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UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

Ana Caroline Guimarães Mariano da Silva


Caroline da Silva Garcia
Civa Guimarães Valim Lopes
Luciana Moreira Lessa
Monique Silva Fortes
Rosana Aparecida Foster Ribeiro
Tuane Monteles Medeiros

Construção de um jogo da memória para a alfabetização

Vídeo do Projeto Integrador

https://youtu.be/pKUERlvYwIg

Bananal - SP
2020
UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

Construção de um jogo da memória para a alfabetização

Relatório Técnico - Cientifico apresentado na


disciplina de Projeto Integrador para o curso de
Pedagogia da Universidade Virtual do Estado de São
Paulo (UNIVESP).

Bananal - SP
2020
SILVA, Ana Caroline; GARCIA, Caroline; LOPES, Civa; LESSA, Luciana; FORTES,
Monique; RIBEIRO, Rosana; MEDEIROS, Tuane. Construção de um jogo de memória para
alfabetização. 18f. Relatório Técnico-Científico. Pedagogia – Universidade Virtual do Estado
de São Paulo. Tutor: Róbinson Portilla Erazo. Polo Bananal, 2020.

RESUMO

Este projeto aborda a importância do uso de jogos e brincadeiras na educação infantil, disposto
a compreender e apresentar contribuições no processo de desenvolvimento da alfabetização. O
objetivo é alfabetizar através de brincadeiras e jogos tornando a alfabetização mais proveitosa
para a criança, transformando o processo de alfabetização. Como abordagem bibliográfica, o
estudo possui embasamento teórico apoiado nas teorias de Vygotsky, Paulo Freire, Bakhtin, entre
outros autores que fundamentam esse assunto. Nas escolas, o jogo é uma maneira de apresentar
às crianças um ambiente de aprendizado prazeroso, motivador e delineado, com possibilidade de
aprender em várias habilidades. O jogo tem o papel de favorecer paras as crianças o
desenvolvimento de seus conhecimentos científicos, propiciando a experiência de situações reais
e imaginárias, propondo desafios e instigando-as a buscar soluções para os problemas presentes
durante o jogo, fazendo com que elas pensem, troquem ideias e tomem decisões. Apresentar
gêneros textuais como jogos para a sala de aula é uma forma diferente de valorizar aspectos da
alfabetização, para que possamos trabalhar a leitura, a escrita, a oralidade, a interpretação e a
produção de textos de maneira encantadora.

PALAVRAS-CHAVE: Jogos. Letramento. Alfabetização. Memória.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1– JOGO DE MEMÓRIA COM FRUTAS PARA ALFABETIZAÇÃO…...............................11


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................................1
2. DESENVOLVIMENTO.........................................................................................................3
2. 1. Problema e objetivos..............................................................................................................3
2. 2. Justificativa............................................................................................................................4
2. 3. Fundamentação teórica ..........................................................................................................5
2. 4. Aplicação das disciplinas estudadas no Projeto Integrador ..................................................7
2. 5. Metodologia ..........................................................................................................................9
3. CONSIDERAÇÕES FINAL.................................................................................................12
REFERENCIAS .......................................................................................................................13
1. INTRODUÇÃO

