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Índice

Introdução........................................................................................................................................3
Objectivos........................................................................................................................................4
Objectivo Geral................................................................................................................................4
Objectivos Específicos.....................................................................................................................4
Metodologia.....................................................................................................................................4
Teoria e conceito de Administracao Publica..................................................................................5
Teoria Clássica da Administração...................................................................................................5
principais características da burocracia....................................................................................5
Teoria Burocrática da Administracao..........................................................................................6
Teoria das relações humanas........................................................................................................7
Exercicios Praticos PP 8-9...............................................................................................................7
Fiferencie os diferentes sentidos da administracao Publica............................................................7
Unidadede XI Política e Administração pública............................................................................9
Unidade VII. Legislação e Administração Pública.....................................................................9
UNIDADE VIII Justiça..........................................................................................................10
Unidade IX História da Administração Pública em Moçambique.............................................10
Unidade X. Poder Local em Moçambique.............................................................................14
UNIDADE XI. O Poder da Administração Pública...............................................................16
UNIDADE XII . Sujeição da Administração Pública às Leis................................................17
Conclusão......................................................................................................................................19
Bibliografia....................................................................................................................................20
Introducao
A Administracao publica vem evoluindo ao longo dos tempos e com ela as suas teriorias
desde o sistema tradiconal , no presente trabalho iremos abordar sobre os temas com a teoria
Classica da administracao que tem como principaais carateristicas Divisão do trabalho,
Autoridade e responsabilidade, Disciplina, Remuneração do Pessoal e Centralização. Teoria
Burocrática da Administracao onde a subordinação não é às pessoas e sim as normas
estabelecidas dentro da organização.onde os cargos deveriam ser preenchidos por mérito
(concurso, eleição, nomeação) baseando-se em procedimentos formais revestidos de legalidade.
Desta forma, qualquer pessoa dentro da estrutura pode aspirar uma ascensão profissional, estes e
outros temas de relevantes irao compor o presente trabalho.

Objectivos

Objectivo Geral
Conhecer as varias teorias da administracao , assim com contribuir para um maior conhecimento
do próprio conceito ,e as suas particularidades.

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Objectivos Específicos
 Descrever os elementos do estado e difinilos ; compra e também as principais motivações
para um consumo de produtos de luxo.
 Conhecer os as principais diferenças entre a adminsitracao publica e privada;
 Analisar as vantagens e desvantagem de cada teoria de administracao.
 Conhecer os orgaos que satisfazem as necessidades colectivas

Metodologia
De acordo com LAKATOS & MARCONI (1991:41) Método é o conjunto de actividades
sistemáticas e racionais que com maior segurança e economia permite alcançar o objectivo-
conhecimentos validos e verdadeiros, traçando o caminho a ser seguido, decretando erros e
auxiliando as decisões do cientista.

De acordo com o tipo de pesquisa a ser utilizada no presente trabalho para se atingir os
objectivos pretendidos será a pesquisa qualitativa, que consistira na descrição do tema com base
em informações provenientes de obras que abordam sobre o tema referenciado, jornais, internet,
etc.; OLIVEIRA (1997:115).

A pesquisa se caracterizou como um estudo bibliográfico, acompanhado de um estudo de caso. A


abordagem foi qualitativa, visando aprofundar o conhecimento amplo da administracao publica
e privada.

Teoria e conceito de Administracao Publica

Teoria Clássica da Administração


A teoria Classica de Administracao, surgio na Europa junto com o Advento da Revolucao
Industrial e se caracteriza pela Enfase da extrutura organizacional da busca da eficiencia
maxima visao Homemeconomico . Henri Fayol (1841-1925),
principais características da burocracia
Divisão do trabalho

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Consiste na especialização das tarefas e das pessoas para aumentar a eficiência;
Autoridade e responsabilidade
Autoridade é o direito de dar ordens e o poder de esperar obediência. A responsabilidade é uma
consequência natural da autoridade e significa o deverde prestar contas. Ambas devem estar
equilibradas entre si;
Disciplina
Depende de obediência, aplicação, energia, comportamento e respeito aos acordos estabelecidos;
Unidade de comando
Cada empregado deve receber ordens de apenas um superior. É o princípio da autoridade única;
Unidade de direção
Uma cabeça e um plano para cada conjunto de atividades que tenham o mesmo objetivo;
Subordinação dos interesses individuais aos gerais
Os interesses gerais da empresa devem sobrepor-se aos interesses particulares das pessoas;
Remuneração do Pessoal
Deve haver justa e garantida satisfação para os empregados e para a organização em termos de
retribuição;
Centralização
Refere-se à concentração da autoridade no topo da hierarquia da organização;

