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Instituto superior cristão

Faculdade de economia e gestão

Evolucao e sincronia das principais variaves macroeconoicas

Nome:
Milange, Junho, 2021

Instituto superior cristão

Faculdade de economia e gestão


Evoluvcao e sincronia das principais variaveis macroeconomicas

Nome:

Trabalho de investigação a ser


entregue no departamento de
economia e gestão para fins
avaliativos na disciplina de
Macroeconomia

Orientado por:

Milange, Junho, 2021

Índice
Introdução...................................................................................................................................5
Famílias.......................................................................................................................................6
Fatores determinantes do consumo.............................................................................................7
A renda das famílias....................................................................................................................7
a) Distinção entre curto e longo prazo (Kuznets, 1946).............................................................7
b) A hipótese da renda relativa (Brady e Friedman, 1945).........................................................8
c) A teoria da renda permanente (Friedman, 1957)....................................................................8
d) A hipótese do ciclo de vida (Ando e Modigliani, 1963)........................................................9
a) Tributação..........................................................................................................................10
b) Desigualdades na distribuição da renda.............................................................................10
c) Os preços e a inflação........................................................................................................11
d) A taxa de juros...................................................................................................................11
e) O patrimônio das famílias..................................................................................................12
Determinantes da poupança......................................................................................................13
Governo.....................................................................................................................................13
Indicadores de comportamento do setor público......................................................................13
Receitas e despesas do governo................................................................................................14
Princípio do multiplicador........................................................................................................14
Intervenções do Estado.............................................................................................................14
Empresas...................................................................................................................................15
Indicadores de comportamento das empresas...........................................................................16
As técnicas de produção............................................................................................................16
As funções de produção agregadas mais simples.....................................................................17
O progresso técnico...................................................................................................................18
a) Quanto a sua incorporação....................................................................................................18
b) A neutralidade do progresso técnico....................................................................................19
Conclusão..................................................................................................................................19
Bibliografia...............................................................................................................................20

Introdução

O presente trabalho com o tema, a evolução e sincronia das principais variáveis


macroeconômicas tem como objetivo construir um instrumental analítico para posteriorimente
se fazer análises de políticas macroeconômicas. Com este instrumental poderemos ter uma
idéia mais clara sobre as relações entre os agentes econômicos, suas motivações, ou seja, os
fatores que afetam seus comportamentos e a interação entre seus comportamentos individuais
e as restrições macroeconômicas. Veremos, por exemplo, que as famílias se comportam
ativamente, respondendo às mudanças de uma série de variáveis. Primeiro, elas definem o
montante de sua renda líquida que é destinado ao consumo e o montante que é destinado à
poupança. Segundo, elas agem como que se maximizassem uma função utilidade, restritos à
renda disponível. Daí resulta a demanda por produtos, os quais podem ser oriundos de
produção interna ou importados.

Para elaboração do presente trabalho baseou-se em pesquisa bibliográfica dos manuais


electronicos disponíveis na internet que tratam com profundidade sobre o tema do trabalho

O trabalho está estruturado em introdução, desenvolvimento e conclusão.

Famílias

A noção de função consumo macroeconômica foi, primeiramente, desenvolvida por Keynes


(1936). Em sua teoria, o consumo (C) é função da renda presente das famílias. Kuznets (1942)
critica a fórmula keynesiana dizendo que ela ignora a existência de defasagens de ajustamento
do consumo à renda. Este autor verificou, através da análise de séries temporais de 50 anos,
que a trajetória do consumo é mais estável que a da renda dos consumidores. As variações da
renda afetam mais a poupança que o consumo. Das tentativas feitas para resolver esta
contradição, surgiram as teorias intertemporais: a teoria da renda permanente de Friedman
(1957), a qual afirma que o consumo é determinado pela renda permanente dos agentes e não
apenas pela sua renda presente; e a teoria do ciclo de vida de Modigliani e Brumberg (1954) e
Ando e Modigliani (1963), a qual, além da renda permanente, leva em conta também o
patrimônio dos agentes. Outros autores, como Duesenberry (1949) e Brown (1952)
permaneceram dentro do esquema keynesiano, incorporando outros elementos explicativos do
consumo.