O brincar faz parte da vida de toda criança, ou deveria fazer, é brincando que elas se
desenvolvem socialmente, fisicamente e cognitivamente. Os jogos e as brincadeiras por tempos
tem sido parte da vivencia de todos nós. Mas agora como nunca, tem sido um grande aliado no
processo ensino-aprendizagem da criança, principalmente na parte de alfabetização e letramento.
A criança já está inserida em um mundo de experiências de aprendizagem adquiridas por si só,
quando tem oportunidade de se relacionar com outras pessoas. Quando chega na escola carrega
consigo muito conhecimento alcançado por suas experiências visuais, auditivas, jogos,
brincadeiras, conversas, passeios, contatos, brinquedos que vão exercer uma influência muito
grande no seu processo de aprendizagem. (DUTRA R, L)
Com isso vale pensar e repensar as práticas pedagógicas de cada um como docente,
porque durante o ato de alfabetizar a criança se depara com muitas atrações que são as letras,
palavras, textos, frases que facilmente será assimilado se ela puder participar ativamente do seu
aprendizado, transformando este ato com mais significado.
O tema do projeto integrador III é “Construindo Brinquedos e Brincadeiras” para os anos
inicias do Ensino Fundamental articulado com as disciplinas Alfabetização e Letramento I e Arte
e Música na educação, onde foi estudado diferentes textos e artigos evidenciando a importância
do brincar para o desenvolvimento da criança em todos os aspectos: motor, cognitivo e social.
Os estudos sobre alfabetização demonstram que brinquedos e brincadeiras quando usados com
intenção didática, sistematizados dentro de um projeto planejado pata tal, proporcionam à criança
a oportunidade de ser agente ativo da construção de seu conhecimento.
Neste contexto, o projeto tem relevância para a atualidade, pois promove a reflexão sobre
a importância do alfabetizar brincando. O trabalho foi realizado na escola municipal EMEIF
Prof. Zenóbia de Paula Ferreira, com a turma de Ensino Fundamental I, na cidade de Bananal,
estado de São Paulo. Para isso, foi desenvolvida uma pesquisa qualitativa, com entrevista
realizada com a professora da turma. De acordo com as respostas obtidas pode-se analisar quais
brinquedos e brincadeiras são usados para alfabetizar, como são usados, se fazem parte do
currículo, se são construídos junto com os alunos ou apresentados prontos. Pretende-se
desenvolver neste projeto um jogo da memória para construção junto com os alunos - associação
de figuras com palavras - valorizando a experiência do “fazer junto" onde todos, inclusive o
professor, estejam envolvidos no processo de aprendizagem além de promover o raciocínio
lógico e memorização, comunicação e sociabilidade, pois eles vão levar para a casa para poder
jogar com a família e assim depois falarem para a turma como foi em uma roda.
Diante do exposto o principal objetivo do projeto é alfabetizar através de brincadeiras e
jogos tornando a alfabetização mais proveitosa para a criança, como um jogo da memória,
transformando o processo de alfabetização, onde o aluno não irá só brincar, mas também
participar da formulação da brincadeira, interagindo com seu professor, com seus colegas e
resolvendo problemas. O aluno deixará se ser agente passivo no processo de ensino-
aprendizagem e passará a ser agente ativo, descobrindo novas possibilidades e novos desafios.
2. DESENVOLVIMENTO

2.1 Problema e objetivos

O objetivo geral do projeto é conhecer, compreender e introduzir jogos, brincadeiras e


arte como auxílio na fase de alfabetização e letramento. De acordo com a concepção
construtivista de aprendizagem, não há como transferir conhecimento mas sim implementar
condições para a descoberta e desenvolvimento de conhecimento pelo sujeito consciente.
A criança nasce e cresce se relacionando com o mundo e com os outros através de
brincadeiras, da interpretação do ambiente e de suas emoções através do lúdico. Ao chegar na
escola e ser recebida com práticas inerentes à sua vida, jogos e brincadeiras, o aprendizado dos
conceitos agora sistematizados se torna mais significativo. Os jogos são uma forma da criança
interagir, criar, desenvolver atenção, raciocínio e criatividade. Um planejamento focado na
aprendizagem ativa entende a forma como a criança aprende, entende o papel interativo dos
jogos. O professor se coloca na posição de mediador na construção do saber e não mais o único
detentor do saber. Todos participam e a relação aluno -professor tem mão dupla, com o aluno
demonstrando o que já sabe e o professor partindo deste diagnóstico para incitar o aluno a
descobrir mais.
O projeto foi pensado para levar aos professores e alunos da Escola Municipal EMEIF
Prof. Zenóbia de Paula Ferreira, ação de alfabetização através do jogos de memória e
brincadeiras apresentadas. Os jogos ajudam a tornar o ambiente lúdico e mais interativo.
O problema identificado foi o pouco uso dessas ferramentas como acolhimento nos
primeiros anos do ensino.
Nossos objetivos de forma específica foram: conhecer o ambiente, levantar
questionamentos sobre o contexto social dos alunos, descobrir se eram usados jogos e
brincadeiras nas aulas e identificar quais, para então determinar qual jogo poderia ser aplicado.
Os jogos ajudam no processo de ensino e aprendizagem em todos os níveis de educação.
A relação entre o brincar e a atividade infantil é clara na teoria de Vygotsky (1978).
2.2. Justificativa