Cadeia escalar
É a linha de autoridade que vai do escalão mais alto ao mais baixo em função do princípio do
comando;
Ordem
Um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar. É a ordem material e humana;

Equidade
Amabilidade e justiça para alcançar a lealdade do pessoal;
Estabilidade do pessoal
A rotatividade do pessoal é prejudicial para a eficiência da organização. Quanto mais tempo uma
pessoa permanecer no cargo, tanto melhor para a empresa;
Iniciativa

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A capacidade de visualizar um plano e assegurar pessoalmente o seu sucesso;
Espírito de Equipe
A harmonia e a união entre as pessoas são grandes forças para a organização.

Teoria Burocrática da Administracao


A partir da década de 1940, as críticas feitas tanto à Teoria Clássica – pelo seu mecanicismo –
como à Teoria das Relações Humanas – por romantismo ingênuo – revelaram a falta de uma
teoria da organização sólida e abrangente que servisse de orientação para o trabalho do
administrador. Alguns estudiosos foram buscar nas obras de um economista e sociólogo já
falecido,Max Weber, a inspiração para essa nova teoria da organização. Surgiu, assim,a Teoria
da Burocracia na Administração (CHIAVENATO, 2003, ).

No sistema burocrático, a subordinação não é às pessoas e sim as normas estabelecidas dentro da


organização. Os cargos devem ser preenchidos por mérito (concurso, eleição, nomeação)
baseando-se em procedimentos formais revestidos de legalidade. Desta forma, qualquer pessoa
dentro da estrutura pode aspirar uma ascensão profissional.
principais características da burocracia
As ênfases da burocracia, segundo Weber, são: formalização (obediência a normas, rotinas,
regras e regulamentos); divisão do trabalho; hierarquia;impessoalidade; profissionalização e
competência técnica dos funcionários. (LACOMBE & HEILBORN, 2006,)

Teoria das relações humanas


Com as empresas visando cada vez mais a produtividade, os funcionários passaram a ser cada
vez mais exigidos. Era perceptível a falta de interesse pelo trabalho em virtude da monotonia dos
serviços realizados, a ponto de haver uma alta rotatividade nos ambientes de trabalho. O que não
era bom nem para a empresa, nem para os funcionários, pois teriam que treinar novos
funcionários, e com isso havia perda de produtividade. Foi o ambiente propício para o
desenvolvimento de estudos referente as relações humanas, levando para o ambiente de trabalho

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contribuições da Psicologia(ciência que estuda o comportamento humano). Destacamos o estudo
de Kurt Lewin (1890-1947), sobre a psicologia dinâmica (toda necessidade cria um estado de
tensão e uma predisposição à ação). Quando a tensão é excessiva pode tumultuar a percepção do
ambiente e desorientar o comportamento.Este estudo foi um dos principais inspiradores para a
criaçãoda Teoria das Relações Humanas. George Elton Mayo (1880-1949),

Exercicios Praticos PP 8-9


Identifica o objecto de estudo da Administracao Publica?

R: O Objectode estudo da administracao Publica são as relações organizacionais. (Chiavenato,


1987:14)

Fiferencie os diferentes sentidos da administracao Publica

R: A administracao Publica pode se difinir em tres sentidos que são : Sentido Subjetivo, Sentido
Objectivo, sentido Formal.

no sentido Subjetivo a administracao Publica é um conjunto de orgaos e pessoas juridicas


enquanto que no sentido Objectivo a administracao puplica compreende as actividades do estado
destinadaa a satisfacao concreta e imediata dos interesses publicos, e no sentido Formal a
administracao Publica, é a manifestacao do poder publico, decomposta em autos Juridicos-
Administrativo dotados da propriedade de auto-executoriedade ainda que de caracter Provisorio.
(Oliveira,1975)

Mencione os Orgaos que satisfazem as necessidades Coletivas?

R. os orgaos que satisfazem as necissidades coletivas são : Educcao,Cultura,Seguranca, Saude


de entre outras areas. Estes e outras satisfazem os interesses publicos por meio de prestacao de
servicos.

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Diferenciar Administracao publica da Administracao Privada?

