Necessidades Nutricionais Idoso

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NUTROLOGIA

8˚ PERÍODO – UEMG
AULA 10 – NUTROLOGIA E GERIATRIA
Dra. Elaine Cristina Santos Queiróz
elaineequeiroz@yahoo.com.br
12/02/2021
REQUERIMENTOS
NUTRICIONAIS EM
SITUAÇÕES
ESPECIAIS
IDOSO
INTRODUÇÃO
• De acordo com a OMS idoso é aquele com idade acima de 60 anos
• O número de brasileiros idosos de 60 anos em 1950 era de 2,6 milhões e em 2018passou para 28 milhões,
representando 13% da população do país; a projeção futura é de que seja de 29,9 milhões em 2020 e deva
alcançar 72,4 milhões em 2100; o crescimento absoluto foi de 27,6 vezes
• O Projeto de Lei 5383/19 altera a legislação vigente para que as pessoas sejam consideradas idosas a partir dos
65 anos de idade
• A expectativa de vida tem crescido: em 2018 a expectativa de vida média era de 76 anos e 3 meses, 2019 passou
para 76 anos e 6 meses; em relação ao gênero a expectativa de vida dos homens passou de 72,8 para 73,1 anos
e a das mulheres foi de 79,9 para 80,1 anos
• Envelhecimento da população está associado a uma diminuição da população ativa e a uma maior demanda de
cuidados de saúde
• A saúde do idoso está intimamente relacionada com a sua funcionalidade global (capacidade de gerir a própria
vida) é avaliada por meio da análise das atividades de vida diária (AVDs), que são tarefas do cotidiano realizadas
pelo paciente; um idoso saudável é aquele que tem uma funcionalidade global adequada, de forma
independente e autônoma, mesmo que tenha doenças
• Resgata-se o conceito de saúde estabelecido pela Organização Mundial de Saúde como sendo o mais completo
bem-estar biopsicossocial-cultural-espiritual, e não simplesmente a ausência de doenças
CONCEITOS
• A saúde do idoso é determinada pelo funcionamento harmonioso de quatro
domínios funcionais: cognição, humor, mobilidade e comunicação
• Autonomia: capacidade individual de decisão e comando sobre as suas
ações
• Independência: capacidade de realizar algo com os próprios meios e
depende diretamente de mobilidade e comunicação
• Cognição: capacidade mental de compreender e resolver os problemas do cotidiano,
constituída por um conjunto de funções corticais, formadas pelos elementos
 Memória: capacidade de armazenamento de informações
 Função executiva: capacidade de planejamento, antecipação, sequenciamento e
monitoramento de tarefas complexas
 Linguagem: capacidade de compreensão e expressão da linguagem oral e escrita
 Praxia: capacidade de executar um ato motor
 Gnosia: capacidade de reconhecimento de estímulos visuais, auditivos e táteis
 Função visuoespacial: capacidade de localização no espaço e percepção das relações dos
objetos entre si
• Humor: motivação necessária para os processos mentais
• Mobilidade é a capacidade de deslocamento do indivíduo e depende da postura/marcha, da
capacidade aeróbica e da continência esfincteriana
• Comunicação: capacidade de estabelecer relacionamento produtivo com o meio e depende
de visão, audição e fala
• A perda ou prejuízo dessas funções resulta nas síndromes geriátricas: incapacidade
cognitiva, instabilidade postural, imobilidade e incapacidade comunicativa
SÍNDROMES GERIÁTRICAS
• “Síndromes geriátricas desenvolvem-se a partir da interação entre as
mudanças fisiológicas relacionada à saúde, doenças crônicas e estressores
funcionais e prejudicam a capacidade funcional.”
• Os idosos são vítimas de outras síndromes semelhantes, independentemente
de doenças específicas, denominadas gigantes da geriatria
 Incapacidade cognitiva (demência, delirium, depressão)
 Iatrogenia
 Incontinência urinária
 Instabilidade postural
 Síndrome da imobilidade
 Fragilidade
INCAPACIDADE COGNITIVA

