Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Qualificação
ambas representadas por xxxx, por não conseguir solução extrajudicial, com fulcro no art. 20º
do CPC c/c arts. 186, 475 e 927 do Código Civil e Código de Defesa do Consumidor e na
Jurisprudência pátria , o que faz nos termos a seguir :
A Requerente neste ato opta pela não realização de audiência de conciliação, haja visto a
tentativa de conciliação amigável pelas vias administrativas infrutíferas.
DOS FATOS.
Em 22 de abril de 2012, a Requerente firmou Contrato Particular de Escritura de Compra e
Venda de Imóvel, e outras avenças, com as Requeridas, tendo por objeto a aquisição dos lotes
xxxx situado no Loteamento denominado Fazenda Rio Preto (Parque Villa Nobre), no
Município de São José do Rio Preto/SP.
DO LOTE 19
No ato da aquisição, o preço da venda do lote xxx foi de R$ 50.087,80 ( cinquenta mil oitenta
e sete reais e oitenta centavos) , sendo pactuado o pagamento da seguinte forma:
1) Entrada no valor de R$ 1667,80 (hum mil seiscentos e sessenta e sete reais e oitenta
centavos)
2) O valor residual de R$40.672,80 (quarenta mil, seiscentos e setenta e dois reais e oitenta
centavos) a serem pagos em 175 (cento e setenta e cinco ) parcelas de R$ 477,35 (
quatrocentos e setenta e sete reais e trinta e cinco centavos) , acrescidas de correção
monetária e já acrescidas de juros de 0,948879% ao mês, calculados pela Tabela Price, e com
data de pagamento da primeira parcela em 10/05/2012, e as demais em igual dia dos meses
subsequentes, até final da liquidação;
3) R$ 7.742,20 (sete mil, setecentos e quarenta e dois reais e vinte centavos) oito mil e
quinhentos e trinta e nove reais e vinte centavos), a serem pagos através de 15 ( quinze)
prestações anuais e sucessivas, no valor de R$1.137,48 ( Um mil cento e trinta e sete reais e
quarenta e oito centavos) , cada uma , a serem corrigidas monetariamente e já acrescida de
juros de 0,948879% ao mês, calculados pela Tabela Price, vencendo-se a primeira delas no
dia 10/04/2013 e as demais em igual dia e mês dos anos subsequentes, até final liquidação;
DO LOTE 20
No ato da aquisição, o preço da venda do lote xxxxx foi de R$ 50.087,80 ( cinquenta mil oitenta
e sete reais e oitenta centavos) , sendo pactuado o pagamento da seguinte forma:
1) Entrada no valor de R$ 1667,80 (hum mil seiscentos e sessenta e sete reais e oitenta
centavos)
2) O valor residual de R$40.672,80 (quarenta mil, seiscentos e setenta e dois reais e oitenta
centavos) a serem pagos em 175 (cento e setenta e cinco ) parcelas de R$ 477,35 (
quatrocentos e setenta e sete reais e trinta e cinco centavos) , acrescidas de correção
monetária e já acrescidas de juros de 0,948879% ao mês, calculados pela Tabela Price, e com
data de pagamento da primeira parcela em 10/05/2012, e as demais em igual dia dos meses
subsequentes, até final da liquidação;
3) R$ 7.742,20 (sete mil, setecentos e quarenta e dois reais e vinte centavos) oito mil e
quinhentos e trinta e nove reais e vinte centavos), a serem pagos através de 15 ( quinze)
prestações anuais e sucessivas, no valor de R$1.137,48 ( Um mil cento e trinta e sete reais e
quarenta e oito centavos) , cada uma , a serem corrigidas monetariamente e já acrescida de
juros de 0,948879% ao mês, calculados pela Tabela Price, vencendo-se a primeira delas no
dia 10/04/2013 e as demais em igual dia e mês dos anos subsequentes, até final liquidação;
DOS ENCARGOS
Além desses valores, incide sobre cada contrato, seguros mensais no importe de R$11,62 (
onze reais e sessenta e dois centavos) , taxa de administração do crédito no valor de R$20,00
(vinte reais), sendo o valor total dos encargos mensais R$508,97 (quinhentos e oito reais e
noventa e sete centavos) correspondendo à soma dos valores indicados nos itens 2.1.3 (A) e
2.1.3 (B) do contrato anexo, acrescida da parcela referida no item 2.1.2B do mesmo contrato
e ainda se aplica o Índice de Atualização /Reajuste mensal : IPCA – Índice Nacional de Preços
ao Consumidor Amplo divulgado pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Foram várias as tentativas via telefone para tentar a rescisão do contrato, porém o
argumento da requerida é de que o contrato é irresolúvel.