Diferenca entre a administracao Publica e Privada é:

 Finalidade de Cada uma, enquanto a Administracao Publica tem foco para o bem
comum a administracao Privada Volta-se para o Lucro ou para o consumo.
 Na administracao Privada as accoes visao o proprio desenvolvimento e crescimento
do negocio alem dos beneficios dos proprietarios e gestores.
 O Modo como as organizacoes são Criadas ecaptam recursos, modelo de
planejamento , entre outras particularidades como por exemplo:
 As organizacoes publicas são Criadas ou autorizadas por determinacoes legais ao
passo que as privadas são formadas por formadas atraves de contrat
 Na administracao Publica o cidadao é o interesse coletivo enquanto que na
administracao Privada ., o cliente é o interesse Etc.

O que e Estado ?

O Estado é a organização político – administrativa - jurídica e detém força para impor normas e
exigir seu cumprimento à sociedade civil.

Quais são as funcoes de Estado?


As funções do Estado são todas as ações necessárias a execução do bem comum.

Função Legislativa – Exercido pelo Poder Legislativo que tem a função de elaborar leis;

Função Executiva – Exercida pelo Poder Executivo e tem como função administrar o Estado
visando seus objetivos concretos. Assim acontece quando o Estado nomeia funcionários, cria
cargos, executa serviços públicos, arrecada impostos, etc;

Função Judiciária – Exercida pelo Poder Judiciário, tem a função precípua de interpretar e
aplicar a lei nos dissídios surgidos entre os cidadãos ou entre os cidadãos e o Estado. Em síntese,
declara o Direito.

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Unidadede XI Política e Administração pública

Sendo a política a actividade pública do Estado, ela tem como fim único definir o interesse geral
da colectividade. Enquanto que a política identifica as opções que uma determinada sociedade
enfrenta, a Administração Pública existe para realizar este interesse definido pela política. A
administração aparece para pôr em prática aquilo que foi definido ou identificado pela política,
daí que ela sofre influência directa da política. Ela tem uma natureza executiva. A função
política.

A função política estabelece uma relação com a Administração Pública na medida em que uma
identifica as necessidades das populações e outra executa. Ou melhor, a função política existe
para recolher a informação relativa às necessidades das populações e por sua vez a
Administração Pública existe para realizar estas necessidades. Portanto, não é a Administração
Pública que identifica as necessidades colectivas mas sim a função política. A Administração
Pública aguarda que a função política traga as necessidades das populações para a administração
poder realizar.

Unidade VII. Legislação e Administração Pública


A função legislativa não difere da política. Quando nos referimos ao Estado considerou-se que
há um povo, um território e o poder político. As relações interpessoais que são estabelecidas
entre as pessoas e estas com as instituições são dentro de um quadro legal previamente
estabelecido. Portanto, é através da função legislativa, que o Estado cria as normas jurídicas de
carácter geral e impessoal, define opções, objectivos e normas abstractas. A Administração
Pública aplica e põe em prática aquilo que a função legislativa definiu. A Administração Pública
é subordinada à Lei na medida em que toda actividade administrativa rege-se por normas. Estas
normas vão regular toda a actividade do Estado e a sua relação com os particulares. A
administração não funciona de forma arbitrária.

UNIDADE VIII Justiça

A justiça visa aplicar o Direito em casos concretos, julgando. A justiça aguarda que os conflitos
apareçam e através dos Tribunais, com Juízes independentes, julgam. A justiça assim como a
administração dependem da função legislativa para o seu funcionamento.

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Embora esteja previsto uma legislação que regula a vida em sociedade, a justiça sempre deve
existir, pois, ela deve aplicar as sanções aos prevaricadores.

A faculdade de julgar nem sempre esteve independente do órgão executivo, pois com a
concentração de poderes, os detentores deste administrava e ao mesmo tempo julgava. A
separação de poderes é um fenómeno do século XVIII, com a Revolução francesa.

Unidade IX História da Administração Pública em Moçambique


No passado colonial, a estrutura administrativa moçambicana era essencialmente baseada no
princípio da centralização, isto é, no princípio da reserva do poder de decisão administrativa aos
órgãos superiores da administração. Os comandos derivavam essencialmente de um centro, que
era a metrópole colonial e mais tarde na capital da Província Ultramarina. A natureza autoritária
do regime colonial português aliada à necessidade de forte domínio sobre as Províncias
Ultramarinas conduziu a que as estruturas municipais então existentes fossem simples extensão
do poder central (MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO ESTATAL, DOCUMENTO DA
REFORMA DOS ÓRGÃOS LOCAIS, 1992).