• Síndrome causada pelo comprometimento das funções encefálicas


superiores levando a um declínio progressivo em uma ou mais
funções cognitivas (memória, aprendizado, atenção, habilidades,
linguagem e cognição social) capaz de prejudicar a funcionalidade ou
perda de AVDs
• Incidência e prevalência aumentam com a idade
• Principais etiologias são: demência de Alzheimer, vasculares ou de
Parkinson; depressão, delirium e doenças mentais, como
esquizofrenia, oligofrenia e parafrenia (paranoia), dentre outras
DEMÊNCIA DE ALZHEIMER
• Doença neurodegenerativa progressiva cujas causas podem ser placas cerebrais senis contendo
depósitos extracelulares de peptídeo β-amiloide, emaranhados neurofibrilares intracelulares contendo
proteína hiperfosforilada e perda de células neurais → perda dos prolongamentos neuronais e
comprometimento de seu entorno, membrana celular passa a funcionar de maneira inadequada →
redução da produção de neurotransmissores → morte neuronal e atrofia cerebral (diminuição do peso e
volume do cérebro)
• Há o comprometimento da conectividade, metabolismo e a capacidade de recuperação neuronal; a
morte neuronal por apoptose, a perda sináptica e as modificações estruturais vão evoluindo para os
sinais clínicos e a evolução inexorável e lenta da doença
• Os mecanismos fisiopatológicos envolvem comprometimento de núcleos colinérgicos (disfunção
colinérgica) e excesso de atividade de glutamato no córtex cerebral, levando à apoptose
• Mecanismos envolvidos na causa da DA: fatores genéticos, epigenéticos, metabólicos, reações
inflamatórias, cascata patogênica mitocondrial, estresse oxidativo, proteínas plasmáticas e cerebrais,
deficiências de estrogênio, além de fatores ambientais e vasculares (associação frequente de DA com
doença cerebrovascular); relacionada a fatores de risco que incluem idade, trauma craniano, baixa
escolaridade, HAS, hiperlipidemia, DM, hábitos alimentares; mulheres são mais afetadas 2:1
• DA provavelmente é causada por interações patogênicas entre muitos fatores e várias comorbidades
• Manifestações clínicas: a partir dos 65 anos, inicia-se com a deficiência da memória recente,
enquanto as lembranças remotas são preservadas até um certo estágio da doença; dificuldade de
aprendizado para novas informações, de atenção, de realização de tarefas complexas e fluência
verbal; outras funções cognitivas deterioram à medida que a patologia evolui (capacidade de fazer
cálculos, as habilidades visuoespaciais e a capacidade de usar objetos comuns e ferramentas, de
nomear objetos)
• Esses sintomas são frequentemente acompanhados por distúrbios comportamentais, como
agressividade, alucinações, hiperatividade, irritabilidade e depressão
• Transtornos do humor são muito comuns na DA (sintomas depressivos em até 40-50% e
transtornos depressivos de 10- 20%); apatia, a lentificação (da marcha ou do discurso), a
dificuldade de concentração, a perda de peso, a insônia e a agitação podem ocorrer como parte
da síndrome demencial
• A sua evolução caracteriza-se pela progressiva redução do rendimento funcional e da capacidade
cognitiva; na fase moderada pode haver insônia, confusão mental, agitação, afasia e apraxia; em
estágios avançados, surgem distúrbios motores, dificuldade para deglutir e incontinência urinária;
o óbito ocorre, na maioria dos casos, por infecções, em geral, após 10-15 anos do início da doença
• Para o diagnóstico diferencial é recomendado realizar exames complementares, como:
hemograma, TSH, dosagem de vitamina B12, de ácido fólico, função renal, hepática, pesquisa de
antiHIV, VDRL e exames de imagem
• TRATAMENTO
 Inibidores da enzima acetilcolinesterase (tacrina, rivastigmina, donepezil, galantamina): eficácia
sintomática e redução na progressão da patologia, com boa resposta em aproximadamente 30- 40% dos
pacientes com DA leve a moderada
 Inibem as enzimas que degradam a acetilcolina (acetilcolinesterase e butirilcolinesterase),
aumentando, assim, a capacidade da acetilcolina de estimular os receptores nicotínicos e
muscarínicos cerebrais
 Fisostigmina: primeiro fármaco utilizado; abandonado pela meia vida curta
 Tacrina (Codnex): segundo fármaco; abandonado devido à hepatoxicidade, falta de seletividade
 Donepezila (Aricept): altamente seletivo receptor acetilcolinesterase; ingerido com ou sem
alimentos; náuseas, vômitos e diarreia; 5 a 10 mg/dia
 Rivastigmina (Exelon®): um dos medicamentos mais utilizados, inibe a acetilcolinesterase e a
butirilcolinesterase, maior eficácia; estômago vazio; vários efeitos colinérgicos adversos se dose foi
elevada abruptamente; aumento de peso; 6 a 12 mg/dia
 Galantamina (Reminyl): inibe a acetilcolinesterase e modula os receptores nicotínicos (estes
controlam a memória e o humor); 16 a 24 mg/dia
 Antagonistas dos receptores do glutamato: memantina 20 mg/ dia
 Inibidores da recaptação da serotonina são drogas de primeira escolha no tratamento de idosos com
depressão com ou sem demência, dando-se preferência à sertralina e citalopram; antidepressivos
tricíclicos não devem ser usados (hipotensão postural, retardo miccional, obstipação intestinal, visão
turva e alterações cardíacas)
DELIRIUM (ESTADO CONFUSIONAL AGUDO)
• É uma síndrome neurocomportamental (transtorno neurocognitivo), causada por comprometimento
transitório da atividade cerebral (de forma aguda), secundário a uma causa orgânica; a prevalência em
pacientes com síndrome demencial é muito elevada
• Distúrbio de início súbito que envolve a consciência, a atenção, a cognição e a percepção e que tende a
variar ao longo do dia e pode ser comparado à insuficiência cerebral aguda
• Os idosos, devido à redução de sua reserva cerebral, são muito vulneráveis ao aparecimento de delirium,
que pode se manifestar nas formas de delirium hiperativo, hipoativo e misto; o tipo hiperativo é mais
facilmente diagnosticado na prática (1/3 dos casos)
• Quadro clínico: inversão do ciclo sono-vigília, agitação psicomotora oscilando com sonolência, com
flutuação do quadro no mesmo dia
• Principais causas são: infecções, medicamentos, intercorrências clínicas e hospitalizações
• Tratamento: medidas gerais que visam a corrigir os distúrbios hidroeletrolíticos e acidobásicos, promover
a nutrição adequada, retirar a contenção, estimular a mobilidade e a mudança de decúbito, proteger a via
aérea e promover a reorientação espacial e temporal do paciente; o tratamento específico inclui a
remoção da causa básica ou fator precipitante (desidratação, hipoxemia, distúrbios HE, infecções e
medicamentos com ação no SNC), controle da sintomatologia (neurolépticos)
DEPRESSÃO
• É uma doença subdimensionada quanto ao diagnóstico e tratamento nos idosos
• Diagnóstico: humor deprimido; diminuição do interesse e do prazer na maioria das
atividades (anedonia), insônia ou hipersonia, ganho ou perda de peso acima de 5%,
redução da capacidade de concentração, agitação ou lentificação psicomotora, fadiga,
ideia inapropriada de menos valia ou de culpa, pensamento recorrente de morte ou de
ideação suicida; sintomas devem persistir por mais de duas semanas, com perturbação
ou alteração da capacidade funcional e não relacionada ao abuso de alguma substância,
condição médica ou luto
• O diagnóstico de depressão maior requer a presença de 5 desses sintomas, incluindo,
obrigatoriamente, humor deprimido ou anedonia
• Tratamento: medicamento, associado ou não à psicoterapia; a escolha da droga baseia-
se, principalmente, na análise das comorbidades clínicas e nos seus efeitos colaterais e
na susceptibilidade dos pacientes
IATROGENIA
• Definição: intervenção médica da qual resultem consequências prejudiciais à saúde
• Os idosos são mais vulneráveis às reações adversas às drogas (2 a 3 x), às intervenções
não-medicamentosas, têm maior risco de polipatogenia e de polifarmácia, além de
incapacidades, funcionalidades, graus da doença
• Situações que resultam a iatrogenia
 Iatrofarmacogenia: decorrente do uso de medicamentos, de polifarmácia, da interação
medicamentosa e do desconhecimento das alterações farmacocinéticas e
farmacodinâmicas associadas ao envelhecimento
 Internação hospitalar: pode potencializar os riscos decorrentes do declínio funcional, da
subnutrição, da imobilidade, da úlcera de pressão e da infecção hospitalar
 Iatrogenia da palavra: associada ao desconhecimento de técnicas de comunicação de
más notícias
 Iatrogenia do silêncio: dificuldade de ouvir adequadamente o paciente e sua família
Subdiagnóstico: pela tendência a atribuir todas as queixas apresentadas
pelo idoso ao fenômeno “da idade”, o que pode resultar grave erro
Cascata propedêutica: em que a solicitação de exames é feita de forma
desnecessária, extensiva, sem indicação precisa
Distanásia: caracterizada pelo prolongamento artificial da vida sem
perspectiva de reversibilidade, com sofrimento para ao paciente e sua
família
Prescrição de intervenções fúteis e/ sem comprovações científicas
INCONTINÊNCIA URINÁRIA
• É uma perda involuntária de urina em quantidade ou frequência suficientes para se transformar em um
problema social ou de saúde
• A prevalência aumenta com a idade (12,2 a 20,9% em mulheres entre 60 a 64 anos e 85 anos de idade,
respectivamente)
• Tipos
 De estresse: perda involuntária de urina sincrônica ao esforço, espirro ou tosse
 De urgência: perda de urina precedida de urgência miccional
 Mista
 Por transbordamento: gotejamento e/ou perda contínua de urina associados ao esvaziamento vesical
incompleto
• Fatores determinantes: integridade do trato urinário, comorbidades, função cognitiva, mobilidade,
ambiente e medicamentos
• Tratamento: comportamental (treinamento vesical, exercícios para fortalecimento da musculatura
pélvica); orientações (não ingerir quantidade excessiva de líquidos, cafeína, álcool, tabagismo),
medicamentoso, retirada do fator desencadeante (tosse, constipação), cirúrgico
INSTABILIDADE POSTURAL
• A mobilidade é uma das principais funções corporais e o seu comprometimento é um dos
problemas de saúde mais frequentes e incapacitantes, principalmente nos idosos
• O equilíbrio corporal é mantido pela integração entre informações sensoriais captadas pela
visão, sistema vestibular e propriorreceptores; permite corrigir mudanças de posição do corpo
em relação à base de sustentação
