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Teorias e Técnicas de Grupo

Aula 4 – Classificação dos grupos

Profª Ma. Thaís Caroline Alves de Oliveira


Perguntas norteadoras
• Qual a essência dos fenômenos grupais?

• O que será que diferencia um grupo do outro?


Classificação dos grupos
• Podemos dizer que a essência dos fenômenos
grupais é a mesma em todos os grupos, entretanto
existem grupos diferentes uns dos outros por
causa da finalidade para a qual eles existem.

• A depender da finalidade do grupo, a camada de


pessoas que o compõem, as combinações do
setting terapêutico e até mesmo as técnicas a
serem utilizadas podem se diversificar.
Classificação dos grupos
• O problema é que a ampla variedade de tipos de
grupos, atividades e técnicas podem causar uma
confusão de conceitos, especialmente entre
profissionais.

• A fim de evitar essa confusão, se faz necessário


classificarmos as diferentes modalidades de grupos.

• A classificação que veremos se baseia na finalidade dos


grupos, mas é possível você criar uma outra
classificação se escolher outros critérios, como por
exemplo, o tipo de pessoas componentes.
Classificação dos Grupos

Operativo

Psicoterápicos
Grupos Operativos
• Os grupos operativos foram
conceituados, divulgados e
aplicados pelo psicanalista
Pichon Rivière.

• Esse autor construiu o seu


“esquema conceitual
referencial operativo”
considerando uma série de
fatores conscientes e
inconscientes, que regem a
dinâmica de qualquer campo
grupal e que se manifesta nas
três áreas: mente, corpo e
mundo exterior.
Grupos Operativos
• O Pichon identificou os fenômenos conscientes e
inconscientes das pessoas dentro de um grupo e
percebeu que eles comumente se manifestavam nos
demais grupos. Por isso, criou um referencial no qual
ele trabalhava ao observar a mente, corpo e o mundo
exterior de cada grupo.

• Nesses grupos o coordenador fica centralizado na


tarefa proposta e não intervém com frequência.
Somente quando fatores inconscientes ameaçam a
integridade do grupo é que o coordenador fara suas
interpretações.
Classificação dos grupos operativos
• Ensino Aprendizagem

• Institucionais

• Comunitários

• Terapeuticos
Ensino Aprendizagem
• A ideologia deste tipo de grupo é
“Aprender a aprender”. Existem
incontáveis modalidades de
grupos que utilizam essa ideia e
são chamados de formas
diferentes, mas sabemos que é
classificado nesse termo devido a
similaridade de suas finalidades.

• Podemos citar aqui os Grupos T


(treinamento), os Grupos F
(formação), Grupos de Reflexão,
Grupos de Estudo
Institucionais

• Estes grupos visam


promover reuniões com o
objetivo de debater e
encontrar uma ideologia
em comum.

• É comum nas escolas, na


reunião com os pais e
professores para chegar em
um acordo, como na igreja,
nos sindicatos, nas empresas.
Comunitários
• São aqueles voltados a
comunidade que se
beneficia da utilização de
diversos tipos de grupos
especialmente aqueles
voltados para a área da
saúde.

• É muito comum nas UBS e


postos de saúde dos bairros
e em escolas, através de
oficinas.
Terapeuticos
• Esses grupos buscam uma melhoria de alguma
situação patológica, quer seja orgânica, quer seja
psíquica. Eles são bem conhecidos como grupos de
autoajuda e são comumente formados de maneira
espontânea entre pessoas que identificam-se entre si
de alguma forma.

• Atualmente, esses grupos também são conhecidos


como “grupo de mútua ajuda”.

• Podemos enquadrar esses grupos em 6 categorias:


adictos, cuidados primários, reabilitação,
sobrevivência social, suporte e problemas conjugais.
Abordagens de grupoterapia

• Embora, como vimos, os grupos operativos


possam contribuir de forma terapeutica, sua
finalidade não é essa. No caso dos grupos
Psicoterápicos, seu objetivo é promover
insights e trabalhar com o inconsciente do
grupo ou com sua totalidade grupal
Psicodramatica
• Corrente criada por Moreno, na década de 30, o psicodrama
utiliza 6 elementos fundamentais para que, a partir da
dramatização, conflitos inconscientes possam ser trabalhados
em grupo.

• Esta abordagem entende que a dramatização pode propiciar a


reconstituição dos primitivos estágios evolutivos do
indivíduo.