Com a Independência em 1975, conseguida através de uma luta violenta, a FRELIMO pretendia
edificar uma sociedade unida, pacífica e igualitária, mas tal não chegou a acontecer, pois, o país
viu-se mergulhado numa guerra civil brutal que deixou um rasto de destruição em todo pais. A
partir de 1975, a FRELIMO adoptou políticas Marxistas-Leninistas, alinhado com a ex-União
Soviética e seus aliados e um Estado socialista mono partidário.

A ideologia marxista adoptada pela FRELIMO entrou em conflito com os lideres comunitários,
que eram os chefes tradicionais, considerados de ilegais e consequentemente destituídos; os
habitantes das zonas rurais, afectados de forma adversa pelas políticas do Governo culminaram
com a guerra civil em larga escala entre o Governo mono partidário da FRELIMO e a
Resistência Nacional de Moçambique (RENAMO), constituída em 1976/7 sob a direcção da
Rodésia, aproveitando-se do ressentimento popular (RELATÓRIO DO MECANISMO
AFRICANO DE REVISÃO DE PARES, 2010).

A organização básica e constitucional do Estado moçambicano no pós independência resultou,


simultaneamente, de ruptura e de continuidade, em relação aos modelos anteriormente seguidos,
(MANUEL).

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Ela resultou de ruptura, pois, contrariamente ao que ocorria no sistema colonial, no pós
independência a organização do Estado não visava propiciar a acumulação capitalista da
burguesia portuguesa, mas sim, a construção de uma sociedade livre da exploração do homem
pelo homem, daí que a Constituição da República de 1975 tivesse como as seguintes linhas de
força:

 Uma política económica intervencionista, no contexto da qual cabia ao Estado agir em


todos os sectores da vida económica com vista a impedir que a acumulação do poderio
económico pudesse conduzir a dominação de algumas camadas em detrimento de outras.
A actividade governamental foi no passado dirigido no sentido de um amplo
intervencionismo em nome do princípio que a intervenção do Estado é feita em nome do
interesse comum e favorecia a igualdade dos cidadãos. A ideia é que o liberalismo
excessivo deixa desprotegido os mais fracos, sejam eles pobres ou empresários com
menores capacidades de enfrentar a concorrência;
 Uma política social assistencialista visando a realização efectiva dos direitos sociais,
como a saúde e educação que era assegurada a todos independentemente dos seus
rendimentos;
 Uma orientação nacionalista que pretendia substituir os actores coloniais por novos
actores, os operários, camponeses e as camadas mais pobres e desfavorecidas;
 Uma orientação monopartidária em que há a prevalência de princípios políticos sobre a
Lei; supremacia dos órgãos partidários na vida institucional do país; exercício de função
de Presidente da República por inerência das funções de Presidente do Partido
FRELIMO; composição do Parlamento com base nos órgãos do Partido FRELIMO, pois,
o Comité Central é que era o verdadeiro Parlamento; iniciativa de Lei atribuída
cumulativamente ao Comité Central; subordinação das Forças Armadas ao Partido
FRELIMO; substituição provisória do Presidente da República pelo Comité Central em
caso de impedimento, morte ou incapacidade; prevalência de critérios políticos
partidários sobre critérios meritocráticos, na selecção, recrutamento e promoção dos
funcionários, etc.
Por outro lado, ela resultou de continuidade, pois, ela não surgiu do nada. Ele era a continuação
de um modelo de Estado que vinha sendo implementado nas Zonas Libertadas. Desde a sua
fundação, a FRELIMO se constituiu em órgãos Nacionais e Locais com claras atribuições de

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natureza legislativa, executiva e judiciária. Neste período, o Comité Central da FRELIMO
realizava funções legislativa, o Comité Executivo realizava funções executivas e o Comité
Político Militar realizava as funções judiciárias. Os Departamentos dirigidos pelos respectivos
chefes actuavam como órgãos da Administração Pública, voltados para realização de actividades
sectoriais. As Zonas Libertadas com a organização que as regia, constituía um Estado dentro de
outro Estado. Elas eram efectivamente um território com população, exército e governo. O
território já independente tornou-se numa grande Zona Libertada onde se manifestavam não
apenas os aspectos formais da estruturação e modo de funcionamento de Estado, mas também a
substância de princípios e conceitos que formam a elevada dignidade de Lei e princípios
fundamentais de organização do Estado.

