Você está na página 1de 2

SÍNDROME MELAS

(ENCEFALOPATIA MITOCONDRIAL)
INTRODUÇÃO À PATOLOGIA

O síndrome MELAS é uma doença mitocondrial neurodegenerativa, de transmissão materna, de


desenvolvimento progressivo e com um fenótipo clínico muito variável, que aparece geralmente na infância.
Esta patologia é caraterizada pela ocorrência de miopatia mitocondrial, encefalomiopatia, acidose láctica e
episódios semelhantes a acidentes vasculares. Esta sintomatologia é acompanhada por sintomas do
sistema nervoso central o que inclui convulsões, hemiparesia, hemianopsia, cegueira cortical e episódios de
vómitos. Aproximadamente 80% dos doentes com apresentação clínica de síndrome MELAS apresentam a
mutação pontual m.3243A>G no gene mitocondrial MT-TL1, que codifica o tRNALeu(UUR)

. Neste gene, as mutações m.3271T>C e m.3252A>G são a causa de cerca de 7.5% e menos de 5% dos
casos de MELAS, respectivamente. Outras mutações neste gene estão também associadas ao síndrome de
MELAS, mas apenas a casos raros como m.3244G>A, m.3256C>T e m.3291T>C. De notar que devido à
heteroplasmia a presença destas mutações no sangue diminui com a idade, em particular a m.3243A>G,
podendo não ser detectável em indivíduos mais velhos. Devido a isto é possível que indivíduos afectados
com sintomatologia menos grave ou parentes por via materna assintomáticos possam ser portadores de
mutações patogénicas que não são, no entanto, detectáveis nos leucócitos, mas estejam presentes em
outros tecidos como na pele, urina, mucosa oral e, mais frequentemente, no músculo esquelético.

Indicações para teste

• Confirmação molecular do diagnóstico clínico do doente

• Identificação de portadores em familiares em risco (teste pré-sintomático) com história familiar

de MELAS e mutação conhecida

Metodologia

• Pesquisa das mutações m.3243A>G, m.3244G>A, m.3252A>G, m.3256C>T, m.3271T>C e

m.3291T>C no ADN mitocondrial por PCR e sequenciação directa

Performance/limitações

A sequenciação de ADN permite a detecção de >95% das mutações - mutações pontuais, pequenas
inserções e delecções e mutações envolvendo os locais de splicing. A sensibilidade do teste pode ser
afectada pela ocorrência de mutações raras nas regiões dos primers. Não serão detectadas mutações em
regiões de regulação ou outras regiões não traduzidas. Grandes delecções/inserções e eventos genéticos
recombinatórios poderão não ser identificados por esta metodologia. Devido à possibilidade de
heteroplasmia, um resultado negativo não exclui a presença de uma mutação.
Requisitos da amostra

• 3-5 ml de sangue total em tubo com anticoagulante EDTA

• ADN (>5 µg com concentração >20 ng/µl)

Estabilidade/condições de transporte

• Sangue total: Estável 48h à temperatura ambiente ou 72h refrigerado

• ADN: Estável 48h à temperatura ambiente ou >48h refrigerado

Razões para rejeição da amostra

• Colheita num tubo com anticoagulante diferente de EDTA

• Conservação de forma inadequada

• Amostra mal identificada ou não identificada

• Amostra derramada devido a acondicionamento incorrecto

Tempo de resposta

Caso índex: 10 a 20 dias

Caso familiar: 5 a 10 dias

Código(s) para emissão de Termo de Responsabilidade

• SNS034900

Você também pode gostar