• A instabilidade postural leva o idoso à queda, sendo este um marcador de mortalidade; em
torno de 30% dos idosos sofrem quedas anualmente; dentre aqueles que sofreram quedas,
50% deles cairão novamente; corresponde a sexta causa mortis entre os idosos
• Fatores de risco para quedas: idade avançada, sexo feminino, polifarmácia, uso de
psicotrópicos, déficit visual, fraqueza muscular, dor articular, neuropatia periférica, alteração
cognitiva, depressão, desequilíbrio ou alterações da marcha; fatores extrínsecos
• A complicação mais frequente da queda é o medo de cair novamente, impedindo-o de andar
novamente, deixando-o restrito ao leito, diminuindo seu condicionamento físico, atrofia
muscular, aumentando o risco de novas quedas
• A avaliação da marcha e do risco de quedas deve ser realizada em todos idosos
IMOBILIDADE
• Restrição ou limitação do movimento para desempenhar atividades diárias, em virtude
da diminuição das funções motoras
• Síndrome da imobilidade é o grau máximo da imobilidade na qual o idoso é totalmente
dependente (acamado)
• Consequências da imobilidade total: déficit cognitivo avançado, fraqueza e atrofia
muscular, osteoporose, úlcera por pressão, anorexia, desidratação, constipação, RGE,
hiporesponsibilidade barorreptora (hipotensão ortostática), depressão, insônia,
irritabilidade, diminuição da tolerância à dor, broncopneumonia aspirativa, TEP, risco
aumentado de edema pulmonar, redução da capacidade pulmonar, hipersecreção
brônquica, tosse ineficaz, atelectasia, catabolismo proteico, resistência insulínica,
retenção urinária, incontinência urinária, risco de ITU, nefrolitíase
• Em pacientes internados a mortalidade pode ser 80% maior nos pacientes com
imobilidade
FRAGILIDADE
• Síndrome caracterizada por diminuição da força, da resistência,
redução da função fisiológica, aumentando a vulnerabilidade a
desenvolver dependência
• Consequências: maior risco de quedas e fraturas, maior risco de
hospitalizações, infecções hospitalares e internações prolongadas
• As intervenções terapêuticas se baseiam na prevenção: profilaxia de
quedas, exercícios resistidos, adequação alimentar, suplementação de
proteínas, cálcio, vitamina D
REPERCUSSÃO NUTRICIONAL NO
IDOSO
INTRODUÇÃO
• Com o envelhecimento populacional e o aumento da expectativa de vida,
verificaram-se mudanças no perfil epidemiológico da população, com o
predomínio das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) específicas das
faixas etárias mais avançadas, aumentando, cada vez mais, a necessidade do
conhecimento dos fatores de risco que incidem sobre a prevalência das
DCNT associadas à idade
• O estado nutricional assume uma importante função na qualidade de vida e
de saúde da população idosa; se por um lado a obesidade constitui um
agravo nutricional associado à alta incidência de DCNT (doenças
cardiovasculares, câncer e diabetes), a desnutrição está associada ao
aumento da incapacidade funcional, aumento no número de internações,
redução da qualidade de vida, maior susceptibilidade às infecções e,
MECANISMOS RELACIONADOS À
NUTRIÇÃO PARA O
ENVELHECIMENTO
ESTRESSE OXIDATIVO
• O estresse oxidativo é definido como um evento resultante de um desequilíbrio entre a quantidade de
substâncias pró-oxidantes e antioxidantes
• As espécies reativas ao oxigênio (ROS) e de nitrogênio (RNS), conhecidos como radicais livres são
moléculas altamente reativas, produzidas continuamente durante a produção de energia nas
mitocôndrias e causam danos ao DNA mitocondrial, enzimas, proteínas e levam à peroxidação de
ácidos graxos nas membranas celulares; disfunção do DNA mitocondrial é um dos principais fatores da
apoptose; se apoptose é maior que a regeneração celular → alterações prejudiciais relacionadas à
idade
• O envelhecimento resulta em oxidação celular que participa da gênese de muitas doenças crônicas
não transmissíveis que afetam os idosos; o estresse oxidativo é considerado um fator de risco
independente para algumas doenças, como a osteoporose e Alzheimer, doença de Parkinson, acidente
vascular cerebral, esclerose múltipla, doenças cardiovasculares, câncer e doenças neurodegenerativas
• O acúmulo de dano oxidativo com a idade pode ocorrer por meio do aumento na geração de
substâncias oxidadas, redução da capacidade antioxidante, redução dos reparos ao dano oxidativo ou
uma combinação desses mecanismos
• Antioxidantes são definidos como qualquer substância que previne ou atenua
significativamente a oxidação de um substrato oxidável (lipídios, proteínas,
carboidratos e DNA) e podem ser endógenos (glutationa reduzida, glutationa
redutase, glutationa peroxidase, ubiquinona ou coenzima Q10, ácido úrico, ácido
alfa lipoico, metalotioneína, albumina, transferrina e ceruloplasmina) e exógenos
• Antioxidantes provenientes dos alimentos: vitamina E (especialmente a-
tocoferol), carotenóides (betacaroteno, alfacaroteno, licopeno, luteína,
zeaxantina, astaxantina, cantaxantina), vitamina C, selênio, flavonóides,
aminoguanidina, antocianidinas, resveratrol, lignanas e piridoxina
• Fontes de antioxidantes: café, chá, vinho, frutas, legumes, pimentão vermelho
(cisteína), castanha do Brasil (selênio) e ostra (zinco)
• Suplementação com selênio, zinco e vitaminas A, C e E revelou um efeito protetor
contra o déficit cognitivo em um estudo de coorte em idosos
• Suplementação com carotenóides (luteína, licopeno e β-caroteno) levou a uma
redução no dano ao DNA em mulheres idosas
• Trabalhos recentes verificaram diminuição do estresse oxidativo (hemólise de
eritrócitos e MDA) após suplementação com vitamina E em idosos chineses
• A suplementação com carnosina (dipeptídeo, composto por beta-alanina e histidina)
atenuam a carbonilação e estimula a enzima cálcio ATPase e a bomba de cálcio,
desempenhando um papel importante como antienvelhecimento, pois aumenta a
transmissão nervosa e reduzir a peroxidação lipídica
• A piridoxamina e o piridoxal são formas naturais da vitamina B6, que estão envolvidas
no metabolismo de aminoácidos e glicogênio, na síntese de ácidos nucléicos,
hemoglobina, esfingomielina e na síntese de outros neurotransmissores como
serotonina, dopamina e GABA; a piridoxina previne a formação de compostos
oxidantes
• Um recente artigo de revisão abordou a suplementação antioxidante na síndrome metabólica (SM),
cuja patogênese está relacionada ao estresse oxidativo; apesar da forte relação, não há
recomendação desta suplementação e nem doenças associadas ao estresse oxidativo, como doença
de Alzheimer, doença de Parkinson, acidente vascular cerebral, esclerose múltipla e síndrome
respiratória do adulto
• Um grande ensaio clínico randomizado avaliou 20.536 adultos com idade entre 40 e 80 anos no Reino
Unido e não encontrou redução na mortalidade, incidência de câncer ou qualquer tipo de doença
vascular em 5 anos de acompanhamento com suplementação diária de vitamina E (600mg ), vitamina
C (250mg) e betacaroteno (20mg)
• Outro grande estudo randomizado, duplo-cego e controlado com 29.133 fumantes do sexo masculino
(50 a 69 anos) avaliou os efeitos da suplementação com alfa-tocoferol e betacaroteno
(separadamente e em conjunto) por 5 a 8 anos e não encontrou redução na incidência de câncer de
pulmão
• Uma série de estudos com vitamina C e E não mostrou evidências de redução da mortalidade por
doenças cardiovasculares
• Um ensaio clínico(Estudo de Rotterdam) avaliou como 4 anos de suplementação com vitaminas
antioxidantes tiveram um efeito protetor contra o infarto do miocárdio, mas não encontrou evidências
de proteção com vitaminas C e E
• Em 2003, uma revisão dos dados de um comitê do American College of Cardiology e American Heart
Association (AHA) concluiu que não havia base para a recomendação de suplementos de vitamina C
ESTADO NUTRICIONAL E ESTRESSE OXIDATIVO
• Como os idosos são vulneráveis ​à má nutrição, a avaliação nutricional deve fazer parte da
prática clínica rotineira, principalmente em indivíduos frágeis, enfermos, institucionalizados
e hospitalizados
• No envelhecimento, ocorrem alterações fisiológicas e biológicas que afetam ou são
consequência do estado nutricional do idoso: redução e redistribuição da gordura corporal
(acúmulo na região abdominal e redução nas extremidades), redução da massa muscular;
redução da água corporal total, perda do paladar e do olfato, redução da produção de
pepsina e ácido clorídrico e consequente redução da ingestão e absorção de alimentos
• Estudos identificaram uma associação inversa entre IMC e os níveis plasmáticos de
carotenóides; obesidade abdominal foi associada a maior peroxidação lipídica
• Idosos e obesos possuem maiores níveis de produtos da oxidação de lipídios
(hidroperóxidos) e proteínas (proteína carbonil)
• Baixo peso está associado a baixas concentrações de α-tocoferol, albumina e proteína
sérica total
• Um estudo recente mostrou que idosos (obesos e não obesos) apresentaram níveis mais
baixos de antioxidantes endógenos (GSH-Px, catalase e SOD) quando comparados aos
adultos
• A OMS estabelece o consumo mínimo de 400 g por dia de frutas e vegetais para a
prevenção de doenças crônicas não transmissíveis, pois esses alimentos, ricos em
antioxidantes, podem atenuar o estresse oxidativo e o surgimento de doenças
• A maior ingestão de frutas e vegetais está associada à menor peroxidação lipídica, à
maior concentração plasmática de antioxidantes lipofílicos (β-caroteno, α-tocoferol e
licopeno), vitamina C e atividade antioxidante total
• Deve ser lembrado que a absorção de certos nutrientes (por exemplo, vitamina B12,
cálcio, ferro e β-caroteno) pode ser prejudicada pela ocorrência de gastrite atrófica (a
acidez estomacal reduzida)
OBESIDADE NO IDOSO
• Há muita divergência sobre os pontos de corte do IMC no idoso; a classificação mais
aceita é IMC < 22 kg/m2 baixo peso, entre 22 e 27 peso adequado e excesso > 28; há
outra proposta do ponto de corte para o IMC de baixo peso: ≤ 23 kg/m2, adequado
de: 23 a 28 e excesso de peso ≥ 28
• No Brasil a prevalência de excesso de peso (IBGE, 2010) corresponde a 17,9% entre
65 a 74 anos e 15,8% acima 75 anos; prevalências em regiões diferentes varia: 53%,
28%, 48%
IMC CLASSIFICAÇÃO
< 21,9 BAIXO PESO
22 a 27 PESO NORMAL
27,1 a 32 SOBREPESO
32,1 a 37 OBESIDADE GRAU I
37,1 a 41,9 OBESIDADE GRAU II
> 42 OBESIDADE MÓRBIDA
INFLAMAÇÃO CRÔNICA

