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04.DIREITO ADMINISTRATIVO
SUMÁRIO
CAPÍTULO V – PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA..............................................................................2
1. PODER HIERARQUICO....................................................................................................................................2
2. PODER DISCIPLINAR.......................................................................................................................................2
2.1. Processo Administrativo Disciplinar (PAD)................................................................................................3
3. PODER REGULAMENTAR...............................................................................................................................4
4. PODER DE POLÍCIA.........................................................................................................................................4
4.1. Atributos do Poder de Polícia....................................................................................................................5
4.2. Uso do Poder.............................................................................................................................................5
4.3. Abuso de Poder.........................................................................................................................................5
5. LIBERDADES PÚBLICAS E PODER DE POLÍCIA...........................................................................................6
SÚMULA DO STF..................................................................................................................................................6
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DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL
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Atenção: Com a EC nº 45/2008, criou-se uma hierarquia parcial no Poder Judiciário, traduzida na faculdade do STF editar súmulas
com efeito vinculante, de ofício ou mediante provocação, pelo voto de 2/3 (dois terços) dos seus membros, depois de reiteradas
decisões sobre matéria constitucional, para os demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas
esferas federal, estadual e municipal. Assim, a súmula vinculante torna obrigatória a sua observância pelos magistrados e agentes
da Administração Pública.
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Art. 84, IV – sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução.
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4. PODER DE POLÍCIA: É a prerrogativa que dispõe a administração pública para, na forma da lei, definir
parâmetros de uso e gozo dos direitos de liberdade e propriedade individuais, na busca do interesse público.
O poder de polícia é a faculdade de que dispõe o Poder Público de fiscalizar o uso e o gozo de bens,
atividades e direitos individuais, em prol do interesse da coletividade. No sentido estrito, abrange apenas as
atividades do Poder Executivo, já no sentido amplo, abrange não só as atividades do Poder Executivo, como
também as atividades do Poder Legislativo.
Assim sendo, tal Poder é exercido por todos os entes da Federação (União, Estados, Distrito Federal e
Municípios) sobre todas as atividades que possam interferir no interesse público coletivo ou prejudica-lo.
Entre as sanções derivadas do exercício do poder de polícia, Hely Lopes Meirelles aponta: (i) interdição
de atividades; (ii) fechamento de estabelecimento; (iii) demolição de construção irregular; (iv) apreensão de
mercadorias irregulares; (v) inutilização de gêneros; (vi) destruição de objetos; (vii) embargo de obras etc.
Não há qualquer incompatibilidade existente entre os direitos individuais e os limites a eles impostos
pelo Estado, com base no poder de polícia. Na verdade, o fundamento de tal poder é o princípio da
supremacia do interesse público sobre o particular, não podendo o Estado aniquilar totalmente os direitos
individuais.
A doutrina majoritária reconhece o (i) poder de polícia originário e o (ii) poder de polícia derivado.
a) Poder de polícia originário: este poder nasce com a entidade que o exerce, através de
transferência legal. O poder de polícia originário é pleno no seu exercício e consectário.
b) Poder de polícia derivado (delegado): este poder provém de outra entidade, através de
transferência legal. O poder de polícia derivado é limitado ao poder de delegação e se caracteriza por atos de
execução. Por isso mesmo que este poder não se compreende a imposição de taxas, porque o poder de
tributar é intransferível da entidade estatal que o recebeu constitucionalmente.
Segundo o STF, o poder de polícia só pode ser exercido por pessoa jurídica direito público, dada a
natureza da atividade envolvida.
O poder de polícia também é dividido em: POLÍCIA ADMINISTRATIVA e POLÍCIA JUDICIÁRIA.
TIPO DE PODER DE POLÍCIA POLÍCIA ADMINISTRATIVA POLÍCIA JUDICIÁRIA
ATUAÇÃO Principalmente preventiva Principalmente repressiva
TIPO DE ILÍCITO Administrativo Penal
NORMAS REGULAMENTARES Direito Administrativo Direito Processual Penal
INCIDÊNCIA Bens, Direitos e Atividades Pessoas
COMPETÊNCIA Diversos órgãos da Administração Corporações Especializadas
Pública
4.1. Atributos do Poder de Polícia: Doutrinariamente, são reconhecidos como atributos do poder de
polícia a discricionariedade, a autoexecutoriedade e a coercibilidade.
4.1.1. Discricionariedade: reside na livre escolha, por parte da Administração Pública, da
oportunidade e da conveniência de exercer o poder de polícia, assim como de aplicar sanções e empregar os
meios necessários a atingir o fim pretendido, que é a proteção do interesse público. Embora a
discricionariedade seja apontada como regra, não podemos esquecer que, em alguns casos, haverá total
vinculação do administrador à lei, no exercício do poder de polícia. Exemplo: concessão de licença no
exercício de uma profissão a um particular.
