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II Congresso do

Direito de Língua Portuguesa

As Autoridades Tradicionais no Estado de Direito Democrático


"Um olhar á Luz da Constituição da República de Angola"

Por: Carlos Teixeira


C
Conceptualização
li

z As Autoridades Tradicionais

z O Estado de Direito Democrático

z As Autoridades Tradicionais vista á Luz da Constituição

z A Consagração do Estado de Direito Democrático

z Analise Comparativa da expressão do poder de autoridade no


direito positivo e no direito consuetudinário

As Autoridades Tradicionais no Estado de Direito Democratico


As Autoridades Tradicionais
z As autoridades tradicionais têm sido enquanto conceito
referidos na doutrina angolana como sendo” pessoas
singulares
g ou instituições
ç investidas de poder
p de
autoridades
id d junto
j das
d comunidades,
id d fundadas
f d d nos usos
e costumes[1]

z Ainda na doutrina angolana, Carlos Feijó e Cremildo


Paca definem as autoridades tradicionais como pessoas
colectivas de substrato cultural alicerçadas em
estruturas organizatórias forjadas ao longo dos tempos,
pré - estaduais e que emanam da realidade histórica,
cultural, sociológica e antropológica típica dos países
africanos[2]

As Autoridades Tradicionais no Estado de Direito Democratico


z Para Lazarino Poulson, as autoridades tradicionais
são pessoas jurídicas pré - estaduais,
estaduais de carácter
costumeiro (tradicional), reconhecidas pelo Estado
pelas funções específicas que desempenham no seio
das respectivas comunidades,
comunidades definindo com
independência a orientação das suas actividades, sem
sujeição à hierarquia ou à superintendência do
Governo[3]

z Pessoalmente aproximo-me mais dos conceitos


elaborados
l b d por João J ã Pinto
Pi t e Lazarino
L i Poulson,
P l por
quanto Carlos Feijó e Cremildo Paca defendem um
conceito a meu ver bastante restritivo e distante da
realidade de autoridade tradicional formatando - a
como pessoa colectiva, quando sabemos que a
autoridade tradicional é basicamente assente no
poder do chefe alicerçado nas valências que os
autores sublinham tais sendo, a realidade histórica,
cultural, sociológica, antropológica etc.

As Autoridades Tradicionais no Estado de Direito Democratico


z Lazarino Poulson, faz mesmo na sua obra, As Autarquias
Locais e as Autoridades Tradicionais No Direito
Angolano – Esboço de uma Teoria Subjectiva do Poder
Local, o “despeçage” ou corte estrutural do conceito que
estamos a analisar.

z No seu conceito autoridades tradicionais são pessoas


jurídicas representadas em regra por uma pessoas física
jurídicas, física,
mas que no dizer deste autor não é formada apenas pelo
seu titular.

z Estou de acordo com esta diferenciação, porém tal como


receava, o autor acabou por não deixa perceber as duas
dimensões que este elemento encerra
encerra, pois quando diz
que o reconhecimento do Estado a instituição não outras
palavras não reconhece o indivíduo que represente a
instituição,
ç , não posso
p estar de acordo porquanto
p q a
autoridade tradicional advém do poder do indivíduo e que
mais tarde se estende a sua estrutura organizacional do
exercício deste poder.

As Autoridades Tradicionais no Estado de Direito Democratico


z Por conseguinte, a meu ver as autoridades tradicionais
são pessoas jjurídicas
rídicas como bem diz
di Lazarino
La arino Poulson,
Po lson
mas entendida na sua dupla dimensão (individual e
organizava) sendo nesta que o Estado reconhece o poder
tradicional.
z Este poder tradicional é uma realidade pré - existente ao
aparecimento do estado e portanto pré - estaduais .
z O carácter costumeiro apontada no Conceito, advém das
regras
g em queq se alicerçaç a instituição.
ç
z O Reconhecimento do Estado, assenta no facto de ao
tratar-se de uma realidade pré - existente ao próprio
Estado e sendo anterior a ele e pelo papel que
desenvolvem no seio das respectivas comunidades nos
mais variados domínios, ao poder estadual não resta outra
alternativa
l i que não seja j o seu reconhecimento,
h i atéé porque
anuidas é a única entidade junto das comunidades
condutora
co duto a dos seus destinos.
dest os.
As Autoridades Tradicionais no Estado de Direito Democratico
z São pois as funções especificas que desempenham e a
impossibilidade prática de sua substituição imediata pelo
poder tradicional
tradicional, que se funda o reconhecimento das
autoridades tradicionais.
z As autoridades tradicionais desenvolvem no seio da
respectiva comunidade actividades de gestão e justa
composição dos interesses daquela na base das regras
costumeiras aí em vigor.
z As autoridades tradicionais definem com independência a
orientação das suas funções sem sujeição à hierarquia ou à
superintendência do Governo.
Governo
z Enquanto realidade pré-estadual, mas reconhecido pelo
Estado dada a especificidade das funções em nome do
i
interesse colectivo
l i que desenvolve
d l e diferentemente
dif do
d que
nos diz Lazarino Poulson,[1] as autoridades tradicionais
prosseguem não só os fins do estado.
z Apesar desta coincidência quanto aos fins a prosseguir não
estão entretanto àqueles sujeitas a qualquer hierarquias ou
superintendência
p formal do Governo.

