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TJGO Ação #470411-31 - Usucapião em Loteamento Irregular
TJGO Ação #470411-31 - Usucapião em Loteamento Irregular
RELATÓRIO
1/CM/ac470411-31.2008-rv e ementa 1
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perlenga em favor do Apelante” (fls. 97), nos exatos moldes de suas razões
recursais.
Preparo dispensado, por ser o apelante beneficiário da
assistência judiciária gratuita, conforme se extrai do despacho exarado às fls. 21,
destes autos.
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VOTO DO RELATOR
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(nove), da quadra número 01, medindo 15,00 metros de frente para a Rua
Benedito Martins Pereira (…), provindo do Loteamento Vila São José” (fls. 14 vº),
cujo bem foi deixado por herança aos réus/recorridos, pelo falecimento de Cândida
Fernandes de Carvalho.
Ao meu sentir, razão assiste ao apelante, pois existe o interesse
de agir na presente ação de usucapião, consubstanciado na adequação, na
necessidade e na utilidade do provimento jurisdicional escolhido para ver
reconhecida a prescrição aquisitiva pretendida na espécie, não havendo que se
cogitar a dúvida referente à natureza do imóvel usucapiendo, ou seja, se se trata
de área urbana ou rural, decorrente da irregularidade do loteamento no qual está
inserido o bem imóvel (lote nº 09) objeto do pedido inicial de usucapião formulado
perante o primeiro grau.
Isso porque, se a legislação de regência atinente à nossa Carta
Magna, ao Código Civil de 2002 e ao Código Civil de 1916, não impôs qualquer
óbice à usucapião de imóvel localizado em loteamento irregular, parte-se do
princípio que o ajuizamento do pleito em casos que tais deve ficar restrito aos
requisitos para a propositura da respectiva ação, insertos no art. 942, do CPC,
senão vejamos, in verbis:
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“(…)
Inicialmente, pode-se constatar que o processo em questão teve
tramitação regular e está devidamente instruído, e tendo sido respeitados os
cânones da ampla defesa e do devido processo legal, apto está para julgamento,
quando também preenchidos os requisitos de admissibilidade recursal, merece a
irresignação ser conhecida.
Quanto ao mérito, salienta-se que durante a instrução processual,
restou demonstrado que o requerente por mais de dez anos, detendo junto título e
boa fé, é possuidor de imóvel sito no perímetro urbano desta urbe.
Assim, a pendência maior acerca do caso sub judice pertine ao fato de
que o imóvel usucapiendo é proveniente de loteamento não registrado, que
lamentavelmente ao longo do tempo tem sido realidade em grande parte dos Municípios
deste país, resultando pois em significar se a pretensão teria cabimento diante
destas peculiaridades, pois que uma vez ultrapassada esta restrição, não haveria
dúvida acerca da evidenciação dos requisitos da usucapião.
Destarte, fazendo uma breve consulta sobre a matéria, pôde-se colher
da jurisprudência nacional e aqui especificamente citando acórdão dos Tribunais de
São Paulo e Minas Gerais, que sendo a usucapião forma de aquisição originária da
propriedade, a inserção do imóvel usucapiendo em loteamento irregular ou
clandestino não implica em óbice para que seja efetivada aquela, citando-se:
'0028152-32.2004.8.26.0224 Apelação
Relator(a): Percival Nogueira
Comarca: Guarulhos
Órgão julgador: 6ª Câmara de Direito Privado
Data do julgamento: 27/10/2011
Data de registro: 08/11/2011
Outros números: 00281523220048260224
Ementa: USUCAPIÃO - LOTEAMENTO IRREGULAR OU CLANDESTINO - Alegada
impossibilidade de registro -Inadmissibilidade - Modo originário de
aquisição da propriedade, que implicará em abertura de nova matrícula,
a tudo regularizando - Precedente da Corte e da Câmara - Sentença
reformada ?? Apelo provido.