• Assim, é comum numa primeira dramatização o uso da


técnica dupla para reconhecer indiferenciação entre eu e o
outro. Depois pode ser utilizado a técnica do espelho, na qual
o protagonista assiste a sua cena de fora. Num terceiro
momento é realizado a técnica de inversão de papeis.

• Elementos: Cenário, protagonista, diretor, ego auxiliar, público


Sistêmica
• Essa abordagem entende que os grupos funcionam como um
sistema, ou seja, há uma interação, complementação e
suplementação dos distintos papéis que foram atribuídos e que
cada um de seus componentes desempenha.

• Desta forma, o conjunto se comporta como um sistema


integrado, onde modificar um, necessariamente afeta ao todo.

• É bem comum em terapias familiares


Cognitivo-comportamental
• Essa abordagem entende que todo indivíduo é um
organismo que recebe estímulos e gera apreciações.
Trata-se de uma aprendizagem social na qual se
valoriza as significações que o sujeito dá ao mundo,
suas crenças, suas ações e sua forma de se adaptar ao
ambiente.

• Essa abordagem carrega três objetivos terapêuticos


principais: a reeducação das concepções errôneas
(distorcidas), o treinamento de novos comportamentos
e a modificação no estilo de vida

• É a abordagem mais popular atualmente na saúde


pública e convênios médicos, por ser bastante objetiva.
Psicanalitica
• A corrente psicanalítica abrange escolas como a
freudiana (Melanie Klein, Bion e Winnicott), a da
psicologia do ego (Mahler), a psicologia do self
(Kohut), a estruturalista (Lacan). Entretanto, apesar
de algumas divergências na questão teórica e
prática, essas escolas também convergem bastante
especialmente no que diz respeito aos fenômenos
do inconsciente.

• As grupoterapias psicanalíticas podem funcionar de


longo a curto prazo e podem ter a finalidade de
promover insights nos participantes, ou trabalhar
com remoção de alguns sintomas como angústia e
resolução de crises.
Processos Grupais
• Existem alguns processos que ocorrem em grupos a fim de
equilibrar as relações entre os membros, especialmente as
relações de poder.

• É muito comum que se estabeleça a figura de um líder ou até


mesmo de um subgrupo que detém o poder e determina as
obrigações e normas que regulam a vida do grupo.

• Essas relações de poder no grupo determinam ou


influenciam o grau de participação dos integrantes no
processo de comunicação interno, nos sistemas de normas,
nas suas aplicações, nas punições e decisões.
1 Coesão
• Pode ser definida como a quantidade de
pressão exercida sobre os integrantes de um
grupo a fim de que continuem nele. Quanto
maior a coesão do grupo:

• -maior a satisfação experimentada pelos


membros;
• -maior a influência exercida pelo grupo em
seus membros;
• -maior a quantidade de comunicação dos
membros;
• -maior produtividade do grupo
2 Cooperação

• Pode ser definido como a ação conjunta de duas


ou mais pessoas para influir nos resultados de
uma ou mais pessoas.

• Em grupos, muitas vezes as pessoas “juntam suas


forças” e se ajudam de forma mútua e cooperativa
para atingirem algo maior. Individualmente um
membro pode ter menos poder/controle, mas
juntos conseguem chegar a um objetivo.
3 Formação de normas
• As normas surgem como padrões
compartilhados pelos membros de um grupo a
fim de suprir expectativas sobre certos
comportamentos. Todo grupo, não importa o
tamanho, precisa estabelecer normas para
funcionar adequadamente.

• Grupos com pouca coesão pode ter


dificuldade de estabelecer normas devido aos
diferentes tipos de interesse.

• As normas nem sempre são explícitas ou


foram conversadas em um grupo.
4 Liderança

• Por muito tempo a gente acreditou que


algumas pessoas “nascem” líderes.

• É certo que algumas características como:


autoconfiança, persistência e sociabilidade
ajudam um indivíduo a desenvolver seu
potencial de líder, mas não quer dizer que ele
se tornará um só por apresentar tais
características.

• O líder precisa harmonizar tais caracteristicas


com os objetivos do grupo.
Processos Grupais
• Kurt Lewin identificou três tipos de
lideranças:

• Autocrítica: total centralização do poder.

• Democrática: as decisões são tomadas pela


maioria e o líder é um representante dos
liderados;

• Permissiva: cada integrante pode agir como


deseja.

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