As Autoridades Tradicionais no Estado de Direito Democratico


O Estado de Direito Democrático
z Enquanto princípio , o estado de Direito Democrático foi e
será sempre condicionado a meu ver por diversas influências
e confluência cambiantes do próprio Estado enquanto
comunidade política e do catálogo constitucional que o
alicerça
li e do
d catálogo
tál constitucional
tit i l que o alicerça.
li
z Esta condicionante é especificada por Borckenford, citado
por Gomes Canatilho como sendo uma condicionalidade
temporal, de abertura política e ideológica e de diversidade
de concretização[1] levando – nos á ideia de rejeição de
estado de Direito como um fim em si mesmo.
z Entretanto, existem autores que concebem o Estado de
direito como um sistema fechado e fixo e com um valor de
per si , conduzindo – nos á ideia de um Estado de Direito,
Direito
como um esquema técnico – jurídico que se reconduz á
concepção de Estado de direito formal.

As Autoridades Tradicionais no Estado de Direito Democratico


z Porém,
P é como di diz e bbem G
Gomes C Canatilho,
tilh cada
d época
é tem
t
as suas experiências jurídicas, as suas exigências de justiço,
os seus padrões de juridicidade.

z Segundo a doutrina alemã, o conceito de Estado de direito é


resultado de uma sedimentação
ç de mil anos e gabam-se
g de
ser a Alemanha o país onde o conceito foi definido com
maior preciosismo.

z Mas, seguindo de perto os ensinamentos de Gomes


Canotilho, não poderemos dizer que em outros quadrantes e
noutros momentos históricos não se tenha tratado o
conceito de Estado de direito com o preciosismo de que se
vangloriam os autores alemães, basta para tanto ver a
doutrina inglesa e americana sobre a matéria.[1]
matéria [1]

As Autoridades Tradicionais no Estado de Direito Democratico


1.1. O Princípio do Estado de
Direito no Período Liberal
z Fazendo fé na doutrina alemã,, a concepção
pç de estado de
direito, aparece nos fins do século XVII e começos do
século XIX, fortemente influenciada pelo
j
jusracionalismo
i li e em conexãoã com dois
d i pressupostos
t
que representam a sua razão de ser próprio senso,
designadamente:

g
1 - A ideia de legalidade de toda a actividade
estadual
2 - A ideia de realização de justiça

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1.2. Contribuição Doutrinária
P
Para Sua
S Teorização
T i ã
z Segundo ainda a doutrina alemão,
alemão mais do que um
conceito jurídico o Estado de direito é um conceito
político e de luta política da burguesia contra o Estado
absol tista centrali
absolutista centralizador,
ador contra reminiscência do Estado
feudal.
z Entretanto
E t t t Kant
K t ensaia
i a formulação
f l ã filosófica
fil ófi de
d Estado
Et d
de Direito. Para Kant, o Estado é associação de uma
pluralidade de homens sob lei jurídica
p j que
q emana da
vontade reunida do povo.
z O Estado de direito de KANT é então um “ Estado de
Razão” entendido como uma exigência univers; 1 que
assegura a coexistência livre através do direito, entendido
este como normatividade racional.
racional
As Autoridades Tradicionais no Estado de Direito Democratico
z Os constitucionalistas da épocas
p aproveitam
p a
definição de Kant e caracterizam o Estado de Direito
como à medida da liberdade do indivíduo onde a lei é
o fundamento.
fundamento Mas já no período liberal se visualizava
o Estado de Direito, não como uma simples forma de
actuar do Estado. Pretendia-se já naquele período um
E t d iluminado
Estado il i d pela l vontade
t d racional
i l gerall e que
buscasse a prossecução do bem geral, pretendia-se por
outras p
palavras um Estado de Direito Material.