Embora Keynes não se interessasse pelas decisões individuais de consumo e poupança, mas
apenas pelo resultado global do conjunto das decisões, as abordagens contemporâneas
geralmente consideram o comportamento dos consumidores com base nos fundamentos
microeconômicos. A não ser que seja um consumidor esquizofrênico, as decisões de compra
de bens e serviços, de moradia, de aplicações financeiras, de procura de emprego dependem
umas das outras. Segundo os ensinamentos da microeconomia, estas decisões resultam de um
comportamento de otimização sob as restrições sócioeconômicas dadas pelo ambiente.

Na análise do comportamento das famílias, as questões mais importantes a estudar são os


determinantes do consumo, da repartição da renda entre consumo e poupança e das decisões
financeiras. Nesta análise, os principais indicadores de comportamento são:

a) Os coeficientes orçamentários, os quais mostram o destino dos gastos das famílias nos
diferentes produtos. Estes coeficientes são um indicador da qualidade de vida, pois permitem
que se analise a evolução no tempo da participação da alimentação, saúde, educação, lazer,
cultura, etc. no orçamento das famílias.

b) A propensão média e marginal a consumir. A propensão média a consumir (PMC) mostra a


proporção da renda disponível das famílias que foi gasta com consumo em um determinado
período de tempo (PMC=C/Yd). Uma medida interessante é a da PMC para diferentes níveis
de renda das famílias. A tendência é de que ela caia à medida que a renda se eleva. Outro
indicador é variação da PMC em diferentes épocas. A propensão marginal a consumir
(PMgC) mostra a variação dos gastos com consumo por parte das famílias quando a sua renda
aumenta em uma unidade (PMgC=dC/dYd).

c) A propensão média a poupar (PMS), que mostra a proporção da renda disponível das
famílias que não é gasta com consumo ou que é mantida como poupança (PMS=Sp/Yd).

d) Evolução dos gastos com consumo em proporção ao PIB (C/PIB). Um aumento relativo do
consumo no PIB tende a ter efeitos depressivos sobre o crescimento da economia no longo
prazo pois afeta a capacidade da economia financiar o investimento agregado. O país fica na
dependência de poupança externa.

Fatores determinantes do consumo

A renda das famílias

A renda é o principal determinante do consumo. Keynes, em sua lei psicológica fundamental,


diz: “os homens tendem a aumentar seu consumo à medida que sua renda aumenta, mas não
de uma quantidade tão grande quanto o aumento da renda”. Esta afirmação sugere que a
propensão média a consumir diminui com o aumento da renda. A partir desta definição de
Keynes, várias críticas e tentativas de definir melhor a função consumo foram aparecendo.
Analisemos brevemente as principais.

a) Distinção entre curto e longo prazo (Kuznets, 1946)

A crítica de Kuznets foi no sentido de que a lei psicológica fundamental de Keynes se


aplicaria apenas para o curto prazo. Para o longo prazo ele encontrou uma propensão média a
consumir estável, embora com inclinação mais acentuada (um valor de b maior).

C=a+b*Y (função consumo de Keynes)

C=c*Y (função consumo de Kuznets); sendo que c>b

b) A hipótese da renda relativa (Brady e Friedman, 1945)

De acordo com esta hipótese, os indivíduos consomem bens e serviços em função de seus
gostos e da renda mas, também, em função do comportamento das outras pessoas. A renda é
relativa em função da posição do indivíduo na sociedade, de sua localização espacial, faixa
etária, raça, tipo de vida, etc. A idéia é que há interdependências nas decisões de consumo por
parte das pessoas e que, por isso, fatores como moda e propaganda têm influências
importantes nas decisões de consumo.