Os processos que envolvem alfabetização e letramento são fundamentais.


O letramento é o estado que um indivíduo ou grupo alcança depois de se familiarizar com
a escrita e a leitura, possuindo uma maior experiência para desenvolver as práticas do seu uso
nos mais diversos contextos sociais.
Enquanto a alfabetização desenvolve a aquisição da leitura e da escrita, o letramento se
ocupa da função social de ler escrever.
Espera-se que ao final do projeto, alunos e professores possam ter um olhar diferenciado
para a ação alfabetizadora, através do lúdico e a inserção de jogos e brincadeiras em suas ações
pedagógicas. Contribuir, possibilitando uma troca entre teoria e prática e apontar alternativas
metodológicas em como os jogos podem contribuir em no processo de ensino aprendizagem da
criança inserida na Educação Infantil, esclarecendo que a brincadeira e interação é uma fração
da educação infantil, e não apenas divertimento ou entretenimento das crianças, mas sim
aprendizagem e conhecimento.
O processo de aprendizagem acontece em vários níveis: cognitivo, motor, afetivo, etc. O
professor precisa construir uma relação de troca e confiança com os alunos, abrindo mão de sua
posição de autoridade detentora do saber para uma relação mais igual, entendo que cada
indivíduo chega na escola com vivências que devem ser exploradas e respeitadas. O ambiente
escolar quando usa jogos e brincadeiras como uma estratégia de ensino, permite aos alunos
significar o aprendizado. A brincadeira já faz parte de seu universo, é inerente ao seu jeito de
aprender. Os conceitos ao serem tem apreendidos através de jogos e brincadeiras, com a
participação de todos, com o professor como mediador esse aproximando do lugar de saber dos
alunos, torna o aprendizado significativo e só o saber com sentido é incorporado ao mundo da
criança.
2. 3. Fundamentação teórica

Os anos iniciais do ensino fundamental configura - se conforme a Base Nacional como a


etapa da educação básica onde o foco principal é a alfabetização das crianças.

Nos dois primeiros anos do Ensino Fundamenta l, a ação pedagógica deve ter como
foco a alfabetização, a fim de garantir amplas oportunidades para que os alunos se
apropriem do sistema de escrita alfabética de modo articulado ao desenvolvimento de
outras habilidades de leitura e de escrita e ao seu envolvimento em práticas
diversificadas de letramentos. (BRASI L, BNCC, pág. 59)

Resumidamente pode-se considerar alfabetização nesse aspecto como o sistema de


símbolos da língua materna, no caso desse projeto a língua portuguesa utilizada no Brasil. O
papel da escola é oferecer esse sistema aos estudantes, mas também considerar o que já sabem,
pois, desde muito antes dessa fase já tem contato com o universo da língua. Assim a escola deve
considerar esses conhecimentos, incluindo em suas práticas as experiências dos alunos. Segundo
COLELO a atividade docente vai além do ensino das sílabas, regras ortográficas e normas de
escrita (COLELO, pág 3). Mas a alfabetização vai além do ensino dos códigos de uma
determinada língua e deve conduzir o aluno, através da mediação, a ser capaz de interpretar,
analisar e argumentar sobre qualquer assunto que venha a ter contato.

