Você está na página 1de 43

Rpg do kakapo

jogador: Alphadio
PERSONAGEM: hassou
Idiomas: comum e gíria de ladrão
Idade:9/14/19/ 23
Raça: Humano
armadura (C.A.):18
Classe: ranger + monk
profissão: caçador de rec.
Algibeira (Dinheir0)
P.O(100p.p.): 1 p.p: 0
Iniciativa (des): +4

************Atributos********
****
Nível: 6
PV: 58/58 Modificador
Força: 11 + 1 1
Constituição: 12 + 1 +1 2
Destreza: 12 + 1 + 5 4
Inteligência: 4 + 1 + 1 -2
Sabedoria: 12 + 1 + 4 +1 4
Carisma: 9 + 1 0
Bônus de proficiência: +3 deslocamento: 9m (6 q) + (0)
Ataque com magia: 7(7)
CD de resistência: 15
tinta: 10/8 Marca 4/3 5
********Dano das
armas********
Rolagem de ataque: d20 + for/des + bônus de prof.
Flechas ou virotes: 20/20

1- Besta pesada: 1d10 – perfurante, recarga (20/20);max 80 blocos

2- Bordão: 1d6 / 1d8 – concussão, Versátil.

********Perícias*******
- (des) reflexos [+4 (+3)] - (INT) História [-2]
- (FOR) físico [+1 (+3)] - (car) intimidação [+0]
- (const) Saúde [+2] - (sab) intuição [+3(+3)]
- (int) sanidade [-2] - (int) investigação [-2]
- (sab) alma [+4] - (sab) cativar A. [+4 (+3)]
- (car) vontade [+0] - (sab) medicina [+4]
- (des)acrobacia [+4] - (INT) Natureza [-2]
-(FOR) Atletismo [+1(+3)] - (sab) percepção [+3(+6)]
- (int)arcanismo [-2] - (car) persuasão [+0]
- (car) performance [+0] - (des) mãos ágeis [+4]
- (car) Enganação [+0] - (int) religião [-2]
- (Des)furtividade [+4(+3)] - (sab)sobrevivência[+4(+6)]
*********Proficiências********
*
● Armaduras: armaduras leves, médias e escudos
● Armas: simples (monk w.), marciais
● Ferramentas: ferramentas de ladino
● Kits: música (violão)
********habilidades*******
Classe - utilidade
Marca do Caçador (1d6)
Começando no primeiro nível, você pode concentrar seus sentidos em um criatura, marcando-a
misticamente como sua presa.

Como uma ação bônus, você pode marcar uma criatura que você pode ver dentro de 30 metros de você
(90ft). Alternativamente, você pode marcar uma criatura estudando seus rastros por pelo menos 1 minuto.

O alvo é marcado enquanto está no mesmo plano de existência que você e não está protegido da magia de
adivinhação.

A marca desaparece se você terminar um repouso curto ou longo, ficar inconsciente ou usar este recurso
novamente para marcar outra criatura.

Enquanto uma criatura é marcada, você ganha os seguintes benefícios:

• Você tem vantagem em qualquer Sabedoria (Percepção) ou Teste de Sabedoria


(Sobrevivência) para encontrar o alvo.
• Uma vez por turno, quando você atinge o alvo com uma arma, você causa dano
adicional, conforme mostrado no Coluna da Marca do Caçador na tabela do Ranger.
Você pode usar este recurso um número de vezes igual ao seu Modificador de Sabedoria (no mínimo uma
vez), e você recupera todos uso gasto quando você termina um descanso curto ou longo.

Explorador Natural
Você tem um talento natural para percorrer o mundo.

Você ganha proficiência em Natureza ou Sobrevivência. Se você já é proficiente em Natureza ou


Sobrevivência, seu bônus de proficiência é dobrado para qualquer teste de habilidade que você fizer que o
use. (6)

Quando você forragear e ter sucesso no teste de Sabedoria (Sobrevivência), você encontrará duas vezes
mais comida e água do que você normalmente faria. Se você falhar, você ainda encontra metade da
comida e água que você normalmente seria.

Enquanto rastreia outras criaturas, você também aprende seus número exato, seus tamanhos e há quanto
tempo eles passaram através da área.

Guia selvagem
No 3º nível, sua adaptabilidade de viajar e sobreviver em regiões perigosas e indomadas do mundo
permitem que conduza outros com mais facilidade. Enquanto viaja por uma hora ou mais, você ganha os
seguintes benefícios:

• terreno difícil não retarda a viagem do seu grupo.

• mesmo envolvido em outra atividade enquanto viaja (como trilha, navegação ou rastreamento),
você permanece alerta ao perigo.
• você não sofre a penalidade para a Sabedoria passiva (Percepção) impostas pelo movimento em
um ritmo rápido.

• seu grupo pode se mover furtivamente em um ritmo normal.

Defesa desarmada
Se não estiver usando armadura nem escudo, sua Classe de Armadura é igual a 10 + mod de Destreza +
mod de Sabedoria.

Melhorias de terreno

Floresta. (6) - Você ganha proficiência em Percepção e seu bônus de proficiência é dobrado para qualquer
teste de habilidade que A usa.

Sobrevivência (6)
Classe - ofensivo
Arquearia
Ganha +2 em acerto para ataques com armas ranged

Fey Touched
Your exposure to the Feywild's magic has changed you, granting you the following benefits:

Increase your Intelligence, Wisdom, or Charisma score by 1, to a maximum of 20.

You learn the misty step spell and one 1st-level spell of your choice. The 1st-level spell must be from the
divination or enchantment school of magic. You can cast each of these spells without expending a spell
slot. Once you cast either of these spells in this way, you can't cast that spell in this way again until you
finish a long rest. You can also cast these spells using spell slots you have of the appropriate level. The
spells' spellcasting ability is the ability increased by this feat.

Especialista em besta
Graças à extensa prática com a besta, você ganha os seguintes
benefícios:

• Você recarrega automaticamente as bestas com as quais


possua proficiência.

• Estar adjacente a uma criatura hostil não representa


desvantagem em suas jogadas de ataque à distância.

• Quando você usa a ação de ataque e ataque com uma arma


de uma mão, você pode usar uma ação de bônus para atacar
com uma besta já carregada que você já está segurando.

Artes marciais

Ganha os seguintes benefícios enquanto estiver desarmado ou portando apenas armas de monge
e sem usar armaduras ou escudos:
• Pode usar Destreza ao invés de Força em ataques e danos com seus ataques desarmados ou
com armas de monge.
• Pode rolar um d4 no lugar do dano normal de ataque desarmado ou da arma de monge. Muda
de acordo com seu nível, como visto na tabela.
• Quando usar ação Atacar para fazer um ataque desarmado ou com arma de monge no seu
turno, pode fazer mas um ataque desarmado como ação bônus.
Exemplo: Se atacar com um cajado, pode fazer um ataque desarmado como ação bônus.

Subclasse
Antecedente

Mesmo antes de ser aventureiro, sua vida era repleta de conflito, por que você capturava
pessoas em troca de pagamento, especialmente em um ambiente urbano. De pegador de
ladrões à "máscara de veludo" que caça bandidos de alta classe, você sabe como
encontrar sua presa.

Perícias: Dois entre Enganação, Furtividade, Intuição e Persuasão.


Ferramentas: Duas entre ferramentas de ladrão, instrumento musical ou jogo.
Equipamento: Roupas apropriadas para sua profissão, e 20po.

Recurso: carisma do caçador


Ao utilizar testes de carisma para obter informações de seu alvo, se torne
proficiente e dobre o número de proficiencia para elas.
Definição de alvo: um alvo do hassou é um indivíduo que, ao ser capturado ou
encontrado, receberá uma recompensa, favor ou interesse.

.
*********Magias*********
Magias conhecidas: 9
 0 truques= ilimitado;
 4 magias nível 1; 4
 2 magias nível 2; 1
 0 magias nível 3;
 0 magias nível 4;
 0 magias nível 5;
 0 magias nível 6;
 0 magias nível 7;
 0 magias nível 8;
 0 magias nível 9;

Magias nível 1:
Absorver elementos
1ª Nível conjuração

Tempo de lançamento: 1 reação ao tomar dano ácido, gelo, fogo ou choque

Alcance: pessoal

Componentes: g

Duração: 1 round

A magia reverte parte da energia recebida, minimizando seu efeito em você e armazenando-a no seu
próximo ataque corpo-a-corpo. Você tem resistência ao tipo de dano pertinente, incluindo do ataque que
desencadeou a magia, até o início do seu próximo turno. Além disso, da primeira vez que você atingir um
ataque corpo-a-corpo no seu próximo turno, o alvo sofre 1d6 de dano extra do tipo relacionado e a magia
termina.

