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Bananal - SP
2020
UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
Bananal - SP
2020
SILVA, Ana Caroline; GARCIA, Caroline; LOPES, Civa; LESSA, Luciana; FORTES,
Monique; RIBEIRO, Rosana; MEDEIROS, Tuane. Construção de um jogo de memória para
alfabetização. 18f. Relatório Técnico-Científico. Pedagogia – Universidade Virtual do Estado
de São Paulo. Tutor: Róbinson Portilla Erazo. Polo Bananal, 2020.
RESUMO
Este projeto aborda a importância do uso de jogos e brincadeiras na educação infantil, disposto
a compreender e apresentar contribuições no processo de desenvolvimento da alfabetização. O
objetivo é alfabetizar através de brincadeiras e jogos tornando a alfabetização mais proveitosa
para a criança, transformando o processo de alfabetização. Como abordagem bibliográfica, o
estudo possui embasamento teórico apoiado nas teorias de Vygotsky, Paulo Freire, Bakhtin, entre
outros autores que fundamentam esse assunto. Nas escolas, o jogo é uma maneira de apresentar
às crianças um ambiente de aprendizado prazeroso, motivador e delineado, com possibilidade de
aprender em várias habilidades. O jogo tem o papel de favorecer paras as crianças o
desenvolvimento de seus conhecimentos científicos, propiciando a experiência de situações reais
e imaginárias, propondo desafios e instigando-as a buscar soluções para os problemas presentes
durante o jogo, fazendo com que elas pensem, troquem ideias e tomem decisões. Apresentar
gêneros textuais como jogos para a sala de aula é uma forma diferente de valorizar aspectos da
alfabetização, para que possamos trabalhar a leitura, a escrita, a oralidade, a interpretação e a
produção de textos de maneira encantadora.
1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................................1
2. DESENVOLVIMENTO.........................................................................................................3
2. 1. Problema e objetivos..............................................................................................................3
2. 2. Justificativa............................................................................................................................4
2. 3. Fundamentação teórica ..........................................................................................................5
2. 4. Aplicação das disciplinas estudadas no Projeto Integrador ..................................................7
2. 5. Metodologia ..........................................................................................................................9
3. CONSIDERAÇÕES FINAL.................................................................................................12
REFERENCIAS .......................................................................................................................13
1. INTRODUÇÃO
O brincar faz parte da vida de toda criança, ou deveria fazer, é brincando que elas se
desenvolvem socialmente, fisicamente e cognitivamente. Os jogos e as brincadeiras por tempos
tem sido parte da vivencia de todos nós. Mas agora como nunca, tem sido um grande aliado no
processo ensino-aprendizagem da criança, principalmente na parte de alfabetização e letramento.
A criança já está inserida em um mundo de experiências de aprendizagem adquiridas por si só,
quando tem oportunidade de se relacionar com outras pessoas. Quando chega na escola carrega
consigo muito conhecimento alcançado por suas experiências visuais, auditivas, jogos,
brincadeiras, conversas, passeios, contatos, brinquedos que vão exercer uma influência muito
grande no seu processo de aprendizagem. (DUTRA R, L)
Com isso vale pensar e repensar as práticas pedagógicas de cada um como docente,
porque durante o ato de alfabetizar a criança se depara com muitas atrações que são as letras,
palavras, textos, frases que facilmente será assimilado se ela puder participar ativamente do seu
aprendizado, transformando este ato com mais significado.
O tema do projeto integrador III é “Construindo Brinquedos e Brincadeiras” para os anos
inicias do Ensino Fundamental articulado com as disciplinas Alfabetização e Letramento I e Arte
e Música na educação, onde foi estudado diferentes textos e artigos evidenciando a importância
do brincar para o desenvolvimento da criança em todos os aspectos: motor, cognitivo e social.
Os estudos sobre alfabetização demonstram que brinquedos e brincadeiras quando usados com
intenção didática, sistematizados dentro de um projeto planejado pata tal, proporcionam à criança
a oportunidade de ser agente ativo da construção de seu conhecimento.
Neste contexto, o projeto tem relevância para a atualidade, pois promove a reflexão sobre
a importância do alfabetizar brincando. O trabalho foi realizado na escola municipal EMEIF
Prof. Zenóbia de Paula Ferreira, com a turma de Ensino Fundamental I, na cidade de Bananal,
estado de São Paulo. Para isso, foi desenvolvida uma pesquisa qualitativa, com entrevista
realizada com a professora da turma. De acordo com as respostas obtidas pode-se analisar quais
brinquedos e brincadeiras são usados para alfabetizar, como são usados, se fazem parte do
currículo, se são construídos junto com os alunos ou apresentados prontos. Pretende-se
desenvolver neste projeto um jogo da memória para construção junto com os alunos - associação
de figuras com palavras - valorizando a experiência do “fazer junto" onde todos, inclusive o
professor, estejam envolvidos no processo de aprendizagem além de promover o raciocínio
lógico e memorização, comunicação e sociabilidade, pois eles vão levar para a casa para poder
jogar com a família e assim depois falarem para a turma como foi em uma roda.