Logo após a independência constituiu-se um Conselho de Ministros a partir de membros do


Comité Central e do Comité Executivo da FRELIMO. Não tinham ainda sido criados os órgãos
legislativos. O Conselho de Ministros produzia Decretos com força de Lei (Decreto-Lei).

Paradoxalmente, concentra traços comuns e o mais típico dessa semelhança é a centralização de


poder e a manutenção da divisão administrativa, nomenclatura e a própria designação dos
dirigente de escalões territoriais correspondentes à Província, Distrito e do Posto Administrativo.

Ao nível da Administração Pública decidiu-se pelo escangalhamento do aparelho estatal colonial


e substitui-se pelos princípios marxistas, nomeadamente a dupla subordinação e centralismo
democrático contido nas normas de trabalho e disciplina.

No que se refere aos órgãos do Estado, encontramos os centrais e os locais. Os centrais eram os
Ministérios, Comissões Nacionais e Secretarias de Estado. Os locais são a reprodução, a nível
local, dos órgãos centrais. Tal como ocorria a nível central, a nível local havia órgãos
legislativos, executivos e judiciais. Os órgãos legislativo ou deliberativos não possuíam
quaisquer competência de legislar. Eles serviam para aprovar as decisões tomadas a nível central
ou pelos órgãos locais do Partido e do Governo Provincial. As decisões de natureza exclusiva
local eram muito poucas. Actualmente elas tem vindo a crescer mercê do crescente movimento
de desconcentração e também da intervenção crescente das ONGs.

Os órgãos do Estado, estruturados da maneira como foi descrita, começaram a partir de 1979 a
apresentar sinais de crise que levaram o Partido único a tomar algumas medidas correctivas.

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Algumas medidas introduzidas não tiveram grande impacto, pois, não foram acompanhadas da
necessária alteração estrutural, sobretudo ao nível das linhas estratégicas que conduziram o país.
Apenas em 1990, no domínio ideológico, quando a pressão política, económica e militar se
abateu sobre o país, se decidiu consagrar no texto constitucional as transformações que já se
faziam sentir desde 1979 Idem.

A partir de 1992, o Governo de Moçambique introduziu várias reformas económicas, sociais e


políticas com o objectivo de criar condições para o desenvolvimento socioeconómico baseado no
pluralismo democrático, na realização de eleições periódicas livres e justas, no Estado de Direito,
no respeito pelos direitos humanos e na redução de potenciais conflitos dentro dos Estados e
entre eles.

Nos finais da década 80, no mundo, ocorreram mudanças sociopolíticas que permitiram a
introdução de amplas reformas políticas em direcção `a democracia liberal. É nestes termos que
se realizaram em Moçambique as primeiras eleições gerais e presidenciais em 1994, seguidas de
outras em 1999, 2004 e 2009, e as eleições autárquicas em 1998, 2003 e 2008. Em 2009, também
realizaram-se as primeiras eleições para as Assembleias Provinciais (RELATÓRIO DO
MECANISMO AFRICANO DE REVISÃO DE PARES, 2010).

Com estas eleições democráticas, Moçambique passa de um Estado centralizado para


descentralizado, com a participação dos cidadãos na escolha dos seus dirigentes de forma livre e
transparente.

As reformas socioeconómicas permitiram a passagem de uma economia centralizada para


economia de mercado, deixando o Estado de ser único agente económico e a intervenção do
sector privado nos sectores sociais como a educação e a saúde.

Portanto, o sistema político introduzido com as reformas a partir da década 90 influenciou o


funcionamento da Administração Pública moçambicana, pois ela, sob ponto de vista legal,
passou a ser menos dependente do partido único e passou a ser uma administração para servir o
cidadão independentemente da sua filiação política ou partidária.

Unidade X. Poder Local em Moçambique

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O poder local tem como objectivo organizar a participação dos cidadãos na solução dos
problemas próprios da comunidade, promover o desenvolvimento local, o aprofundamento e
consolidação da democracia, no quadro da unidade do Estado moçambicano (CONSTITUIÇÃO
DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, 1990).

Em 1996, a Assembleia da República aprovou uma série de emendas à Constituição da


República com vista a definir o poder local.

Para a concretização do poder local, a Constituição da República estipula a criação de dois tipos
de Autarquias Locais: Os Municípios e Povoações. Os Municípios correspondem à circunscrição
territorial de Cidades e Vilas; as Povoações correspondem à circunscrição territorial de Sede do
Posto Administrativo.