Em Níveis Superiores. Quando você conjura essa magia usando um espaço de magia de 2° nível ou
superior, o dano extra aumenta em 1d6 para cada nível do espaço acima do 1°.

Golpe de zephyr
1ª transmutação

Tempo de lançamento: 1 ação bônus

Alcance: pessoal

Componentes: v

Duração:1 min, concentração

Você se move como o vento. Até o fim da magia, seu movimento não provoca ataques de oportunidade.

Uma vez até o fim da magia, você pode ser dart vantagem em uma rolagem de ataque com arma no seu
turno. Esse ataque infringe 1d8 de dano de sônico caso acerte.

Não importa se errar ou acertar, sua velocidade de movimento aumenta em 30ft (6q) até o final desse
turno

Punição ardente
Tempo de lançamento: 1 ação bônus

Alcance: o jogador

Componentes: V

Duração: concentração até 1 minuto

A próxima vez que o jogador acerta uma criatura com uma arma de ataque corpo a corpo durante a
duração da magia, a arma fulgura com uma cor vermelho-branca intensa, e o ataque causa um dano
extra de 1d6 de fogo. No começo de cada turno, até o final da magia, o alvo deve fazer um TR de
Constituição. Se falhar, ele recebe 1d6 de dano de fogo. Se tiver sucesso, a magia se encerra. Se o alvo ou
uma criatura a até 1,5m dele (1 quadrado) usar uma ação para apagar as chamas, ou se algum outro efeito
extinguir as chamas (como o alvo ser submergido em água), a magia se encerra.

Em Níveis Superiores. Quando o jogador lança esta magia usando o espaço de uma magia de 2º nível ou
superior, o dano extra inicial causado pelo ataque aumenta em 1d6 para cada nível acima do 1º.

névoa
Tempo de lançamento: 1 ação
Alcance: 36 metros (24 quadrados)

Componentes: V, G

Duração: Concentração, dura até 1 hora

O jogador cria um raio esférico de 6 metros (4 quadrados) centrado em um ponto dentro do alcance. A
esfera se propagada em quinas e sua área é considerada ocultamento total. Ela dura até o término da
magia ou até que um vendo de moderada ou grande velocidade o a disperse (um vento de pelo menos
16km por hora).

Em níveis superiores. Quando o jogador lança esta magia usando o espaço de uma magia de 2º nível ou
superior, o raio da neblina se expande em 6 metros (4 quadrados) para cada nível acima do 1º.

healing spirit
2ª conjuração

Tempo de lançamento: ação bônus

Alcance: 60ft

Componentes: V

Duração: 1 minuto, concentração

You call forth a nature spirit to soothe the wounded. The intangible spirit appears in a space that is a 5-
foot cube you can see within range. The spirit looks like a transparent beast or fey (your choice).

Until the spell ends, whenever you or a creature you can see moves into the spirits space for the first time
on a turn or starts its turn there, you can cause the spirit to restore 1d6 hit points to that creature (no action
required). The spirit can’t heal constructs or undead.

As a bonus action on your turn, you can move the Spirit up to 30 feet to a space you can see. The spirit
can heal a number of times equal to 1 + your spellcasting ability modifier (minimum of twice). After
healing that number of times, the spirit disappears.

At Higher Levels. When you cast this spell using a spell slot of 3rd level or higher, the healing increases
1d6 for each slot level above 2nd..

silÊncio
2ª Nível de ilusão (ritual)

Tempo de lançamento: 1 ação

Alcance: 36 metros (24 quadrados)

Componentes: V, g

Duração: concentração, dura 10 minutos

Pela duração da magia, nenhum som pode ser criado ou passar através de uma raio esférico de 6 metros (4
quadrados) a partir de um ponto que o jogador escolher dentro do alcance da magia. Qualquer criatura
inteiramente imersa dentro da esfera é imune a danos trovejantes, e estarão surdas enquanto
permanecerem dentro da esfera. Lançar uma magia que exija um componente verbal é impossível dentro
da esfera.

Lufada de vento
2° Nivel evocação

casting time: 1 ação

range: O jogador (uma linha de 18 metros – 12 quadrados)

componentes: v, g, m (uma semente de leguminosa)

duração: Concentração, dura até 10 minutos

Uma linha de um forte vento com 18 metros de comprimento (12 quadrados) por 3 metros de largura (2
quadrados) irrompe do jogador em uma direção escolhida por ele enquanto a magia durar. Cada criatura
que começar seu turno na linha deve ser bem sucedida em um TR de Força ou será empurrada 4,5m (3
quadrados) para longe do jogador na direção em que a linha seguir.

Qualquer criatura na linha deve gastar 3 metros (2 quadrados) para cada 1,5m (1 quadrado) de
deslocamento quando for se mover para perto do jogador. A rajada dispersa gás ou vapor, e extingue
chama de velas, tochas, e outras chamas similarmente desprotegidas na área. E faz com que chamas
protegidas, como as de lanternas, movam-se de modo descontrolado, criando 50% de chance de extingui-
las.

Como uma ação bônus em cada um do turno do jogador, antes da magia acabar, ele pode mudar a direção
em que a linha irrompe dele.

Ataque restringente
1 nível evocação

casting time: 1 ação bônus

range: o jogador

componentes: v

duração: 1min concentração

A próxima vez que o jogador acertar uma criatura com um ataque com arma antes da magia
terminar, uma massa contorcida de vinha espinhosas surge no ponto de impacto, e o alvo deve ser bem
sucedido em um TR de Força ou ficará impedido pelas vinhas mágicas até o término da magia. Uma
criatura de tamanho Grande ou maior tem vantagem no teste de resistência. Se o alvo tiver sucesso
no teste, as vinhas murcham e somem. Enquanto estiver impedido o alvo recebe 1d6 de dano perfurante
no cada de cada turno dele. Uma criatura impedida pelas vinhas, ou alguém que possa tocar a criatura,
pode usar sua ação para fazer um teste de Força contra a CD do teste de resistência à magia do jogador.
Se tiver sucesso, o alvo é libertado.
Em Níveis Superiores. Quando o jogador lança esta magia usando o espaço de uma magia de 2º nível ou
superior, o dano aumenta em 1d6 para cada nível acima do 1º.

Ferramentos de ladino
abrir fechaduras e desarmar armadilhas
Pequena pasta
Conjunto de gazuas – arrombar fechaduras
Espelho mantado em uma alça de metal
Conjunto de tesouras de lâmina estreita
Par de alicates
Pacote de explorador
Saco de dormir
Kit de talheres
Pacote de fósforo
10 tochas
9 dias de ração
Cantil
15m (50ft) de corda de cânhamo
Mapa antiga da cidade de ______
bORDÃO ECLIPSE
Roupas comuns
Algibreira – 1 po
Besta pesada – 20 dardos
Faca tática
Peitoral de aço
Desenho dos deuses
*************passivas********
*****
Positivas Negativa
“mira”
Possui desvantagem em armas a distância que
esticam manualmente para atirar

Ex: arcos, estilingues

*********Características******
 Traço de personalidade:
 Ideal: Palavra-chave do ideal
 Vínculo:
 Fraqueza:
*************HISTÓRIA******
*******
Como solicitado pelo mestre koda, a atividade de despedida consiste em uma
reavaliação espiritual de minha jornada. Explorando todas as mudanças forçadas pela
vida e escolhas individuais.
Escreverei minha história com a visão que tenho de hoje, dialogando com antigos “eus”
de meu passado.
Ok, acredito que posso ser bem mais informal quando falo da minha vida né? Ninguém
da correção vai encher o meu saco e tirar ponto só por que fui autêntico, né? O diálogo é
comigo, acredito que posso ser verdadeiro.
Quando o assunto é sobre minha vida, ou, passado em geral, penso muito nos alunos do
monastério, são incontáveis histórias de pessoas que chegam aqui no limite, prestes a
quebrar devido os inúmeros problemas que trazem para cá.
Devo ser um dos poucos que entrou por acaso. Não quero dizer que não possuía
problemas, longe disso, melhorei de várias cicatrizes da vida graças aos ensinamentos
daqui, mas nunca senti desiquilibrado a ponto de entrar em crise como muitos, acho que
desde pequeno já fora muito realista, compreendendo a situação que minha vida está e,
fazendo o possível para que isto se torne ao meu favor.
Enfim, vamos começar do começo: o Primeiro hassou.