No entanto, o que justifica invocar a garantia constitucional do artigo 5o, inciso XXXV.
A Autora solicitou informações com as Corrés sobe seu lote, a localização do mesmo
para que pudesse ver, no entanto, as empresas não deram as informações necessárias. Desta
forma, a Autora foi até o local do loteamento para tentar verificar seu terreno e as condições
deste.
Quando se deparou com o total abandono, sem sinalização pertinente para se
localizar qual era o terreno adquirido, bem como informações no local, e sem vizinhos para
dar informação pertinente ao local.
A Autora entrou pelo acesso que lhe foi indicado na aquisição do lote, entrou por uma
estrada de terra até acessar o local do loteamento, sem qualquer informação ou SINALIZAÇÃO
DE COMO CHEGAR LÁ, OU QUALQUER INFORMAÇÃO DE QUE ESTE ERA O LOCAL DO
EMPRRENDIMENTO.
A relação jurídica existente deve ser entendida como de consumo, prevista na Lei no
8.078/90, envolvendo de um lado, o adquirente promovente e de outro, o fornecedor
promovido. Portanto, aplique-se ao postulante todos os preceitos insculpidos no Diploma
Consumerista.
Para evitar um enriquecimento sem causa, previsto no Código Civil em seu artigo 413,
pelas Requeridas, não seria justo nem certo, admitir-se a retenção do sinal e das quantias
pagas, bem como retê-las parcialmente, tornando-se demasiadamente oneroso à
Requerente.
I - ... (omissis); II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já paga, nos casos previstos neste
Código;
III - ... (omissis); IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em
desvantagem exagerada, ou sejam, incompatíveis com a boa-fé e a eqüidade;
"Artigo 53 - Nos contratos de compra e venda de móveis ou imóveis, mediante pagamento em prestações, bem
como nas alienações fiduciárias em garantia, consideram-se nulas de pleno direito as cláusulas que estabeleçam a
perda total das prestações pagas em benefício do credor que, em razão do inadimplemento, pleitear a resolução
do contrato e retomada do produto alienado."
Sendo assim, protesta a Requerente desde logo, pelos benefícios previstos no Código
Consumerista, em seu artigo 6o, em especial o inciso VIII, no que tange à inversão do ônus da
prova, ante a hipossuficiência perante a Ré.
E uma vez rescindido o contrato, não vigora mais a cláusula de alienação fiduciária
perante a parte Autora, não se aplicando também o procedimento especial previsto nos
artigos 26 e ss da Lei 9.514/97 para a hipótese de inadimplemento do devedor fiduciante.
E o principal fundamento jurídico que embasa esta ação, sem prejuízo das disposições
existentes no CDC aplicáveis ao caso, são as súmulas 1, 2 e 3, emitidas pela Presidência do
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, aprovadas pelo Órgão Especial, nos
termos do artigo 188, §§ 3o e 4o do Regimento Interno, relativas à Seção de Direito Privado,
verbis:
Portanto, a Autora faz jus à rescisão judicial do Contrato, devendo as partes ser
repostas ao “ status quo ante” . De acordo com a súmula 2 do Tribunal de Justiça do Estado
de São Paulo, os valores quitados deverão ser restituídos à vista, devidamente atualizados
desde cada desembolso e acrescidos dos respectivos juros legais a partir da citação, até o mês
da restituição pelas Rés.
