação
da citologia interna do cisto
D. O melhor é manter a conduta expectante
CASO 2

Esta é a imagem da pelve e da lesão:


Questão 02

CASO 2

Diante deste achado, qual deverá ser a conduta


intra-operatória:

A. Considerar maligno e converter para laparotomia


.B. Considerar como benigno e realizar ooforectomia vídeo-
laparoscópica
C. Considerar como benigno e realizar ooforoplastia vídeo-
laparoscópica
D. Considerar benigno e puncionar o cisto
Caso 2 - Laparoscopia
Caso 3
História Clínica

• EDC, 32 anos, branca, solteira, professora,


natural de Ribeirão Preto.

• HMA: aumento do fluxo menstrual há 1 ano,


intervalo de 21 dias, duração de 7-8 dias e
fluxo aumentado. Associado a desânimo e
sonolência há 3 meses.

• Nega antecedentes pessoais e familiares.


Exame Físico

• Exame físico geral: bom estado geral, descorada


2+/4+ hidratada, PA: 110/80mmHg, FC: 88 bpm

• Especular: sem sangramento ativo, colo


aparentemente epitelizado, sem lesões vaginais.

• Toque: útero de tamanho normal, anexos sem


alterações.
Fluxograma de investigação
Sangramento uterino

normal US-TV Anormal

normal Histerossonografia Anormal

normal Histeroscopia diagnóstica Anormal

Biópsia ? Guiada para lesão focal Biópsia


Dirigida para lesão difusa
Pergunta 1
Nesta momento o que você faria para o diagnóstico
diferencial e programação terapêutica?
a) Realizar biópsia do endométrio no consultório

b) Solicitar hemograma e ultrassonografia

c) Realizar o teste da progesterona

d) Os dados clínicos apresentados são suficientes para se

iniciar terapêutica.

e) Solicitar histeroscopia diagnóstica


Exames Complementares

• US-TV: útero de contornos regulares, textura heterogênea, apresentando


em parede anterior nódulo submucoso, deslocando posteriormente a
cavidade endometrial com 80% de componente submucoso e 20% de
intramural, medindo 3,5 x 3,2 x 2,9mm, endométrio de 6mm, volume total
88,8cm3, distância entre a serosa e o nódulo de 1,3cm.
• Hemograma: Hb – 9.1mg/dl, Ht – 30,7%
Pergunta 2
Neste momento o que você faria?

a) Histerectomia total abdominal

b) Histerectomia vaginal

c) Tratamento medicamentoso pré-operatório

d) Tratamento medicamentoso exclusivo

e) Histeroscopia diagnóstica
Pergunta 3
Qual sua hipótese diagnóstica?

a) Leiomioma intra-mural

b) Pólipo endometrial

c) Leiomioma submucoso

d) Hiperplasia endometrial

e) Útero unicorno
Pergunta 4
Para este caso, qual sua conduta?

a) Miomectomia aberta

b) Miomectomia histeroscópica em 2 tempos

c) Tratamento medicamentoso pré-operatório

d) Miomectomia histeroscópica em tempo único

e) Miomectomia laparoscópica
Escolha para o caso

• Após expor os riscos e benefícios, a


decisão entre o médico e a paciente foi
pelo tratamento medicamentoso
seguido de cirurgia.
• Foi obtido o consentimento pós-
informado.
Pergunta 5
Considerando os benefícios, os riscos e o
custo, qual a sua opção de tratamento
medicamentoso?
a) Análogo de GnRH trimestral – 1 dose

b) Análogo de GnRH trimestral – 2 doses

c) Acetato de medroxiprogesterona injetável 150 mg IM/ 3 meses

d) Acetato de medroxiprogesterona injetável 150 mg IM/ 6 meses

e) Levonorgestrel 0,15 mg + etinilestradiol 0,03 mg / dia contínuo por 6

meses
• Conclusão:
– A combinação entre tratamento clínico e
cirúrgico diminui o limite para realização
do procedimento histeroscópico além de
evitar histerectomias ou miomectomias
abertas num grupo selecionado de
pacientes
• O uso de GnRHa é eficiente no
tratamento do mioma submucoso
pois:
– Reduz o tamanho do mioma entre 10 a
60%
– Reduz o endométrio e a vascularização
local
– Permite uma cirurgia mais fácil
Após Análogo de GnRH trimestral – 1 dose

• A paciente queixa-se de ondas de calor


frequentes e ressecamento vaginal
• Está em amenorreia desde a primeira
aplicação da medicação
• Hb: 12,8mg/dl
Caso 4
História Clínica

• Paciente com 67 anos, G2P1A1, casada, do lar,


natural de Serrana – SP, menopausada há 15 anos,
sem uso de hormonioterapia.