Este vivia em um orfanato de uma cidade em revna, não lembrava como ou por que
chegara lá, mas, aceitava sua condição sem problema nenhum. Não sentia falta de pais
como muitas outras crianças que, choravam sem parar em seus primeiros dias de
estadia.
Acredito que a diferença entre este hassou e as crianças, é o fato de nunca ter ficado
sozinho. Desde que se conhece por gente, andou acompanhado de seus melhores
amigos: Mara, zeedrak e torrn.
viveram ótimos anos juntos, se considerando como irmãos no orfanato, dando suporte
um para o outro, crescendo juntos, errando juntos.
Mas o que realmente solidificou nossa relação foram as várias escapadas durante as
noites, fugindo do orfanato escondidos, explorando a vida noturna de revna.
Não havia como resistir ao “chamado” da noite, da aventura! Éramos jovens, sem figura
autoritária e uns aos outros para se erguer, que limites acha que tínhamos?
Sempre ao sair, buscávamos pelo edifício mais alto da cidade, era como um ritual para
dar início ao passeio. Na medida que subíamos, éramos recebidos com aquele extenso
céu noturno, decorado com incontáveis estrelas que pareciam competir entre si para ver
quem brilha mais.
abaixo, a cidade pulsava com vida, o fogo das tochas dançavam conforme o passar das
pessoas, tavernas barulhentas expiravam quentes ares carregadas do aroma dos seus
lanches, agradavelmente nos atiçando para devorar seja lá o que estava sendo servido.
Além disto, haviam os murmúrios animados dos cidadãos que harmonizavam com os
vários instrumentos tocados nas portas dos bares. em certos momentos, gritos animados
de senhores e seus jogos bruscamente cortavam a contínua melodia dos Bardos...
Não havia ambiente mais calorosa, compartilhar estes momentos davam sentido a
nossas escapadas, presenciando inúmeros eventos engraçados que só aconteciam nas
portas de tavernas, criando memórias que sempre serviriam de conforto em tempos
difíceis.
Com tantas casas para saltar, lajes para segurar e paredes a subir, desde pequeno sempre
Este também foi a época onde iniciei o exercício do corpo. Subir casas, agarrar bordas,
pular becos... demandava bastante, porém, libertador ao perceber que com cada noite
minha força e habilidade melhoravam
A liberdade é algo viciante, você a experimenta em pequenas doses e já é o suficiente
para invadir seus pensamentos, sonhos... O mundo, aparenta repleto de correntes, nos
prendendo a uma bolha que desde então, era invisível aos olhos.
Sair do orfanato fora a primeira e, pequena dose. Me instigando a desejar por mais.
Portanto, De simples passeios nos telhados de edifícios, para caminhadas noturnas nas
ruas da cidade, uma irresponsabilidade que moldaria quem sou hoje.
chegamos então, ao segundo hassou.
Como dito antes, este passou a realizar seus passeios nas ruas da cidade, aos poucos
aprendendo a como se virar nas várias situações que proporcionava.
Uma dessas primeiras situações me ensinara que o mundo é perigoso, que precisaria
saber me defender se planejava em continuar nestas “explorações”.
Recordo bem da minha primeira experiência de luta:
Era uma noite chuvosa, gotas d’água estrondavam intensamente os tetos das casas,
ventos fortes castigavam as árvores, dobrando e balançando seus galhos, luzes de postes
refletiam nas inúmeras poças sobre o molhado pedregulho.
E mesmo em meio a todo este caos, estava lá: hassou, zeedrak, mara e torrn, brincando
de quem conseguiria se molhar menos até chegar no centro da cidade.
Correndo de cobertura em cobertura, fazendo o máximo para não se molhar,
enfrentamos a chuva e ventania para concluir uma brincadeira de criança...
a situação mudou drasticamente quando, em meio ao percurso, avistamos uma pequena
menina tentando se proteger da chuva na entrada de um beco.
Em posição fetal, se encolhia encostada às grandes paredes de pedra, protegendo-a
parcialmente do vento e água da chuva.
Não sei pôr em palavras as emoções que senti ao ver uma cena daquela, fora uma
quebra de minha realidade. Minha vida até então, se baseava em liberdades, momentos e
alegrias. Mas, ao ver uma garotinha sem ter onde ir, molhada da chuva, tentando se
aquecer e, encostada na parede úmida do beco, cortara meu coraçãozinho de 9 anos...
Como alguém, (pelo o que parecia) da nossa idade, poderia estar afogada em tanta
miséria? (Primeiro encontro com dora)
Todos pareciam ter a mesma ideia, aproximar da garota e, saber se havia algo que
poderia ser feito para ajudá-la. O impensável aconteceu quando a garota nos olhou. Não
pude discernir seu semblante, mas, logo em seguida, fizera alguns gestos com a mão,
fazendo com que 8 garotos surgissem de dentro do beco, todos empunhando o que
pareciam armas improvisadas...
Com o choque, minha mente parecia preencher com algodão, meu sangue fervente
ebuliam os pensamentos de forma que não conseguia raciocinar.
Apenas Olhei para todos aqueles jovens e... me deixei ir.
No impulso, peguei um fino e longo cano do chão e, logo em seguida, parti para o
ataque, sendo o primeiro a desferir algum golpe.
Em minhas lembranças, recordo dos gritos distorcidos de meus adversários, como se
minha mente quisesse me convencer que eram monstros. Recordo das dores do meu
corpo, instantâneas, pulsantes e continuas, consequência das inúmeras pedras que
atiravam em mim. Recordo do sangue nas pontas da minha arma, cada vez mais pintada
com o escarlate do sangue com cada golpe da arma.
um balanço: um estrondo. Cada estrondo: um choque, sentida inicialmente do ferro,
passando o choque dos impactos através de minhas mãos e enfim, para a mente, me
recompensando com boas sensações a partir do quanto eu machucava aqueles jovens.
após o último garoto cair no chão, desistindo da luta, olhei em volta.
Não haviam estrelas no céu, a lua iluminava timidamente detrás das imensas nuvens
carregadas de água. A chuva não havia parado desde que saímos do orfanato, antes, um
incentivo aventuroso para explorar a cidade, agora, suas gotas acariciavam um guerreiro
após uma batalha. Lembro de ter imaginado se era assim que os heróis dos contos se
sentiam após uma vitória: poderosos, vivos, livres...
Olhei para aqueles garotos, grunhindo de dor, agitados sob a calçada molhada, reparei
nas minhas mãos, ensanguentadas, sangue que não era meu, fitei – os, contemplando
seu estado: o que mais elas poderiam fazer?

