O documento discute as normas constitucionais, classificando-as em formais e materiais, e descrevendo suas características como superioridade hierárquica, natureza política dupla e linguagem específica. Também aborda as finalidades das normas constitucionais como organização do Estado, definição de direitos e programas estatais, além de estruturas como normas-regra, princípios e postulados, e aspectos da eficácia como aplicabilidade, efetividade e classificações tradicionais e modernas.
O documento discute as normas constitucionais, classificando-as em formais e materiais, e descrevendo suas características como superioridade hierárquica, natureza política dupla e linguagem específica. Também aborda as finalidades das normas constitucionais como organização do Estado, definição de direitos e programas estatais, além de estruturas como normas-regra, princípios e postulados, e aspectos da eficácia como aplicabilidade, efetividade e classificações tradicionais e modernas.
O documento discute as normas constitucionais, classificando-as em formais e materiais, e descrevendo suas características como superioridade hierárquica, natureza política dupla e linguagem específica. Também aborda as finalidades das normas constitucionais como organização do Estado, definição de direitos e programas estatais, além de estruturas como normas-regra, princípios e postulados, e aspectos da eficácia como aplicabilidade, efetividade e classificações tradicionais e modernas.
As normas constitucionais, em relação ao conteúdo, são classificadas em formais e
materiais. Nesse sentido, as normas formais são veiculadas no texto constitucional independentemente de sua natureza, enquanto as normas materiais possuem natureza essencialmente constitucional independentemente de veiculação no texto constitucional.
1.2 – Características
As normas constitucionais possuem superioridade hierárquica formal, natureza política
dúplice e conteúdo e linguagem específicos. A superioridade hierárquica formal garante que as atividades estatais legislativa, executiva e judiciaria sejam parametrizadas pela Constituição. A natureza política dúplice consiste na dupla função de legitimação e limitação do poder político. O conteúdo específico consiste na finalidade básica de organização do Estado e garantia de direitos enquanto a linguagem específica consiste no alto grau de abertura e baixo grau de densidade das normas, que tem os valores constitucionais concretizados pelo interprete.
2 – Finalidade das normas constitucionais
2.1 – Disposições gerais
As normas constitucionais, em relação à finalidade, são classificadas em normas de
organização, normas definidoras de direitos e normas programáticas.
2.2 – Normas de organização
As normas constitucionais de organização têm a finalidade de organização territorial e
funcional do Estado. A organização territorial consiste na divisão vertical do exercício do poder político entre os entes federativos, formas de Estado, enquanto a organização funcional consiste na divisão horizontal do poder entre órgãos, funções do Estado. Nesse sentido, o Estado é organizado inicialmente pela incidência da divisão vertical e posteriormente pela horizontal.
2.3 – Normas definidoras de direitos
As normas definidoras de direitos têm a finalidade de intervenção do Estado na ordem
político-social, afirmando direitos, prescrevendo garantias e disponibilizando remédios. A afirmação dos direitos caracteriza o primeiro momento de consubstanciação da norma, enquanto a prescrição das garantias e a disponibilização dos remédios nos segundo e terceiro momentos, respectivamente. Nesse sentido, todo direito afirmado possui uma garantia prescrita que o assegura e toda garantia possui um remédio disponibilizado que a torna eficaz. (liberdade de locomoção, direito de propriedade; formalidades da prisão provisória, desapropriação por interesse público; habeas corpus, mandado de segurança)
2.4 – Normas programáticas
As normas programáticas têm a finalidade de prescrever programa de atuação estatal
na ordem econômica e social.
3 – Estrutura das normas constitucionais
3.1 – Norma regra
A norma regra consiste na estrutura formada por antecedente descritivo do fato e
consequente prescritivo de conduta, com fundamento nos modais deônticos de obrigação, permissão ou proibição, e retira seu fundamento de validade em norma diversa. A aplicação da norma regra possui natureza concreta monofuncional, mediante subsunção da norma ao fato, que produz efeitos determinados no tempo e no espaço.
3.2 – Norma princípio
A norma princípio consiste na consagração de um valor fundamental do ordenamento
jurídico e retira seu fundamento de validade do próprio conteúdo. A aplicação da norma princípio possui natureza informativa e influenciadora plurifuncional, mediante fenomenologia da incidência na produção, interpretação e aplicação, com efeitos restritos ao núcleo essencial.
3.3 – Postulados normativos
Os postulados normativos, segundo Humberto Bergman Ávila, são definidos como
metanorma, ou norma de segundo grau, que definem a forma de aplicação das normas constitucionais. (provas subjetivas)
4 – Eficácia das normas constitucionais
4.1 – Disposições gerais
A eficácia, com fundamento na teoria dos planos jurídicos, consiste na aptidão
potencial para a produção de efeitos das normas constitucionais. Nesse sentido, a aplicabilidade e a efetividade surgem como qualidades da eficácia para a aplicação concreta e efetiva da norma. A aplicabilidade, segundo José Afonso da Silva, consiste na qualificação da eficácia com base na realizabilidade da norma, mediante adaptabilidade ao caso concreto, enquanto a efetividade, segundo José Roberto Barroso, consiste na qualificação com base no cumprimento efetivo da norma pela sociedade, também abordada por Hans Kelsen como eficácia social.
4.2 – Doutrina clássica
A eficácia das normas constitucionais é classificada pela doutrina tradicional em
normas auto-aplicáveis e normas não auto-aplicáveis, com base na necessidade de interposição legislativa para aplicação concreta.
4.3 – Doutrina moderna
A eficácia das normas constitucionais é classificada pela doutrina moderna em plena,
contida e limitada, com base na ausência de auto-aplicabilidade e de não auto-aplicabilidade absolutas, em virtude do fenômeno da contenção de eficácia e dos efeitos revogatório e inibitório. As normas de eficácia plena possuem aplicabilidade direta, integral e imediata. As normas de eficácia contida possuem aplicação direta, restrita e imediata. E as normas de eficácia limitada possuem aplicação indireta, integral e mediata, podendo declarar os princípios institutivo ou organizatório e programático.
4.4 – Doutrina contemporânea
A doutrina contemporânea busca evitar a violação a direito fundamental pela ausência
de interposição legislativa, garantida a prevalência da efetivação concreta sobre a classificação abstrata com base na prestação cabível, na ponderação de interesses, no mínimo existencial e na reserva do possível. (Constitucionalização do direito, Virgílio Afonso Silva; Desenvolvimento e Efetivação das Normas Constitucionais, Sérgio Fernando Moro; ADPF 45; medicamento para hipossuficientes; obrigação de fazer estado)