0092451-45.2003.8.26.0000 Apelação
Relator(a): Pedro Baccarat
Comarca: São Carlos
Órgão julgador: 7ª Câmara de Direito Privado
Data do julgamento: 23/03/2011
Data de registro: 28/03/2011
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0010161-54.2009.8.26.0099 Apelação
Relator(a): Beretta da Silveira
Comarca: Bragança Paulista
Órgão julgador: 3ª Câmara de Direito Privado
Data do julgamento: 08/02/2011
Data de registro: 08/02/2011
Outros números: 101615420098260099
Ementa: *Apelação ? Usucapião ordinário ? Carência da ação reconhecida
em virtude de se tratar de gleba situada em loteamento irregular e,
ainda, com área inferior ao módulo rural ? Cuidando-se de forma de
aquisição originária da propriedade, tornam-se irrelevantes as
limitações administrativas alçadas, pelo n. magistrado a quo, à
condição de razão de decidir ? Firme posicionamento da jurisprudência
desta Corte ? Recurso provido, determinando-se a devolução do feito a
Primeira Instância, para retomada da marcha processual.*
9184757-06.2005.8.26.0000 Apelação
Relator(a): Adilson de Andrade
Comarca: Atibaia
Órgão julgador: 3ª Câmara de Direito Privado
Data do julgamento: 08/02/2011
Data de registro: 08/02/2011
Outros números: 3823944900
Ementa: Usucapião extraordinária Área inserida em loteamento irregular
Irrelevância Aquisição de imóvel por usucapião rural com medida
inferior ao módulo Possibilidade de usucapir Requisitos necessários
para a aquisição da propriedade já reconhecidos na sentença Pedido
acolhido para declarar o domínio dos apelantes sobre o imóvel
usucapiendo Recurso PROVIDO.
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os da lei anterior os prazos, quando reduzidos pelo código atual, e se, na data de
sua entrada em vigor, já houver transcorrido mais da metade do tempo
estabelecido na lei revogada.
Portanto, tratando-se de usucapião ordinária o art. 551, caput,
do Código Civil de 1916, dispunha que a referida prescrição aquisitiva, mediante a
apresentação de justo título e boa-fé, seria de 15 (quinze) anos entre ausentes,
passando a dispor o atual Diploma Civil, por sua vez, que, nas mesmas condições,
adquire a propriedade de bem imóvel aquele que o possuir por 10 (dez) anos.
Ora, constata-se, pois, que foram implementadas as duas
situações exigidas pelo art. 2.028, do Código Civil de 2002, quais sejam, o prazo
da prescrição aquisitiva ordinária em testilha foi reduzida de 15 (quinze) para 10
(dez) anos, e nada data de sua entrada em vigor (11.01.2003) transcorreu mais da
metade do prazo da lei anterior, posto que sendo de 15 (quinze) anos o lapso
temporal previsto no caput, do art. 551, do Código Civil de 1916, e iniciando a
contagem da data contante no justo título (fls. 14/15), qual seja, 12.05.1992,
conclui-se que até 11.01.2003, decorreram mais de 10 (dez) anos.
Enfim, definida que a apreciação do pedido de usucapião deve
ser levada a efeito nos moldes do que dispõe o art. 551, caput, do Código Civil de
1916, passa a transcrevê-lo, ipsis litteris:
“Art. 551. Adquire também o domínio do imóvel aquele que, por dez anos
entre presentes, ou quinze entre ausentes, o possuir como seu, contínua e
incontestadamente, com justo título e boa fé.” (sublinhei).
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CONTÍNUA COM ANIMUS DOMINI POR MAIS DE CINCO ANOS. PERMISSÃO DE USO NÃO
RECONHECIDO. I - Não prospera a alegação de cessão de uso do imóvel
emanado de quem não é dono e nem detém o poder de sua administração. II
- Impõe-se reconhecer o domínio em favor de quem exerce a posse
contínua, mansa, pacífica e sem oposição, por mais de cinco anos, sobre
imóvel urbano, com 200m² de área, e não seja detentor nenhum outro,
urbano ou rural, nos termos do artigo 183, da Constituição Federal.
APELAÇÃO CONHECIDA E PROVIDA.” (6ª Câm. Cív., AC nº 338351-
05.2000.8.09.0143, Red. Des. Jeová Sardinha de Moraes, D.J.e. nº 1.075
de 04.06.2012. Disponível em: <www.tjgo.jus.br).
“(…)
Ademais, presentes os pressupostos ou requisitos previstos em lei, deve
o usucapião ser reconhecido como meio legítimo e apto à obtenção de direito
dominial,neste sentido as observações de TINAMBÁ MIGUEL DO NASCIMENTO, IN USUCAPIÃO
COMUM E ESPECIAL, AIDE, 5ª EDIÇÃO, P. 77/78:
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