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Existem inúmeras lesões que podem acometer a cavidade bucal, que são neoplasias malignas como é o caso do
osteossarcoma, carcinomas... há vários tipos de câncer na cavidade oral, porém, nessa aula será focado no
câncer mais frequente da cavidade oral que é o carcinomas de células escamosas, onde ele pode ou não ser a
evolução da leucoplasia.
Câncer Bucal
5% dos tumores malignos no homem (depende do país) +/- 5% de todos os cânceres que o homem terá,
mais ou menos 5% deles serão do tratoaerodigestivo superior (vai pegar de esôfago à cavidade oral), vai
passar por rinofaringe, passar por nariz, pois é o tratoaerodigestivo.
90% = carcinomas de células escamosas (outros nomes: carcinoma epidermóide, carcinoma espinocelular)
*Antigamente achava-se que esse câncer tinha origem na camada espinhosa do epitélio. Então carcinoma é
um nome dado a lesões, tumores de epitélio, de células escamosas, que é a camada espinhosa/escamosa do
epitélio. Hoje sabe-se que não é de lá que se origina, o câncer vai se originar da camada basal das células
epiteliais, mas o nome já era (carcinoma de células escamosas) então ficou esse nome mesmo.
Etiologia:
Fumo (80%), álcool, luz solar;
Não tem nenhum estudo que mostra que o álcool sozinho ele vai ser capaz de induzir
carcinoma de células escamosas, sabe-se apenas que o álcool parecer que potencializa o
efeito do tabaco, pois o álcool vai aumentar a permeabilidade celular, e o tabaco vai
adentrar e causar as alterações genéticas que foram vistas na mitose;
Luz solar (carcinoma de lábio).
Tabaco (PRINCIPAL FATOR ETIOLÓGICO DESSE CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS);
Em todas as suas diversas formas. O tabaco pode ser utilizado de várias maneiras, seja
fumando, mascado, fumo invertido, mastigado. O cigarro ele se divide em cigarro industrial
(cigarro branco) que tem filtro, cigarro de palha, que é cinco vezes pior para a mucosa do
que o cigarro industrial, pois ele não contém filtro.
Outros fatores importantes (etiológicos) causador do câncer:
Má-nutrição;
Anemia ferropriva;
Imunossupressão generalizada.
Homem de meia idade, fumante por mais de 20 anos;
Sexo masculino Isso ocorre pelo simples fato de homem fumar mais que mulher;
No resto do mundo o câncer bucal é muito pouco frequente abaixo de 45 anos de idade;
4ª à 6ª décadas de vida;
Língua, lábio inferior e assoalho bucal;
O álcool potencializa o efeito do tabaco de 4 à 5x mais;
Para carcinoma de lábio, tem-se a luz solar.
Divisão do câncer de boca para estudo:
Lábio;
Cavidade bucal;
Orofaringe (amígdala até próximo da laringe).
Lábio (causador/agente etiológico: radiação UV);
Cavidade bucal como um todo (causador/ agente etiológico: cigarro);
Orofaringe (causador/ agente etiológico: HPV);
Lesões cancerizáveis
Leucoplasias;
Eritroplasias;
Queilite actínica;
Fibrose submucosa;
Líquen Plano
*PRINCIPAIS
Clínica:
Apresentações clínicas:
Exofítica (tumoral) A lesão vai crescer para fora;
Endofítica (ulcerada) A lesão vai crescer para dentro;
Leucoplasia (placas brancas);
Eritroplasia (placas eritematosas)
Estadiamento clínico
Sistema TNM Foi desenvolvido esse sistema para todos os tipos de câncer. Foi um sistema criado
para tentar entender melhor a doença, e tentar entender qual a chance daquele paciente sobreviver
quando ele está com esta doença.
T – Tumor primário (T1 a T4 ) – tamanho do tumor;
N – Doença linfonodal (N0 a N3) – metástase cervical, ou seja metástase daquele tumor que foi
para o pescoço;
M – Doença metastática (M0 ou M1) – metástases a distância.
Estágios: 1, 2, 3 e 4.