• O envelhecimento do sistema imunológico contribui para os processos


degenerativos dos órgãos = inflamação crônica
• Capacidade de resposta rápida aos danos inflamatórios reduzem com
o envelhecimento
• Envelhecimento: sobreatividade inflamatória (↑ TNF, ↑ IL-1) → ativa
enzimas proteolíticas e lipolíticas → quebra do tecido muscular e
depósitos de gordura, resistência insulínica, dentre outros
ANOREXIA DO ENVELHECIMENTO
• O envelhecimento leva à redução do apetite
• Causas:
 Aumento de citocinas pró-inflamatórias → alteram os efeitos da sinalização
hipotalâmica aos centros da fome
 Redução da capacidade de distensão gástrica→ saciedade precoce
 Alteração da qualidade sensorial: limiar para gosto amargo é menor,
disgeusia (zinco)
 Polifarmácia
 Doenças crônicas
 Problemas odontológicos: dificuldade na mastigação, perda dentária,
DECLÍNIO DOS HORMÔNIOS ANABÓLICOS

• O envelhecimento leva à diminuição hormônios anabólicos


 GH
 IGF-1 (Fator de crescimento semelhante à insulina tipo 1, somatomedina C ou IGF-
1): proteína produção hepática no fígado em resposta ao hormônio de crescimento
(GH) com papel importante no crescimento, desenvolvimento da musculatura,
diminui os níveis de glicose no sangue, reduz os níveis de gordura corporal
 Testosterona
 DHEA
 Estrógenos
• Envelhecimento: redução massa muscular e aumento massa adiposa → prejuízo na
sensibilidade à insulina no fígado e músculos
• Sensibilidade insulínica diminuída → redução síntese muscular
NECESSIDADES E RISCOS
NUTRICIONAIS
• DEP é um problema nutricional grave nos idosos
• FATORES DE RISCO PARA DESNUTRIÇÃO
 Tabus alimentares, baixa percepção de sede
 Apetite reduzido, inflamação de baixo grau, redução de hormônios
anabólicos
 Problemas sociais: solidão, desvalorização, a previdência social
 Alterações de humor e de cognição: a depressão é mais frequente, o
medicamento psiquiátrico geralmente leva a alterações de apetite
 As síndromes demenciais produzem alterações de comportamento
alimentar; D. de Parkinson e AVC podem também cursar com
distúrbio de deglutição e geralmente são subdiagnosticados
 Doenças digestivas: diagnóstico difícil e sintomas confusos
 Distúrbios de deglutição: frequentemente associados a doenças
neurológicas (demência, Alzheimer) que podem levar à desnutrição e
aspiração pulmonar
 Baixa funcionalidade são fatores de risco para desnutrição
 Comorbidades (DPOC, ICC, PNM, fratura quadril) → desnutrição
RISCOS NUTRICIONAIS
• Alto risco de deficiência de micronutrientes
 Ácido fólico, Vit B12, Vit D, C, E, Se, K+, Ca+2 Fe e Zn
• Médio risco:
 Vitamina K, tiamina (vitamina B1), riboflavina (B2) e iodo
• Baixo risco:
 Vitamina A, Niacina (B3), biotina, ácido pantotênico, Mn, Vanádio,
Boro, flúor, fósforo e Si
• Deve-se ter cautela em suplementar idoso com vitamina A, sob risco de
intoxicação
SARCOPENIA
• Definição: processo de PERDA DE MASSA, FORÇA E FUNÇÃO MUSCULAR relacionada
ao envelhecimento
• Comparando uma pessoa de 25 anos com uma de 70 anos
 ↓Redução da massa muscular em torno de 35%
 ↑ 50% da gordura
 ↓ 16 a 20% de massa óssea e ↓ 20% de água
• De 25 a 50 anos: diminuição de 5% do número de fibras musculares e 10% do
tamanho das fibras
• Após 80 anos: ↓ 35% do número e ↓ 30% do tamanho das fibras musculares
• Todos idosos têm menor força muscular
• Após os 30 anos ↓ 14% por década de GH, após 60 anos a perda é maior
• De 30 a 60 anos, o IGF-1 ↓ 30 a 50%
• A testosterona biodisponível reduz em torno de 25%
• Prevalência: varia de 13,5% em homens entre 60 de 70 anos; até 52% acima 80 anos
• Etiologia multifatorial
 Baixa taxa metabólica basal
 Anorexia relacionado à idade
 Baixa ingestão proteica
 Reduzida atividade física
 Redução das fibras musculares e das células responsáveis pela regeneração da
fibras
 Níveis reduzidos de GH, IGF-1, DHEA , de testosterona e estrogênio
 Aumento IL-6 e de fator de necrose tumoral
 Baixa síntese proteica da transcrição do mRNA para regeneração muscular
TRATAMENTO
EXERCÍCIOS FÍSICOS RESISTIDOS
• Principal modalidade de tratamento; estudos mostram que estes exercícios em
idosos aumentam a força muscular entre 28 e 152%
• Benefícios do exercício resistido em sarcopênicos
 Aumenta força e resistência muscular
 Melhora o equilíbrio; diminui quedas, fragilidade e incapacidade funcional
 Aumenta velocidade da marcha e habilidade para subir escadas
• Programa de treino
 8 a 10 exercícios nos musculares principais
 Intensidade: iniciar com carga baixa (30%RM), aumentando 50 a 80%
 Frequência de no mínimo 1 x por semana, recomendado 2 a 3 x
MEDICAMENTOS
• TESTOSTERONA
 via oral, intramuscular, gel transdérmico
 Efeitos colaterais: policitemia (3 a 18% transdérmica e 44% IM), hepatoxicidade
(via oral), apneia noturna (altas doses), ginecomastia (reversível), reações
cutâneas (66% em adesivos, 5% gel), atrofia testicular (comum em jovens,
reversível)
• HORMÔNIO SOMATOTRÓFICO (GH)
 Não existem estudos específicos em idosos sarcopênicos; estudos em idosos
concluíram que houve ganho de massa muscular média de 2,1 kg e perda de
massa gordurosa 2,1 kg
• DHEA
 Estudos são controversos com N pequeno; resultados ↑ discreto de IGF-1 e nos
homens ↓ da massa gordurosa e pouca melhora da força muscular
• ESTRÓGENOS
 Resultados controversos; houve aumento discreto na massa muscular e na força
muscular
• DECANOATO DE ANNDROLONA (DECA-DURABOLIN) em mulheres
 Ensaio clínico brasileiro com 65 mulheres com osteoporose, 2 anos de estudo;
resultados foram aumento 12% da massa muscular (porém não foi avaliada força
muscular); redução de 50% de fraturas
SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS
• Estudo clássico com 100 idosos idade média de 85 anos por 12 semanas; feito
programa de exercícios resistidos no grupo 1, no grupo 2 exercício + suplemento, no
grupo 3 apenas suplemento e o controle. Os resultados foram os seguintes:
 Grupo exercício: melhora de quase 100% da força muscular
 Grupo exercício mais suplemento: melhora de 125%
 Grupo suplemento: piora
• Estudos com a creatina mostram resultados controversos: 28 idosos, > 65 anos, 3
meses de estudo, 5 g/dia de creatina; resultados mostraram aumento discreto de
massa e força muscular, porém o resultado foi apenas durante seu uso; o mesmo
ocorreu com uso de aminoácidos
CAQUEXIA
• Definição: RÁPIDA PERDA DE PESO que e reflete na perda de tecido adiposo e
muscular; a partir de 5% da perda de peso nos últimos 12 meses (ou IMC <20) em
pacientes com doenças crônicas e pelo menos 3 dos critérios abaixo:
 ↓ força muscular
 Fadiga
 Anorexia
 Baixo índice de tecido muscular
 Alterações laboratoriais: PCR ↑, IL1, IL-6 6 ↑, fator de necrose tumoral, anemia,
hipoalbuminemia
• Geralmente associada a doenças crônicas (neoplasia, SIDA, DPOC, cirrose, ICC)
• Causas multifatoriais: citocinas inflamatórias (PRINCIPAL), ↑ necessidades
energéticas, ↓ capacidade de digestão e absorção dos nutrientes, náuseas, disfagia,
inapetência, anorexia, saciedade precoce
CAQUEXIA

• Sua presença constitui marcador de gravidade da doença e está associado a maior


morbimortalidade
• Manifestações clínicas: perda de peso, alterações no paladar, edema, ascite
• Consequências dependem da quantidade da perda de peso e do grau da inflamação
DIFERENÇA ENTRE CAQUEXIA,
SARCOPENIA E DEP
• As três levam à perda de massa magra
• A DEP simples ocorre em decorrência da baixa ingestão de nutrientes, especialmente
proteínas (sem necessariamente a presença de inflamação); inicialmente há perda de
massa gordurosa e se o processo for prolongado, ocorre progressiva redução da
massa magra
• Sarcopenia: síndrome caracterizada por perda progressiva e generalizada de massa
muscular esquelética e da função muscular (força e desempenho), geralmente
presente no envelhecimento, porém pode ocorrer ganho ou manutenção de massa
gorda, resistente à terapia nutricional
• Caquexia: síndrome metabólica multifatorial associada à doença de base e
caracterizada pela perda de massa magra e adiposa de forma rápida
CONSTIPAÇÃO NO IDOSO

• Definição: defecação dificultosa, associada a esforço, passagem


prolongada das fezes, dor e sensação de evacuação incompleta, relativa à
frequência (nº vezes), ao volume ou ao esforço defecatório
TIPOS DE CONSTIPAÇÃO
 Funcional ou primária
• Hipomotilidade colônica (intestino “preguiçoso”, trânsito lento)
• Dificuldade no trato de saída (disquesia): obstrução intestinal
funcional de saída, alteração do tônus retal principalmente na
síndrome do cólon irritável
• O trânsito intestinal normal é menor que 3 dias; em idosos com
constipação, o trânsito pode ser de 4 a 9 dias; nos acamados pode
ser de 6 a mais de 14 dias, pois a estes últimos estão associados
fragilidade, imobilidade, drogas
• A dismotilidade é mais acentuada no cólon E
 Secundária
FATORES DESENCADEANTES DAS
CAUSAS FUNCIONAIS
 Hábitos
 Dieta inadequada
 Redução da ingestão de fibras
 Baixa ingestão de água
 Inatividade física
 Compromissos profissionais/sociais
 Perda do condicionalmente (hábito intestinal)
 Perda do reflexo evacuatório por contenção voluntária (e
redirecionamento das fezes para o sigmoide)
CAUSAS DA CONSTIPAÇÃO SECUNDÁRIA
 Medicamentos
 Antidepressivos, neurolépticos, anti-histamínicos, antiácidos com alumínios,
AINES, suplementos de Ca, bloqueadores do canal de Ca, diuréticos, sais de Fe,
narcóticos
 Causas sistêmicas
 Metabólicas
 Hipotireoidismo, hipercalcemia, hipocalemia, DM, insuficiência renal
 Neuropsíquicas
 Demência, depressão, Parkinson, AVC, neuropatia autonômica
 Causas estruturais
 Fissura anal, prolapso de mucosa, retocele, diverticulose, cólon irritável,
neoplasia de cólon, disfunção pélvica (principalmente em multíparas), colite
isquêmica, vasoconstrição, doença de Chagas
CAUSAS GERAIS EM IDOSOS

