O documento discute as autoridades tradicionais no estado de direito democrático na Angola. Primeiro, define autoridades tradicionais como pessoas investidas de poder de autoridade junto das comunidades baseadas em costumes. Segundo, analisa como as autoridades tradicionais são reconhecidas pelo estado angolano devido às suas funções específicas nas comunidades. Terceiro, discute os princípios do estado de direito democrático e sua relação com as autoridades tradicionais.
O documento discute as autoridades tradicionais no estado de direito democrático na Angola. Primeiro, define autoridades tradicionais como pessoas investidas de poder de autoridade junto das comunidades baseadas em costumes. Segundo, analisa como as autoridades tradicionais são reconhecidas pelo estado angolano devido às suas funções específicas nas comunidades. Terceiro, discute os princípios do estado de direito democrático e sua relação com as autoridades tradicionais.
O documento discute as autoridades tradicionais no estado de direito democrático na Angola. Primeiro, define autoridades tradicionais como pessoas investidas de poder de autoridade junto das comunidades baseadas em costumes. Segundo, analisa como as autoridades tradicionais são reconhecidas pelo estado angolano devido às suas funções específicas nas comunidades. Terceiro, discute os princípios do estado de direito democrático e sua relação com as autoridades tradicionais.
As Autoridades Tradicionais no Estado de Direito Democrático
"Um olhar á Luz da Constituição da República de Angola"
Por: Carlos Teixeira
C Conceptualização li
z As Autoridades Tradicionais
z O Estado de Direito Democrático
z As Autoridades Tradicionais vista á Luz da Constituição
z A Consagração do Estado de Direito Democrático
z Analise Comparativa da expressão do poder de autoridade no
direito positivo e no direito consuetudinário
As Autoridades Tradicionais no Estado de Direito Democratico
As Autoridades Tradicionais z As autoridades tradicionais têm sido enquanto conceito referidos na doutrina angolana como sendo” pessoas singulares g ou instituições ç investidas de poder p de autoridades id d junto j das d comunidades, id d fundadas f d d nos usos e costumes[1]
z Ainda na doutrina angolana, Carlos Feijó e Cremildo
Paca definem as autoridades tradicionais como pessoas colectivas de substrato cultural alicerçadas em estruturas organizatórias forjadas ao longo dos tempos, pré - estaduais e que emanam da realidade histórica, cultural, sociológica e antropológica típica dos países africanos[2]
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z Para Lazarino Poulson, as autoridades tradicionais são pessoas jurídicas pré - estaduais, estaduais de carácter costumeiro (tradicional), reconhecidas pelo Estado pelas funções específicas que desempenham no seio das respectivas comunidades, comunidades definindo com independência a orientação das suas actividades, sem sujeição à hierarquia ou à superintendência do Governo[3]
z Pessoalmente aproximo-me mais dos conceitos
elaborados l b d por João J ã Pinto Pi t e Lazarino L i Poulson, P l por quanto Carlos Feijó e Cremildo Paca defendem um conceito a meu ver bastante restritivo e distante da realidade de autoridade tradicional formatando - a como pessoa colectiva, quando sabemos que a autoridade tradicional é basicamente assente no poder do chefe alicerçado nas valências que os autores sublinham tais sendo, a realidade histórica, cultural, sociológica, antropológica etc.
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z Lazarino Poulson, faz mesmo na sua obra, As Autarquias Locais e as Autoridades Tradicionais No Direito Angolano – Esboço de uma Teoria Subjectiva do Poder Local, o “despeçage” ou corte estrutural do conceito que estamos a analisar.
z No seu conceito autoridades tradicionais são pessoas
jurídicas representadas em regra por uma pessoas física jurídicas, física, mas que no dizer deste autor não é formada apenas pelo seu titular.
z Estou de acordo com esta diferenciação, porém tal como
receava, o autor acabou por não deixa perceber as duas dimensões que este elemento encerra encerra, pois quando diz que o reconhecimento do Estado a instituição não outras palavras não reconhece o indivíduo que represente a instituição, ç , não posso p estar de acordo porquanto p q a autoridade tradicional advém do poder do indivíduo e que mais tarde se estende a sua estrutura organizacional do exercício deste poder.