• HMA: Apresentou sangramento vaginal mínimo há 20


dias, episódio único, sem outras queixas associadas.

• Refere HAS, DM tipo II e dislipidemia controladas e


rotina ginecológica há 6 meses sem alterações.
Exame Físico

• Especular: colo e vagina sem lesões


visíveis, sem sangramento no momento.

• Toque: colo atrófico, aplanado, de


tamanho reduzido, anexos não palpados.
Pergunta 1
Neste momento, visando o diagnóstico diferencial e
o planejamento terapêutico, em sua opinião é
essencial:

a) Realizar biópsia do endométrio no consultório

b) Solicitar ultrassonografia

c) Realizar o teste da progesterona

d) Os dados clínicos apresentados são suficientes para se iniciar

terapêutica hormonal para controlar sangramento.

e) Solicitar histeroscopia diagnóstica


Ultrassonografia Transvaginal

• Volume uterino: 44 cm3.


• Eco endometrial de 7 mm de espessura.
• Anexos não visibilizados.
Pergunta 2
Como prosseguir a investigação da
cavidade uterina?

A. Solicitar histerossonografia

B. Curetagem uterina fracionada

C. Histeroscopia diagnóstica

D. Biópsia endometrial com Pipelle no consultório

E. Parar a investigação pois espessura endometrial é normal


Histeroscopia
Pergunta 3
Qual o diagnóstico histeroscópico e a melhor conduta inicial?

A. Polipo endometrial / Histeroscopia cirúrgica

B. Polipo endometrial / Biópsia dirigida

C. Câncer de endométrio / Biópsia dirigida

D. Câncer de endométrio / Histeroscopia cirúrgica

E. Leiomioma submucoso / Nenhuma


Pergunta 4
Diante do diagnóstico de biópsia mostrando
POLIPO ENDOMETRIAL SEM ATIPIAS, qual a
melhor conduta?

A. Observação clínica

B. Polipectomia histeroscópica

C. Histerectomia vaginal

D. Curetagem uterina

E. Hormonioterapia
Polipectomia
Caso 5
História Clínica

• ANF, 45 anos, G3P2A1, laqueadura tubárea


laparoscópica aos 38 anos. Refere ciclos
menstruais regulares, mas há 6 meses a
duração e a quantidade de sangramento
aumentaram (atualmente 6-7 dias, volumosos e
com coágulos por 5 dias). Refere ainda
indisposição e fraqueza nos últimos dois meses.
• Tem antecedentes de leiomiomas uterinos de
pequeno volume e assintomáticos desde os 30
anos.
• Nega doenças crônicas.
Exame Físico
• IMC=30kg/m2.
• Descorada +/4.
• Sem outras alterações no exame físico
geral.
• Exame especular: sem sangramento ativo.
Vagina e colo uterino sem alterações
visíveis.
• Toque vaginal: útero endurecido, com
superfície irregular, indolor, móvel e com
tamanho equivalente a 16 semanas de
gestação.
Fluxograma de investigação
Sangramento uterino

normal US-TV Anormal

normal Histerossonografia Anormal

normal Histeroscopia diagnóstica Anormal

Biópsia ? Guiada para lesão focal Biópsia


Dirigida para lesão difusa
Pergunta 1.
Nesta situação, visando o diagnóstico diferencial e
o planejamento terapêutico, em sua opinião é
essencial:

a) Realizar biópsia do endométrio no consultório

b) Solicitar hemograma e ultrassonografia

c) Realizar o teste da progesterona

d) Os dados clínicos apresentados são suficientes para se

iniciar terapêutica

e) Solicitar histeroscopia diagnóstica


Resultados de Exames
• Ultrassonografia
– Útero com diversos nódulos hipoecóicos
medindo entre 3 e 7 cm de diâmetro,
predominantemente intra-murais. Medidas
13,2 cm x 5,3 cm x 12,6 cm, volume
estimado é 465 cm3. O endométrio é
regular e mede 5 mm de espessura. Os
ovários são de aspecto e volumes normais.
• Hemograma
– Hemoglobina: 8 mg/dl.
Fluxograma de investigação
Sangramento uterino

normal US-TV Anormal


Pergunta 2
Diante desta situação você indicaria:

a) Histerectomia total abdominal

b) Embolização das artérias uterinas

c) Histerectomia vaginal

d) Tratamento medicamentoso pré-operatório

e) Tratamento medicamentoso exclusivo


Escolha para o Caso

• Após expor os riscos e benefícios, a


decisão de consenso entre o médico e a
paciente foi pelo tratamento
medicamentoso seguido de cirurgia.
• Foi obtido o consentimento pós-
informado.
Pergunta 3
Considerando os benefícios, os riscos e o custo,
qual a sua opção de tratamento medicamentoso?

a) Acetato de leuprolida 3,75 mg/ mês por 3 meses

b) Acetato de ulipristal 5 mg/dia por 3 meses

c) Acetato de medroxiprogesterona 5 mg/dia por 6 meses

d) Acetato de leuprolida 3,75 mg/ mês por 6 meses

e) Levonorgestrel 0,15 mg + etinilestradiol 0,03 mg / dia

contínuo por 6 meses


Após 12 semanas e a utilização de 3 doses de acetato
de leuprolida 3,75 mg e suplementação com sulfato
ferroso:

– A paciente queixa-se de ondas de calor


frequentes e ressecamento vaginal.
– Está em amenorreia desde a primeira
aplicação da medicação.
– US: útero com pequenos nódulos hipoecóicos.
Medidas: 6,5 cm x 9,5 cm x 7,0 cm; volume
224 cm3.
– Hemoglobina: 13,2 mg/dl.
Pergunta 4
A melhor opção de continuidade do tratamento é:

a) Manter o acetato de leuprolida 3,75 mg/ mês por mais 3

meses

b) Suspender a medicação e observar a evolução

c) Indicar histerectomia vaginal

d) Indicar histerectomia abdominal

e) Indicar histerectomia laparoscópica


Protocolo HCRP
HT por doença benigna

Útero acessível por Não


HT abdominal
via transvaginal

Sim

>400 cm3 <400 cm3

Análogo GnRH
pré-operatório
HT Vaginal
Conduta para o Caso

• Indicada histerectomia vaginal


Pergunta 5
Considerando as características do caso, os benefícios e os
risco, a melhor conduta em relação aos ovários é:

a) Como não há evidência de patologia ovariana, devem ser preservados

b) Se o acesso cirúrgico permitir, é vantajoso se fazer a salpingooforectomia em

função da idade

c) Deve-se sempre tentar remover os anexos

d) A anexectomia vaginal está sempre contra-indicada

e) Para se realizar a anexectomia é necessário associar a laparoscopia


Caso Clínico 6
Caso clínico

• MAG, 32a, branca, casada, segundo grau completo, professora,


procedente de SP

• QD/HMA – dispareunia de profundidade (VAS 9), dismenorréia


severa (VAS 8), progressiva e dor pélvica acíclica (VAS 7). Dor
pélvica crônica incapacitante.
Caso clínico

• Exame físico

– Geral, Abdome, inspeção e especular – ndn

– Toque – anexo direito com aumento de

volume, espessamento em LUS direito,

restante normal
Algoritmo diagnóstico Endometriose

Rosa e Silva, et al, 2018


Ultra-som Transvaginal com preparo intestinal
Caso clínico

• Exame de imagem

– USG TV – Protocolo de endometriose


Retrocervical: manto 3cm aderido em ovário direito fixo e no reto
médio.
Ovários: Cisto de conteúdo espesso em ovário direito com 6,3 x 2,3
cm – suspeita de endometrioma
Sem doença intestinal (acometimento de parede) ao US.
Tratamento clínico

• Iniciado desogestrel continuo VO.

