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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL

UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE PARANAÍBA


Psicologia Jurídica
Profa. Me. Sílvia Leiko Nomizo

ROTEIRO DE AULA

2 – NOÇÕES INTRODUTÓRIAS DE PSICOLOGIA

2.4.3 - Atenção: tendo em vista que a todo momento inúmeros estímulos chegam ao
nosso cérebro, é a atenção que permite que se faça a seleção de alguns estímulos e o descarte
dos demais, por meio de células cerebrais especializadas, denominadas de detectores de
padrão.
* Fatores que afetam a atenção seletiva: Diversos fatores influenciam a atenção
seletiva, como a emoção, a experiência, os interesses do indivíduo, as necessidades do
momento entre outras.
* A emoção ativa a atenção: cada estímulo selecionado, pode gerar os mais variados
sentimentos, do amor ao ódio, da repulsa à adoração.
Ex: Caso 3 – Luciana passou a experimentar sensação de náusea ao sentir o aroma do
mato proveniente de terrenos baldios. A mesma repulsa surgiu em relação a rapazes,
afastando-a ado contato com eles. A simples presença masculina provoca-lhe náuseas.
* Fenômenos que contribuem para a falta de atenção:
a) a pessoa, simplesmente não compreende o que acontece.
b) mecanismos inconscientes de defesa impedem que o indivíduo tenha a atenção
despertada para determinados estímulos.
c) profunda concentração em outra atividade: faz com que o organismo do indivíduo
não resposta a novos estímulos.
* Obtenção e permanência da atenção: dependem de dois conjuntos de fatores.
a) características dos estímulos: intensidade, novidade, repetição.
b) fatores internos dos indivíduos: necessidades e objetivos; coisas que proporcionam
prazer, indícios de algo muito temido, esperado ou antecipado etc.

2.4.4 – Memória: segundo Jung é “a faculdade de reproduzir conteúdos


inconscientes”, desencadeados por sinais, que despertam a atenção.
* A emoção exercer papel de fundamental importância na função mental superior da
memória, uma vez que, ela intervém de maneira determinante e contribuir decisivamente para
que aconteçam composições, lacunas, distorções, ampliações, reduções dos conteúdos e pode
afetar o próprio reconhecimento.
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* Questões dolorosas tendem a ser esquecidas, pois os mecanismos psíquicos tendem a
proteger a mente, embora possam ser um obstáculo para identificar a verdade dos
acontecimentos.
Ex: Caso 3 – Não se pode recriminar Luciana porque não consegue narrar detalhes de
sua tragédia pessoal, há um poderoso processos emocional protegendo seu psiquismo para
que aqueles acontecimentos terríveis não aflorem.
* Não há consenso entre os estudiosos quanto à hipótese de que as questões dolorosas
são preferencialmente esquecidas.
* Não há consenso quanto à possibilidade de se reprimir e depois recuperar uma
lembrança inteira de um evento traumático, pois para muitos o desafio maior consiste em
conseguir esquecer.
* A memória tanto pode ser um processo de reconstrução como reprodução, de modo
que, não se pode ter certeza de que algo é real por parecer real, pois as memórias irreais
também parecem reais.
* Ampliação dos atributos: é uma consequência da distorção ocasionada pelo
psiquismo e faz com que, p.ex. algo que foi ruim pareça ser bem pior do que foi na realidade e
o que foi bom, pareça muito melhor que a realidade.
* Memórias não confiáveis: aquelas relativas a períodos anteriores aos 3 anos de
idade, e aquelas recuperadas sob hipnose ou influência das drogas.
* Comportamento cultural da memória: influência dos sentidos no processo de
memória, p. ex., pessoas em grupos, famílias ou sociedades de cultural oral, lembram-se
melhor do que ouvem, do que daquilo que leem.
* Reconstituição dos fatos: é uma técnica utilizada para possibilitar a ativar a
memória quando a pessoa vivencia o local dos acontecimentos.
* Falsas lembranças: podem ocorrer em diferentes situações, tal como no caso de
induções por distúrbios mentais, daí a importância de o uso de técnica de enriquecimento da
memória, ser feito por especialistas.
* Associações a analogia: constituem excelente forma de melhorar a memória quando
se trata de grande série de eventos, acontecimentos complexos e ou distantes no tempo.
* Criação de imagens mentais: técnica que consiste em fazer a descrição de um
acontecimento acompanhada pela imaginação da cena das pessoas que participavam, de
detalhes do ambiente etc.
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* Reconstituição do contexto do acontecimento: processo de identificação do modo
como os fatos ocorreram, seus antecedentes e suas consequências.
* Fenômeno da confabulação: processo pelo qual o indivíduo preenche as lacunas da
recuperação da memória com aparente lógica.
* A teoria mais aceita é a de que todo o conteúdo codificado e armazenado na
memória, permanece nela por tempo indefinido, a menos que ocorra algum dano físico em
estruturas cerebrais.