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z Por conseguinte, a meu ver as autoridades tradicionais são pessoas jjurídicas rídicas como bem diz di Lazarino La arino Poulson, Po lson mas entendida na sua dupla dimensão (individual e organizava) sendo nesta que o Estado reconhece o poder tradicional. z Este poder tradicional é uma realidade pré - existente ao aparecimento do estado e portanto pré - estaduais . z O carácter costumeiro apontada no Conceito, advém das regras g em queq se alicerçaç a instituição. ç z O Reconhecimento do Estado, assenta no facto de ao tratar-se de uma realidade pré - existente ao próprio Estado e sendo anterior a ele e pelo papel que desenvolvem no seio das respectivas comunidades nos mais variados domínios, ao poder estadual não resta outra alternativa l i que não seja j o seu reconhecimento, h i atéé porque anuidas é a única entidade junto das comunidades condutora co duto a dos seus destinos. dest os. As Autoridades Tradicionais no Estado de Direito Democratico z São pois as funções especificas que desempenham e a impossibilidade prática de sua substituição imediata pelo poder tradicional tradicional, que se funda o reconhecimento das autoridades tradicionais. z As autoridades tradicionais desenvolvem no seio da respectiva comunidade actividades de gestão e justa composição dos interesses daquela na base das regras costumeiras aí em vigor. z As autoridades tradicionais definem com independência a orientação das suas funções sem sujeição à hierarquia ou à superintendência do Governo. Governo z Enquanto realidade pré-estadual, mas reconhecido pelo Estado dada a especificidade das funções em nome do i interesse colectivo l i que desenvolve d l e diferentemente dif do d que nos diz Lazarino Poulson,[1] as autoridades tradicionais prosseguem não só os fins do estado. z Apesar desta coincidência quanto aos fins a prosseguir não estão entretanto àqueles sujeitas a qualquer hierarquias ou superintendência p formal do Governo.
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O Estado de Direito Democrático z Enquanto princípio , o estado de Direito Democrático foi e será sempre condicionado a meu ver por diversas influências e confluência cambiantes do próprio Estado enquanto comunidade política e do catálogo constitucional que o alicerça li e do d catálogo tál constitucional tit i l que o alicerça. li z Esta condicionante é especificada por Borckenford, citado por Gomes Canatilho como sendo uma condicionalidade temporal, de abertura política e ideológica e de diversidade de concretização[1] levando – nos á ideia de rejeição de estado de Direito como um fim em si mesmo. z Entretanto, existem autores que concebem o Estado de direito como um sistema fechado e fixo e com um valor de per si , conduzindo – nos á ideia de um Estado de Direito, Direito como um esquema técnico – jurídico que se reconduz á concepção de Estado de direito formal.
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z Porém, P é como di diz e bbem G Gomes C Canatilho, tilh cada d época é tem t as suas experiências jurídicas, as suas exigências de justiço, os seus padrões de juridicidade.
z Segundo a doutrina alemã, o conceito de Estado de direito é
resultado de uma sedimentação ç de mil anos e gabam-se g de ser a Alemanha o país onde o conceito foi definido com maior preciosismo.
z Mas, seguindo de perto os ensinamentos de Gomes
Canotilho, não poderemos dizer que em outros quadrantes e noutros momentos históricos não se tenha tratado o conceito de Estado de direito com o preciosismo de que se vangloriam os autores alemães, basta para tanto ver a doutrina inglesa e americana sobre a matéria.[1] matéria [1]
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1.1. O Princípio do Estado de Direito no Período Liberal z Fazendo fé na doutrina alemã,, a concepção pç de estado de direito, aparece nos fins do século XVII e começos do século XIX, fortemente influenciada pelo j jusracionalismo i li e em conexãoã com dois d i pressupostos t que representam a sua razão de ser próprio senso, designadamente:
g 1 - A ideia de legalidade de toda a actividade estadual 2 - A ideia de realização de justiça
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1.2. Contribuição Doutrinária P Para Sua S Teorização T i ã z Segundo ainda a doutrina alemão, alemão mais do que um conceito jurídico o Estado de direito é um conceito político e de luta política da burguesia contra o Estado absol tista centrali absolutista centralizador, ador contra reminiscência do Estado feudal. z Entretanto E t t t Kant K t ensaia i a formulação f l ã filosófica fil ófi de d Estado Et d de Direito. Para Kant, o Estado é associação de uma pluralidade de homens sob lei jurídica p j que q emana da vontade reunida do povo. z O Estado de direito de KANT é então um “ Estado de Razão” entendido como uma exigência univers; 1 que assegura a coexistência livre através do direito, entendido este como normatividade racional. racional As Autoridades Tradicionais no Estado de Direito Democratico z Os constitucionalistas da épocas p aproveitam p a definição de Kant e caracterizam o Estado de Direito como à medida da liberdade do indivíduo onde a lei é o fundamento. fundamento Mas já no período liberal se visualizava o Estado de Direito, não como uma simples forma de actuar do Estado. Pretendia-se já naquele período um E t d iluminado Estado il i d pela l vontade t d racional i l gerall e que buscasse a prossecução do bem geral, pretendia-se por outras p palavras um Estado de Direito Material.