Nesse sentido, alfabetizar é promover uma condição ao sujeito que, pelas possibilidades
de compreender, torna-se senhor de sua própria linguagem. (COLELO, Pág. 4)

Quando Paulo Freire fala sobre a leitura do mundo considera-se que, ele trata do ambiente
sociocultural que o indivíduo está inserido e as experiências que ele possui, influem diretamente
em seu aprendizado mediada pela linguagem. Em sua teoria ele assinala a importância da
valorização dos saberes dos alunos no planejamento de práticas pedagógicas.
Ensinar a ler e escrever é muito mais que ensinar a desenhar as palavras. Na concepção
sócio cultural de Vygotsky os indivíduos aprendem na relação com o outro, em um contexto
histórico, usando principalmente a linguagem como instrumento de mediação. O sujeito aprende
nas práticas interativas e nesse processo alavanca todo seu desenvolvimento.
De acordo com Vygotsky para ensinar a língua escrita é preciso situar o aprendizado em
um contexto que faça sentido ao sujeito que aprende. A criança nasce e cresce em um universo
letrado e apreende os usos da língua escrita nas relações com este mundo. Através de brincadeiras
e desenhos a criança desenvolve funções simbólicas e se dá conta que é possível “desenhar a
fala”, momento de um grande salto qualitativo em seu processo cognitivo.
Martins (2013.p168), esclarece:

Segundo Vigotski (1995), o desenvolvimento da linguagem representa, antes de tudo,


a história da formação de uma das funções mais importantes do desenvolvimento
cultural, na medida em que sintetiza o acúmulo da experiência social da humanidade e
os mais decisivos saltos qualitativos dos indivíduos, tanto do ponto de vista filogenético
quanto do ontogenético.

A linguagem é criação humana historicamente produzida para preencher necessidades de


comunicação, troca com o outro, assimilar os conhecimentos sócio culturais acumulados pela
humanidade e para construir instrumentos de pensamento.
Bakhtin considera que todo processo de comunicação tramita pelo conceito do diálogo
constituindo uma interação onde quem escreve dialoga com quem lê. Para o autor a língua só
existe em função de situações comunicativas. Ler e escrever, entendidas como propostas de
negociação de sentidos, nunca são atividades solitárias, já que pressupõem a interação com um
outro.
Ao estudarmos Paulo Freire, Vigotsky e Backtin, percebe-se o enorme papel da interação
e a necessidade de incentiva-la na sala de aula, pode-se formar conexões nos pensamentos desses
teóricos quando se trata de linguagem, do ambiente, da socialização dos indivíduos com o meio
em que vivem e com seus pares. Concluindo assim que o trabalho em equipe (interação) faz com
que a colaboração seja um instrumento importante para o processo de aprendizagem, onde podem
ser exploradas as múltiplas inteligências, utilizando o que cada membro tem de melhor.
O jogos tem grande importância na vida da sociedade sendo um grande influenciador no
nosso desenvolvimento, para Vygotsky (1991) as brincadeiras e jogos lúdicos tem um papel
muito considerável e é nas atividades com os jogos que a criança desenvolve seus conhecimentos
com o mundo adulto é nela que surgem as primeiras capacidades especificamente humanas , a
capacidade de imaginar ou seja os professores devem usar essa ferramenta ao seu favor
adaptando jogos e brincadeiras lúdicas para a alfabetização e letramento contribuindo para que
haja uma forma agradável de aprendizagem pois ela é algo continuo as crianças se desenvolve
bem antes de chegar a escola porem os professores precisam ficar atentos no desenvolvimentos
das crianças pois cada criança se desenvolve em um ritmo único.
O autor fala sobre a importância da língua escrita ou seja o desenhar e o brincar da criança
devia ser um estágio preparatório ao desenvolvimento da língua escrita, os educadores devem
organizar todas essas ações e todo o complexo processo de transição de um tipo de linguagem
escrita para o outro. Os jogos ajudam as crianças desenvolverem seus conhecimentos prévios
(Vygotsky, 2007, p. 134).
Assim os jogos tem um grande benefício pois contribuem para a relação social das
pessoas. Vale lembrar que os jogos possuem regras que limita a imaginação, solicitando que o
jogador exercite outras estruturas cognitivas. Estruturas essas que para Vygotsky (1991) são
designadas de estruturas psicológicas superiores.