• Usado por 3 meses com melhora discreta do dor acíclica e


dispareunia.
ESHRE guideline for the diagnosis and
treatment of endometriosis

• Supressão da função ovariana por 6 meses reduz a dor associada a


endometriose
– as drogas investigadas têm resultados semelhantes, exceto pelos efeitos
colaterais e custos
– ACO combinado, progestagênios isolado, danazol, gestrinona e análogos do
GnRH

Kennedy et al. Human Reprod 2015


Tratamento cirúrgico

Indicado tratamento cirúrgico por falha no tratamento clínico


GnRHa para Endometriose
Caso clínico 7
História clínica

• Paciente com 59 anos, menopausada há


8 anos, refere perda urinária diária ao
realizar esforços como, rir, tossir e
levantar da cama. Refere frouxidão
vaginal e sensação de abaulamento na
vagina durante a evacuação e micção.
Nega urgência miccional e ao exame
físico encontra-se:
Exame físico

Aa Ba C
-3 -3 -7
Hg Cp Cvt
4 3 8
Ap Bp D
+1 +2 -----
Classificações

Baden-Walker (1968)
POP-Q (Pelvic Organ Prolapse Quantification System) (1996)

International Continence Society, American Urogynecology Society, Society of


Gynecologic Surgeons
Baden-Walker

Grau 0
Sem prolapso
Grau 1
Pelo menos até a metade da distância entre o local inicial e a
carúncula himenal
Grau 2
Quando chega à carúncula himenal sem ultrapassá-la
Grau 3
Quando ultrapassa a carúncula parcialmente
Grau 4
Quando ultrapassa a carúncula em todo o seu conteúdo
POP-Q
POP-Q

Hg – Hiato genital
Distância (cm) entre o meato uretral até a fúrcula vaginal
Cp – Corpo perineal
Distância (cm) da fúrcula vaginal até o esfíncter anal externo
CVT – Comprimento vaginal total
Medido em repouso. Se paciente com prolapo, reduzir e aferir
Prolapsos internos à carúncula
Sinal negativo
Prolapsos externos à carúncula
Sinal positivo
POP-Q

Aa – parede anterior da vagina, 3cm proximal ao introito


Ap – parede posterior da vagina, 3cm proximal ao introito
Ba – parede anterior da vagina, ponto de maior prolapso
Bp – parede posterior da vagina, ponto de maior prolapso
C – apical, útero
D – apical, fórnice posterior da vagina (não existe caso seja
histerectomizada)
Aa e Ap sem utilidade clínica significativa para o prolapso
POP-Q

Grau 0
Sem prolapso
Grau 1
Ba, Bp, C ou D está a menos de -1cm da carúncula himenal
Grau 2
Ba, Bp, C ou D está no mínimo em -1cm, mas não mais que
+1cm da carúncula himenal
Grau 3
Ba, Bp, C ou D está a mais que +1cm, mas menos que a
diferença (CVT-2)cm
Grau 4
Ba, Bp, C ou D está no mínimo em +1cm e maior ou igual que
a diferença de (CVT-2)cm
POP-Q
POP-Q
Tipos de prolapsos

Defeito do compartimento anterior


Cistocele (defeito central ou lateral ou transverso)
Defeito do compartimento posterior
Retocele
Defeito do compartimento central ou apical
Prolapso uterino, de cúpula vaginal e enterocele
Defeito do compartimento distal
Rotura perineal
História clínica

• Paciente com 59 anos, menopausada há


8 anos, refere perda urinária diária ao
realizar esforços como, rir, tossir e
levantar da cama. Refere frouxidão
vaginal e sensação de abaulamento na
vagina durante a evacuação e micção.
Nega urgência miccional e ao exame
físico encontra-se:
Exame físico

Aa Ba C
-3 -3 -7
Hg Cp Cvt
4 3 8
Ap Bp D
+1 +2 -----
Urodinâmica

• Urofluxometria: normal
• Cistometria: ausência de contrações
involuntárias do detrusor, perda urinária
a manobra de valsalva com
PPE=35mmH2O, estudo fluxo/pressão
normal.

• O que é correto afirmar?