TNM CLASSIFICAÇÃO:
Tumor primário (T)
Tx n entra no estadio Tumor não pode ser avaliado
T0 n entra no estadio Não há evidência do tumor primário
Tis n entra no estadio Carcinoma in situ
T1 Tumor até 2 cm
T2 Tumor de 2 a 4 cm
T3 Tumor maior que 4 cm
T4a Tumor invade estruturas adjacentes (ex: cortical do osso,
m. profunda de língua, seio maxilar, pele de face)
T4b Tumor invade espaço mastigador, placas pterigoides, base
de crânio e/ou a. carótida interna
O “T” é baseado no tamanho do tumor;
O “Tx” é um tumor que não consegue se avaliar, não da para ter noção do tamanho, não da para
avaliar o tamanho, não da para avaliar nada;
O “T0” não está vendo o tumor primário, logo não vai entrar nesse detalhe;
O “Tis” é o carcinoma in situ, então aquela leucoplasia que se viu, que já era carcinoma in situ,
chama-se ele de Tis. Nem sabia que era câncer;
Logo os três primeiros não entram no estadio, pois não consegue medir, ou porque não está se
vendo ou porque achava que era leucoplasia;
A partir do quarto já começa-se a ter outros T’s;
N
N0 Ausência de linfonodo
N1 Acometimento de um linfonodo menor que 3 cm
N2a Linfonodo único ipsilateral de 3 a 6 cm
N2b Múltiplos linfonodos ipsilateral inferiores a 6 cm
N2c Linfonodos contralateral ou bilateral inferior a 6 cm
N3 Linfonodo maior de 6 cm
Vai-se levar em consideração a presença de linfonodo;
Faz-se o exame de palpação no paciente, pode-se sentir um linfonodo, mas não é qualquer tipo de
linfonodo, o linfonodo de câncer ele é fixo, e ao pegar no linfonodo esse linfonodo não vai mexer.
Baseado nesse tamanho da palpação, que se está pegando e sentindo o tumor, se mede o tamanho
do linfonodo.
“N0” é quando não se tem linfonodo acometido, então, viu-se a lesão de boca, mediu o tamanho da
lesão de boca, foi para o pescoço do paciente e não conseguiu achar;
“N1” palpou e achou um linfonodo, mas ele tem 2 cm em seu maior diâmetro;
Ipsilateral: linfonodo é do mesmo lado da lesão
“N2a” palpou-se um linfonodo do mesmo lado da lesão, de 3 a 6 cm;
“N2b” palpou-se vários linfonodos menores do que 6 cm do mesmo lado da lesão;
“N2c” linfonodos contralateral ou bilateral que são inferiores a 6 cm;
“N3” linfonodos maior do que 6 cm.
M
M0 Ausência de metástase à distância
M1 Metástase à distância
Metástase a distância é por exemplo metástase no pulmão. Então, por exemplo o paciente está
com câncer de boca, tirou-se um raio-X de tórax e viu que já tem lesão no pulmão, então é
metástase a distância;
Estadio | Estágio
0 Tis N0 M0
I T1 N0 M0
II T2 N0 M0
III T3 N0 M0
T1-T3 N1 M0
IVA T4a N0-1 M0
T1-4a N2 M0
IVB Qualquer T N3 M0
T4b Qualquer N M0
IVC Qualquer T Qualquer N M1
Diagnóstico
Diferencial:
Lesões cancerizáveis;
Micoses profundas (paracoccidioimicose);
Tuberculose;
Doenças granulomatosas;
Outras neoplasias.
Definitivo:
Biópsia incisional
Conduta:
Referenciamento
Centros de referencia em diagnóstico;
Centros de referência em tratamento.
Papel da Radioterapia:
Tratamento Primário: radioterapia exclusiva em lesões iniciais selecionadas;
Tratamento Adjuvante: associada à cirurgia em tumores estágio III ou IV;
Tratamento Paliativo: associada à quimioterapia em casos selecionados.
Câncer Bucal
Atraso do paciente;
Atraso no diagnóstico inicial;
Atraso no referenciamento; Tudo isso piora o prognóstico do paciente.
Atraso no diagnóstico definitivo;
Atraso no tratamento.
O papel do Cirurgião-Dentista clínico-geral:
Orientação da população;
Exame clínico de toda a cavidade bucal;
Reconhecimento de alterações da normalidade;
Referenciamento.