z STAHL, filósofo do direito dá uma importante


contribuição
t ib i ã na teorização
t i ã do d Estado
E t d de
d Direito,
Di it
quando afirma que o Estado de direito não significava
o fim ou o conteúdo do Estado,, mas apenas
p a espécie
p e
o carácter de realização do mesmo.[1]

As Autoridades Tradicionais no Estado de Direito Democratico


z O Estado de direito formal dá então lugar ao Estado de
di i como Estado
direito d dde llegalidade
lid d administrativa
d i i i em que
se observa a vinculação jurídica da administração e a
sua ssindicância
d câ c a jud
judicial.
c a . Esta
sta evo
evolução
ução explica
e p ca a
afirmação de OTTO MAYER segundo a qual o Estado
de direito e o “ direito administrativo bem ordenado”[1]

z Apesar desta evolução, outros autores[2] entendem que


ainda não se realiza o Estado de direito, dizem ser
necessário para além da vinculação jurídica da
administração e da possibilidade da sua sindicância
judicial a criação de legislação que determinasse os
judicial,
limites da actividade estadual e que demarcasse com
precisão e rigor a esfera da liberdade dos cidadãos e as
respectivas
i garantias.
i

As Autoridades Tradicionais no Estado de Direito Democratico


1.3. Conclusão resultante das
várias construções teóricas
z Resulta das várias contribuições que o Estado de
Direito é ou deverá ser potenciado por:

11. Princípio da legalidade da administração


2. Princípio da prevalência da lei
3 Controlo judicial dos actos administrativos
3.
4. Consagração da responsabilidade do Estado e
dos seus funcionários por danos causados por
factos ilícitos no cumprimento das suas tarefas

As Autoridades Tradicionais no Estado de Direito Democratico


z Evitando acolher “intotum” as contribuições acima
referidas ppelas consequências
q ppolíticas qque daí teria qque
retirar[1],
i [1] MARCELLO CAETANO contrapõe õ outra
construção, que na verdade: é um sucedâneo do Estado de
Direito, ou seja a sua alternativa em tom menor - o Estado
L lid d
Legalidade.

z Ainda segundo aquele respeitável Professor,


Professor o “Estado
Estado
de Direito” colocado ao serviço da justiça, implica
necessariamente, um parlamento livremente eleito e com
poder legislar, o controlo político e judicial do Governo, a
independência dos tribunais e o direito dos cidadãos a uma
efectiva tutela jurisdicional dos seus direitos e interesse
legítimos.
g
z
Para ele, o “Estado de Legalidade”, deferentemente, não
esta ao serviço da justiça,
justiça mas a Lei independentemente do
seu conteúdo em consequência grandes zonas da actividade
do Estado são subtraídas ao Direito.

As Autoridades Tradicionais no Estado de Direito Democratico


z Analisando esta concepção FREITAS DO AMARAL
ressalta a enorme diferença que separa o Estado de Direito
diz ele a democracia do Estado de legalidade dos regimes
autoritários e totalitários que se coloquem sob uma fachada
de estrito cumprimento das leis que os governos quiseram
fazer e impor.
impor
z A propósito do princípio do Estado de Direito, GOMES
CANOTILHO diz q que o Estado de Direito só o é
verdadeiramente enquanto democraticamente legitimado quer
a sua formação, quer o seu conteúdo e que o Estado
Democratizo só o é g
genuinamente enquanto
q a sua
organização e funcionamento assentem no direito e não na
prepotência.
z Podemos
P d então
tã concluir
l i das
d várias
á i construções
t õ apresentadast d
que o principio do Estado de Direito é um principio de
natureza material, procedimental e formal, sendo assim, o seu
entendimento
t di t nesta
t perspectiva
ti tridimensional,
t idi i l a cautela
t l a
expressão lapidar de Jhering e recordadas por GOMES
CANOTILHO, que diz “a forma é inimiga jurada do arbitro
e irmã gémea da liberdade
liberdade”!!
As Autoridades Tradicionais no Estado de Direito Democratico
As Autoridades Tradicionais à
Luz da Constituição
z A constituição da República de Angola, dedica um
capítulo,
p o III as instituições
ç do poder
p tradicional,
começando d por no artigoi 223º por reconhece-las
h l “que

tale” com referência ao seu status que, papel e função, de
acordo com o direito consuetudinário, [11] desde que a
não
ã contrarie.
t i
z Na senda deste reconhecimento, todas as entidades
públicas e privadas devem respeito as autoridades
tradicionais no quadro das suas relações formatadas por
valores e normas consuetudinárias em vigor nas
respectivas organizações políticas comunitárias
tradicionais e que não conflituem com a constituição nem
com a dignidade de pessoas humanas.