Apenas para comprovar o quanto alegado em razão das atitudes das Rés, em análise
do contrato em questão (cópia em anexo), mais precisamente na cláusula 2.1.3, alínea “E”,
ficou estipulada a entrega da obra num prazo de 24 meses prorrogáveis de acordo com a Lei
6.766/79, consoante cronograma aprovado pela Prefeitura Municipal.
Pois bem, o artigo 18, § 1o, da Lei no 6.766/79, que as obras de infraestrutura do
condomínio (vias de circulação do loteamento e, demarcação dos lotes, quadras e
logradouros e obras de escoamento das águas pluviais, no mínimo) tiveram a duração máxima
de quatro anos. Na Prefeitura Municipal de São José do Rio Preto, o prazo para a execução
das obras foi aprovado para até 16 de abril de 2.016, conforme declaração anexada na inicial.
Acresça-se que não foi convencionado, no contrato, o prazo adicional de 180 (cento
e oitenta) dias. Assim, não tem aplicação a disposição da Súmula no 164 do TJSP, que
preceitua: “É válido o prazo de tolerância não superior a cento e oitenta dias, para entrega de
imóvel em construção, estabelecido no compromisso de venda e compra, desde que previsto
em cláusula contratual expressa, clara e inteligível”.
Ocorre que até o presente momento, isto é, MARÇO de 2017, conforme as fotos
anexadas no corpo da petição, NÃO HÁ demarcação dos lotes, quadras e logradouros,
sinalização vertical e horizontal, bem como reflorestamento e arborização urbana, muito
menos indicação de onde é loteamento, ESTANDO TOTALMENTE ABANDONADO.
Nesse contexto, a restituição imediata da totalidade das parcelas pagas é medida que
se impõe, pois não é razoável que a Autora compradora perca parte de seu investimento em
razão da inexecução contratual culposa das vendedoras, que foram, no mínimo, negligentes
na execução do empreendimento e, portanto, devem arcar com todos os prejuízos
decorrentes da rescisão.
Confira-se:
“DESERÇÃO - INOCORRÊNCIA - CUSTAS RECOLHIDASTEMPESTIVAMENTE-
PRELIMINARREJEITADA- SENTENÇA CONDENOU A RÉ À RESTIUIÇÃO DOS VALORES PAGOS E
INDENIZAÇÃOPOR DANO MATERIAL - COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA DE IMÓVELEM
CONSTRUÇÃO - ATRASO NA CONCLUSÃO DA OBRA, NÃO ENTREGUENA DATA ACORDADA -
INADIMPLEMENTO DO VENDEDOR - RESCISÃO DOCONTRATO-
DEVOLUÇÃOINTEGRALDOSVALORESPAGOS- RESTITUIÇÃO IMEDIATA E DE UMA SÓ VEZ -
CORREÇÃO MONETÁRIADESDE O EFETIVO DESEMBOLSO - JUROS DE MORA A CONTAR DOTR
NSITO EM JULGADO DA DECISÃO - SENTENÇA PARCIALMENTEPROCEDENTE - SUCUMBÊNCIA
RECÍPROCA, MAIS EXPRESSIVA PORPARTE DA CONSTRUTORA - ARBITRAMENTO DE
HONORÁRIOS DEADVOGADOEM 10% DO VALOR DA CONDENAÇÃO - NEGADOPROVIMENTO
AO RECURSO” (Apelação no 1000494-19.2015.8.26.0066, 9a Câmara de Direito Privado do
TJSP, Rel. Des. Lucila Toledo, J. 08/03/2016)
Desta forma, em face da má-fé com que as Corrés tem agido em relação a Autora, por
querer reter parte grande dos valores até então pagos, MESMO SENDO A MORA
EXCLUSIVAMENTE DELAS, não restou alternativa, senão se socorrer Poder Judiciário, a fim de
ver declarada a rescisão do Contrato e solicitar a condenação da incorporadora na restituição
de 90% (noventa por cento) das quantias pagas, com correção monetária e juros legais, desde
o seu desembolso
Nesse caso, conforme as fotos abaixo, a Licença de Operação, entre outros, foi exigida
desde 2011, e conforme foto em anexo vem sendo inspecionada e exigida novamente, desde
2015. Houve inspeção em 2016, SENDO SOLICITANDO A SUA REGULARIZAÇÃO até
julho/2017, conforme fotos abaixo.
