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19/01/2021

LIPÍDIOS

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CLASSIFICAÇÃO DOS LIPÍDIOS


Lipídios

SIMPLES COMPOSTOS VARIADOS

Ácidos graxos Glicolipídios Esteróis


Fosfolipídios: Sesquiterpenos,
Triacilgliceróis,
- Ácido fosfatídico clorofila,
diacilgliceróis e
- Plasmalógenos carotenoides,
monoacilgliceróis
- Esfingomielinas vitaminas A, D, K, E
Ceras Lipoproteínas

(GROOPER et al., 2011; COZZOLINO; COMINETTI, 2013)

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FUNÇÕES DOS LIPÍDIOS


1. Armazenamento e fornecimento de energia;
2. Elementos de construção – componentes das membranas biológicas
e atuam se ligando e modificando muitas proteínas;
3. Hormônios e mensageiros intracelulares;
4. Gordura estrutural – mantém os órgãos corpóreos e os nervos em
posição e os protegem contra lesões traumáticas e choque;
5. Isolamento térmico;
6. Digestão, absorção e transporte de substâncias;
7. Regulação do esvaziamento gástrico e das secreções biliares e
pancreáticas;
8. Textura, sabor, aspectos nutricionais e densidade calórica dos
alimentos.
(COZZOLINO; COMINETTI, 2013)

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ÁCIDOS GRAXOS

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ÁCIDOS GRAXOS
Classificação e estrutura

AG (GROOPER et al., 2011)

SATURADOS MONOINSATURADOS POLI-INSATURADOS TRANS

Molécula sem dupla Molécula com duas ou


Molécula com dupla Molécula com
ligação entre átomos mais duplas ligações
ligação entre átomos de ramificações inversas.
de carbono. entre átomos de
carbono.
carbono.
Origem animal e Geralmente de
Origem animal e vegetal. Origem animal animal e
vegetal. origem industrial
vegetal.

Pode ou não Pode apresentar efeitos Pode apresentar efeitos


favoráveis sobre TG e Aumenta CT, elevando
apresentar efeito favoráveis sobre TG e
HDL-c. LDL e diminuindo HDL
cardioprotetor. HDL-c.

Óleo de coco, óleo Azeite de oliva, castanha Peixe, óleo de linhaça, Salgadinhos, sorvetes,
de palma, carnes, de caju, abacate, óleo de óleo de canola, margarina, cookies.
manteiga. palma. arenque.

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ÁCIDOS GRAXOS
Estrutura e Nomenclatura

Sistema Δ
Ácido linoleico
Número de ligações
duplas existentes

18:2Δ9,12 Átomos de carbono onde


a ligação dupla tem
início a partir da ponta
COOH
Número de átomos na
cadeia de carbono

(GROOPER et al., 2011)

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ÁCIDOS GRAXOS
Estrutura e Nomenclatura
Sistema ω
Ácido linoleico
Carbono 12
Número de ligações
Carbono 6
duplas existentes

18:2 ω-6 Localização da primeira


ligação dupla a partir da
Carbono 9 ponta metil da cadeia
Carbono 9
Número de átomos na
Extremidade do cadeia de carbono
metil
Extremidade do
carboxil
(GROOPER et al., 2011)

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ÁCIDOS GRAXOS ESSENCIAIS


Ácido linoleico

Ácido linoleico (18:2 n-6)

Ácido ɣ-linoleico (18:3 n-6)

Ácido eicosatrienoico (20:3 n-6)

Ácido araquidônico (20:4 n-6)

(GROOPER et al., 2011)

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ÁCIDOS GRAXOS ESSENCIAIS


Ácido alfa linolênico

Maior componente da
membrana fosfolipídica
em alguns tecidos
(MOZAFFARIAN et al., 2011)

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ÔMEGA 3
Efeitos na saúde

1. Ação anti-inflamatória;
2. Ação antioxidante;
3. Modulador da microbiota
intestinal.

Proteção Cardiovascular

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ÔMEGA 3
Ação anti-inflamatória

(CALDER et al., 2017)

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ÔMEGA 3
Ação antioxidante

(COMINETTI et al., 2017)

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ÔMEGA 3
Relação com a microbiota

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ÔMEGA 3
Efeitos nos vasos sanguíneos

1) Aumento da disponibilidade de óxido nítrico;

2) Atividade antioxidante;

3) Redução da endotelina 1;

4) Aumento da secreção de adiponectina pelo TA;

5) Redução da inflamação endotelial e de mediadores pró-inflamatórios e moléculas de

adesão;

6) Melhora do perfil lipídico (↓ síntese de VLDL no fígado, ↑ do clearance de TG)

(COLUSSI et al., 2017; WATTANABE; TATSUNO, 2017)

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A suplementação com ômega 3 é eficaz


na proteção cardiovascular?