As Autoridades Tradicionais no Estado de Direito Democratico


z Numa tentativa de conceptualização,
conceptualização o artigo 224
224º da
Constituição, define as autoridades tradicionais com sendo
entidades que personificam e exercem o poder na
respectiva
i organização
i ã política
lí i comunitária
i á i tradicional.
di i l
z Q
Quais são à luz da Constituição
ç da Repúblicas
p as tarefas e
ou missões das autoridades tradicionais e até onde vais a
sua esfera de actuação?
z A Constituição da República remete para legislação a
aprovar a definição dessas tarefas e ou missões, bem com o
seu modelo organizatório
organizatório, de controlo e de
responsabilização bem como a natureza do vínculo a
estabelecer “de iure” condendo com os órgãos locais do
E t d e com a futura
Estado f t administração
d i i t ã autárquica.
tá i

As Autoridades Tradicionais no Estado de Direito Democratico


z Análise Comparativa da expressão do poder de
Autoridade no Direito Positivo e no Direito
C
Consuetudinário.
di á i
z À luz da Constituição da Repúblicas de Fevereiro de
2010 passamos a ter
t estruturada
t t d uma organização
i ã
administrativa encabeçada pelo titular do poder
executivo, que é o presidente da República, chefe de
Estado e Comandante-em-Chefe
Comandante em Chefe das Forças armadas
Angolanas.
z O Titular do poder executivo é auxiliado no
exercício dos poderes dai decorrentes por um vice-
Presidente, Ministros de Estado e Ministros que por
sua vez são auxiliares por secretários de Estado e ou
Vice-Ministros.

As Autoridades Tradicionais no Estado de Direito Democratico


REINADO DO CUCHI
A Organização Administrativa
z A Organização administrativa tem ao centro o Mpengo
(Rei) e integrado por pequenas comunidades denominadas
Limbo (Aldeia) que têm á cabeça. Muene (Soba )
equivalente a Administrador na organização estadual.
z Dentro dos quimbos há outra divisão por bairros chefiados
por seculos (Inkanda).
z O reinado è o imbamja. O Rei Muangana tem assessores,
seguidores que integram o Kolombe (Palácio), sendo o
primeira deles o Kapitango, ao que se segue o Muene
Ndundo (personalidades que no dia da coração do rei o
transporta aos ombros
b para ser apresentado).
d )
As Autoridades Tradicionais no Estado de Direito Democratico
z O Kapitango é considerada como o Primeiro Ministro.
z Depois do Mueno Ndundo está o Muata Ndapia, cuja
função é difundir a informação cumprindo o papel de
porta voz das questões para as quais o Muangana
determina na sua difusão.
z O Kandei
Kandei, portador da cadeira do Muagana
Muagana, seu secretário
também integra a organização administrativa.
z Depois
p do kandei,, temos o kapita,
p , qque exerce a função
ç de
protecção fisica do kalombe – o Palácio.
z No passado, quando a comunicação era feita através do
f
fogo para indicar
i di a localização,
l li ã o batuque
b t (tanta)
(t t ) era
também um meio de comunicação .
z O grupo notabilizou
notabilizou-se
se pela fundição do ferro
ferro, muito
antes da chegada dos portugueses sendo os fales a técnica
utilizada.

As Autoridades Tradicionais no Estado de Direito Democratico


REINADO DO CUITO CUANAVALE
A Organização Administrativa
z Existe o jango do Muangana (Rei) que está acima de
todas as autoridades tradicionais.
z O Muene (autoridade tradicional) é quem controla
todas as actividades tradicionais, feitiços, palácio.
z O Muenevalimbo controla a população e o trabalho
colectivo que desenvolve as população e o trabalho
colectivo que desenvolve as questões relacionadas com
a saúde e as fórmulas tradicionais de tratamento.
z O culto é também controlado por essa autoridade.
autoridade
z Na comunidade os indivíduos que não trabalham não
têm mulher.