 Nos idosos ocorrem alterações anatômicas e funcionais da


musculatura lisa, de neurônios excitatórios e inibitórios e da
sensibilidade hormonal e que provocam naturalmente maior
incidência de constipação
 Mudança nos hábitos alimentares por condições econômicas,
intercorrências clínicas, dentição, menor ingestão de fibras e
líquidos, menor deambulação e redução da atividade física, outras
comorbidades, medicamentos e institucionalização
DIAGNÓSTICO
• A maioria dos médicos não dá importância à constipação
• Anamnese: descrição do caso, cronologia dos sintomas, qualidade e
quantidade das evacuações, dieta, ingestão de líquidos, estilo de vida,
medicações, presença ou não de dor abdominal, sinal de algum
processo obstrutivo, perda ponderal (neoplasia), sintomas sistêmicos,
sangramento (relacionado com câncer de cólon), afilamento das fezes
por estreitamento do canal e alternância dos sintomas
EXAME FÍSICO

• Massa abdominal
• Região anal: sangramento, hemorroidas, fissuras
• Toque retal: tromboses, massas, fissuras, estenose
EXAMES COMPLEMENTARES

• Hemograma, glicemia, eletrólitos, creatinina, função tireoidiana


• Retosigmoideoscopia (pacientes > 50 anos)
• Colonoscopia (anemia, baixo peso, alteração de calibre, sangramento,
história familiar)
• Defecografia, tempo de trânsito colônico, manometria anorretal
TRATAMENTO
 RECOMENDAÇÕES GERAIS
• Esclarecimento ao paciente sobre função intestinal
• Investigar mudança de hábito intestinal, o porquê e quando houve a
alteração
• Incentivar a criação de hábitos intestinais 15 a 30 min após desjejum
para treinar reflexos
• Ingerir acima de 1500 ml de água por dia, ou o suficiente para manter
a urina amarelo-claro
• Dieta com cereais integrais, grãos, verduras, frutas e legumes
• Exercícios físicos, inclusive nos acamados
• Adequar medicação (na medida do possível)
TRATAMENTO DIETÉTICO
 FIBRAS
• Contribuem para formação do bolo fecal
• Carregam sais biliares, os quais possuem nítido efeito catártico
• Introduzir aos poucos e aumentando gradualmente as doses em virtude da
flatulência, cólicas e desconforto abdominal
 FRUTAS E VERDURAS
• Abacate, ameixa preta seca, figo, kiwi, laranja, mamão, manga, uva, passa, agrião,
brócolis, couve, espinafre
• Cereais integrais, aveia, farelo de trigo integral, gérmen de trigo, milho verde,
pipoca, grãos, granola, feijão
• Verduras e legumes crus
 PROBIÓTICOS: microrganismos vivos que atuam melhorando a flora intestinal,
ORIENTAÇÕES DIETÉTICAS
• 3 frutas/dia com casca
• Feijão 1x/dia pelo menos
• Farelo de trigo 100g + 50g de oleaginosas (amendoim, amêndoas,
nozes) mais 4 copos de água + ½ colher de chá de gelatina sem açúcar
que tem sorbitol = 20g de fibra
TRATAMENTO MEDICAMENTOSO
• LAXATIVOS DE VOLUME: absorvem água da luz intestinal, aumentando o bolo fecal e a taxa de
trânsito colônico; de maneira geral são bem tolerados; nas fibras sintéticas (psyllium, semente de
plantago, ágar, farelo e metilcelulose) a ação bacteriana é menor nos sintéticos e por isso
produzem menos gazes e menos efeitos colaterais. DEVE HAVER INGESTÃO HÍDRICA em conjunto,
caso contrário, haverá formação de cimento
 Plantago: retirada da semente de plantago, que ao entrar em contato com a água, substitui
massas gelatinosas; dose 4 a 10 g pó 1 a 3x ao dia de quatro a dez gramas de pó, uma a três
vezes ao dia;
 Agar: obtido de várias espécies de algas; 4 a 16 g/dia
 Farelo: subproduto de beneficiamento do trigo ou de centeio; 15 a 45 g/dia
 Psyllium: é uma semente que torna-se gelatinosa ao ser adicionada na água; 2,5 a 4 g 3x/dia
 Gomas e celuloses semi-sintéticas: metilcelulose e a carboximetilcelulose são compostos
indigeríveis e não absorvíveis, formando um colóide quando misturados com água, levando a
um amolecimento do bolo fecal de um a três dias.
 Fibras naturais: causam mais flatulência, cólicas
 LAXATIVOS
• HIPEROSMOLARES
 Lactulose: o mais utilizado, 15 a 30 ml de 1 a 3x/dia; eficiente e
seguro laxativo para idosos e pode ajudar no retorno da função
intestinal normal; age aumentando o volume aquoso das fezes
 Polietilenoglicol: muito utilizado para preparo intestinal pré-
exames (1 a 2 litros); mais potente e pode ser usado em casos de
impactação fecal
 LAXATIVOS SALINOS (SAIS OSMÓTICOS)
• Provocam secreção de água para a luz intestinal por atividade osmótica.
Ocorre aumento da secreção de colescistocinina, responsável por
estimular o peristaltismo; efeitos a longo prazo , hipopotassemia,
sobrecarga hídrica, hipernatremia e diarreia
 Lactulose: o mais utilizado, 15 a 30 ml de 1 a 3x/dia; eficiente e
seguro laxativo para idosos e pode ajudar no retorno da função
intestinal normal; age aumentando o volume aquoso das fezes
 Hidróxido de magnésio (leite de magnésio): aumenta o volume
intraluminal (eletrólitos e H2O) e liberam colecistoquinina que
estimula a motilidade; ação rápida e pode provocar cólicas, diarreias e
incontinência fecal; não deve ser usado a longo prazo; 15 a 30 ml/dia
 Polietilenoglicol: muito utilizado para preparo intestinal pré-exames (1
a 2 litros); mais potente e pode ser usado em casos de impactação
• LAXATIVOS LUBRIFICANTES
 Óleo mineral: indigeríveis e pouco absorvíveis, amolecem (retardam a
absorção de água pelas fezes) e facilitam a passagem das fezes; em
idosos seu uso é limitado pelo risco de broncoaspiração, interferência
na absorção de vitaminas lipossolúveis e pode afetar os reflexos da
evacuação; 15 a 45 ml/dia
 Dioctil-sulfossuccinato de sódio: suavizante do bolo fecal. Na
dosagem terapêutica, por via oral, ocorre amolecimento das fezes em
24-48 horas, devido à sua propriedade de diminuir a tensão
superficial e facilitar a penetração de água e gordura no bolo fecal ;
 Compostos de óleos minerais (vaselina e parafina), não são
absorvíveis ao nível do tubo digestivo, são emolientes e lubrificantes
e sua eficácia é proporcional à viscosidade; retardam a reabsorção de
H2O, amolecendo a massa fecal; podem ser associados às fibras
• LAXATIVOS ESTIMULANTES
 Antraquinonas (sene, cáscara sagrada, ruibarbo, aloe): aumentam a
motilidade colônica e o volume de água na luz do trato digestivo baixo e
aceleram o peristaltismo levando a cólicas; eficazes em seis horas após a
administração oral dos laxantes; contraindicados na suspeita de obstrução
intestinal, na lactação e em grávidas; o sene é o mais seguro em idosos nas
doses de 100 a 300 mg em dias alternados, à
 Difenilmetanos (bisacodil, lactopurga): atuam aumentando o fluido
intraluminal no cólon e o trânsito pelo estímulo do plexo miontérico; e 10 a
15 mg/dia e não associar ao leite ou antiácido, não usar cronicamente sob o
risco lesar a mucosa anal
 Óleo de rícino: proveniente da semente de Ricinus, que atua por diferentes
processos; emoliente brando, modifica tensão superficial, inibe a absorção
de sódio, da glicose e de outros nutrientes; aumenta a permeabilidade da
membrana a macromoléculas e produz alterações morfológicas nas
membranas; 4 a 15 ml; ação forte, gosto desagradável e efeitos tóxicos no
epitélio intestinal e nos neurônios entéricos, seu uso tem sido abandonado
 LAXATIVOS
• ENEMAS
 Efeito contrátil pela dilatação intestinal
 Usados para tratamento e prevenção de impactação
 Compostos de óleos minerais (vaselina e parafina)
 Água, óleo mineral, sabões espumoso, fleets (fosfatos)
COMPLICAÇÕES
• Impactação fecal
• Úlceras anais
• Volvo
• Retenção urinária
• Hemorroidas
• Autoimagem negativa
• Pior qualidade de vida
SUPLEMENTAÇÃO NO IDOSO
• Complemento nutricional: complementos alimentícios da indústria com
objetivo de completar as necessidades diárias
• Suplemento nutricional: é um nutriente administrado que é destinado ao
TRATAMENTO de determinada doença; FINS TERAPÊUTICOS
• Suplemento de nutrientes específicos: micronutrientes (Zn, glutamina,
vitamina A...)
• O complemento pode ser usado também em uma situação de tratamento.
Em situações especiais (sarcopenia, baixo consumo, adequação alimentar,
vegetarianos, hipoglicemia, intolerâncias, osteoporose, deficiências
nutricionais) posso usar complemento.
SUPLEMENTAÇÃO “CASEIRA” PARA
AUMENTAR DENSIDADE ENERGÉTICA
Densidade energética
 Aumento de gordura mono e polinsaturada
 Incentivar consumos de alta densidade calórica: abacate, oleaginosas, manteiga,
margarina, mel, creme de leite, leite em pó
 Azeite de oliva e óleo de canola (ω9 e ω3) a uma quantidade de 5% do volume, ou
seja 15ml (1colher de sopa) acrescentada a uma quantidade total de 1 prato de sopa
(15ml de óleo de canola ou azeite em 1 prato de sopa)
 Utilização de sacarose, mel, cereais a uma proporção de 10% do volume da refeição
(30g) ou 2 colheres de sopa de qualquer carboidrato; isto oferece um acréscimo de
300 a 350 kcal por dia
COMPLEMENTO
• Complementam a dieta
• São ótimas fontes de vitaminas e minerais
• Possuem proteína de boa qualidade
• Sabor agradável
• Menor custo que o suplemento
• Complementos alimentares no mercado: Nutren Active, Sustacal,
sustagen, sustain
• Geralmente são misturados ao leite
SUPLEMENTO ALIMENTAR