As Autarquias Locais são as Cidades, Vilas e Sedes de Postos Administrativos que possuem uma
Assembleia e um Presidente eleitos e que gozam de autonomia administrativa, financeira e
patrimonial.

As primeiras Assembleias Municipais e os primeiros Presidente de Conselhos Municipais foram


eleitos em 1998, em 23 Cidades e 10 Vilas, num processo gradual até englobar outras Vilas e
Postos Administrativos.

A proposta de municipalização das 10 das actuais 68 Vilas tem como fundamento o princípio do
gradualismo que se explica pela inexistência ou insuficiência de condições económicas e sociais
necessárias e indispensáveis para implantação e funcionamento da administração autárquica nas
Vilas em geral. Daí que estas 10 Vilas sejam vistas como “acção piloto”. O passo a seguir será a
transformação de mais Vilas em Municípios e realização de eleições (MINISTÉRIO DA
ADMINISTRAÇÃO ESTATAL, ).

Não foram criadas quaisquer Povoações e tudo leva a crer que levará muitos anos até que tal seja
possível. Para as eleições de 2009 mais 10 Vilas ascenderam à categoria de Municípios no
âmbito do gradualismo em curso.

As Vilas, Sedes de Posto Administrativo e zonas rurais que ainda não ascenderam à categoria de
Municípios continuarão a ser governados como até agora, ou seja por Administradores Distritais,
nomeados pelo Governo Central.

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Os primeiros órgãos de poder local eleitos assumirão os seus poderes de forma gradual na
medida em que o processo de transferência de competência do Estado para os órgãos de poder
local levará décadas até ficar completo. Considera a Lei 2/97, de 18 de Fevereiro, que a
transferência de competência do Estado para as autarquias deve operar de forma gradual para
permitir a criação e consolidação dos necessário requisitos de capacitação técnica, humana e
financeira destes órgãos.

As autarquias locais tem como atribuições o desenvolvimento económico e social local; meio
ambiente, saneamento básico e qualidade de vida; abastecimento público; saúde e educação;
cultura, tempos livres e desporto; polícia autárquica; urbanização, construção e habitação.

As autarquias locais tem autonomia financeira e patrimonial. Significa que a Autarquia pode
elaborar, aprovar, alterar e executar planos de actividade e orçamentos; ordenar e processar as
despesas orçamentais; dispor de receitas; elaborar e aprovar as contas de gerência; realizar
investimento públicos; e gerir o património público.

A autarquia local tem autonomia administrativa. Significa que as autarquias tem poderes para
criar, organizar e fiscalizar serviços.

Compete `as autarquias locais planificar, pressupondo-se que concebam planos a médio e longo
prazo; elaborar plano de desenvolvimento e de ordenamento do território, e estes devem ser
ratificados pelo Governo Central; elaborar planos de estrutura e urbanização, planos de áreas
prioritárias de desenvolvimento urbano e de construção, e planos de zonas de protecção urbana e
de áreas críticas de recuperação e de reconversão urbanística.

As Autarquias Locais gozam de autonomia mas não constituem Estados independentes. A


Constituição da República sublinha que o poder local funciona no quadro da unidade do Estado
moçambicano e destaca os interesses superiores do Estado. As Autarquias Locais agem no
interesse da população local sem prejuízo dos interesses nacionais e da participação do Estado.
Os planos e as acções locais não podem contradizer os planos e as políticas nacionais. Daí a
sujeição das autarquias à tutela administrativa do Estado.

UNIDADE XI. O Poder da Administração Pública

A manifestação do poder pela Administração Pública torna-se imperiosa na medida em que nem
sempre os cidadãos poderão interpretar da melhor maneira a sua intenção. Pode-se entender o
interesse público como o interesse geral, de todos, mas em contrapartida continuar a existir

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cidadãos a não acatarem voluntariamente `as suas decisões. É nesta perspectiva que a
Administração Pública passa a se caracterizar como poder.

O poder é a possibilidade de alguém eficazmente impor aos outros o respeito da própria conduta
ou a capacidade de um indivíduo ou grupo modificar o comportamento de outros indivíduos ou
grupo (DE AMARAL).

Para o Estado poder satisfazer as necessidades colectivas, garantir a sua conservação e


organização os seus órgãos devem estar dotados de poder. A própria lei é que faculta este poder
aos órgãos de Administração Pública para estes imporem `a generalidade dos cidadãos.