As Autoridades Tradicionais no Estado de Direito Democratico


Grupo
p Khoisan
A Organização Administrativa

z No topo da organização está o soba (n´lo).


z Depois do soba está o seu adjunto (Axim).
z O Soba e o adjunto são as autoridades que resolvem eventuais
conflitos na comunidade.
comunidade
z Na comunidade Khoisan os casos de adultério têm como
veredito a morte do homem infractor.

z Nos casos de indisciplina ou furto, o infractor conhece uma


primeira advertência. Em caso de reincidência a comunidade
d
desprezam o iinfractor.
f t
z A morte do infractor condenado é por qualquer instrumento
contundente.

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O Reino do Bailundo
Organização Administrativa
z Antes da existência de reinos ou estados, a organização
administrativa assentava na existência do imbó[12], a
frente doa quais estava alguém que podia ser século
(issa+iaculo)[13].
z Neste modelo de organização,
g ç , a entidade máxima era o
ossoma, cuja
j existência
i i justificava-se
j ifi pelo
l número de
d
aldeias.
z O ossoma ti
tinha
h uma residência
idê i especial
i l chamada
h d ambala.
b l
A parte mais restrita da ombala chamava-se elombe, a qual
nem todos tinham acesso, apenas os dignatários.
z O ossoma tinha os seus colaboradores directos, em regra
entre 16 a 18, sendo o mais influente o epalanga que
substituía o ossoma em caso de impossibilidade
impossibilidade.
As Autoridades Tradicionais no Estado de Direito Democratico
z Havia também o mwecália, que era o individuo conhecedor
da região
região, em regra o mais antigo.
antigo
z O calei era o porta-voz que levava a mensagem do ossoma
a comunidade.
id d Pelo
P l exercito
it haveria
h i também
t bé um
colaborador.
z Os artesãos eram os principais colaboradores.
z Antes de alguém
g ser entronizado,, o estatuto conferia-lhe o
direito de ter mais quatro mulheres, a mais antiga delas era
a inaculo.
z Para além da inaculo tinha a tchiwo que se ocupava dos
trabalhos da cozinha e ao atendimento dos hóspedes. Uma
outra acompanhava o ossoma as visitas fora da corte e
outra mulher levava os mantimentos para a viagem. As
ofertas mais importantes eram da sua responsabilidade e
ti h o papell de
tinha d provar os alimentos
li t e bebidas.
b bid
As Autoridades Tradicionais no Estado de Direito Democratico
Tópicos Para Conclusões
Na sociedade angolana o costume reivindica o seu lugar no
contexto da ordem jjurídica legal
g estabelecida.
A Constitucionalização do costume em termos claros e
inequívocos impõe - se de modo a que o seu
reconhecimento,
h i t campo ded aplicação,
li ã valorl e força
f sejam
j
incontestáveis, pelo impõe que as universidades e Centros
de investigação dediquem-se ao estudo da relação direito
positivo – direito consuetudinário.
consuetudinário
Neste contexto impõe-se urgentemente que as instituições
académicas e de pesquisa reorientem as suas linhas de
investigação para o estudo e reflexão sobre os costumes dos
espaços sócio - culturais, que no dizer de Victor Kajibanga
poderão ser conformes a Constituição e a lei
lei, e deles retirar
o catálogo dos novos bens jurídicos que positivados na
nova ordem jurídicas que queremos edificar, serão objecto
de tutela da ordem legal dos bens jurídicos e em que todos
os angolanos se revejam.
As Autoridades Tradicionais no Estado de Direito Democratico
Esta constituição faz emergir uma constituição costumeira
ou tradicional, contida na Constituição estadual que
assegurara assim os princípios, e os processos de um direito
consuetudinário ggeral,, assente em valores,, comuns,,
habilitando por conseguinte o Estado a assegurar os
costumes locais.
Estas são
E ã as bases
b a nosso ver para a criação
i ã de d um direito
di i
positivo angolano. Novo enriquecido com a recepção de
novos bens jurídicos, provenientes do espectro do mosaico
cultural
lt l nacional
i l e na própria
ó i realidade
lid d histórico
hi tó i - social,
i l
incontornável na formatação de políticas e programas de
desenvolvimento.

Por: Carlos Teixeira


Professor da Faculdade
de Direito da Universidade
Agostinho Neto
As Autoridades Tradicionais no Estado de Direito Democratico

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