Antes de qualquer coisa, Mara sugere movermos os feridos para algum lugar coberto,
longe da chuva... Mas na medida que a adrenalina diminuía, a ansiedade começava a
aumentar. É como se, estivéssemos sendo alertados de um perigo iminente se
continuássemos no local.
Fugimos apressados para o orfanato e, no caminho, Nossa suspeita teve valia, apenas
alguns minutos depois, ouvimos uma série de estrondos que ecoaram pelas ruas da
cidade... até então, não sabíamos o que era. (tetsu matou as crianças)
Daqui, começa a história do terceiro hassou
Graças ao conflito que tivera aquela noite, sonhava incontáveis vezes com o cenário,
repetindo os eventos inúmeras vezes em minha mente, sempre acordando com aqueles
altos estrondos que nos aterrorizaram enquanto fugíamos...
Levantava da cama, olhava minhas mãos... lembrando do sangue na ponta dos dedos, de
baixo da unha... será que fiz a coisa certa?
lembrei daquela garota encolhida na chuva, me perguntava se estava bem pois, sumira
do local enquanto acontecia a luta. Será que foi a causadora dos estrondos? Será que
tinha a intenção de nos ferir?
Enfim, após alguns meses, eu começava a observar as coisas de uma maneira um pouco
diferente, o tratamento que as cuidadoras tinham com os mais novos era bem mais
atenciosa do que com o restante das crianças... não que era algo negativo, sabe? Todos
viviam muito bem lá e, eu sabia que os menores precisavam de mais cuidado...
cuidado, né? Assim como naquela noite, a garota aparentava precisar de mais cuidado
só por estar abandonada em um beco.
Foi aí que surgiu uma ideia, um ticket para a vida na rua. Por que não fazer o mesmo,
para ver a reação dos adultos? Incentivar o lado cuidadoso dos adultos, e ver no que dá?
Se as cuidadoras são tão atenciosas no orfanato, que tipo de atenção teremos na cidade?
Foi assim que, após convencer o grupo, as escapadas para a cidade possibilitaram vários
experimentos para minha dúvida.
A princípio foi um fracasso, tentávamos lugares agitados demais, percebemos que
ninguém se importa com algum necessitado se tiver muita gente por perto.
é como ter uma laranja podre entre milhares de laranjas saudáveis. Você pode até
perceber que ela está ali, mas, diante de tantas laranjas boas, uma ruim faz alguma
diferença? Qual a chance de você, ser prejudicado ao ignorá-lo?
Esta filosofia me deixou um pouco com o gosto amargo... seriam nós, os órfãos, a
laranja podre?
Com o tempo, fomos acertando o lugar e hora onde os adultos nos davam mais atenção,
tínhamos uma série de reações: boas e ruins.
Aprendi que, quem parece necessitado, também é, supostamente, vulnerável ou, fraco.
A forma que nos tratavam não era diferente dos bebês lá do orfanato, alguns nos
ajudando com moedas de prata, comida e bugigangas. Outros, e, simplificando, nos
faziam mal. Achavam que, por conta da nossa idade, não sabíamos nos defender.
Para todos os pedófilos, sequestradores, assassinos, mentirosos e bandidos: adorei
entortar o rosto de cada um de vocês.
Por alguns anos saindo nas ruas, seguindo uma rotina de: Ver a paisagem da cidade por
algumas horas no topo de um prédio com a galera, até que, quando ficássemos
entediados, mexíamos com os adultos da cidade. Punindo aqueles que queriam nosso
mal e, desfrutando do que nos davam por dó.
O problema é que, com um ego inflado por derrotar adultos de “mau caráter” com uma
idade tão baixa, sentíamos cada vez mais intitulados a receber mais de quem nos oferece
algo. É como se, as pessoas nos devessem com o “bem” que nós fazemos pela cidade.
Histórias de heróis que, viviam da fama, dinheiro e comida baseado nos seus incríveis
feitos pela humanidade, dominavam a nossa mente... ver que isto não estava sendo
aplicado em nossa realidade, nos deixou rancorosos, Chegando no ponto de achar
insuficiente os atos de caridade que alguns adultos nos faziam, obrigando e ameaçando-
os a oferecer ainda mais para que não saíssem prejudicados...
Fizemos muita coisa indecente, não seria improvável comparar meu grupo com a de
assaltantes... mas este comportamento, iria mudar para “melhor”, ou, diria, seríamos
disciplinados, 4 anos depois de começarmos essa nova vida nas ruas.

Chegamos ao penúltimo hassou, o quarto.


Hora de falar de como eu consegui meu tapa-olho...
Após anos e anos de abuso contra a sociedade, a mesma decide reagir. Em uma de
nossas escapadas do orfanato, encontramos um pôster que continha a informação sobre
um grupo de menores causando problemas no centro da cidade.
“Grupo de jovens, um com cabelo branco. Usam armas de corpo a corpo, extremamente
manipulantes, tenham cuidado durante as noites. Recompensa: 1000 peças de ouro,
vivos”
Era... esquisito, a princípio ficamos em dúvida se realmente se tratava da gente, mas, até
então, nunca vimos outra criança com cabelo branco. Discutimos bastante naquela noite,
aos nossos olhos, fizemos inúmeras ações boas para a cidade e, elas em vez de nos
reconhecerem como heróis, nos viam como um bando de crianças que era um perigo
para a população?
Acredito ter quase 14 anos na época. Após meus 5 anos de constante liberdade, vivendo
uma vida acima da lei só por ser criança, era difícil engolir o primeiro obstáculo que
ameaçava o fim desta era... ahh como enfureci, chegamos em um consenso de
simplesmente sair por aí coletando o máximo de pôsteres possíveis, talvez então,
diminuindo a chance de sermos reconhecidos...
No céu não haviam nuvens, nem mesmo estrelas para brilhar a cidade, em vez disso, a
noite fora consumida por um sinistro vermelho vinho, como uma maré de sangue
engolindo o mundo. Após horas amargurados, rasgando, amassando e queimando
pôsteres, nossa “pequena rebelião” nos levou a um lugar familiar, porém, longe de ser
bem-vinda.
Na medida que caminhávamos, aos poucos, a ficha caía. já havíamos dado estes
mesmos passos, na mesma rua, no mesmo... beco.
Foi quando vi um pôster na parede onde a menina de anos atrás estava encolhida. O
desenho mal feito do nosso grupo refletia uma luz fraca e tímida no mesmo ritmo da luz
de um dos postes falhando e piscando de forma contínua. Olhando para o beco onde o
pôster residia, havia uma espessa escuridão, impedindo – nos de enxergar adentro...
O mundo parecia clamar por nossa segurança, enviando inúmeros sinais para não chegar
mais perto do lugar.
Mas Com um pequeno impulso de coragem, comecei a caminhar em direção ao pôster.
Os ventos pareciam mais gelados, fortes. O céu, agora escarlate, anuncia seu
descontentamento com um estrondo, seguido de uma súbita queda d’água. As luzes,
piscam em um ritmo mais acelerado e inconstante.
Meus passos, agora barulhentos e molhados, ecoando no vazio do beco.
o pôster, graças a chuva, manchava sua imagem com as violentas gotas d’água que, aos
poucos, distorcia os rostos do grupo forma desumana.
Quando me realizei que poderia ser uma má ideia, já estava com o pôster em mãos.
Fitei-o, contemplando a deformidade dos nossos rostos com cada gota que caía sob o
papel, até que...
Meu rosto, repentinamente, ficara mais pesado. Um surto de calor é impulsionado por
todo o meu corpo, fazendo minhas mãos e pés formigarem. Olhei para o papel e,
estranhei a cor carmesim das gotas, me fazendo perceber o incômodo em meu olho
direito.
Quando tateei a região, minha mente repentinamente parecia ser sido invadida
violentamente por uma maré de formigas, cada patinha perfurando meus pensamentos,
desfazendo minha consciência.
Quando percebi, já estava no chão, acompanhado de uma dor nunca sentida antes. A
vontade era de vomitar, tanto estímulo ao mesmo tempo, apenas permaneci no chão
tentando entender o que estava acontecendo com meu olho.
Quando finalemente entendi. Se tratava de uma faca alojada.

Logo em seguida, um velho homem emergia daquela escuridão, devagar e, sem pressa.
Suas vestes eram surradas sua feição, diabólica. Era um monstro, e queria me levar.
O indivíduo me observou, sorrindo com dentes amarelados, maliciosos... se abaixou
para me ver de perto, podendo sentir seu cheiro intenso de tabaco e bebida. Após uma
breve analisada, enquanto passava a mão em meus cabelos e, limpando o sangue
escorrendo na minha bochecha com seu dedão, apenas disse:
“mais um para a coleção.”
Logo em seguida, o velho retira precisamente a faca do meu olho, o choque me fazendo
perder a consciência. A última coisa que vi foi ele indo em direção aos meus amigos...
É assim que começa, o penúltimo hassou.
Acordara no mesmo beco, exatamente na mesma posição, é como se tivessem me
deixado aqui desde que recebera a facada no olho.
Falando nele, milagrosamente, além de não sentir dor, ainda estava dentro de minha
órbita, só não conseguia enxergar com ele...
É a primeira vez que passei uma noite fora do orfanato... assim como, ver este maldito
beco sob a luz do sol, revelando uma porta enferrujada, provavelmente o lar daquele
senhor.
Após me recompor, levantei do meu canto e, procurei se algum amigo estava presente.
Coincidentemente a porta abre timidamente, saindo de lá, uma pequena figura,
colocando seu corpo para fora apenas o suficiente para que possa ver o que está
acontecendo no ambiente. Após checar a área, o indivíduo se revela:
era a menina daquela noite chuvosa, crescida, viva...
Com uma voz decepcionada ela diz: ...isso não vai ter fim... venha, os outros estão
aqui...
É assim que se inicia o meu treinamento, entrara naquela sala através da porta e,
surpreendentemente, a residência do senhor era consideravelmente luxuoso... como um
grande porão bem decorado.
Fui logo bombardeado com informações. Coisas como, os garotos que derrotamos eram
“dele”. Que após aquela noite, o senhor tirou a vida daqueles 8 jovens por
desobediência e, acima de tudo, serem fracos a ponto de perder para crianças. Desde
então, procurou por nós assim que saiu a recompensa, no intuito de substituir aqueles
“fracotes”, mas a sorte lhe sorriu.
Mas o detalhe mais importante, foi o senhor decidir esperar meu retorno após o
ferimento. A ideia era que, se eu sobrevivesse, pouparia as nossas vidas e, o treinamento
daria início. Se não tivesse sobrevivido...
após explicar todo o seu plano de treinamento, foi questionado por torrn, perguntando o
porquê de nos treinar. O senhor o encarou, os olhos, ocultos pelos óculos escuros... após
alguns segundos, sua feição permanecia séria, como estivesse considerando as coisas
que poderia dizer. Finalmente, abriu um sorriso torto e disse: “porque será? por
enquanto, vocês serão os meus alunos, carregarão a sabedoria do bom e velho “tetsu”.
As regras de treinamento eram as seguintes: em um dia, tetsu ensinaria alguma coisa
nova, sejam suas técnicas de combate a distância, sabedoria ou engenharia. Após 2 dias,
aquilo que ele ensinou, deveria estar completamente dominado. Caso contrário, poderia
escolher (como punição), agredir gravemente um colega, completar um contrato da
cidade, ou, usar uma de suas armas para jogar o jogo da morte (roleta russa, +1 bala no tambor
para cada vez que escolher este castigo, resetava dps de uma semana)