2.4.5 – Linguagem e pensamento: são funções mentais superiores que estão


diretamente associadas entre si.
2.4.5.1 – Linguagem: possibilita representar o mundo, a por meio dela que o homem
transforma o outro e é transformado pelas consequências de sua fala, pois ela permite pesar
sobre as pessoas e objetos não presente, expandindo, restringindo ou limitando o pensamento.
* A linguagem condiciona o registro dos acontecimentos na memória, porque as
práticas, as percepções, os conhecimentos transformam-se quando são falados.
* A linguagem influencia e é influenciada pelo pensamento, estabelecendo-se um
círculo de desenvolvimento: quanto mais rica a linguagem, mais evoluído é o pensamento, e
assim sucessivamente.

2.4.5.2 – Pensamento: é a atividade mental associada com o processamento, a


compreensão e a comunicação de informações e compreende atividades mentais como
raciocinar, resolver problemas e formar conceitos.
* Diferenças de pensamento e linguagem encontram-se, costumeiramente, na gênese
de inúmeros conflitos.
Ex: Caso 2 – Possivelmente, elas contribuíram para tornar impossível o
relacionamento entre Celso e Marilda.
Ex: Caso 1 - Também não se estranhe que um detalhe de linguagem – uma palavra,
uma frase – tenha sido o estopim para a agressão perpetrada por Pedro contra Sílvio.
* Conseguir que os litigantes concentrem seus pensamentos no presente contribuir
para estabelecer os interesses reais que os movem e abre espaço para soluções negociadas e
possíveis.
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Ex: Caso 2 – A dificuldade para uma separação consensual estaria no fato de que suas
declarações continuamente evocam memórias desagradáveis do passado, proibindo-lhes
concentrar as energias na construção do futuro.
* Papel da internet: a internet implica em uma nova linguagem e um novo
pensamento, que pode contribuir para o afastamento da criança e do adolescente das
informações essenciais para seu desenvolvimento, fazendo com que elas não consigam
compreender a linguagem necessária ao convívio social e técnico.
2.4.5.3 – Desenvolvimento do pensamento: para Piaget (Suíça, 1896-1980), as pessoas
desenvolvem a capacidade de pensar passando por estágios, desde o nascimento, cada um
deles apoiado no anterior.
* Estágio senrório-motor: do nascimento até o final do segundo ano de vida, no qual
acontece a descoberta do mundo e de si mesmo, fisicamente, pela criança. Neste estágio o
domínio do corpo é incompleto e inicia-se a aquisição da linguagem.
* Estágio pré-operacional: dos 3 anos até os 7 anos, em que a criança inicia a solução
de problemas com objetos concretos. Até o quinto ano, a maioria utiliza a mesma linguagem
empregada pelos adultos em seu ambiente.
* Estágio operatório-concreto: dos 7 aos 10 anos, a criança passa a dominar uma
estrutura lógica e perde a confiança cega no sensorial, expandindo sua capacidade se
distinguir aparência de realidade, características temporárias de permanentes.
* Estágio de operações formais: se inicia a partir dos 11 anos, no qual a criança
desenvolve a capacidade de compreensão lógico-abstrata, de pensar sobre o pensamento,
pensar a respeito do que pensa, conseguindo gerar alternativas para os problemas e confrontar
mentalmente suas soluções.
* Ao final deste estágio, atinge a capacidade mental do adulto.
* Influência do estado emocional: possibilidade de regressão a um estágio menos
desenvolvido, em razão do estado emocional da pessoa.
Ex: Caso 2 – Celso e Marilda podem não chegar a uma separação amigável porque
desejos de vingança os impedem de pensar em boas soluções.
* Falta de sintonia entre pensamentos e entre pensamento e linguagem: pode
gerar, manter e ampliar graves conflitos, no plano individual e coletivo.
* Pensamento, linguagem e conflitos: os conflitos iniciam-se e cronificam pela
impossibilidade dos litigantes de lidar com mudanças.
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- Limitação do pensamento: provém do fato de ele obedecer a esquemas mentais já
estabelecidos, que conduzem à tendência de aplicar, a novas situações, soluções já praticadas
em casos semelhantes.
- Linguagem: influencia no que e como se pensa – o que passaria despercebido em
condições habituais pode ser o estopim de ou acentuar um conflito.

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