2.4. Aplicação das disciplinas estudadas no Projeto Integrador

O atual projeto integrador é pensado e está sendo elaborado com bases nas disciplinas
estudadas até o momento neste bimestre. Pode-se ressalvar a importância de observar as crianças
e conhecer a cultura em que ela está inserida para melhor compreender sua maneira de adquirir
e criar novos conhecimentos, como também conhecer suas dificuldades.
O momento de alfabetização acontece muito antes da criança ser inserida no contexto
escolar, seu contato com as letras e palavras acontece desde o seu nascimento ao ouvir as
primeiras vozes ao seu redor, e ao decorrer da sua infância em contato com a sociedade no seu
cotidiano, com os textos, imagens e músicas. Ainda que ela não tenha compreensão, tudo ao seu
redor já está sendo parte da sua formação.
Na escola ela leva sua pequena e discreta bagagem, para abrir seus conhecimentos, é na
escola com a orientação do professor que ela vai começar a descobrir os sentidos de todas as
informações que ela já possui.

2.4.1. Alfabetização e Letramento I

No estudo da disciplina Alfabetização e Letramento I aprende-se que o ensino da língua


escrita vem sendo objeto de pesquisa há várias décadas apresentando uma trajetória de mudanças
conceituais e metodológica.
Até os anos 80 o ensino da língua tem se alternado entre os métodos sintéticos
(alfabetização parte dos enunciados menores -fonemas, silabas-par a os maiores) e analíticos
(parte de das unidades maiores – palavras, textos, histórias – para os maiores. Entretanto nas
duas metodologias a alfabetização se caracteriza pela apreensão dos sistemas alfabéticos e
ortográficos a partir de estruturas já construídas. Essas abordagens implicam na visão da criança
como sujeito passivo do aprendizado e conceitos desvinculados do contexto social e cultural do
aprendiz.
Nós anos 80 com os estudos da psicogênese da aprendizagem, aconteceu uma mudança
de paradigma. O olhar se volta para a criança é como ela aprende. Esses estudos permitiram
entender o papel ativo do sujeito na construção do conhecimento. A criança cresce imersa em
uma sociedade letrada e chega na escola com saberes que devem ser reconhecidos. O
reconhecimento do processo de aprendizagem como construção pessoal e baseado em saberes
significativos tem como consequência o entendimento que a vida real é o lugar do saber. A
criança aprende o sistema ortográfico e alfabético em situações de letramento, isto é, em
situações significativas, que tenham relação com as práticas sociais e culturais onde se encontra
inserida.
Letramento é um conceito recente que surge do entendimento da importância das práticas
sociais do uso da língua além do domínio do sistema alfabético e ortográfico tradicionalmente
oferecidos no processo de alfabetização.
Brinquedos e Brincadeiras são a forma que a criança usa desde que nasce para se
relacionar e significar o mundo à sua volta. Portanto usar brincadeiras para alfabetizar é envolver
a criança em um jogo lúdico de prazer e descoberta. Oferecendo a oportunidade de participar da
construção da brincadeira otimizamos a troca e a significação do brinquedo. Diante da realidade
da escola que pesquisamos, onde brinquedos e brincadeiras são pouco usados como instrumento
pedagógico de alfabetização, nos propusemos a construir um jogo de memória com as palavras
do cotidiano das crianças e com o desenho relativo feito por elas também. Dessa forma queremos
apresentar a ferramenta do jogo como possibilidade de interação entre professor, aluno e o
contexto em que vivem, despertando nos alunos mais interesse e verdadeiro aprendizado.

