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1. Estratégias de Negociação
Por ESTRATÉGIA entende-se o plano de acção global concebido para atingir determinado número
de objectivos específicos, o qual depende de vários factores – pessoas, circunstâncias e o caso a
ser negociado. Deve ser observada a dinâmica dos elementos da equipa negociadora e, a sua
escolha necessariamente orientada em função dos pontos fortes e capacidades que permitam
atingir melhor os objectivos da equipa.
· Indulgência – estratégia de «manter a cabeça fria», quando o negociador se afasta, adia uma
resposta, não responde a uma pergunta, reúne-se em segredo ou pede tempo;
· “Fait Accompli” - «agora já não há nada a fazer» - o negociador alcança o seu objectivo contra a
oposição e depois espera para ver o que o outro lado fará;
· “Salame” - «uma fatia de cada vez» - estratégia clássica de oferta gradualmente superior até se
atingir o objectivo;
· Balanço – avaliação tendo por fim medir os ganhos e perdas obtidas até certa altura;
· Encruzilhada – o negociador pode introduzir vários temas na discussão, o que lhe permite fazer
concessões por um lado e ganhar por outro;
· Encobrimento – quando o negociador tenta evitar que a outra parte saiba onde residem as suas
fraquezas, ocultando o domínio em que considera situar-se o seu ponto fraco;
· Agência – técnica de dar ao agente da negociação apenas autoridade limitada. A outra parte,
compreendendo que o agente se acha preso a instruções para além das quais não pode assumir
compromissos, restringe as suas exigências.
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· Níveis de expediente – divisão do problema em diferentes partes, redefinindo a situação ou
reapreciando-a.
Finalmente, quando se sentir que a negociação está prestes a terminar e com sucesso, deve ser
dada à outra parte algo que para ela tem valor e em coerência com a base lógica da proposta
apresentada, devendo ficar claro que se trata de um gesto final, por forma a não serem criadas
expectativas de eventuais concessões adicionais. Uma oferta desta natureza pode ajudar a dissipar
dúvidas ainda existentes e a desbloquear o acordo. A outra parte abandonará a negociação
satisfeita e com a sensação de ter sido tratada com justiça, sentimentos estes que poderão
representar uma mais valia no momento da aplicação do acordo e em futuras negociações.
Segundo Mastenbroek (1987) o comportamento mais eficaz pressupõe uma certa firmeza e
tenacidade, sem, no entanto, fugir às concessões (Monteiro, Serrano e Rodríguez, 2010).
Numa negociação, existem situações específicas que exigem também conhecimentos técnicos
profundos para se produzir análises adequadas, e dessa forma potenciar um acréscimo de poder.
Para fortalecer as relações mútuas é necessário encontrar interesses, objectivos e acordos comuns,
o que contribui para aumentar a dependência mútua e necessariamente criar melhores condições
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para desenvolver relações mais positivas (Monteiro, 2010).
Para tal, a conduta eficaz deve situar-se no ponto intermédio entre a cooperação e a jovialidade. A
promoção de um clima construtivo abrange muitas tácticas, mas as principais têm por objectivo
evitar e neutralizar tanto o aumento, como surgimento, de tensões desnecessárias. Negociar com
dureza não deve confundir-se com uma actuação hostil, irritado ou mal-humorada (Mastenbroek,
1987). As tácticas que contribuem para a promoção de um clima construtivo são classificadas por
Mastenbroek em três categorias comportamentais: separar as pessoas do seu comportamento,
evitar tensões desnecessárias e reduzir a tensão.
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2. Métodos para encerrar uma negociação
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3. Cláusulas que devem constar do acordo negocial
5. Prazos/aplicação temporal
7. Anulação do contrato/acordo
9. Resolução de conflitos
Segundo a psicóloga clínica Olga Castanyer, existe um pacote de 7 técnicas destinadas a conduzir
uma discussão de forma assertiva:
Consiste em repetir o nosso ponto de vista uma e outra vez com tranquilidade, sem entrar em
discussões nem responder a eventuais provocações que nos possam fazer.
Consiste em dar razão ao outro naquilo que se considera que há de verdadeiro nas suas críticas,
negando-se a pessoa, por outro lado, a entrar em mais discussões, devendo-se nesta situação,
controlar o tom de voz em que se emite a resposta.
3. Adiamento Assertivo
Consiste em adiar a resposta que vamos dar à pessoa que nos criticou até nos sentirmos tranquilos
e capazes de responder corretamente.
Consiste em deslocar o cerne da discussão para a análise daquilo que está verdadeiramente a
passar-se entre duas pessoas. É como se nos afastássemos do conteúdo da nossa conversa e nos
víssemos “de fora”.
5. Técnica de Ignorar
Esta técnica é parecida com a anterior, embora, neste caso, a responsabilidade recaia
exclusivamente sobre a outra pessoa. Deve ser aplicada quando vemos o nosso interlocutor
exaltado e furioso e tememos que as suas críticas terminem num chorrilho de insultos, sem que
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nós cheguemos a ter oportunidade de nos defendermos.
É útil naquelas situações em que reconhecemos que a outra pessoa tem razão para estar
aborrecida, mas não admitimos a forma como no-lo diz.
Esta técnica é muito antiga; na realidade corresponde ao ditado “fazer do inimigo um amigo” e
nisso reside a sua grande utilidade. Consiste em “ver com bons olhos” a pessoa que nos critica e
partir do princípio que a sua crítica é bem intencionada (independentemente de realmente o ser).
5. Conclusão
O negociador é basicamente um actor e, como tal, deve ser alguém com capacidade de
comunicação, o que implica saber escutar, transmitir confiança e induzir credibilidade, deve ser
determinado na argumentação, flexível e conhecer a estrutura subjacente às expectativas da outra
parte, entrando para a negociação com uma expectativa elevada.
O argumento não decorre da opinião, dependendo do público que se pretende atingir, importando
sublinhar que:
O padrão clássico de negociação consiste em cada parte fazer ofertas que estão fora do alcance da
outra parte e depois negociar. Esta forma de negociação é ineficaz porque consome muito tempo e
energia, leva a acordos instáveis e prejudica as relações entre as partes. É negociar interesses e
não posições, separando as pessoas dos problemas, comunicando para se ser compreendido e
escutando para se entender, forçando, por outro lado, o estabelecimento de critérios objectivos,
justos e imparciais.
Assim, quando se atua não como mediador de objecto, mas como pertencente a uma das partes,
devem respeitar-se princípios conducentes à obtenção de soluções com ganhos mútuos,
implicando o acordo «winwin»/(ganhar-ganhar) e associado à negociação integrativa
(multidimensional e que proporciona maiores benefícios para ambas as partes).
“Mais vale não chegar a nenhum acordo do que obter um acordo desfavorável.”
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