A hipótese da relatividade da renda pode ser vista também sob o ponto de vista temporal.
Segundo Brown (1952), deve-se incorporar um componente de defasagem ou de memória na
função consumo para capturar o efeito do consumo no período anterior.

Ct=a+b*Yt+c*Ct-1
sendo que c mede a memória do indivíduo e tende a zero no longo prazo.

Outra variante desta abordagem é a hipótese da irreversibilidade das decisões de consumo ou


“efeito de cliquet”. Duesenberry (1952) diz que as pessoas não aceitam reduzir seu padrão de
consumo e, em uma situação de queda de sua renda, elas tendem a reduzir sua poupança e não
o consumo. Assim, em caso de redução de renda, o consumo é função da renda presente e da
renda máxima obtida no passado.

Ct=a+b*Yt+c*(Y0-Yt);

quando Y0>Yt Ct=a+b*Yt;

quando Y0<Yt Ct=b*Yt;

para o longo prazo sendo que c é a memória da renda passada e tende a zero no longo prazo.

c) A teoria da renda permanente (Friedman, 1957)

Segundo Friedman, a teoria keynesiana do consumo, ao afirmar que ocorre uma diminuição
da propensão a consumir com o aumento da renda, justifica a intervenção do Estado na
economia. Por exemplo, em uma economia fechada, o equilíbrio oferta (Y) e demanda (D) é
dado por Y=C+I+G. Para conservar o equilíbrio no tempo, é necessário que DY=DD e, como
o C cresce menos rapidamente que a renda (lei psicológica fundamental), é preciso que o I ou
o G aumentem proporcionalmente mais que sua participação na demanda agregada. Se isso
não acontecer, a deficiência de demanda vai provocar uma queda da produção e do emprego
que, por sua vez, provocará uma queda na renda e no consumo e a economia poderá entrar em
uma recessão profunda.

Em uma economia aberta, outra alternativa para reequilibrar a oferta e a demanda seria gerar
excedentes exportáveis. Friedman criticou esta teoria e afirmou que o consumo no tempo t
não depende apenas da renda presente mas também da renda futura que o consumidor espera
obter (renda permanente). Ele define a renda permanente como a soma atualizada (valor
presente) das rendas presente e futura. O problema desta definição é saber-se qual a renda e a
taxa de juros no futuro. Para resolver este problema, ele propôs um cálculo de renda
permanente através de um processo de previsão adaptativa usando um coeficiente de correção
de erro.
We=Y0+Y1/(1+i)+...+Yn/(1+i)n

We=Yp/(1+i)+...+Yp/(1+i)n=Yp*S(1/(1+i)n

sendo que We é a riqueza do consumidor, i é a taxa de juros, Y0, ...Yn é a renda no período
zero, ...período n e Yp é a renda permanente.

d) A hipótese do ciclo de vida (Ando e Modigliani, 1963)

Esta hipótese é desenvolvida sobre a relação patrimônio-consumo e sua originalidade é


destacar a influência dos ativos patrimoniais no comportamento de consumo. A idéia é de que
os indivíduos tomam suas decisões de consumo em função de suas perspectivas de ganhos
presentes e futuros, levando em consideração seu ciclo de vida. De acordo com esta hipótese,
os indivíduos maximizam sua utilidade, não em função da renda corrente, mas a longo prazo,
sobre a duração de sua vida. Se ele não se preocupa em deixar herança, toda sua renda será
consumida ao longo de sua vida. A função consumo é do tipo:

Ct=a*Yt+b*At-1

onde Yt é a renda da atividade; At-1 é o patrimônio acumulado até o período anterior; a é a


propensão marginal a consumir; b é porcentagem do patrimônio consumido.