Ou seja, até a presente data as Requeridas não solicitaram a devida Licença de
Operação da Cetesb, NÃO PODENDO CONSTRUIR UMA CASA COM A INTENÇÃO DE MORADIA,
OU VENDER O TERRENO PARA QUE POSSAM EDIFICAR E MORAR, POIS SEM A DEVIDA
LICENÇA, É PROIBIDO TAL MORADIA.
CAPÍTULO III
Artigo 65 - Não será emitida Licença de Operação se não tiverem sido cumpridas todas as
exigências determinadas por ocasião da expedição da Licença de Instalação, ou houver
indícios ou evidências de liberação ou lançamento de poluentes nas águas, no ar ou no solo.
Parágrafo único - Da Licença de Operação emitida deverão constar:
DA TAXA DE INTERMEDIAÇÃO
Diante do teor da sumula 03do TJ/SP, devem as partes retornarem ao “status quo
ante”, devendo a quantia de R$ 8624,44 ( oito mil seiscentos e vinte e quatro reais e quarenta
e quatro centavos) paga os profissionais que intermediaram a causa ser reembolsada com a
condenação das rés a tal quantia devidamente atualizada desde o desembolso e acrescida de
juros legais, conforme recibo em anexo com valor de R$ 11600,00 , que corresponde ao valor
de entrada dos terrenos e intermediação.
Ocorre que a Requerente, que a autora sempre esteve imbuída nos princípios da boa
fé contratual, tanto que não atrasou as parcelas, por mais dificuldade que vem passando,
sempre cumpriu com as obrigações pactuadas, porém motivada pelo descaso com o
loteamento e seu abandono, agravados pelos motivos financeiros vem pagando com muita
dificuldade um bem que não esta em conformidade com o contratado/comprado, requereu
por varias vezes via telefone a rescisão dos contratos em questão, bem como a devolução
das quantias já pagas, com juros e correção monetária, como meio de realizar um acordo, o
que foi negado pelas Requerida sob alegação de irretratabilidade.
“TUTELA ANTECIPADA Ação de rescisão contratual c.c. devolução de quantias Contrato de compra e venda de
imóvel firmado pelas partes Ausente interesse da agravante na manutenção da avença -Pretendida suspensão das
parcelas vencidas e vincendas e não inclusão do nome da autora junto ao cadastro de inadimplentes
Verossimilhança das alegações, bem como o fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação Presença
dos requisitos exigidos pelo art. 273, do Código de Processo Civil Periculum in mora e fumus boni juris demonstrados
Decisão reformada AGRAVO PROVIDO.” (AI n. 2140672-05.2015.8.26.0000, rel. Des. Elcio Trujillo, j. 4.8.2015).
Por derradeiro, ainda se encontra presente o fumus bonis iuris em razão da grande
possibilidade de julgamento favorável à pretensão da Requerente, conforme dão conta os
precedentes jurisprudenciais citados.
Tudo isso evidencia que a negativação não pode ocorrer, sendo indevida, devendo a
Ré abster-se de realizar negativações e necessário a suspensão da cobrança das demais
parcelas é medida que também se impõe. De outro norte, o Código de Processo Civil autoriza
o Juiz a conceder a tutela de urgência quando “probabilidade do direito” e o “perigo de dano
ou o risco ao resultado útil do processo”:
Art. 300 : “. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo”.
DOS PEDIDOS.
j) protesta e requerer poder provar o alegado por todos os meios de provas admitidas
em direito, especialmente pelo depoimento pessoal dos legais representantes das
Rés, sob pena de confissão, oitivas testemunhais, juntada de novos documentos,
exames periciais, documentos e todas as demais, sem exceção de nenhuma, que o
caso comportar.
Nestes Termos
p. deferimento
OAB/SP 256600