z STAHL, filósofo do direito dá uma importante
contribuição t ib i ã na teorização t i ã do d Estado E t d de d Direito, Di it quando afirma que o Estado de direito não significava o fim ou o conteúdo do Estado,, mas apenas p a espécie p e o carácter de realização do mesmo.[1]
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z O Estado de direito formal dá então lugar ao Estado de di i como Estado direito d dde llegalidade lid d administrativa d i i i em que se observa a vinculação jurídica da administração e a sua ssindicância d câ c a jud judicial. c a . Esta sta evo evolução ução explica e p ca a afirmação de OTTO MAYER segundo a qual o Estado de direito e o “ direito administrativo bem ordenado”[1]
z Apesar desta evolução, outros autores[2] entendem que
ainda não se realiza o Estado de direito, dizem ser necessário para além da vinculação jurídica da administração e da possibilidade da sua sindicância judicial a criação de legislação que determinasse os judicial, limites da actividade estadual e que demarcasse com precisão e rigor a esfera da liberdade dos cidadãos e as respectivas i garantias. i
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1.3. Conclusão resultante das várias construções teóricas z Resulta das várias contribuições que o Estado de Direito é ou deverá ser potenciado por:
11. Princípio da legalidade da administração
2. Princípio da prevalência da lei 3 Controlo judicial dos actos administrativos 3. 4. Consagração da responsabilidade do Estado e dos seus funcionários por danos causados por factos ilícitos no cumprimento das suas tarefas
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z Evitando acolher “intotum” as contribuições acima referidas ppelas consequências q ppolíticas qque daí teria qque retirar[1], i [1] MARCELLO CAETANO contrapõe õ outra construção, que na verdade: é um sucedâneo do Estado de Direito, ou seja a sua alternativa em tom menor - o Estado L lid d Legalidade.
z Ainda segundo aquele respeitável Professor,
Professor o “Estado Estado de Direito” colocado ao serviço da justiça, implica necessariamente, um parlamento livremente eleito e com poder legislar, o controlo político e judicial do Governo, a independência dos tribunais e o direito dos cidadãos a uma efectiva tutela jurisdicional dos seus direitos e interesse legítimos. g z Para ele, o “Estado de Legalidade”, deferentemente, não esta ao serviço da justiça, justiça mas a Lei independentemente do seu conteúdo em consequência grandes zonas da actividade do Estado são subtraídas ao Direito.
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z Analisando esta concepção FREITAS DO AMARAL ressalta a enorme diferença que separa o Estado de Direito diz ele a democracia do Estado de legalidade dos regimes autoritários e totalitários que se coloquem sob uma fachada de estrito cumprimento das leis que os governos quiseram fazer e impor. impor z A propósito do princípio do Estado de Direito, GOMES CANOTILHO diz q que o Estado de Direito só o é verdadeiramente enquanto democraticamente legitimado quer a sua formação, quer o seu conteúdo e que o Estado Democratizo só o é g genuinamente enquanto q a sua organização e funcionamento assentem no direito e não na prepotência. z Podemos P d então tã concluir l i das d várias á i construções t õ apresentadast d que o principio do Estado de Direito é um principio de natureza material, procedimental e formal, sendo assim, o seu entendimento t di t nesta t perspectiva ti tridimensional, t idi i l a cautela t l a expressão lapidar de Jhering e recordadas por GOMES CANOTILHO, que diz “a forma é inimiga jurada do arbitro e irmã gémea da liberdade liberdade”!! As Autoridades Tradicionais no Estado de Direito Democratico As Autoridades Tradicionais à Luz da Constituição z A constituição da República de Angola, dedica um capítulo, p o III as instituições ç do poder p tradicional, começando d por no artigoi 223º por reconhece-las h l “que “ tale” com referência ao seu status que, papel e função, de acordo com o direito consuetudinário, [11] desde que a não ã contrarie. t i z Na senda deste reconhecimento, todas as entidades públicas e privadas devem respeito as autoridades tradicionais no quadro das suas relações formatadas por valores e normas consuetudinárias em vigor nas respectivas organizações políticas comunitárias tradicionais e que não conflituem com a constituição nem com a dignidade de pessoas humanas.