• Alimento para fins especiais, com ingestão controlada de nutrientes, na


forma isolada ou combinada, com composição definida ou estimada,
especialmente formulada e elaborada pra uso por sonda ou via oral,
industrializado ou não utilizada exclusiva ou parcialmente pra substituir
ou complementar a alimentação oral em, pacientes desnutridos ou não,
conforme necessidades nutricionais, em regime hospitalar, ambulatorial
ou domiciliar, visando a síntese ou manutenção dos tecidos, órgãos ou
sistemas
INDICAÇÕES
• Desnutrição
• Redução da ingestão calórica por tempo prolongado
• Sarcopenia: perda de massa muscular, perda força e perda da
tolerância ao exercício
• Disfunção imunológica: vulnerabilidade a doenças infecciosas,
processos inflamatórios e auto-imunes (que é muito característico do
idoso, “o idoso é um ser inflamado”)
SUPLEMENTAÇÃO DE
NUTRIENTES ESPECIFICOS
MAIS COMUNS NO IDOSO
ARGININA
• Aminoácido essencial com função essencial para as células imunológicas
(macrófagos, neutrófilos e linfócitos)
• Em pacientes hígidos a dieta oferece quantidades de arginina suficientes para
manter a massa magra e tecido conectivo
• No estresse metabólico, a produção torna-se insuficiente para a síntese
proteica e crescimento adequados; suplementação seria bem indicada
• A suplementação demonstrou redução na excreção nitrogenada, cicatrização
mais rápida, aumento da síntese proteica e melhora da função imunológica
• Por ser precursora de óxido nítrico, alguns trabalhos mostraram aumento da
mortalidade em pacientes críticos suplementados
• Pode ser usada até 2% do VCT (em torno de 30g)
GLUTAMINA

• Grande concentração de glutamina em músculo esquelético


(envelhecimento → perda de músculo esquelético)
• Funções: transferência de nitrogênio entre os tecidos, responsável pela
integridade de mucosa intestinal
• Dano metabólico do músculo esquelético → consumo de glutamina como
fonte de energia → prejuízo na nutrição de enterócitos e células do sistema
imune.
• No entanto... trabalhos clínicos não reproduziram mesmos resultados que
os experimentais
• Recomendação: 0,3 a 0,5g/kg/dia
ÔMEGA-3
• É um ácido graxo essencial (ácido linolênico) com 18 átomos de carbono e 3 duplas
ligações
• Ação anti-inflamatória, importante na prevenção da doença cardiovascular,
hipertrigliceridemia, artrite reumatoide, função antineoplásica e anticaquética
• Recomendação (DRIs ou AI) para pessoas com mais de 70 anos
 Homens ω6 14 g/dia; ω3 1,6 g/dia
 Mulheres ω6 11 g/dia; ω3 1,1 g/dia
• Fontes
 16 g de óleo de peixe/dia (1 colher) é o suficiente para o suprimento de ω3, o que
nem sempre é atingido pelos idosos
PREBIÓTICOS
• Principais: inulina e frutooligossacarideos (FOS) que são CHO complexos
• Estimulam a absorção e retenção de minerais (Mg, Fe e Ca)
• Alimentos que contém FOS: cevada, centeio, aveia, trigo, mel, cebola, alho, tomate,
aspargos, alcachofra, banana, levedo de cerveja; porém o volume que deveria ser
ingerido teria que ser alto para suprir as necessidades para tal finalidade
• Prebióticos são considerados fibras alimentares; critérios de identificação:
 Não sofrem hidrólise ou absorção no delgado
 No cólon podem ser metabolizados seletivamente por bactérias benéficas
 Alteram a microflora colônica pela bacteriana benéfica
 Induzem efeito fisiológico importante para a saúde
PROBIÓTICOS
• São organismos vivos que, como as fibras, atuam no intestino e
promovem o equilíbrio da flora bacteriana intestinal
• Eles provocam aumento resistência a infecções, impedindo a
colonização por bactérias patogênicas e diminuem o colesterol.
• As principais fontes são encontradas em: leites fermentados (bebidas
lácteas com lactobacilos), iogurtes (bifidobactérias) e produtos
industrializados acrescidos destas substâncias
CASO CLÍNICO
Paciente M. A. F., 70 anos, sexo masculino, natural de Belo Horizonte, procurou
atendimento nutrológico devido à perda de peso, fraqueza geral que o dificultava
realizar atividades cotidianas que outrora praticava. Relatou perda de 6 kg nos
últimos 3 meses (já estava perdendo peso nos últimos 12 meses em menor
intensidade), inapetência, astenia, constipação intestinal, perda de apetite e queixas
digestivas (empachamento, mal estar gástrico) a alimentos mais “pesados”;
parestesia ascendente e dor nos membros inferiores; nega disfagia, uso de prótese
dentária com dificuldade de mastigação. Não associou a perda de apetite a alguma
causa específica ou problemas psicológicos. Sempre foi de “comer pouco”, mas no
último ano o interesse pelo alimento diminuiu. Nega tabagismo ou etilismo.
Procurou nutricionista, que apenas prescreveu uma dieta sem ao menos perguntar
se ele “gostava” daquele cardápio e não aderiu. Mora com a esposa e que prepara as
refeições.
HIST PREGRESSA: HAS crônica compensada, nega cirurgias prévias
Medicamentos: Hidroclorotiazida 25 mg 1 cp cedo e losartana 50 mg 1 cp 12/12 hs
 EXAME FÍSICO: Peso atual 55 kg, peso habitual 70 kg; altura 1,70 m IMC 19, 130x90
 REG, emagrecido, consciente, orientado e comunicativo, desidratado (+/+4),
mucosas hipocoradas (++/+4), anictérico, acianótico, anictérico; turgor e
elasticidade diminuídos, ausência de linfoadenomegalia, panículo adiposo escasso,
fissuras labiais e lábios ressecados, glossite, lesões descamativas em pele em dorso
de mãos
 ACV: BNRNR sem sopros, ausência de edema de mmii, pulsos palpáveis e regulares,
perfusão capilar adequada
 AR: MVF sem RA, eupneico
 AD: abdômen escavado, sem abaulamentos ou retrações; sem sinais de irritação
peritoneal; ausência de dor à palpação superficial e profunda; sem massas ou
visceromegalias palpáveis
 AME: musculatura do deltoide e panturrilha flácida, hipotônica; marcha preservada
ANAMNESE ALIMENTAR (recordatório alimentar: ingesta diária)
• Carne/ovos : ½ porção (50 g) = 10 g proteína, 100 calorias, dificuldade à mastigação
• Verdura e legumes: 1 porção (déficit micronutrientes e proteína vegetal) = 1 g proteína,
20 calorias
• Leite e derivados: 1 porção/d (1 copo) = 8 g proteína = 120 cal
• Frutas = 1 porção (déficit de micronutrientes) = proteína 2 g, 60 calorias
• Feijão: 1/2 porção/d = 5 g de proteína, 50 calorias
• Amido (“massas”): 2 porções/d = 2 g proteína, 250 calorias
 BALANÇO FINAL
 Proteína/dia: 29 g
 Calorias: 600 calorias
 Calcular para este paciente: Fórmula de Harris Benedict
GE: 66 + (13,7 x Peso) + (5 x Alt) – 6 x Idade = 1.249 x 1,2 = 1.500 kcal
O paciente está consumindo apenas 600 kcal/dia
 Quanto vou ofertar para este paciente?
 Pela fórmula calculada acima preciso ofertar 1.500 kcal
 Fórmula de bolso
 Manutenção de peso ou ganho de peso “moderado”:25 a 30 kcal (para este 28 x
55 = 1.540); preciso acrescentar pelo menos mais 900 kcal
Ganho de peso 35 calorias/kg (35 x 55 = 1.925 calorias); preciso acrescentar=
1.325 calorias
 Necessidade proteica 1.5 g/kg: 1,5 x 55 = 82,5 g proteína
 Ingere atualmente 29 g; suplementar: 82,5 – 29 = 53,5 g
 Recomendações hídricas: 30 ml/kg = 1.600 mL de água livre
PROPONDO A DIETA
 Aumentar a oferta alimentar: proteínas animal e vegetal, CHO, incentivar maior
consumo de gordura insaturada (abacate, oleaginosas, acrescentar azeite)
 Caso o paciente se recuse a aumentar a ingesta oral (falta de apetite e já relatou
insucesso com tratamento com nutricionista)
 Acrescentar suplemento industrializado
 Manter a alimentação que ele tolera + acrescentar 900 kcal sob forma de
suplemento e acrescentar módulos caso não atinja necessidade proteica
 Prescrever orexígeno e polivitamínico para suprir déficit de micronutrientes que
provavelmente o paciente possui
A ESCOLHA DO SUPLEMENTO
 A quantidade a repor de calorias é grande (900 calorias); logo devo
escolher uma dieta HIPERCALÓRICA
 A quantidade a repor de proteína é grande (54 g, ele só consome 29 g)
logo devo escolher uma dieta HIPERPROTEICA OU ACRESCENTAR
MÓDULO DE PROTEÍNA caso não atinja as recomendações
Selecionar a forma: líquida ou pó, sabor
NÃO INICIAR COM 100% DAS NECESSIDADES NO PRIMEIRO DIA
Dietas padrão hipercalóricas/hiperproteicas
FONTE FONTE FONTE APRES INDICAÇÕES OBS $
PROT CHO LIPI FIBR PROT CARB LIPIDIO