Outros determinantes do consumo

Os outros determinantes do consumo são, principalmente, a tributação, a distribuição da


renda, os preços, a inflação, a taxa de juros e o patrimônio.

a) Tributação

Os impostos diretos e indiretos podem influenciar o consumo de duas formas: segundo a


óptica das pessoas taxadas e segundo o caráter das políticas adotadas pelo poder público.
Além disso, deve-se observar a forma como incidem estes impostos: se de forma progressiva,
neutra ou regressiva.
Se os impostos sobre a renda incidem de forma progressiva e se as políticas públicas
possibilitarem uma melhoria na distribuição da renda, a tendência é de que haja um
crescimento do consumo porque as pessoas de baixa renda, em geral, apresentam uma maior
propensão a consumir. Além disso, admitindo que as pessoas tributadas não reduzam seu
consumo (efeito de “cliquet”), o efeito será ainda mais significativo. O contra-argumento dos
liberais a essa questão é de que os impostos têm efeitos nefastos sobre a poupança, principal
fonte de financiamento do investimento.

Quanto aos impostos indiretos, deve-se olhar as alíquotas e os produtos gravados. Para uma
análise mais precisa, lembrar que a elasticidade-preço do consumo diminui com o aumento
da renda das pessoas e com a essencialidade dos produtos.

b) Desigualdades na distribuição da renda

Dado que o valor da propensão dos pobres a consumir é maior do que a dos ricos, deduz-se
que a propensão a consumir é crescente com o aumento da participação dos salários na renda
nacional (N. Kaldor, J. Robinson, e L. Pasinetti). Em outros termos, uma melhoria na
distribuição da renda tende a aumentar a propensão a consumir da economia e,
consequentemente, reduzir a propensão a poupar.

Por exemplo, suponha que a renda do trabalho seja igual a RL e do capital igual a p tal que a
renda da economia seja igual a Y=RL+p. Suponha, também, que a propensão a consumir dos
trabalhadores seja PMCw e dos capitalistas seja PMCp tal que 0< PMCp<PMCw<1. Com
isso, pode-se encontrar a propensão média a consumir da economia da seguinte forma:

C= (PMCp*p)+(PMCw*RL)

PMC=C/Y

PMC=(PMCp*p/Y)+(PMCw*RL/Y)

PMC=PMCw+(PMCp -PMCw) *p/Y; RL/Y=[1-(p/Y)]

Atribuindo diferentes valores para o termo p/Y verifica-se que, quanto menor for esta
relação, maior será a propensão a consumir da economia.

c) Os preços e a inflação
A inflação reduz o consumo das famílias devido ao efeito renda negativo. Isto ocorre mesmo
quando os salários estão indexados porque o reajuste deste se dá de forma defasada em
relação ao aumento dos preços (os preços sobem pelo elevador e os salários pela escada). Isto
faz com que as pessoas antecipem o consumo, gastando o mais rápido possível seus recursos
na aquisição dos bens de que necessitam. As expectativas quanto ao comportamento dos
preços também tem um papel importante nas decisões de consumo. Se a expectativa é de
aumento da inflação, as pessoas podem antecipar seu consumo presente e vice-versa.

Um ambiente inflacionário tende a prejudicar os credores e a ajudar os devedores por causa


da redução do poder de compra do dinheiro. Uma pessoa que tenha tomado um empréstimo
no início do ano para devolvê-lo no final do ano apenas com a correção monetária e que,
neste ínterim, tenha usado os recursos para comprar algum bem, no momento da devolução
terá tido um ganho real superior ao credor. Com isso, se as pessoas que tomam empréstimos
apresentam uma propensão a consumir maior do que os credores, a tendência é que haja um
aumento do consumo.

d) A taxa de juros

Os efeitos da taxa de juros sobre o consumo pode ser notado tanto no nível microeconômico
quanto no macroeconômico. No primeiro caso, um aumento na taxa de juros remunerando a
poupança pode ter uma dupla influência: diminuir o consumo presente pelo efeito
substituição de consumo presente por consumo futuro (o ganho de juros é transferido para
compras futuras) e aumentar o consumo presente pelo efeito renda provocado pelo aumento
da remuneração da poupança (o ganho de juros é transferido para compras presentes).