Classificação

Classificação da incontinência urinária

Incontinência urinária de esforço

Incontinência urinária por urgência

Incontinência urinária mista


Incontinência urinária de esforço

Associada aos esforços (tosse, espirro, exercícios)


Prevalência mundial
12-30%

Fisiopatologia
Hipermobilidade uretral: incontinência aos grandes esforços, com
saída de pequena quantidade de urina, em gotas
Lesão uretral intrínseca: incontinência aos pequenos esforços, com
saída de grande quantidade de urina, em jatos. Mais comum após a
menopausa
Incontinência urinária de esforço

Esfíncter uretral íntegro

Esfíncter
íntegro

Esfíncter uretral comprometido (IUE)

Esfíncter
lesado

Comprometimento intrínseco
Incontinência urinária de esforço

Diagnóstico

Clínico

Urina tipo I e urocultura: indispensável

Urodinâmica: não é o diagnóstico em si, mas a capacidade de

excluir outras situações que podem comprometer o

tratamento. Se a proposta for cirurgia, realizar sempre.


Incontinência urinária de esforço

Tratamento clínico

Tratamento não farmacológico (preferencial)


Geral: restrição hídrica, evitar álcool, cafeína, nicotina, frutas
cítricas, pimenta, bebidas gaseificadas, diuréticos,
αbloqueadores
Treinamento vesical (intervalo miccional progressivo)
Cinesioterapia (exercícios perineais)
Cones vaginais (se disponível)
Eletroestimulação (se disponível)
Incontinência urinária de esforço

Tratamento clínico

Tratamento farmacológico (evidências fracas)


Imipramina: antidepressivo tricíclico. Dose: 25-75mg/d. Eficácia
~35%.
Duloxetina: inibidor da recaptação da serotonina e noradrenalina.
Dose: 20-80mg/d. Efeitos colaterais: boca seca, náuseas, tontura,
fadiga, insônica (80% abandona).
Estrogênio: Melhora até 50%, mas controverso.
Incontinência urinária de esforço

Tratamento cirúrgico

Tratamento cirúrgico
Burch (1969): suspensão retropúbica do colo vesical. Eficácia
80-90%, exceto obesas e deficiência esfincteriana (pressão de
perda uretral <60cmH2O)
Sling (1907): colocação de faixa suburetral. Eficácia >90%

*Cirurgia de Kelly-Kennedy – plicatura fáscia vesicovaginal – não se recomenda.


Tratamento de IUE com Sling
Sling

Bexiga

Sling
Uretra

Tratamento de IUE com Sling


Pr
es
são

Bexiga

Sling
Uretra
Sling
Indicações da via do sling

Transobturatório
Pressão de perda >90cmH2O (menos retenção urinária)
Retropúbico
Pressão de perda <60cmH2O
Recidiva após transobturatório
a) A paciente tem IUE e defeito de
compartimento anterior sendo um dos
possíveis tratamento a correção cirúrgica dos
dois.
b) O diagrama de POP-Q encontra-se
erradamente preenchido, pois não existe
situação de ponto D ausente.
c) A descrição do diagrama é de um defeito de
compartimento posterior e deve-se propor
correção cirúrgica pois é sintomática.
d) Não existe indicação de tratamento cirúrgico
para IUE, pois a UD mostrou um quadro leve.
Caso 8
História clínica

• 1. Paciente com 58 anos, casada, procedente de


Ribeirão Preto, G2P2A0 (2PN), com menopausa há 4
anos, refere que há 6 meses iniciou com perda de
urina aos grandes esforços e em pequena
quantidade, que a incomoda e atrapalha as suas
atividades em algumas situações. No exame
urodinâmico confirma-se a Incontinência Urinária aos
esforços com pressão de perda de 110cmH2O.
Enumere as possíveis formas de tratamento para esta
paciente em ordem de indicação.
• Treinamento vesical;
• Diminuição da ingestão hídrica quando possível;
• Diminuição do uso de diuréticos quando possível;
• Controle de condições clínicas que predisponham a
perda urinária, como asma descompensada,
Diabete descontrolado;
• Perda de peso;
• Fisioterapia perineal: Cinesioterapia,
eletroestimulação e cones vaginais;
• Tratamento cirúrgico.
Caso clínico 9
História clínica