Diante do exposto o principal objetivo do projeto é alfabetizar através de brincadeiras e
jogos tornando a alfabetização mais proveitosa para a criança, como um jogo da memória,
transformando o processo de alfabetização, onde o aluno não irá só brincar, mas também
participar da formulação da brincadeira, interagindo com seu professor, com seus colegas e
resolvendo problemas. O aluno deixará se ser agente passivo no processo de ensino-
aprendizagem e passará a ser agente ativo, descobrindo novas possibilidades e novos desafios.
2. DESENVOLVIMENTO
Nos dois primeiros anos do Ensino Fundamenta l, a ação pedagógica deve ter como
foco a alfabetização, a fim de garantir amplas oportunidades para que os alunos se
apropriem do sistema de escrita alfabética de modo articulado ao desenvolvimento de
outras habilidades de leitura e de escrita e ao seu envolvimento em práticas
diversificadas de letramentos. (BRASI L, BNCC, pág. 59)
Nesse sentido, alfabetizar é promover uma condição ao sujeito que, pelas possibilidades
de compreender, torna-se senhor de sua própria linguagem. (COLELO, Pág. 4)
Quando Paulo Freire fala sobre a leitura do mundo considera-se que, ele trata do ambiente
sociocultural que o indivíduo está inserido e as experiências que ele possui, influem diretamente
em seu aprendizado mediada pela linguagem. Em sua teoria ele assinala a importância da
valorização dos saberes dos alunos no planejamento de práticas pedagógicas.
Ensinar a ler e escrever é muito mais que ensinar a desenhar as palavras. Na concepção
sócio cultural de Vygotsky os indivíduos aprendem na relação com o outro, em um contexto
histórico, usando principalmente a linguagem como instrumento de mediação. O sujeito aprende
nas práticas interativas e nesse processo alavanca todo seu desenvolvimento.
De acordo com Vygotsky para ensinar a língua escrita é preciso situar o aprendizado em
um contexto que faça sentido ao sujeito que aprende. A criança nasce e cresce em um universo
letrado e apreende os usos da língua escrita nas relações com este mundo. Através de brincadeiras
e desenhos a criança desenvolve funções simbólicas e se dá conta que é possível “desenhar a
fala”, momento de um grande salto qualitativo em seu processo cognitivo.
Martins (2013.p168), esclarece:
O atual projeto integrador é pensado e está sendo elaborado com bases nas disciplinas
estudadas até o momento neste bimestre. Pode-se ressalvar a importância de observar as crianças
e conhecer a cultura em que ela está inserida para melhor compreender sua maneira de adquirir
e criar novos conhecimentos, como também conhecer suas dificuldades.
O momento de alfabetização acontece muito antes da criança ser inserida no contexto
escolar, seu contato com as letras e palavras acontece desde o seu nascimento ao ouvir as
primeiras vozes ao seu redor, e ao decorrer da sua infância em contato com a sociedade no seu
cotidiano, com os textos, imagens e músicas. Ainda que ela não tenha compreensão, tudo ao seu
redor já está sendo parte da sua formação.
Na escola ela leva sua pequena e discreta bagagem, para abrir seus conhecimentos, é na
escola com a orientação do professor que ela vai começar a descobrir os sentidos de todas as
informações que ela já possui.
Por um extenso período de tempo as crianças foram consideradas mini adultos, ninguém
acreditava que elas eram capazes de aprender e muito menos de criar conhecimentos. Ninguém
considerava ou via possibilidades que aqueles “rabiscos” fossem uma maneira de aprender, de
se expressar e construir novas maneiras de aprender, menos ainda que a música poderia fazer
parte de um Projeto Pedagógico, tendo em vista que ela era utilizada somente em momentos de
recreação. Os desenhos na educação infantil eram considerados somente traços e riscos sem
nenhum significado. O modelo tradicional de educação, limitava a arte de desenhar em apenas
contornar traçados de linhas, colorir desenhos prontos ou tentar reproduzir uma obra de arte de
um artista famoso, o que as crianças é claro, não tinham habilidades para fazê-lo.
Segundo Rosa Iavelberg, no século XIX com a ideia de arte/educação modernista o
desenho das crianças passaram a fazer parte da rotina escolar e a despertara o interesse dos
professores e estudiosos da educação infantil.
Os desenhos das crianças passam a serem abrangidos como uma forma de expressão e
criatividade, descobrindo materiais e novas maneiras de fazer arte, onde sua maturidade artística
acontecerá automaticamente. As cópias passam a serem vistas como um método que barra a
criatividade e limita as crianças apenas a reprodução, dando a elas uma ideia pronta do que é
belo e artístico, do que é certo ou errado. Mas nem todos os escritores da época ampararam esse
novo método, o arte/educador norte-americano Elliot Eisner, acredita que se essa maturidade
acontecesse automaticamente, então ao professor caberia apenas observar e suprir de materiais
as crianças para que elas se desenvolvessem artisticamente.