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z Numa tentativa de conceptualização, conceptualização o artigo 224 224º da Constituição, define as autoridades tradicionais com sendo entidades que personificam e exercem o poder na respectiva i organização i ã política lí i comunitária i á i tradicional. di i l z Q Quais são à luz da Constituição ç da Repúblicas p as tarefas e ou missões das autoridades tradicionais e até onde vais a sua esfera de actuação? z A Constituição da República remete para legislação a aprovar a definição dessas tarefas e ou missões, bem com o seu modelo organizatório organizatório, de controlo e de responsabilização bem como a natureza do vínculo a estabelecer “de iure” condendo com os órgãos locais do E t d e com a futura Estado f t administração d i i t ã autárquica. tá i
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z Análise Comparativa da expressão do poder de Autoridade no Direito Positivo e no Direito C Consuetudinário. di á i z À luz da Constituição da Repúblicas de Fevereiro de 2010 passamos a ter t estruturada t t d uma organização i ã administrativa encabeçada pelo titular do poder executivo, que é o presidente da República, chefe de Estado e Comandante-em-Chefe Comandante em Chefe das Forças armadas Angolanas. z O Titular do poder executivo é auxiliado no exercício dos poderes dai decorrentes por um vice- Presidente, Ministros de Estado e Ministros que por sua vez são auxiliares por secretários de Estado e ou Vice-Ministros.
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REINADO DO CUCHI A Organização Administrativa z A Organização administrativa tem ao centro o Mpengo (Rei) e integrado por pequenas comunidades denominadas Limbo (Aldeia) que têm á cabeça. Muene (Soba ) equivalente a Administrador na organização estadual. z Dentro dos quimbos há outra divisão por bairros chefiados por seculos (Inkanda). z O reinado è o imbamja. O Rei Muangana tem assessores, seguidores que integram o Kolombe (Palácio), sendo o primeira deles o Kapitango, ao que se segue o Muene Ndundo (personalidades que no dia da coração do rei o transporta aos ombros b para ser apresentado). d ) As Autoridades Tradicionais no Estado de Direito Democratico z O Kapitango é considerada como o Primeiro Ministro. z Depois do Mueno Ndundo está o Muata Ndapia, cuja função é difundir a informação cumprindo o papel de porta voz das questões para as quais o Muangana determina na sua difusão. z O Kandei Kandei, portador da cadeira do Muagana Muagana, seu secretário também integra a organização administrativa. z Depois p do kandei,, temos o kapita, p , qque exerce a função ç de protecção fisica do kalombe – o Palácio. z No passado, quando a comunicação era feita através do f fogo para indicar i di a localização, l li ã o batuque b t (tanta) (t t ) era também um meio de comunicação . z O grupo notabilizou notabilizou-se se pela fundição do ferro ferro, muito antes da chegada dos portugueses sendo os fales a técnica utilizada.
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REINADO DO CUITO CUANAVALE A Organização Administrativa z Existe o jango do Muangana (Rei) que está acima de todas as autoridades tradicionais. z O Muene (autoridade tradicional) é quem controla todas as actividades tradicionais, feitiços, palácio. z O Muenevalimbo controla a população e o trabalho colectivo que desenvolve as população e o trabalho colectivo que desenvolve as questões relacionadas com a saúde e as fórmulas tradicionais de tratamento. z O culto é também controlado por essa autoridade. autoridade z Na comunidade os indivíduos que não trabalham não têm mulher.