A priori, é difícil saber qual será o saldo líquido. Por exemplo, imaginemos um agente
consumindo R$800,00 e poupando R$200,00 de sua renda de R$1000,00. Suponha que a taxa
de juros real inicial seja de 5% ao ano, o que lhe daria um ganho de R$10,00 na poupança.
Agora, suponha que a taxa de juros aumente para 10% ao ano, o que o consumidor vai fazer?
Pelo efeito substituição, ele pode aumentar a poupança para, por exemplo, R$250,00
ganhando R$25,00 de juros ou, pelo efeito renda, ele pode diminuir a poupança para obter a
mesma receita em juros (x*0,10=R$10,00; x=R$100,00). Analisando globalmente este
exemplo, podese concluir que: a) no caso de efeito substituição, o C passou de R$ 800,00
para R$750,00 e a S passou de R$200,00 para R$250,00; b) no caso de efeito renda, o C
passou de R$ 800,00 para R$900,00 e a S passou de R$200,00 para R$100,00; e c) na média
dos dois efeitos, o C passou de R$800,00 para R$825,00 e a S passou de R$200 para
R$175,00.

O aumento da taxa de juros diminui o consumo porque encarece o crédito e, assim, reduz as
possibilidades de antecipação do consumo. Com a falta de recursos próprios e supondo uma
renda constante, o consumidor ou deixa de fazer as compras a prazo, reduzindo o consumo
presente, ou as faz e se endivida, reduzindo o consumo futuro. Num país com uma grande
massa assalariada de baixa renda, os efeitos sobre o consumo são significativos. No nível
macroeconômico, o aumento da taxa de juros encarece os empréstimos, afetando
negativamente o investimento, o que, por sua vez, vai afetar o emprego a renda e, finalmente,
o consumo. Com tantos efeitos contraditórios, é melhor ficar com a idéia de que não há uma
determinação clara quanto aos efeitos líquidos de um aumento da taxa de juros sobre o
consumo das famílias.

e) O patrimônio das famílias

O patrimônio das famílias pode influir no consumo de duas formas. Primeiro, se as famílias
poupam com o objetivo de constituir um patrimônio, seremos tentados a dizer que o aumento
do patrimônio freia a poupança e estimula o consumo. A idéia é que a motivação para a
poupança é cada vez mais fraca com o aumento do patrimônio. Segundo, considerando que a
poupança é o complemento do consumo na renda, pode-se deduzir que a propensão a poupar
varia no mesmo sentido que o crescimento da economia. Isto explica o fato dos países com
maiores taxas de crescimento apresentarem maior propensão a poupar (por exemplo, o
Japão). Disto se conclui que o crescimento econômico tem um papel determinante na
explicação da evolução do consumo e da poupança dos países. Esta conclusão, no entanto,
nos remete ao principal determinante do consumo, dado que o aumento do crescimento nada
mais é do que o aumento da renda.

Determinantes da poupança

Considerando um mundo onde não há incerteza e nem herança, é claro que, a nível
microeconômico, a poupança de cada agente é nula durante a duração de sua vida. Durante o
ciclo de vida, o indivíduo poupa um montante exatamente suficiente para cobrir suas
necessidades de consumo ao longo de sua vida ativa e inativa. Sendo assim, porque a
poupança macroeconômica não é nula?
a) Porque a população é composta de gerações de agentes e, portanto, em cada momento, se
o crescimento demográfico é positivo, há jovens em fase de poupança e idosos na fase de
despoupança. Uma taxa de poupança macroeconômica positiva aparece, portanto, devido à
coexistência de gerações diferentes e, mantendo todo o resto constante, ela é tanto maior
quanto maior o crescimento demográfico.

b) Porque a renda per capita é crescente ao longo do tempo, refletindo o crescimento da


produtividade. Os jovens são mais ricos que os velhos que eles substituem e, portanto, sua
poupança tende a ultrapassar a despoupança das pessoas idosas. c) Poupar para a
aposentadoria não é único motivo. As pessoas podem poupar para deixar uma herança para
seus filhos, superior a que elas receberam. Se isto ocorrer, há um saldo positivo de poupança
macroeconômica.

d) Se o futuro é incerto, a incerteza quanto aos rendimentos futuros faz com que as pessoas,
para se precaverem, poupem mais.