ISO- 17% 41% 42% 8g/L


Fibra Soja
Caseinato de sódio
e de cálcio do leite
100%
Malto-
Óleo canola 42%
TCM 32%
T Square 1L
ABERTO
Hipercalórica,
restrição hídrica,
Sem lactose
Osm 320
26
(TS)
SOURCE 52%, Goma- vaca dextrina Óleo soja 23% intoler gdes volumes,
63g/L 150 g/ litro 67g/L guar 48%
1.5 Lecitina soja 2,7% SIST Fibras 41
Mono/Diglic 0,3% FECH (SF)
1 litro
NESTLÉ

15% 55% 30% 0 Caseinato Ca 100% Malto- Óleo canola 63% Tsquare 1 litro Necessidade Osm 476 21
TROPHIC 1.5 55% dxtrina Óleo de milho 35% Baunilh elevada FIBRAS Vol p/ 100%
58 g/L 200g/l 50 g/L Prot isol soja Lec soja 2% DRI: 581 ml
(PRODIET) 30% ω6: ω3= 5,9:1 SIST
Prot isol soro ABERTO
leite 15%

17% 58% 25% 18g/L Malto- Óleo canola 79% Tetra pak 1 Risco nutricional, RS/
NUTRI FIBER 70% sol dextrina 100% Óleo girassol 12% litro necessidade de sacarose,
1.5 64g/L 218 g/ 42g/L 30% ins TCM 9% fibras lactose
litro ω6: ω3= 3,7:1 SIST
ABERTO
DANONE

17% 58% 25% 0 Proteína soro Malto- Óleo canola 79% Lata 400 g Risco nutricional S/ lactose 63
NUTRI 63g/L 217 g/ 42g/L leite 100% dextrina 100% Óleo girassol 12% Baunilh
ENTERAL 1.5 litro TCM 9% choco morang SIST
ω6: ω3= 4:1 8 c md (54g) + ABERTO
80ml água
(DANONE) completar até
160 ml
DIETAS ESPECIALIZADAS – HIPERPROTEICAS - HIPERCALÓRICAS
PROT CHO LIPID FIBRA FONTE FONTE FONTE APRES INDICAÇÕES OBS $
PROTEÍNA CARB LIPIDIO
15% 57% 28% 0 Caseinato Malto- Óleo girassol 49% Tetra slim Manutenção e Sem lactose $12
NUTREN 1.5 56 g/L 220g/ cálcio e Na dextrina Óleo milho 46% (cx) 200 ml recuperação do Osm 661
Tetra slim litro 48 g/L leite vaca 61% Lecitina soja 5% Morango estado Rel CalNprot/
1.540 kcal/L 11,2g/ 95g/L 65% Sacarose Baunilha nutricional gN: 146
308kcal/200ml 200ml açúc Pr soja 35% 39%

17% 40% 43% 0 Caseinato Malto- Óleo canola 79% Tetra slim Pacientes Sem lactose $15
NUTREN 2.0 cálcio e Na dextrina TCM 19% (cx) 200 ml necessidades Osm 523
Tetra slim 86 g/L 200g/ 95g/L leite vaca 80% Lecitina soja 2% Baunilha calóricas altas e Rel CalNprot/
litro 100% Sacarose Vitamina de controle de gN: 123
2.000 kcal/L 17,2g/ 45g/L 20% frutas oferta de
400kcal/200ml 200ml açúc volume

NUTREN 33% 37% 30% 1,6 g/ Caseinato de Amido Óleo de canola 88% Tetra slim Necessidades Lactose zero $11
SENIOR pronto unid Ca 77% tapioca Lecitina soja 5,1% 200 ml nutricionais ↑, Sacarose 0
para beber 16 g/ 18g/ 6,4 g/ Caseinato de 60% Cacau 4,3% idosos,
CHOCOLATE unid unid unid Na 13% Malto- Mat primas lácteas hiperprotéico,
1.0 0,7g Proteína soja dextrina 2,6% ingestão ↓
açúc 10% 40% açúcares
NUTREN 34% 34% 32% 1,1g/1 Leite desn Malto- Gordura láctea 98% Lata 370 e Hiperprotéico LACTOSE Osm $50
SENIOR PÓ SEM porção 47% Dextrina Lecitina soja 2% 740 g Vitamina D 354 370g
SABOR (NESTLÉ) 10g/1 10g/1 4 g/1 Prot isolada 100% 3 col sopa 400% DRI Rel CalNprot/
porç = porç porç = FOS 70% soro leite (27,5g) em Adicionar em gN: 49 $89
232 kcal/55g 3 col 3 col 3 col Inulina 28% 150ml agu 150 ml de água 740g
sopa sopa sopa 30% Caseinato
cálcio 25%

NUTREN 34% 35% 31% 1,4 g/1 Malto- Lata 370 g 3 Necessidades LACTOSE 50
SENIOR PÓ porção dextrina col sopa nutricionais ↑, AÇÚCARES
CAFÉ C LEITE, 11 g/1 11 g/1 4,4 g/ FOS 70% 100% cheias idosos,
BAUNILHA, porç porç 1 porç Inulina (31,5g) em hiperprotéico,
CHOCOLATE Açuc 30% 180 ml de ingestão
130 kcal/ 5,7 g leite controlada
porção açúcares
NUTRIDRINK MAX 1.5 20% PROTEÍNA
DIETAS ESPECIALIZADAS – HIPERPROTEICAS - HIPERCALÓRICAS
PROT CHO LIPID FIBRA FONTE FONTE FONTE APRES INDICAÇÕES OBS
PROTEÍNA CARB LIPIDIO
NUTRI- 20% 50% 30 12g/L Proteína da Xarope Óleo de palma 41% Lata 350 g Recuperação e Osm 651
DRINK MAX GOS soja 65% glicose Óleo girassol 34% BaunilhCa manutenção Baunilha
PÓ 76g/L 190 g/ 50g/L 82% Caseinato 81% Óleo canola 25% pucc Sem peso Osm 562 Sem
litro Pectina leite vaca Sacarose ω6:ω3= 5,5:1 sabor sabor
1.5 12% 35% 19% Lata 700 g
DANONE FOS 6% S sabor Sem sabor
100% 8 col med
xarope + 170 ml
glicose água (1.0)
12 c med +
170 ml
água (1.5)
 Necessidade energética a ser suplementada 900 calorias
 NUTRIDRINK MAX: para diluição 1.5 → 12 colheres medida + 170 ml água =
200 mL diluição final = 300 calorias = 1 porção
 900 : 300 = 3 porções = 600 mL (1 porção tem 200 mL)
 Necessidade proteica a ser suplementada 54 g
 Conferindo quanto de proteína eu darei em 5 porções
 76 g proteína _____ 1 L
x ______ 0,6 L = 45,6 g