Sendo o Estado o garante da ordem legal e normativa, ele deve regular o comportamento dos
cidadãos. O Estado deve ter uma acção imperativa sobre os cidadãos e estes devem obedecer.

A necessidade de utilização do poder deriva da resistência do cidadão em acatar uma decisão da


Administração Pública.

Estudo efectuado por Max Weber sobre a dominação, concluiu que existem 3 tipos de
autoridades

 Autoridade Carismática, legitimada pela qualidade pessoal do chefe;


 Autoridade Tradicional, legitimada por uma ideia de continuidade; e
 Autoridade Legal-Racional, legitimada pela razão e pela Lei.

O cidadão ao consentir a uma decisão administrativa é porque se trata de uma autoridade legal, a
legitimidade está na lei. O cidadão obedece a lei, regularmente aprovada. É neste tipo de
autoridade que encontramos o poder da Administração Pública, pois, o cidadão obedece a lei.
A Administracão Pública é um verdadeiro poder porque define, de acordo com a lei, a sua
própria conduta e dispõe de meios necessários para impor o respeito dessa conduta.

UNIDADE XII . Sujeição da Administração Pública às Leis

A única razão da existência da Administração Pública é o de satisfazer as necessidades


colectivas. As satisfações dessas necessidades não são feitas de forma arbitrária mas dentro de
um conjunto de normas previamente estabelecidas.

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As normas jurídicas que regem o funcionamento e a relação da administração com os cidadãos
correspondem a uma dupla necessidade: Justiça para os cidadãos e a eficiência para a própria
administração (DE AMARAL).

As normas jurídicas no funcionamento da administração e na sua relação com os particulares não


existiu sempre, pois, houve momentos em que a administração funcionava que até lesava os
interesses dos particulares.

Com os regimes liberais, as leis aparecem como condição para as liberdades dos cidadãos. A
administração deveria mover-se dentro dos limites traçados pela lei votadas na assembleia, isto é,
ela estava dependente da lei para o seu funcionamento.

É daí que surge o princípio da legalidade, segundo a qual:

Nenhum órgão ou agente da Administração Pública tem a faculdade de praticar actos que
possam contender com interesses alheios se não em virtude de uma norma geral anterior.

Portanto, ao conjunto de normas, sejam leis, decretos ou regulamentos, estando em vigor em


dado momento no país, e que são obrigatórias aos cidadãos, consideramos de legalidade.

O princípio da legalidade tem limites, significando que nem toda actividade administrativa está
subordinada as leis. Os actos políticos e técnicos não são regulados por lei. Significa que há um
domínio de liberdade de escolha em que o agente da administração toma uma decisão que não
seja vinculada a lei e sem ferir a mesma. A isto se chama de discricionariedade administrativa. A
este domínio de liberdade 0de decisão, pode ser sobre a oportunidade de agir, sobre o objecto,
assim como a forma do acto. Ao passo que para as normas que pautam a actividade
administrativa chama-se vinculada na medida em o agente toma a decisão com base num
conjunto de normas previamente estabelecido. Idem

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Conclusão
Ao concluir este trabalho conclui que a administração publica, possui um papel fundamental no
que concerne as necessidades colectiva da população, e que a mesma remonta o período pré-
colonial antes dos portugueses se estabelecem em Moçambique, já existia uma hierarquia em que
faziam parte membros importantes como mambos, fumos, e muenes, e período colonial a
administração colonial portuguesa era gerida pelo governador e chefe do posto com isso concluir
que desde os tempos remotos a administração dedicou-se simplesmente ao agrado do colectivo.

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Bibliografia

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CHIAVENATO, IDALBERTO (1983). Introdução à Teoria Geral da Administração. 3ª Edição.
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LACOMBE, Francisco; HEILBORN, Gilberto. Administração: princípios e tendências. São
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2006.FERREIRA, Ademir; REIS, Ana Carla Fonseca;
PEREIRA, Maria Isabel. GestãoEmpresarial: de Taylor aos nossos dias: Evolução e Tendências
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LACOMBE, Francisco José; HEILBORN, Gilberto Luiz José. Administração -Princípios e
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Saraiva, 2003.MAXIMIANO, Antonio César Amauri.Teoria Geral da Administração:
daRevolução Urbana à Revolução Digital. São Paulo: Atlas, 2007.

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