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 Os efeitos na pressão arterial parecem


ser mais pronunciados em indivíduos
com hipertensão;
 Em indivíduos normotensos, parece não
ter efeito protetor adicional;
 O efeito parece não ser dose-
dependente;
 Ainda estamos longe de definir tempo,
dose, indivíduos mais responsivos e o
quanto o Ômega 3 realmente é
efetivo na proteção cardiovascular.

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 A suplementação com ômega 3 foi associada a uma modesta redução na


mortalidade por doenças cardiovasculares (8% na análise primária);
 Seu uso como coadjuvante no tratamento de indivíduos com doenças cardiovasculares
na prevenção da mortalidade é recomendado;
 Em particular, destaca-se o baixo risco de efeitos adversos com o uso de ômega 3;
 Nesses pacientes, uma pequena melhora clínica é significativa;
 A suplementação parece ter maior efeito em estudos que utilizaram doses >1 g/dia
de EPA + DHA e em grupos de risco.

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ÔMEGA 3
Risco cardiovascular

(SBC, 2019)

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Ingesta de grasas trans; situación em españa

RIOBÓ; BRETON
Nutrición Hospitalaria, 2014

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Introdução

Ácidos graxos trans (AGt) são aqueles


que possuem pelo menos uma dupla
ligação de configuração trans

Encontram-se naturalmente e também


podem ser formados por hidrogenação
catalítica

A hidrogenação permite obter gorduras


semissólidas de interesse tecnológico

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Introdução

A configuração trans aumenta o ponto de fusão, muda a


polaridade e modifica as propriedades espectrométricas dos
ácidos graxos

Redução significativa da
fluidez das membranas e
comprometimento de
atividades enzimáticas
associadas a estas.

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Recomendações Nutricionais

 A Organização Mundial de Saúde


recomenda que o consumo de AGt
não ultrapasse 1% da ingestão
energética total;

 A Food and Drug


Administration recomenda
redução mais reduzida
possível.

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Formação dos Ácidos Graxos

 São produzidos por Bioidrogenação “ruminal”;

 Hidrogenação industrial;

 Tratamentos térmicos.

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Formação dos Ácidos Graxos

Biohidrogenação Ruminal

 Ação de enzimas na flora intestinal do rúmen sobre os


ácidos graxos da dieta;

 Ácidos graxos trans produzidos se distribuem no tecido


mamário e são excretados através do leite;

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Glândula
Rúmen
Mamária

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Formação dos Ácidos Graxos

Hidrogenação Industrial

 Produção de ácidos graxos sólidos e semissólidos menos


suscetíveis à oxidação, a partir de ácidos graxos insaturados
de azeites vegetais;

 Técnica consiste na introdução de gás hidrogênio sob condições


de temperatura, pressão e presença de metal catalisador.

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Formação dos Ácidos Graxos

Tratamento Térmico

 Os tratamentos térmicos produzem isômeros geométricos e poucos


isômeros posicinais.

 A 150º C inicia a formação de AGt e aumenta significativamente a


temperatura superiores a 220º.

A temperatura de fritura não deve ultrapassar os 180º

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Fontes dos Ácidos Graxos

3 a 6%

• As bactérias das carnes transformam os


AGcis em AGtrans
• Hidrogenação parcial das gorduras e
quando estas são submetidas a altas
temperaturas

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Fontes dos Ácidos Graxos


Alimentos preparados c/ gordura
hidrogenada
• Ex: produtos de pastelaria, massas,
hamburguers, batata fritas, etc.

Processos tecnológicos mais


modernos
• Atualmente

“Por conta do colesterol e AGtrans da manteiga”

• Risco Cardiovascular

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Fontes dos Ácidos Graxos

 FERNANDO JUAN, 2009.


• Mostrou que as maiores fontes de AGtrans em produtos
comerciais são fast foods, bolos, biscoitos e sopas hidrogenadas;

 BURDASPAL et al., 2010.


• Pesquisou o conteúdo de AGtrans de 99 alimentos
industrializados e demonstrou que maior parte estava com baixo
teor, 15% estavam superiores a 0,5/100 g e 6% superiores a
1/100 g;

 GRIGUOL; VICARIO, 2010.