Governo

Indicadores de comportamento do setor público

Além dos referentes ao déficit primário e operacional, outro indicador importante é a


influência da carga tributária bruta (T) sobre a economia.

T=(td+t)/PIB=(119+125)/866=0,282 ou 28,2%

Receitas e despesas do governo

A receita do governo (RG) vem de: coleta de impostos diretos provenientes da tributação da
renda dos trabalhadores e das empresas (td); impostos indiretos incidentes sobre as transações
com bens e serviços na economia pagos pelos produtores e consumidores ( t); tarifas de
importação sobre os produtos oriundos do resto do mundo (tar); impostos de exportação
sobre os produtos enviados ao resto do mundo (te); e contribuições sociais (tc). Os gastos do
governo decorrem da aquisição de bens e serviços (G) e transferências líquidas ao setor
privado interno e ao exterior (tr).

RG=t+td+tar+te+tc DG=G+tr
A poupança do governo é definida pela diferença entre a receita e a despesa. Se a despesa for
maior que a receita, o governo estará em déficit e, portanto, com necessidade de
financiamento. Neste caso, o governo pode obter recursos mediante empréstimos junto ao
setor privado interno ou empréstimos de instituições externas, incorrendo, respectivamente,
em dívida pública interna ou externa.

Sg=(t+td+tar+te+tc)-(G+tr)

Princípio do multiplicador

Os efeitos de um dispêndio autônomo sobre o produto interno ou a renda de uma economia é


a questão central da teoria keynesiana. Segundo Keynes, uma variação autônoma de
dispêndio por parte dos componentes da demanda final provoca um efeito sobre a renda de
magnitude maior do que montante de dispêndio inicialmente alocado. Daí o surgimento do
princípio do multiplicador, o qual representa o número (k) pelo qual é preciso multiplicar a
despesa adicional (∆A=∆C+∆I+∆G) para calcular o suplemento de renda gerado (∆Y).
Podemos, portanto, representar o multiplicador da seguinte forma:

∆Y=k*∆A, com k>1 k=∆Y/∆A

Intervenções do Estado

A intervenção do Estado não é abordada do ponto de vista de suas incidências sobre as


estruturas industriais ou na sua dimensão financeira. Somente as despesas e receitas
relevantes para a política fiscal são analisadas. Vimos que a demanda global satisfeita pelo
produto agregado é composta de consumo das famílias (C ), do investimento (I ), das
aquisições públicas (G) e as aquisições do resto do mundo em relação ao nosso produto (E).

Y = C+I+G+E

Quanto à oferta global, ela corresponde à renda nacional que é repartida entre o Estado, sob a
forma de tributos (T), e as famílias que podem gastá-la em consumo de produtos domésticos
(C), produtos importados (M) ou poupá-la (Sp).

Q = C+S+T+M, com Q =Y

O equilíbrio contábil entre dispêndio e renda se escreve, portanto: I+G+E = S+T+M Um dos
resultados da análise do multiplicador é que um aumento das despesas (G) acompanhado de
um aumento de receitas de um mesmo montante (T) não se neutralizam quanto a seus
impactos sobre a renda nacional. Isto porque o multiplicador do gasto faz crescer a economia
e, com isto, a arrecadação do governo. É como se o governo pudesse gastar num primeiro
momento para, num segundo momento, obter os recursos oriundos do crescimento
engendrado pelo gasto inicial. Observando a identidade acima, o desequilíbrio provocado
pelo aumento autônomo de gastos do governo (G) será contrabalançado pelo aumento da
poupança (S), aumento da arrecadação de tributos (T) e/ou pelo aumento das importações
(M).