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Grupo p Khoisan A Organização Administrativa
z No topo da organização está o soba (n´lo).
z Depois do soba está o seu adjunto (Axim). z O Soba e o adjunto são as autoridades que resolvem eventuais conflitos na comunidade. comunidade z Na comunidade Khoisan os casos de adultério têm como veredito a morte do homem infractor.
z Nos casos de indisciplina ou furto, o infractor conhece uma
primeira advertência. Em caso de reincidência a comunidade d desprezam o iinfractor. f t z A morte do infractor condenado é por qualquer instrumento contundente.
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O Reino do Bailundo Organização Administrativa z Antes da existência de reinos ou estados, a organização administrativa assentava na existência do imbó[12], a frente doa quais estava alguém que podia ser século (issa+iaculo)[13]. z Neste modelo de organização, g ç , a entidade máxima era o ossoma, cuja j existência i i justificava-se j ifi pelo l número de d aldeias. z O ossoma ti tinha h uma residência idê i especial i l chamada h d ambala. b l A parte mais restrita da ombala chamava-se elombe, a qual nem todos tinham acesso, apenas os dignatários. z O ossoma tinha os seus colaboradores directos, em regra entre 16 a 18, sendo o mais influente o epalanga que substituía o ossoma em caso de impossibilidade impossibilidade. As Autoridades Tradicionais no Estado de Direito Democratico z Havia também o mwecália, que era o individuo conhecedor da região região, em regra o mais antigo. antigo z O calei era o porta-voz que levava a mensagem do ossoma a comunidade. id d Pelo P l exercito it haveria h i também t bé um colaborador. z Os artesãos eram os principais colaboradores. z Antes de alguém g ser entronizado,, o estatuto conferia-lhe o direito de ter mais quatro mulheres, a mais antiga delas era a inaculo. z Para além da inaculo tinha a tchiwo que se ocupava dos trabalhos da cozinha e ao atendimento dos hóspedes. Uma outra acompanhava o ossoma as visitas fora da corte e outra mulher levava os mantimentos para a viagem. As ofertas mais importantes eram da sua responsabilidade e ti h o papell de tinha d provar os alimentos li t e bebidas. b bid As Autoridades Tradicionais no Estado de Direito Democratico Tópicos Para Conclusões Na sociedade angolana o costume reivindica o seu lugar no contexto da ordem jjurídica legal g estabelecida. A Constitucionalização do costume em termos claros e inequívocos impõe - se de modo a que o seu reconhecimento, h i t campo ded aplicação, li ã valorl e força f sejam j incontestáveis, pelo impõe que as universidades e Centros de investigação dediquem-se ao estudo da relação direito positivo – direito consuetudinário. consuetudinário Neste contexto impõe-se urgentemente que as instituições académicas e de pesquisa reorientem as suas linhas de investigação para o estudo e reflexão sobre os costumes dos espaços sócio - culturais, que no dizer de Victor Kajibanga poderão ser conformes a Constituição e a lei lei, e deles retirar o catálogo dos novos bens jurídicos que positivados na nova ordem jurídicas que queremos edificar, serão objecto de tutela da ordem legal dos bens jurídicos e em que todos os angolanos se revejam. As Autoridades Tradicionais no Estado de Direito Democratico Esta constituição faz emergir uma constituição costumeira ou tradicional, contida na Constituição estadual que assegurara assim os princípios, e os processos de um direito consuetudinário ggeral,, assente em valores,, comuns,, habilitando por conseguinte o Estado a assegurar os costumes locais. Estas são E ã as bases b a nosso ver para a criação i ã de d um direito di i positivo angolano. Novo enriquecido com a recepção de novos bens jurídicos, provenientes do espectro do mosaico cultural lt l nacional i l e na própria ó i realidade lid d histórico hi tó i - social, i l incontornável na formatação de políticas e programas de desenvolvimento.
Por: Carlos Teixeira
Professor da Faculdade de Direito da Universidade Agostinho Neto As Autoridades Tradicionais no Estado de Direito Democratico
O princípio da autonomia privada à luz do Direito Sucessório contemporâneo: uma análise constitucional acerca da possibilidade da relativização da legítima