Com os ensinamentos de breou, além de aceitar as coisas que passei durante meus 5
anos treinando com tetsu, hoje, vejo como estas formas de punição sadicamente faziam
sentido:
Aquele que é preguiçoso, por ser mais fácil, bateria no companheiro, é aquele que
escolhe o caminho fácil, independente da consequência
Aquele de pouca determinação, escolheria o jogo da morte, não precisando lidar com o
peso de machucar um amigo, ou, se esforçar a completar algum contrato. Quem é pouco
determinado, não veria o fim deste inferno.
Mas quando possui determinação, e com ele, objetivos, irá atrás de contratos,
melhorando suas habilidades, sem causar dor aos amigos, sem falar que, não veria
sentido em acabar com a vida naquele momento.
e… aquele que possui talento, se delicia da fonte de conhecimento de tetsu.
Ver como cada um se encaixava em uma dessas categorias foi extremamente
desgastante para nossa sanidade.
Torrn foi o primeiro a entrar em tal, “categoria”, sendo ele o preguiçoso, escolhendo
levantar a mão para um grupo com a amizade de quase 2 décadas...
Foi... difícil... durante o treinamento, torrn aos poucos não parecia ser mais o mesmo.
De início, eu achei que era apenas consequência do inferno que estávamos suportando,
mas, infelizmente, na primeira oportunidade de escolher sua punição após falhar seu
teste, decidiu sem hesitação machucar alguém do grupo. Lembro bem da comoção que
tivemos, só para ser interrompido pelo som da arma de tetsu. Ainda nos disse que, a
decisão será inteiramente dele, e nós, não poderíamos influenciar de maneira alguma em
sua decisão.
A primeira e única pessoa que torrn escolhia para espancar, era Mara. Todos éramos
forçados a assistir as cenas de violência entre os 2. Mara, incapaz e proibida de reagir,
enquanto torrn esmurrava seu rosto a ponto de fazê-la sangrar.
Se eu perdesse a minha calma, estaria com zeedraak enviando torrn para os deuses. O
amargor de ver um amigo espancar outro, como se estes vários anos de amizade e apoio
fossem para nada... até hoje não sei o que o fez comportar assim...
Após as sessões de castigo, procurava pela primeira oportunidade de ajudar Mara,
curando seus ferimentos e acalmando-a.
Cortava o coração ao vê-la drenada, olhos mortos, pesados, às vezes, até roxos...
Para Mara, a vida já estava terrível com a súbita mudança que sofremos ao viver com
tetsu.
Sendo o constante alvo de violência de um de seus maiores amigos, caíra em uma
profunda depressão, mesmo que zeedraak e eu fazíamos o possível para ajudar.
Caiu na categoria de “desistente”, pouca determinação... sendo a única que
constantemente falhava em seus testes para apostar sua vida no jogo da morte

Eu caí na categoria de quem normalmente realiza contratos como punição...


sinceramente, nem sei dizer se realmente sentia punido. Era a chance de sair daquele
ambiente, longe dos problemas e cheiro infernal de tabaco, podendo curtir, mesmo que
sozinho, os passeios na cidade, como antigamente...
Os contratos que tetsu normalmente reconhecia seu valor, são os de roubo (dadas por
gangues e máfias pelo submundo da cidade), reconhecimento territorial, dadas pelas
autoridades para averiguar a situação dos cantos abandonados da cidade e, por fim,
contratos de caça.
Como disse no início de minha história, desde pequeno parecia entender e aceitar minha
realidade, fazendo o máximo para que se torne a meu favor.
Enquanto estava com tetsu, meu maior sofrimento era ver a constante degradação dos
meus amigos, jurava que, usaria todos os ensinamentos para que pudesse pagar por toda
a dor que nos causou. Mas, mesmo com todo o ódio, não era capaz de me prender a um
caminho de vingança.
Futuramente, com algumas aulas de breou e koda, aceitei o fato que, tetsu apenas criou
um espaço onde toda a punição seria causada por nós mesmos.
Tirando a parte onde ele esfaqueou a porra do meu olho, não fui maltratado ou passei
por alguma dificuldade com aquele velho. Todos os ensinamentos foram incrivelmente
úteis para o meu sucesso...
Falando em sucesso, Dora, a garota que morava junto conosco, também era uma aluna
de tetsu. Pelo que soubemos, viera com aqueles garotos que derrotamos... essa garota é
a que cairia na categoria de “talentosa” sendo a mais próxima do velho.
Não comentei muito sobre ela pois, sinceramente, nunca nos falamos direito. Até que,
em um dia muito especial, algo aconteceu:

é assim, que chegamos ao último hassou – lembranças e segredos


Era noite e, novamente, as estrelas brilhavam como nunca no céu. Na casa de tetsu, em
silêncio, observava a lua através da velha e empoeirada janela, luz do luar invadia a
sala, delicadamente tateando meu cobertor. Estava perdido em meus pensamentos,
avaliando e analisando todo sofrimento que passamos em troca da sabedoria desse velho
e, uma dúvida que perdurava: qual o propósito desse treinamento?
Fechara os olhos, rezando aos deuses para que estes 5 anos de abuso serviriam para
algo...
Interrompendo meus pensamentos, a porta abre timidamente acompanhado com o baixo
ranger de madeira. Uma figura familiar entra aos poucos no quarto, com cada passo, se
revelando cada vez mais.
Estava lá, Dora, vestida e preparada como se fosse caminhar pelo mundo, opondo
completamente as simples vestimentas que usa em seu dia a dia, nos deixando bastante
surpresos.
Ela aproximou apressadamente das nossas camas e, nos mandou levantar pois, Era hora
de partir, o momento da nossa escapada se iniciava naquele exato instante.
Tenho até vergonha de escrever isso, mas, de acordo com ela, tetsu possui um ritual de
5 em 5 anos que se baseia em ir ao prostíbulo para “bater seu recorde”. Como ela sabia
disso, não fazia a mínima ideia, mas, foi a única razão de termos fugido de lá.
Saímos de nossas camas apressados, confusos, nos vestindo de forma rápida e
desleixada, revirando os armários para pegar o que sobrava de nossos pertences, além
de buscar por algumas coisinhas a mais.
No meu caso, após me arrumar, fui diretamente para um lugar que sempre tivera
curiosidade: o quarto do tetsu.
Era pequeno, como um econômico dormitório de uma taverna, espaço o suficiente para
as coisas mais importantes. Estava sujo e empoeirado, seguido de um cheiro agressivo,
mas, familiar de tabaco. A cama estava por fazer, com pequenas garrafas e pratos sujos
de comida sob o chão de pedra, contornando a cama como oferendas de um ritual.
Encostado na parede, um enorme guarda-roupa de madeira que quase não servia seu
propósito, tendo nela apenas alguns pares de roupas comuns, mal preenchendo 1/6 da
máxima capacidade.
Diretamente do outro lado, havia uma bancada onde supostamente tetsu criava as nossas
armas para treinamento. A bancada contém uma extensa variedade de ferramentas,
separadas por ordem, tamanho e função. Chegava a ser cômico estar tão organizado em
um quarto tão revirado.
Ao aproximar da bancada, se podia notar em suas grandes gavetas, a enorme quantidade
de “tralhas” como utensílios e bugigangas que não possuíam função. Imaginei se era
assim que sempre conseguia as peças certas que precisava, desmontando esse monte de
lixo. Era tanta sucata que não havia espaço nas gavetas, sendo difícil o simples ato de
abrir e fecha-la
Remexi a bancada por uns bons minutos, esquecendo do perigo que estava correndo. Só
dei conta do tempo quando mara me pegara de surpresa, insistindo para que eu me
apressasse.
Olhei nas gavetas pela última vez, encontrando os estilingues que usávamos para treinar
nossa pontaria. Lembrei instantaneamente das nossas aulas, de como minha pontaria era
ruim, mesmo entendendo perfeitamente o que o velho havia me ensinado.
O problema sempre fora a minha força na hora de puxar o elástico ou corda destas
armas. Se puxava demais, ela estourava ou não mantia sua precisão, se puxasse de
menos, não havia energia elástica o suficiente para acertar o alvo.
O velho então, começou a me apelidar de “mira” o “garoto da mira ruim”, além de
reclamar constantemente toda vez que estourava uma das armas, dizendo que iria
estourar minha cabeça se continuasse assim... até hoje, nunca encontrei tal equilíbrio
para lidar com estas armas (passiva ruim), talvez não sejam feitos para mim...
Achara também os bastões que usávamos para o combate corpo a corpo, as
extremidades estando escurecidas nas pontas por conta do sangue.
Uma em particular estava mais ensanguentada, me fazendo lembrar das intensas sessões
de violência de torrn e mara. Em um pequeno surto de fúria, peguei – a e, joguei com
todas as minhas forças para dentro do guarda-roupa.
Folhas e papiros preenchiam o quarto, voando de forma desgovernada graças ao súbito
sopro dado pela força do arremesso. Eu olhava para o nada, me acalmando na medida
que as folhas chegavam ao chão. Com o barulho, zeedraak chega para averiguar a
situação.
olhei para os 2 que, estavam me fitavam de forma decepcionada, fiz alguns gestos de
mão, desconsiderando o acontecido e, fui em direção ao guarda-roupa para retomar o
bastão.
Para minha enorme surpresa, o bastão havia arrombado o fundo do móvel, revelando
uma escada secreta que dava para, o que parecia, um arsenal.
O ar era pesado, o suficiente para incomodar os pulmões. A luminosidade era baixa, a
única fonte de luz sendo o buraco deixado no armário, acompanhada de inúmeras
partículas de poeira no ar,.
dava a entender que, este lugar não fora aberto há muito tempo, ou, só nunca fora limpo.
Dentro da sala, haviam diversas armas penduradas nas escuras paredes de pedra. Todas
empoeiradas, enferrujadas ou até, com partes faltando. No chão, barris e vasos
transbordavam com lâminas, hastes, partes... todas, na mesma e péssima condição.
O momento de choque fora o minúsculo quartinho ao lado, onde uma pequena porta de
madeira parecia nos separar de uma sala suspeitamente valiosa.
Caminhamos até ela, perplexos com a descoberta. Na medida que abríamos a porta,
ficara cada vez mais claro o propósito deste lugar.
o último hassou – passados, despedidas e risadas
ao passar pela porta, nossos olhos instintivamente se fecham, ajustando a visão por
conta do intenso vermelho alaranjado de, o que parecia, uma fornalha caseira.
Na medida que caminhávamos, a ar gentilmente esquentava nossa pele, como se ainda
estivesse no calor da minha cama.
Uma das primeiras coisas que chamara nossa atenção fora a enorme quantidade de
metais, materiais e apetrechos na sala, com sua qualidade sendo aparente pelo seu
elegante brilho alaranjado dado pelo ambiente, bem diferente das velhas tralhas
recheadas no quarto do tetsu.
Mesmo com pressa, tomamos um pouco de nosso tempo para investigar a sala. Olhei
para as mesas, repletos de rolos de papel, cada um separado em suas respectivas e
nomeadas caixas.
“Armações”, “alavancas”, “suportes/guardas”, “mec. Gatilhos”, “tambores”... era uma
vasta biblioteca de desenhos e notas de inúmeros projetos, abri uma por curiosidade e,
não importava o quanto eu me forçava, era impossível decifrar como funcionava.
Ao devolver o rolo em seu lugar, mais um visitante havia chegado na sala. dora, antes
furiosa por conta da nossa demora, agora, perplexa com a sala secreta. Depois de
trocarmos algumas palavras, voltei a minha investigação.
Mais a fundo da sala, havia um grande baú de madeira, suas bordas eram reforçadas
com pequenas placas de metal e, no centro, uma pequena fechadura.
Curioso, encostei-o e, para minha surpresa, estava destrancada. Quando abri, sentira a
presença de alguém atrás de mim.
Instintivamente me virei para ver o que era. Dora, que até então estava no outro lado da
sala, caminhou sem eu perceber até o baú, querendo matar a mutua curiosidade.
Ao abrir o baú, sua reação me assustara, fugiu, aterrorizada com o que vira.
Tentamos acalmá-la, mas, nossas palavras não pareciam surtir efeito, murmurando
frases incoerentes para si mesma, olhos arregalados e respiração acelerada.
A comoção também chamara a atenção de torrn, que, Ao ver dora fora de si, não
poupou esforços para desacordá-la com um soco, imediatamente deixando a situação
ainda pior.
Minha paciência esgotara naquele instante, o sangue subira a cabeça. Depois de tanto
tempo segurando os pontos desse grupo, tentando diminuir o sofrimento que nós
mesmos estávamos causando, pela primeira vez, reagi, e, escolhi o “castigo de punir
um amigo”.
Corri para o baú, procurando pelo o que dora ficara aterrorizada, só para encontrar uma
versão modificada de uma besta pesada.
Peguei-a, já carregada com um dardo maior que o normal, mirei-a, instintivamente
colocando o dedo no gatilho.
O peso era... maior que o normal, mas não chegava a atrapalhar. Enquanto apontava a
arma para o peito de torrn, como reação, após alguns segundos de silêncio coletivo,
caíra em gargalhadas.
- Então, o “mira” vai tentar me acertar com essa merda?
em resposta, subi a arma, mirando na cabeça de torrn.
Antes que eu pudesse fazer algo, dora, aos poucos, começara a se levantar. ao me ver
com a besta, entrou no mesmo estado de choque. Sem voz, me apontava o dedo
inúmeras vezes enquanto distanciava, cambaleando e, acidentalmente, caindo nos
braços de torrn, que reagiu com um abraço
Alguns minutos de silêncio instaura na sala. O fogo da forja começara a se agitar, brasa
abruptamente saíndo do pequeno buraco do chão, como se a sala estivesse sendo
preenchida de inúmeros vagalumes avermelhados, dramatizando a situação.
O silêncio é quebrado com um murmúrio. Dora, abraçada por torrn, finalmente parecia
estar no controle. Ainda abraçada, olhara para mim com olhos pesados e tristes,
dizendo:
“hassou, por favor, largue a arma que matou meus amigos...”
O choque da novidade quase me fez perder a compostura.
Já fazia tanto tempo, as luzes da cidade, a chuva, os 8 garotos, a adrenalina da luta, as
mãos ensanguentadas...
Meus pensamentos só foram interrompidos com a sádica risada de torrn,
preocupantemente semelhante a de tetsu.
olhou para mim com olhos desafiadores e uma risada torta. de seu bolso, retirou uma
faca familiar que, após uma breve análise, era a mesma faca que havia furado meu olho,
agora, apontada na de dora, presa em um mata-leão, sendo o suficiente para imobilizá-
la.
- não se preocupe galera! Mira fará algo muito especial nesta noite, e só será ele.
Zeedraak, mara, mexam um músculo e ela perde mais do que o olho, entenderam?
Disse torrn, sem virar o rosto diante de minha arma.
- 5 anos atrás, tivemos a incrível oportunidade de aprender e treinar com o mestre dos
mestres, uma jornada que me ensinou um ponto crucial que valorizo desde sua
descoberta: a verdadeira liberdade, reside no poder da sua vontade.
Mas desde pequenos, naquele maldito orfanato, recusaram nossa liberdade. que tipo de
idiotas rasos nós seríamos, se não tivéssemos a vontade forte o suficiente para fugir e
viver para o muindo!
Torrn, com os olhos ainda mais intensos, ajusta a faca para chegar mais perto do olho
esquerdo de dora.
- Tetsu nos deu o espaço para nos tornar quem somos de verdade. E sabe de uma coisa?
Eu te parabenizo mira! Você, desde pequeno, nos incentivou a realizar suas vontades.
Passeios na cidade, olhar o céu, brincar de justiceiro nas ruas... Parece que de todos nós,
você desde o início trilhava o caminho do autoconhecimento, enquanto nós, apenas o
seguíamos, apropriando seus desejos na ilusão que eram os nossos também.
E veja só, realmente, tudo passava de uma ilusão. Aqui estamos, armas em mãos,
prestes a tirar a vida de companheiros de infância parece que nossa amizade nunca foi
tão honesta né? Foi o que mais percebi, quando via a cara ensanguentada da mara, e seu
sangue decorando minhas mãos...
Mas enfim, chega de papo mira, Que a festa comece! Não se preocupem, meus golpes
são incondicionais!
Torrn finalmente tira os olhos da minha arma, virando sua cabeça em direção de
zeedraak, com um riso preocupantemente parecida com a de tetsu, só para ser
surpreendido com um dardo atravessando a mão que segurava a faca, a inércia
impulsionando a mesma até seu braço, perfurando-a e restringindo seu movimento.
O tiro fora impecável, planejada e precisa, “mira” finalmente acertara seu tiro, graças as
modificações da arma...
A faca caíra no chão. A mão de torrn, agora presa em seu braço. dora imediatamente
aproveitou da brecha para escapar do agarrão, tateando o chão e se armando com a faca.
zeedraak, sendo impossível segurar sua raiva, empurrou torrn até o buraco da forja,
soltando uma núvem preta cheia de brasa pela sala, podendo só ser ouvida os gritos de
agonia enquanto ele tentava sair de lá.
Olhei espantado para zeedraak e, o espanto só aumentou ao ver um revolver nas mãos
de mara, apontado para onde estava torrn. Ao perceber que estava reparando, apenas
guardou a arma em seu bolso com um giro, também, muito parecido de como tetsu
guarda suas armas.
Mas Não havia mais tempo para pensar nestes detalhes. Dora mandou todos correrem
para fora da casa naquele instante, não sabíamos o quanto faltava até tetsu voltar para
casa.
Equipei a besta nas minhas costas, pedi para dora me dar a faca, corremos para fora
daquele inferno e, disparamos para fora daquele beco.
Eu juro, de verdade. Que em meio a nossa escapada, ouvi altas risadas de torrn vindas
de dentro da casa.
Mas, o pior não termina por aí, após passarmos pela porta de saída, escancarada por
conta de nossa pressa, olhei para trás pela última vez, só para desejar nunca ter me
virado.
Estava lá, revelando seu rosto de trás da mesma porta que saímos, como um fantasma se
materializando no mundo:
-