• Paciente com 49 anos, casada, menacme,


procedente de Ribeirão Preto, G2P2A0 (2PN),
refere que há 6 meses iniciou com polaciúria,
noctúria, urgência miccional e sensação de
esvaziamento vesical incompleto, que a
incomoda e atrapalha as suas atividades em
algumas situações. Nega perda urinária aos
esforços. Ao exame físico nada anormal foi
encontrado. Qual a sua conduta diagnóstica e
terapêutica?
Classificação

Classificação da incontinência urinária

Incontinência urinária de esforço

Incontinência urinária por urgência

Incontinência urinária mista


Incontinência urinária por urgência

Bexiga hiperativa ou hiperatividade do detrusor

Prevalência
16% (incontinência em 5-6%)
Fisiopatologia
Não é totalmente conhecida
Idiopáticas (90%)
Neurogênicas (10%) (Parkinson, Alzheimer; lesões medulares)
Incontinência urinária por urgência

Diagnóstico
Essencialmente clínico
Urina tipo I e urocultura: indispensável
Urodinâmica: não é obrigatória. Realizar quando falha
terapêutica.
Cistoscopia: se suspeita de corpo estranho (fios), cálculos,
tumores, divertículos, hematúria…
Incontinência urinária por urgência

Tratamento clínico

Tratamento não farmacológico (sempre)


Geral: restrição hídrica, evitar álcool, cafeína, nicotina, frutas
cítricas, pimenta, bebidas gaseificadas, diuréticos,
αbloqueadores
Treinamento vesical (80%)
Eletroestimulação (50-90%)
Incontinência urinária por urgência

Tratamento clínico

Tratamento farmacológico (mais efetivo)


Teste terapêutico sem confirmação urodinâmica
Drogas de escolha: anticolinérgicos
Contraindicações: glaucoma, taquiarritmias graves, doenças obstrutivas
do trato urinário e gastrointestinal

Grady et al. Obstet Gynecol (2001);97:116-20.


Incontinência urinária por urgência

Drogas 2ª linha
Imipramina: 10-25mg 3x/d.
Contraindicações: bloqueios de condução, insuficiência cardíaca,
glaucoma, doenças obstrutivas do trato urinário e gastrointestinal.

Drogas 3ª linha
Toxina botulínica: 20-30 injeções locais. Bloqueia liberação de
acetilcolina na fenda e bloqueia a aferência
Classificação

Classificação da incontinência urinária

Incontinência urinária de esforço

Incontinência urinária por urgência

Incontinência urinária mista


Incontinência urinária mista

Incontinência urinária mista

Combina os sintomas da incontinência de esforço e da


urgeincontinência
Diagnóstico
Muitas vezes clínico, mas urodinâmica é ideal
Tratamento
Iniciar tratando o componente da hiperatividade
*Droga de escolha: imipramina
Tratamento cirúrgico: reavaliar necessidade após tratamento
clínico e urodinâmica
• Diagnóstico:

• Somente deveria ser pedido exame de urina tipo I e


Urocultura para afastar a possibilidade de infecção
urinária, não estando indicado o exame urodinâmico
neste momento.
• Tratamento:
• Comportamental: Incluem mudanças de hábitos alimentares, como
evitar bebidas alcoólicas, gaseificadas ou com cafeína. Restrição
hídrica à noite. Evitar sedentarismo, obesidade e tabagismo, além
de tratamento da constipação intestinal. Treinamento vesical ou
micção programada visa aumentar progressivamente o intervalo
durante as micções.
• Reabilitação do assoalho pélvico: A contração do assoalho pélvico
inibe reflexamente a contração detrusora. As pacientes são
encaminhadas para cinesioterapia e eletroestimulação. A
eletroestimulação utiliza eletrodos vaginais, tibiais ou sacrais com
corrente elétrica de baixa freqüência, que estimula por via
aferente, o nervo pudendo e inibe o detrusor. São realizadas 10 a
20 sessões, 2 vezes por semana.
• Tratamento medicamentoso: Agentes anticolinérgicos atuam nos
receptores muscarínicos inibindo a contração detrusora, tais como:
oxibutinina, tolterodina, darifenacina, solifenacina via oral, ou uso
da toxina botulínica A intravesical.

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