Empresas

As empresas utilizam insumos intermediários, fatores de produção (capital e trabalho) e


pagam tributos ao governo. Com isso, o valor da produção doméstica corresponde à soma dos
gastos com cada um destes componentes. A hipótese microeconômica é que, dado um
sistema de preços de bens e de fatores, cada empresa maximiza suas vendas (receitas),
descontadas do custo dos insumos, dos fatores de produção e dos tributos. Assim,
conhecendo a função de produção, pode-se deduzir a oferta do produto produzido pela firma,
sua demanda de insumos intermediários e a demanda de capital e trabalho. A demanda de
trabalho é derivada do problema de maximização de lucro da empresa, sob a sua restrição
tecnológica. Resolvendo este problema, verifica-se que a demanda de trabalho é uma função
da produção, do preço do produto e do salário.

Indicadores de comportamento das empresas

Podemos destacar três indicadores: taxa de margem, taxa de investimento e taxa de


autofinanciamento.

Taxa de margem (TM): mede a parte que cabe às empresas na repartição do valor adicionado.
Trata-se, portanto, de seu excedente operacional bruto. Pensando a nível de uma empresa em
particular, a taxa de margem reflete a sua política de preços, ou seja, a margem de lucro
aplicada sobre os custos de produção.

TM=p/VA=411/742=0,554 ou 55,4%

Taxa de investimento (TI): mostra o esforço de investimento das empresas e é calculado


dividindose a FBCF (investimento menos variação de estoques) pelo valor adicionado.
TI=FBCF/VA=0,229 ou 22,9%

Taxa de autofinanciamento (TA): mede a parte de recursos oriundos de poupança interna no


financiamento do investimento. Ela é medida dividindo-se a poupança interna pelo
investimento.

TA=(Sp+Sg)/I=146/184=0,795 ou 79,5%

As técnicas de produção

A operação de produção das empresas consiste, de maneira geral, em transformar, pelo


trabalho, bens e serviços existentes em outros bens e serviços e em tirar desta transformação
um lucro. Os bens e serviços que entram nestas operações de transformação são os insumos e
os fatores de produção, os quais podem ser fatores primários (terra, capital) ou de consumo
intermediário (matérias-primas).

Estes fatores são combinados para obter os bens e serviços resultantes da operação de
transformação, que são os produtos. As matrizes de insumo-produto mostram
quantitativamente estas relações para todos os setores da economia.

A função de produção descreve, para cada bem produzido por uma empresa, a relação que
existe entre as quantidades utilizadas de diferentes fatores de produção e a quantidade
máxima do bem ou serviço que pode ser produzido. Pode-se falar, também, em função de
produção agregada ou macroeconômica, representando o conjunto dos setores da economia.
As funções de produção agregadas são fortemente inspiradas na microeconomia, apesar das
controvérsias que isto apresenta.

As funções de produção agregadas mais simples

De uma forma geral, as funções de produção presumem a existência de apenas dois fatores
de produção: o trabalho e o capital (agregando todos os bens de capital, equipamentos,
construção, terra, etc.). Assim, a função de produção agregada da economia pode ser escrita
da seguinte forma:

Q=f(K, L)

a) Função de produção a fatores complementares Representa o caso em que os fatores de


produção são combinados em proporções fixas para obter uma determinada produção. Para
produzir uma unidade de produto é necessário a unidades de capital e b unidades de trabalho.
A função de produção é escrita da seguinte forma:

Q=mínimo(K/a, L/b)

sendo que os coeficientes a e b são fixos, a*Q representa a quantidade de capital utilizada,
b*Q representa a quantidade de trabalho utilizada, a=K/Q representa o coeficiente ótimo de
capital, b=L/Q representa o coeficiente ótimo de trabalho, 1/a representa a produtividade do
capital e 1/b representa a produtividade do trabalho.

b) Função de produção a fatores substituíveis Se é possível substituir uma certa quantidade de


um dos fatores por uma quantidade adicional de outro fator e manter a quantidade de
produção, então a função de produção é dita a fatores substituíveis. Estas funções
normalmente estão sujeitas a lei dos rendimentos marginais decrescentes, a qual diz que “se
adicionarmos continuamente quantidades de um fator, mantendo o outro fator constante, a
sua produtividade marginal tende a diminuir a partir de um certo ponto”.