Último hassou – Sonhos e recomeços


Na infinitude do nada, no extenso vazio do espaço, eu flutuava sem rumo, abraçado pelo
vácuo do cosmos.
Estrelas brilhavam em minha volta, iluminando individualmente da sua maneira,
criando um efeito de vastidão, dando profundidade ao vácuo que viajava...
Mesmo diante da tamanha beleza, um terror espreitava nas bordas da minha mente,
visível apenas nos cantos de minha visão, desaparecendo assim que mudava meu olhar.
Incerto do que via, minha ansiedade aumentava aos poucos, meu medo dando mais
forma a entidade, de pouco a pouco se tornando mais aparente.
Em sua última aparição, foquei meu olhar imediatamente, só para dar de encontro com
um ser colossal. Não havia corpo nem forma, apenas o aspecto de um rosto, sorrindo
sadicamente

Eu era incapaz de respirar, terror tomava controle do corpo. Eu era pequeno, minúsculo
comparado ao ser.
Minha última lembrança fora a da entidade se aproximar de onde estava. Meu corpo,
completamente paralisado diante daquela figura colossal. Sua única ação foi de abrir a
boca e, quando chegou perto o suficiente da minha mão, sem hesitação, arrancou-a.
Foi assim que acordei. Estava sob um gramado, encostado em uma pequena pedra e,
com um fino lençol estampado cobrindo minhas pernas.
Estava ofegante, suado, meu coração palpitava rapidamente como se o perigo ainda
estivesse por perto, olhei em minha volta, entre as árvores da floresta onde descansava,
Dora corria em minha direção com um semblante preocupado
Sem tempo para me recompor, dora agarra a minha mão, me puxando para a mesma
direção que corria, na mesma hora, ouço latidos de fundo, direciono meu olhar e vejo
pelo menos uns 5 cães correndo em nossa direção.

Hassou atual.
Chegamos ao final da minha história, vivi por uns 2 meses como um andarilho, viajando
de cidade em cidade com um medo constante do tetsu nos encontrar.
Não estava acompanhado de todo o grupo, logo ao sair do beco, zeedrak resolveu cuidar
de mara, sozinho, com a ideia de ajuda-la em sua recuperação, já que era a única que
não havia superado os problemas completamente.
De início fui contra a decisão, mas, percebi que teríamos uma chance menor de sermos
encontrados pelo tetsu se nós nos separássemos. Após um longo adeus, os 2 seguiram
sua viagem, restando apenas dora para me acompanhar nas viagens.
Fora uma grande experiência desde que fugimos. Normalmente saímos de nossas casas
com a intenção de algum momento voltar para ela. Mesmo que seja de forma
inconsciente, criamos um percurso do ponto a ao ponto b, só para inverter o caminho e
voltar ao ponto a nossa casa. Sair daquele beco, sem “ponto b ou a” te faz repensar
completamente o conceito de lar, não importa onde você vá, não há lugar para voltar.
No começo ficamos um pouco perdidos, andando sem rumo de cidade em cidade,
dormindo nas ruas, roubando o que pode e, se virando para se cuidar.
Este ciclo se quebra nesta tarde que tive aquele sonho esquisito, estávamos acampados
no meio de uma floresta, descansando após horas de caminhada, a procura de algum
canto que não haviam muitas criaturas que pudessem nos atrapalhar, só para ser
perseguido por cães farejadores.
Mais a fundo, algumas pessoas de vestes negras com detalhes douradas nos perseguiam
junto aos cães. Por conta da nossa fatiga, os indivíduos facilmente nos alcançaram.

Minha vida no monastério


Sem muita opção, explicamos a nossa situação para aqueles homens uniformizados, até
se abrindo sobre os acontecimentos no beco, pareciam extremamente interessados, até
nos convidando para repousar no monastério que viviam. Disseram que, se tudo der
certo, poderiam ficar permanente, se esse era o nosso desejo. Mas isso, era algo ainda
precisava ser decidido.
Até hoje o pessoal me zoa desse dia, não sei onde enfiar a cara quando lembram do meu
desespero tentando fugir dos cachorros......
De início ficamos um pouco cínicos, mas, sinceramente, estávamos mais do que prontos
para ter um novo “ponto a”

Fiz o possível de desenhar o monastério quando a vi pela primeira vez. Um enorme


aglomerado de casarões, pátios e rios, harmonizado perfeitamente com a natureza
Antes de entrar na estrutura principal, os homens nos orientaram a permanecer na
entrada por um tempo, para esperar a pessoa que decidiria se ficaríamos
permanentemente ou só por alguns dias até se recobrar, adicionou que, era um ótimo
ouvinte.
A pessoa que viera nos avaliar, não era ninguém mais, ninguém menos que todre, um
homem que respeito muito. Realmente de poucas palavras, mas ele, como um ouvinte, é
inestimável.
Contamos de todo o caminho que trilhamos, da vida no orfanato, das saídas, a primeira
briga, o ódio de não ser valorizado, a vida nas mãos de tetsu, torrn, a fuga...
Lembro bem da reação dele, tivemos esta extensa conversa na porta do monastério,
onde, todre apenas caminha até a porta, a abre e diz:
- Irão se sentir em casa.
O fim
Vou ser bem sincero, vou ser breve nesta parte pois, me encontro agora, em uma madrugada, com a fraca luz de uma vela ao meu
lado, e uma puta preocupação de não conseguir entregar o trabalho a tempo, portanto, irei apenas escrever as coisas que mais me
marcaram no monastério.