• As margarinas continham 10% de AGtrans nos anos 80 e 90,
passando a ter 8,87% no ano 2000 e 2,5% em 2003;

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Fontes dos Ácidos Graxos

Consumo de AGtrans na Europa não era preocupante

Consumo de 5,4 g/dia na


Projeto AGtrans em 14 Irlanda e 1,5
TRANSFAIR países Europeus g/dia na Grécia
e Itália

Nos EUA
O mundo entrou em alerta sobre o consumo • 3-4 g/dia
exagerado de AGtrans e vem promovendo diversas
maneiras de minimizar essas substâncias em produtos No Reino Unido
industrializados. • 0,8-1 g/dia

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Efeitos sobre a Saúde

• Aumento de 2% de energia proveniente de AGt


aumenta significativamente o risco para DCV (23%);
• Aumento entre 2,8 g/dia a 10 g/dia pode aumentar
em 22% o risco de eventos coronarianos e em 24% os
eventos fatais.

Efeitos sobre o metabolismo das lipoproteínas e inflamação

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Efeitos sobre a Saúde

LDL
Inflamação

AGt
Danos ao Endotélio
Inflamação
HDL

Aterosclerose

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Efeitos sobre a Saúde

Controvérsias sobre os AGt provenientes de produtos lácteos x alimentos


ultraprocessados

Efeitos sobre o metabolismo das lipoproteínas

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Efeitos sobre a Saúde

Resistência à Insulina

• Correlação positiva entre a ingestão de AGt e o risco de desenvolver


diabetes tipo 2.
Nurses Health Study

Câncer

• Risco de câncer de mama e próstata;


• Ainda não existem evidencias científicas que comprovem a relação entre a
ingestão de AGt e o surgimento de câncer.

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Estado Atual da Legislação e Recomendações


de Ingestão

Evitar a ingestão de gorduras trans

Recomendações da OMS:
Até 2% do VET (2 g/d em uma dieta de 2000 kcal)

Limitações da Rotulagem:
• EUA (<0,5 g – não obrigatório);
• NY e Califórnia – limitação no uso de gorduras trans em
restaurantes (<0,5 g/porção);
• FDA – Consideraram AGt como aditivos, a partir de
11/2013;
• MERCOSUL – Tem realizado ações para reduzir o consumo;
• Europa – Recomendação de reduzir o consumo tanto quanto
possível;
• Dinamarca – Proibiu a presença de >2% de AGt nos
alimentos → ↓60% mortalidade por DCV.

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Conclusões

• A ingestão de AGt está associada ao maior risco de doenças


cardiovasculares;
• Não existem informações suficientes que possam diferenciar os efeitos
das fontes distintas de AGt (animal ou vegetal) sobre o risco de
doenças crônicas;
• Diversos países têm procurado reduzir o consumo de AGt por meio de
legislação específica e mudanças nos processos tecnológicos de
indústrias de alimentos;
• Na Espanha, a ingestão de AGt não constitui um problema de saúde
pública atualmente (inferior a 1%/dia).

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TRIGLICERÍDEOS
Estrutura

Ligação Éster
Molécula de
Podem ser liberados na forma
Glicerol
livre (FFA ou AGL/AGNE) e ser
H O encaminhados para a oxidação

H C O C Ácido Graxo
O

H C O C Ácido Graxo
O
Símbolo do TG

H C O C Ácido Graxo

H
(GROOPER et al., 2011)

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METABOLISMO LIPÍDICO
Metabolismo dos TG no fígado

(ALVES-BEZERRA; COHEN, 2017).

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METABOLISMO LIPÍDICO
Metabolismo dos TG no fígado

(ALVES-BEZERRA; COHEN, 2017).

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METABOLISMO LIPÍDICO
Metabolismo dos TG no fígado

(ALVES-BEZERRA; COHEN, 2017).

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METABOLISMO LIPÍDICO
Alterações metabólicas que favorecem eventos
cardiovasculares

Adaptado de Faludi et al. (2017)


(SEVERO; MARREIRO, 2018; EBBERT; JENSEN, 2013; KLOP et al., 2013).

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METABOLISMO LIPÍDICO
Transporte e metabolismo hepático dos AG

(ALVES-BEZERRA; COHEN, 2017).

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METABOLISMO LIPÍDICO
Transporte e metabolismo hepático dos AG

(ALVES-BEZERRA; COHEN, 2017).

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METABOLISMO LIPÍDICO
Transporte e metabolismo hepático dos AG

(ALVES-BEZERRA; COHEN, 2017).

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