Quando estamos diante deste tipo de função, as variáveis relevantes a serem observadas para
tomar decisões quanto à substituição de fatores são: a taxa marginal de substituição, a qual
mostra o quanto de capital deve ser adicionado para substituir uma unidade de trabalho e
manter a produção constante, e vice-versa; a produtividade marginal do capital (dQ/dK) e do
trabalho (dQ/dL); e o preço de uma unidade de capital (r) e de trabalho (w). Uma situação de
equilíbrio ocorre quando:

(dQ/dK)/(dQ/dL)=r/w ou (dL/dK)=r/w

Por exemplo, suponha que a produtividade marginal do capital e do trabalho seja,


respectivamente, igual a 5 e a 10 unidades e que o preço unitário seja, respectivamente, igual
a R$ 20,00 e R$ 30,00. Neste caso, está a empresa empregando a quantidade ótima de
fatores? Em caso negativo, qual o fator que a empresa deveria aumentar a utilização ou qual
deveria diminuir?

5/10≠20/30

Como os preços dos fatores são exógenos, para estabelecer a igualdade a empresa deveria
aumentar o lado esquerdo da equação, o que significaria substituir capital por trabalho. Ao
diminuir a quantidade de capital, como os rendimentos marginais são decrescentes, a
produtividade do capital aumenta. O contrário acontece com o trabalho, dado que haverá um
aumento de sua participação na produção. Esta substituição possibilitará encontrar o
equilíbrio. As principais funções a fatores substituíveis são a Cobb-Douglass, a CES
(Constant Elasticity of Substitution) e a Translog (transcendental logarítmica).

O progresso técnico

Tradicionalmente, o progresso técnico é introduzido de forma a, dadas as quantidades de


fatores e insumos, haver um crescimento da produção. Ele decorre de descobertas científicas,
incorporação de novas técnicas de produção, aprendizado dos empregados, aumento dos
níveis de educação, etc. e pode revestir-se de várias formas.

a) Quanto a sua incorporação

O progresso técnico pode ser não incorporado (autônomo), ou seja, aquele que se aplica
uniformemente a todos os recursos, homens e máquinas, independentemente da idade, da
época de instalação e da geração das pessoas. O progresso técnico incorporado, pelo
contrário, se aplica a certas partes do equipamento ou a certas gerações de trabalhadores.

b) A neutralidade do progresso técnico

O progresso técnico é dito neutro quando, apesar de aumentar a produção, não altera a
participação dos fatores. Em outras palavras, as relações capital-produto (K/Q), a
produtividade média do trabalho (Q/L) e/ou a intensidade de capital (K/L) não se alteram. O
progresso técnico é dito poupador de capital quando ocorre uma redução da intensidade de
capital (K/L); poupador de trabalho quando, pelo contrário, ocorre um aumento da
intensidade de capital; e neutro ou intensivo em produção, quando não altera a relação K/L,
poupando os dois fatores.
Conclusão

Feito o trabalho, conclui-se que as principais variáveis macroeconômicas são: família,


governo e empresas. Estes três elementos são factores determinantes para a economia de um
país. A sua relação basea-se na interdependência, por exemplo as empresas pagam impostos
ao governo, que por sua vez constroe infraestruturas como escolas, hospitais, estradas que
beneficia as famimlias. As famimlias por sua vez ao procurar a sustentabilidade através da
produção, contribuem para a economia de um país.
Bibliografia

Fochezatto, Adelar. Curso de Macroeconomia. Núcleo de estudo e pesquisa (economia).


Porto Alegre 2000

Pinho, Micaela. Macro economia: Teoria e pratica simplificada 1ª Edição – Lisboa, 2015

Lopes e Vasconselos. Manual de Macroeconomia: nível Básico e intermediário. 3ª Edição.


São Paulo editora atlas s.a. - 2008

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