Apesar disso, os dois tem razão, e as crianças necessitam tanto de espaço, como de crédito
para criarem e se expressarem, para produzirem conhecimento, do mesmo modo, que com o
passar do tempo precisarão conhecer artes nomeadas e técnicas para que possam aperfeiçoar suas
habilidades. É de grande valor que a criança tenha liberdade de criar sua arte, seja em um
desenho, em uma música, em uma dança, um jogo, todo o corpo e mente das crianças estão em
desenvolvimento e ela é capaz de aprender, descobrir e de desenvolver- se em contato com a
arte, por tanto nesta faze da infância, o lúdico pode ser um bom aliado na hora de ensinar e
aprender
2.5. Metodologia
Objetivo (s): criar na criança alegria e interação levando-as a terem desejo de aprender
e caminhar nessa jornada escolar na busca pela escrita e leitura, além de exercitar o trabalho em
grupo, respeitando a vez de cada amiguinho, valorizando as diferentes contribuições da turma.
Material necessário:
Lousa ou quadro negro;
Cartolina ou folhas em branco;
Lápis de cor ou giz de cera.
Desenvolvimento:
1. O Professor propõe uma brincadeira para todos fazerem juntos.
2. Pergunta aos alunos nomes de frutas que eles mais gostam.
3. Anota os nomes na lousa com o cuidado de anotar 2 nomes com cada letra:
Exemplos: maçã e mamão, laranja e limão, etc.
OBS: Nessa etapa as crianças já tem algum conhecimento de linguagem e conseguem
distinguir uma palavra de outra pelo começo e fim.
4. Depois, o professor agrupa as crianças em 4 grupos de 5 pois são 20 alunos,
distribui 2 cartões para cada aluno e pede que escolham uma fruta para desenhar
em um cartão e copiar o nome no outro cartão.
5. Ao final teremos montados 2 jogos com 10 nomes e 10 desenhos cada um.
6. O professor separa os alunos em 2 grupos de 10 cada e as crianças começam a
jogar.
7. Os cartões ficam todos virados com os nomes e desenhos para baixo, cada criança
vira 2 cartões e tenta formar o par memorizando os lugares a cada jogada.
8. Cada vez que um par é formado, os cartões são retirados do jogo até q os cartões
acabem.
OBS: Nesse momento as crianças q tem uma percepção um pouco mais avançada
da linguagem podem ajudar os colegas e o aprendizado vai se construindo nessa
interação mediada pelo lúdico.
A figura 1 mostra o exemplo de como será jogo da memória com frutas:
Concluiu-se a partir desse estudo que por meio de jogos e brincadeiras, é possível
contribuir com a construção de diversas aprendizagens, sejam relacionadas a conteúdos pré-
estabelecidos ou sociais, de maneira prazerosa e benéfica para as crianças. A cooperação mútua
que ocorre durante as atividades lúdicas contribui de forma expressiva para a construção da
socialização, principalmente nesta faixa etária, sendo a Educação Infantil uma etapa de ensino
com objetivos humanos e sociais. Procurou-se alcançar todos os objetivos propostos e com
oportunidade de aprofundar os conhecimentos na real importância dos jogos, música, artes e
brincadeiras na Educação Infantil. A finalidade não foi encontrar receitas prontas, mas sim
refletir e incentivar práticas pedagógicas envolvendo a ludicidade na busca de uma escola
formadora de cidadãos, contribuindo na constituição social de seus alunos. A partir da ação
brincar as crianças aprendem agir, ao brincar, as crianças não estão apenas descobrindo o espaço
à sua volta, mas também desenvolvendo suas próprias identificações representando assim sua
realidade e suas experiências adquiridas, pois acabam expressando seus sentimentos, emoções,
imaginação, fantasia, atenção, concentração e a logica, além de outros inúmeros benefícios para
o desenvolvimento até sua adolescência. Percebe-se também que interagindo com os colegas em
sala de aula o aluno tem facilidade em aprender, visto que se comunicam entre eles e tentam
resolver a brincadeira, trocando experiências e ideias. Além disso, o professor passa a ter um
melhor relacionamento com a turma, já que a aula passa a ser mais interativa e divertida.
REFERÊNCIAS
FREIRE, Paulo. 1996. Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São
Paulo: Paz e Terra.
VYGOTSKY, Lev. Semenovich. Uma Educação Dialética. Revista Viver Mente e Cérebro.
Educação memória da Pedagogia.
VYGOTSKY, L. S. 1991. A Formação Social da Mente. Livraria Martins Fontes. Ed. LTDA,
4ª Edição, São Paulo.