Minha vida no monastério fora com certeza uma das melhores épocas da minha vida,
quantas vezes desejei ter todos os meus amigos comigo... o dilema que passei de, se
tivesse impedido zeedraak sair com a mara, quem sabe ela poderia estar sendo cuidada
pelo mestre koda... enfim, eu confio nele, talvez ele esteja numa situação até melhor.
Uma das pessoas que mais respeito: Mestre átilo.
Foi ele quem me ensinou os meios para desenrolar meus problemas, assim como ajudar
com meus sonhos e a misteriosa tatuagem...
A sua apresentação fora o máximo, no dia de sua aula, caminhamos até o que parecia o
porão do monastério. Para chegar lá, havia uma extensa escadaria para baixo, onde era
impossível ver o fim.
Ao descer as escadas, após bons 20 degraus, uma sensação de vertigem toma conta do
meu corpo, como se o mundo invertesse de uma hora para outra. Antes que pudesse
perceber, em vez de estar descendo as escadas, estava subindo-as, até depararmos com
uma enorme sala escura, onde estava lá, átilo, nos esperando.
Apesar da sua aparência, ele é um ser bastante atencioso, não eram muitos os alunos que
apareciam para suas “aulas” diminuindo a quantidade com o decorrer das semanas,
alguns não aguentam a sensação de andar aquelas escadas, outros, já escutei e repito:
Não gostam da “vibe” que ele passa”.
Apesar de parecer bobo o que as pessoas pensam dele, os alunos que permanecem são
os que realmente precisam dele. Indiretamente, é como se passássemos por uma peneira,
sobrando apenas os que importam.
Átilo é quem ensina o lado sujo da vida, ajudando aqueles na sujeira ou, mostrando para
aqueles que vivem na limpeza, que é muito fácil de se sujar. Mesmo os tópicos
parecerem pesados, nunca é da maneira que a gente espera, sempre resultando em
grandes debates entre ele e os colegas.
Mas nos dias mais tranquilos, Ir encontrar mestre átilo era como passar uma tarde com
um amigo. Eu gostava de ouvir suas histórias e, em resposta, contava um pouco sobre as
minhas, enquanto afinávamos violões ou preparávamos os materiais de desenho. As
horas voavam, saía de lá sempre aprendendo algo novo.
Só... houve um acontecimento que havia me preocupado bastante.
Aquele sonho onde, um “ser”, devora minha mão, começaram a se tornar cada vez mais
frequentes desde que entrara no monastério. Em uma dessas noites, decidi visitar átilo
para ter sua opinião. Quando cheguei em sua sala, minha mão, inexplicavelmente
começara a formar um símbolo que não reconhecia, ao mostrar a ele... ele... começou a
chorar, lágrimas negras, puramente como reflexo dizia ele.
Mestre átilo não quis me contar sobre o símbolo, que então, permanentemente ficara
tatuado nas costas de minha mão. A única coisa que me disse é que, poderia utilizar tal
símbolo como uma forma de drenar poder (seja lá de onde), só precisaríamos de uma
maneira eficaz de retirar o poder do símbolo.
Desde então, buscamos por vários métodos, chegando no qual utilizo hoje, desenhos. E
sim, isso ainda é muito estranho pra mim, espero que na minha jornada eu consiga saber
mais sobre, só espero não estar sozinho caso algo der errado...

agora... sobre mestre koda:


desde que eu o conheci, fora bastante atencioso comigo, assim como com todos do
monastério. Ele Adorava ouvir as minhas histórias de quando era pequeno, das fugas do
orfanato e problemas que causava para a cidade.
A situação só mudou um pouco quando comentei sobre o tetsu, ele estranhou muito de
início, me evitando um pouco nos dias seguintes, mas, logo me procurou, desculpando
de como estava agindo e, que precisou de um tempo para pensar. Parece que,
incrivelmente, tetsu e koda possuem história, mas nunca me revelara qual era...
Querendo ou não, tetsu indiretamente me aproximou de koda, havia um sofrimento
mútuo que ele nos causara. Não quero nos fazer de coitados, só queria dizer que,
havíamos um ponto em comum, facilitando nossa amizade. Ainda mais quando ele viu a
tatuagem na minha mão, desde então fazia questão que eu fosse acompanha-lo em suas
aulas.
As aulas do mestre koda consistiam na filosofia do equilíbrio, enquanto átilo apenas
mostrava a sujeira da vida, koda nos mostrava uma visão das coisas “limpas” do mundo,
mas ainda reconhecendo sua sujeira. É mais fácil dizer que, ele nos ensinava a ser
lixeiros em um lixão. Você vive na sujeira, mas, você limpa o mundo e ainda ganha
dinheiro, será que expressei bem?
Mas, tirando as aulas teóricas, tínhamos intensos treinamentos físicos todos os dias.
É graças a ele que sei manejar meu bordão da maneira que consigo hoje, competindo
contra meus colegas, vencendo o bastante para me tornar um dos monitores de combate.
Não querendo dizer que fora fácil, apanhei e perdi mais vezes que consigo contar,
maioria delas por conta de minha natureza impulsiva, mas, com cada derrota, eu
aprendia algo novo. Controle da mente durante o combate era uma das maiores lições
que koda nos passava.
“Vão ter vezes que faremos decisões moralmente complicadas, em prol de sua
sobrevivência. Vamos ver o quanto estão dispostos a se sujar, sem se perderem na
sujeira. ”.
De vez em quando, tínhamos visitantes, um em específico era o lendário senhor kairon,
que, aparecia com seus filhos para passear pelo monastério. Quando era possível, eu
tinha a oportunidade de competir e lutar contra eles, sempre dando um resultado
diferente, eram realmente casca-grossa (para um deles, literalmente).
Enfim, é isso. Sem falar das incontáveis amizades feitas no monastério e, extensos
ensinamentos que me foram passados, vivi uma época de ouro, que está chegando ao
fim. Esta carta, este trabalho, será o meu adeus. Não posso ficar na boa vida enquanto
meus amigos sofrem lá fora, portanto, buscarei por eles.
Dora não partirá comigo, mas já fiquei sabendo que terei uma coruja de presente, vinda
do viveiro da própria senhora lisa, parece que não irei completamente sozinho...
Espero que estejam bem, aguentem firme.
Seguirei a dica que koda me passara, de nunca se aventurar pelo mundo sozinho. Se os
deuses me permitirem, encontrarei um grupo disposto a me ajudar...

Relatório dos novos prisioneiros


Revisão de conceitos (protocolo 43 – oficiais do reino)

Cargo – nome(s) - cargo na divisão – divisão – Título recebido

Todas as divisões servem ao reino. Cargo na divisão apenas direciona seus maiores
deveres

1° divisão – serviço ao rei


2° divisão – serviço ao comando militar
3° divisão – serviço ao povo

Revisão de conceitos (protocolo 47 – civis encarcerados)

Nome – idade – motivo de aprisionamento – observações (opcional)

Oficiais envolvidos:

Emissor: meave reiss


meave Reiss – Informante real - 3° & 1° divisão (voz do povo)

Carceireiros: Meave reiss & Donatan stargazer


- Meave – combatente real – 2° & 3° divisão (executor da justiça)
-Donatan – guarda real – 1° divisão (ordem de revna)

Investigador/interrogador: maeve reiss


- meave – especialista forense – 1° 3° divisão (lobo negro)

Prisioneiros

Coran nargoni – 25 – afiliado com o “lobo prateado” – um dos vários amigos do lobo,
trago para interrogação, ex aluno do monastério eclipse
Tiana jaul – 24 – afiliado íntimo do lobo – trago para interrogação, ex aluna do
monastério eclipse

Karnit darkstar – 48 - afiliado do lobo, criminoso – trago para interrogação e seus


crimes contra a capital, monitor no monastério eclipse, ex membro da facção “irmãos
de ferro”

Djura sars – 33 – companheiro de karnit, criminoso – trago para interrogação e possível


peso emocional para karnit. Membro da facção “irmãos de ferro”

Procediemento

Meave fora a encarregada de interrogar os prisioneiros. todos estavam separados em


celas comuns de quartos diferentes, evitando contato entre eles.
Fora dado o tempo necessário até que maeve ficasse satisfeita com as informações.
Métodos violentos ou persuasivos foram aceitos para a retirada de informações.
Donatan, além de servir como reforço na segurança das celas, também fora encarregado
de ser um ouvinte passivo durante as sessões.

Comentários de donatan (redigido)

Hassou matou os guardas na boate

Dora não é a mesma – ainda quer vingança do avô, nutrida pela família

Dora não é a mesma – não consegue interrogar sem se emocionar

Você também pode gostar