4.1.2. Autoexecutoriedade: para Hely Lopes Meirelles, “a autoexecutoriedade consiste na
possibilidade que certos atos administrativos ensejam de imediata e direta execução pela própria
Administração, independentemente de ordem judicial”. Os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade
têm funcionado como limitadores à autoexecutoriedade dos atos administrativos.
4.1.3. Coercibilidade: é a imposição coativa das medidas adotadas pela Administração, ou seja,
deve ser obrigatoriamente observada pelo particular. A imposição coercitiva também prescinde (dispensa) de
prévia autorização judicial, mas não impede uma posterior avaliação por tal poder, com vistas a apurar o
chamado abuso de poder, em suas modalidades: excesso de poder e desvio de poder.
4.2. Uso do Poder: Uso do poder é prerrogativa da autoridade pública. Atualmente, a doutrina aponta
que, aos administradores, cabe o poder-dever de agir, isto é, o poder administrativo, por ser conferido à
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Administração para o atingimento do fim público, representa um dever de agir. No entanto, é obrigação do
administrador público utilizá-lo segundo as normas legais e com obediência aos princípios que regem o
Direito Administrativo, nos justos limites que o bem-estar social exige. Quando ultrapassa tais limites, surge a
figura do abuso de poder.
4.3. Abuso de Poder: É o fenômeno que se verifica sempre que uma autoridade ou um agente público
pratica um ato (i) que ultrapassa os limites das suas atribuições ou competências, ou (ii) que desvie das
finalidades administrativas definidas pela lei. O abuso de poder é gênero do qual são espécies: a) o excesso
de poder e o b) desvio de poder.
a) Excesso de poder: quando a autoridade competente extrapolar os limites de sua competência, ou
seja, quando atua fora dos limites legais de sua competência. Exemplo: a autoridade competente aplica
penalidade mais grave (suspensão), que não se encontra na esfera de suas atribuições.
b) Desvio de Poder (ou desvio de finalidade): quando a autoridade atinge finalidade diversa do
interesse público, ou seja, decorre da atuação do agente afastada do interesse público, ainda que dentro da
sua competência. Também é modalidade de desvio de poder quando o administrador, ainda que atinja o
interesse público, utiliza-se de ato com finalidade diversa da prevista em lei para a prática do ato. Poderá se
dar de 2 (dois) modos:
• quando o agente busca uma finalidade, contrariando o interesse público. Exemplo: quando ele
usa seus poderes para prejudicar um inimigo, ou para beneficiar a si próprio, um amigo ou parente.
• quando o agente busca uma finalidade ainda que de interesse público, alheia à categoria do
ato que utilizou, este será inválido por divergir da orientação legal. Exemplo: o administrador que remove um
servidor público com o objetivo de aplicar-lhe uma penalidade, todavia, esse ato de remoção, de acordo com
a previsão legal, serve para acomodação das necessidades do serviço e não está na lista das possíveis
penalidades aplicáveis por infrações funcionais.
5. LIBERDADES PÚBLICAS E PODER DE POLÍCIA:
Evidentemente, abusos no exercício do poder de polícia não podem ser tolerados. Por mais que todo
direito individual seja relativo perante o interesse público, existem números mínimos de direitos que devem
ser preservados, mesmo no exercício do poder de polícia. Nesse sentido, a faculdade repressiva deve
respeitar os direitos do cidadão, as prerrogativas individuais e as liberdades públicas que são consagradas na
CF.
Os principais limites do poder de polícia são:
a) Necessidade: a medida de polícia só pode ser adotada para evitar ameaças reais ou prováveis de
perturbações ao interesse público;
b) Proporcionalidade/razoabilidade: é a relação entre a limitação ao direito individual e o prejuízo a ser
evitado;
c) Eficácia: a medida deve ser adequada para impedir o dano a interesse público. Para ser eficaz a
Administração não precisa recorrer ao Poder Judiciário para executar as suas decisões, é o que se chama de
autoexecutoriedade.
Importante colocar, como limite, ainda, a necessidade de garantia de contraditório e ampla defesa ao
administrado. Nesse sentido, aduz a Súmula nº 312 do STJ: “no processo administrativo para imposição de
multa de trânsito, são necessárias as notificações da atuação e da aplicação da pena decorrentes da
infração”.
SÚMULA DO STF:
Súmula Vinculante nº 21: É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para
admissibilidade de recurso administrativo.
Súmula Vinculante nº 05: A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição.
Súmula nº 443: A prescrição das prestações anteriores ao período previsto em lei não ocorre, quando não tiver sido negado, antes
daquele prazo, o próprio direito reclamado, ou a situação jurídica de que ele resulta.
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Súmula nº 383: A prescrição em favor da Fazenda Pública recomeça a correr, por dois anos e meio, a partir do ato interruptivo, mas
não fica reduzida aquém de cinco anos, embora o titular do direito a interrompa durante a primeira metade do prazo.
Súmula nº 19: É inadmissível segunda punição de servidor público, baseado no mesmo processo em que se fundou a primeira.
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