2.4.2. Arte e Música na Educação: Fundamentos e Práticas.

Por um extenso período de tempo as crianças foram consideradas mini adultos, ninguém
acreditava que elas eram capazes de aprender e muito menos de criar conhecimentos. Ninguém
considerava ou via possibilidades que aqueles “rabiscos” fossem uma maneira de aprender, de
se expressar e construir novas maneiras de aprender, menos ainda que a música poderia fazer
parte de um Projeto Pedagógico, tendo em vista que ela era utilizada somente em momentos de
recreação. Os desenhos na educação infantil eram considerados somente traços e riscos sem
nenhum significado. O modelo tradicional de educação, limitava a arte de desenhar em apenas
contornar traçados de linhas, colorir desenhos prontos ou tentar reproduzir uma obra de arte de
um artista famoso, o que as crianças é claro, não tinham habilidades para fazê-lo.
Segundo Rosa Iavelberg, no século XIX com a ideia de arte/educação modernista o
desenho das crianças passaram a fazer parte da rotina escolar e a despertara o interesse dos
professores e estudiosos da educação infantil.
Os desenhos das crianças passam a serem abrangidos como uma forma de expressão e
criatividade, descobrindo materiais e novas maneiras de fazer arte, onde sua maturidade artística
acontecerá automaticamente. As cópias passam a serem vistas como um método que barra a
criatividade e limita as crianças apenas a reprodução, dando a elas uma ideia pronta do que é
belo e artístico, do que é certo ou errado. Mas nem todos os escritores da época ampararam esse
novo método, o arte/educador norte-americano Elliot Eisner, acredita que se essa maturidade
acontecesse automaticamente, então ao professor caberia apenas observar e suprir de materiais
as crianças para que elas se desenvolvessem artisticamente.
Apesar disso, os dois tem razão, e as crianças necessitam tanto de espaço, como de crédito
para criarem e se expressarem, para produzirem conhecimento, do mesmo modo, que com o
passar do tempo precisarão conhecer artes nomeadas e técnicas para que possam aperfeiçoar suas
habilidades. É de grande valor que a criança tenha liberdade de criar sua arte, seja em um
desenho, em uma música, em uma dança, um jogo, todo o corpo e mente das crianças estão em
desenvolvimento e ela é capaz de aprender, descobrir e de desenvolver- se em contato com a
arte, por tanto nesta faze da infância, o lúdico pode ser um bom aliado na hora de ensinar e
aprender

2.5. Metodologia

A pesquisa tem um caráter exploratório a fim de conhecer e identificar a natureza do


problema e promover maior informação sobre o assunto em questão. O objeto de estudo será
embasado em pesquisas bibliográficas, livros, artigos de sites relacionados ao assunto onde serão
abordados de forma coerente.
Através de um questionário, usado como coleta de dados, enviado e preenchido por uma
professora, pode-se identificar na visão do profissional da educação as principais dificuldades
encontradas na escola. Iniciamos uma análise das respostas obtidas, a fim de registrar as
dificuldades encontradas na escola para a utilização de jogos para alfabetização. Identificou-se
que a escola praticamente não trabalha com esse tipo de situação.
Foi constatado também que as aulas ainda estavam presas as práticas tradicionais de
ensino, e que o conceito de construtivismo não era muito empregado dentro da sala de aula, onde
os alunos são vistos como pessoas que possuem saberes prévios, que são capazes de assimilar e
acomodar, como diz Piaget, para assim aprender mais.
Desta forma pode-se reconhecer as deficiências em uso de jogos para alfabetização.
Assim foi proposto um jogo da memória, repaginado, onde temos palavras e figuras, com o
objetivo das crianças definirem palavra e figura correspondente, mostrando que a escrita e a
leitura tem função social, assim eles estarão construindo com ajuda do professor sua
aprendizagem.