 Em 600 mL de nutridrink max = 900 kcal = 45 g de proteína; preciso de 54 g,


devo acrescentar mais 9 g; posso acrescentar módulo de proteína
INDICAÇÃO QUANT/FONTE APRES
PROT
RESOURCE PROTEIN Módulo de 6,2 g proteína/col Lata 240 g R$ 80
(NESTLÉ) proteína medida (7g) 1 med (7g) = 213 g prot
Caseinato cálcio 6,2g proteína /emb
100%

FRESUBIN PROTEIN Módulo de 4,4 g Lata 300 g R$ 65


POWDER proteína proteína/col med 2 a 3 col em 264 g prot/
18 kcal/ col (5g) bebida ou emb
(FRESENIUS) med Proteína do soro sólidos
R$0,24/g do leite 100%
prot
ISOFORT Proteína 1 col med = 15g = Pote 900 e R$200
(VITAFORT) isolada e 14 g prot 1.800g 828g prot/ emb
parcialmente Proteínas soro do
hidrolisada leite 100%
R$0,24/g prot
 Escolho um módulo de proteína
 FRESUBIN PROTEIN POWDER: 1 col med = 4,4g
 4,4 g _____ 1 col med
9 g _____ x prot. = 2 colheres medidas
 Distribuo estas 2 col med junto com o suplemento
 Caso eu queiram manter os 900 kcal do suplemento, mas queira ofertar
mais proteína, por exemplo 1,8 g/kg
1,8 x 55 = 99 g ele ingere 29 g, faltam 70 g , já tem 45 g no nutridrink
70 – 45 = 25 g, faltam 25 g
 4,4 g _____ 1 col med
25 g _____ x x = 5,7 colheres medidas = 6 col med
2 colheres medida em cada porção do nutridrink
A ESCOLHA DO POLIVITAMÍNICO
Vit A Vit Vit Vit Vit Vit Vit H Ac Vit Vit C Vit D Vit E Vit K Ca Fe* P Mg Zn Cu Se Cr Mn Mo
mcg B1 B2 B3 B5 B6 Biot fól B12 mg UI mg mcg mg mg mg mg mg mg mcg mcg mg Mcg
mg mg mg mg mg mcg mcg mcg
CLUSIVOL 1500 1,5 1,7 20 1,0 2,0 - - 6,0 73 400 - - 300 45 - 5 0,8 - - - 4,6 -

ZIRVIT 1500 1,5 1,7 20 10 2 30 400 6,0 60 400 45 25 162 18 125 100 15 2 25 25 2,5 25

QUELATUS 300 0,6 0,7 8 2,5 0,7 15 120 0,5 23 100 5 - 125 5 - 50 3,5 0,45 17 18 1,2 23

QUELATUS 300 0,6 0,7 8 2,5 0,7 15 100 1,2 23 100 5 - 125 5 - 75 3,5 0,45 17 18 1,0 23
SENIOR 2c/d

QUELATUS - 1,2 - 16 5,0 1,3 30 240 2,4 - 200 - - - - - - 7,0 0,9 34


MULHER

CENTRUM A a 400 1,2 1,3 16 5,0 1,3 30 240 2,4 45 200 6,7 65 250 8,1 125 100 7,0 0,45 20 18 1,2 23
Z Iodo 33mcg Cloro 320mcg K 10mcg
CENTRUM 400 1,0 1,0 14 5,0 1,3 30 240 2,4 45 200 6,7 25 320 10 - 100 7,0 0,45 20 25 1,8 23
MULHER
Iodo 33 mcg
CENTRUM 500 1,2 1,3 16 5,0 1,3 30 200 2,4 45 200 6,7 30 250 3,5 - 120 7,0 0,45 20 25 2,3 23
HOMEM
Iodo 33 mcg
CENTRUM 600 1,2 1,3 16 5,0 1,3 30 240 2,4 45 200 10 65 250 3,5 125 100 7,0 0,9 34 35 2,3 45
SELECT
Iodo 33mcg Potássio 10mcg Cloro 34mcg
CENTRUM 500 1,0 1,0 14 5,0 1,3 30 240 2,4 45 200 10 25 320 3,5 - 100 7,0 0,45 34 35 1,8 45
SELECT
Iodo 33 mcg
CENTRUM 600 1,2 1,3 16 5,0 1,3 30 200 2,4 45 200 10 30 300 3,5 - 120 7,0 0,45 34 35 2,3 45
SELECT Iodo 33 mcg
Panax ginseng 12mg Adenosina 0,75mg Inositol 5mg Betacaroteno 5000U
POLIVITAMÍNICOS MAIS COMPLETOS
VARIEDADE DE MICRONUTRIENTES

ZIRVIT
CENTRUM, CENTRUM SELECT
OBSERVAÇÕES
Maioria não tem fósforo
Maior quantidade de cálcio
Centrum mulher, Centrum select mulher = 320 mg
Clusivol, centrum select homem = 300 mg
Centrum A a Z, Centrum homem, Centrum select,
Materna, Mult A-Z, Suplevit = 250 mg
Maior quantidade de vitamina D
Clusivol, Zirvit, Natele, Vita sênior, Vitergan máster,
Damater = 400 UI
VITAMINA A
VITAMINA A: 1 UI = 0,3 mcg
Polivitamínico quant muito elevada vit A: ACCUVIT, VITERGAN
ZINCO PL (3.000 mcg)
GERIATON 2.250
Polivitamínicos qtdade elevada vit A = 1.500 mcg = 5.000UI
CLUSIVOL
ZIRVIT
DAYVIT
VITAMINA B1

Maior quantidade
Carnabol = 5,0 mg
Materna, Natele = 3,0 mg
Dayvit 2,3 mg

Maioria: 1,0 a 1,5 mg


VITAMINA B12

Maior quantidade
Materna 12 mcg
Dayvit = 9 mcg
Clusivol, Zirvit, carnabol = 6,0 mcg
OREXÍGENOS
Buclisina: um derivado piperazínico com ações orexígena, anti-
histamínica e antiemética; o mecanismo dessa ação estimulante do
apetite ainda não está bem determinado, provavelmente devido a um
efeito hipoglicemiante e consequente estimulação do centro do apetite,
no hipotálamo; tem uma leve ação sedativa
Ciproeptadina: como antialérgico, liga-se aos receptores H1 da
histamina antagonizando os seus efeitos; bloqueia a serotonina no
centro do apetite, estimulando o apetite; sonolência
Cobamamida: é uma coenzima da vitamina B12, estimula síntese de
proteína (anabolizante não esteroide); auxilia no ganho massa magra
sem alterar o sistema endócrino
Acetato de megestrol: induz o apetite ao estimular o neuropeptídeo Y
no hipotálamo ou pela inibição das citocinas pró-inflamatórias (IL-1,
IL-6, TNF-alfa); indiretamente atua sobre a leptina e serotonina
inibindo-as; uso em casos graves devido ao risco de
tromboembolismo; dose 240 a 800 mg/dia
Dexametasona e prednisolona: mecanismo de ação inibição das
citocinas pró-inflamatórias (IL-1, IL-6, TNF-alfa) estimulando o apetite
e diminuindo o gasto energético
OREXÍGENOS
BUCLZINA CIPROEPTADINA COBAMAMIDA LISINA TRIP- CAFEÍNA VIT B1 VIT B2 VIT B3 VIT B6 VIT B12 VIT C
(mg) (mg) TOFANO (mcg)
CARNABOL 15 100 50 5,0 1,0 1,0 2,0 6,0
PROPAN 25 1,5 2,5 12,5 5,0 7,5
COBAVITAL 4,0 1,0
COBACTIN 4,0 1,0
PROFOL 25 200 20 20 50
POSTAFEN 25
BUCLINA 25
APETIL 25
PROFOL 10 300 20 20 50
10 ML
COBAPETIT xarope 8 2
10 mL
APETIVITON BC 10 8 1,2 1,5 13 1,3 43
mL
PETIVIT BC 8 1,2 1,5 13 1,3 43
10 mL
BERITIN BC 8 1,2 1,5 10 1,2 40
10 mL
APEVITIN BC 10 mL 8 1,2 1,5 13 1,3 42
MANIPULADO 1 50 5 50 500 200
MANIPULADO 2 4,0 2,5 2,5 1,0 10 5,0 20
PRESCRIÇÃO FINAL
Para: ______________________________________

USO ORAL

1- Nutridrink max sem sabor ____________ lata 700 g


Dissolver 12 colheres medida em 170 mL de água ou outro líquido (= 1 porção) e tomar 1 a 3
porções ao dia

2- Fresubin Protein Powder ____________ 1 lata


Dissolver 2 colheres med ao nutridrink 2 x ao dia

3- Complexo B12 concentrado _____________ 1 caixa


Tomar 1 cp após almoço e jantar

4- Centrum __________________________ 1 caixa


Tomar 1 comp após café da manhã
Obrigada!

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