JOGO DA MEMÓRIA COM NOMES DE FRUTAS

Objetivo (s): criar na criança alegria e interação levando-as a terem desejo de aprender
e caminhar nessa jornada escolar na busca pela escrita e leitura, além de exercitar o trabalho em
grupo, respeitando a vez de cada amiguinho, valorizando as diferentes contribuições da turma.

Tempo estimado: 3 horas

Material necessário:
 Lousa ou quadro negro;
 Cartolina ou folhas em branco;
 Lápis de cor ou giz de cera.

Desenvolvimento:
1. O Professor propõe uma brincadeira para todos fazerem juntos.
2. Pergunta aos alunos nomes de frutas que eles mais gostam.
3. Anota os nomes na lousa com o cuidado de anotar 2 nomes com cada letra:
Exemplos: maçã e mamão, laranja e limão, etc.
OBS: Nessa etapa as crianças já tem algum conhecimento de linguagem e conseguem
distinguir uma palavra de outra pelo começo e fim.
4. Depois, o professor agrupa as crianças em 4 grupos de 5 pois são 20 alunos,
distribui 2 cartões para cada aluno e pede que escolham uma fruta para desenhar
em um cartão e copiar o nome no outro cartão.
5. Ao final teremos montados 2 jogos com 10 nomes e 10 desenhos cada um.
6. O professor separa os alunos em 2 grupos de 10 cada e as crianças começam a
jogar.
7. Os cartões ficam todos virados com os nomes e desenhos para baixo, cada criança
vira 2 cartões e tenta formar o par memorizando os lugares a cada jogada.
8. Cada vez que um par é formado, os cartões são retirados do jogo até q os cartões
acabem.
OBS: Nesse momento as crianças q tem uma percepção um pouco mais avançada
da linguagem podem ajudar os colegas e o aprendizado vai se construindo nessa
interação mediada pelo lúdico.
A figura 1 mostra o exemplo de como será jogo da memória com frutas:

Figura 1 – Jogo de memória com frutas para alfabetização


4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Concluiu-se a partir desse estudo que por meio de jogos e brincadeiras, é possível
contribuir com a construção de diversas aprendizagens, sejam relacionadas a conteúdos pré-
estabelecidos ou sociais, de maneira prazerosa e benéfica para as crianças. A cooperação mútua
que ocorre durante as atividades lúdicas contribui de forma expressiva para a construção da
socialização, principalmente nesta faixa etária, sendo a Educação Infantil uma etapa de ensino
com objetivos humanos e sociais. Procurou-se alcançar todos os objetivos propostos e com
oportunidade de aprofundar os conhecimentos na real importância dos jogos, música, artes e
brincadeiras na Educação Infantil. A finalidade não foi encontrar receitas prontas, mas sim
refletir e incentivar práticas pedagógicas envolvendo a ludicidade na busca de uma escola
formadora de cidadãos, contribuindo na constituição social de seus alunos. A partir da ação
brincar as crianças aprendem agir, ao brincar, as crianças não estão apenas descobrindo o espaço
à sua volta, mas também desenvolvendo suas próprias identificações representando assim sua
realidade e suas experiências adquiridas, pois acabam expressando seus sentimentos, emoções,
imaginação, fantasia, atenção, concentração e a logica, além de outros inúmeros benefícios para
o desenvolvimento até sua adolescência. Percebe-se também que interagindo com os colegas em
sala de aula o aluno tem facilidade em aprender, visto que se comunicam entre eles e tentam
resolver a brincadeira, trocando experiências e ideias. Além disso, o professor passa a ter um
melhor relacionamento com a turma, já que a aula passa a ser mais interativa e divertida.
REFERÊNCIAS

BRASIL. BNCC – Base Nacional Comum Curricular. Disponível em: http://basenacional


comum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 28 de abril
de 2020.

COLELLO, Silvia M. G. Compreender bem para ensinar melhor. Neuroeducação. Disponível


em: https://drive.google.com/file/d/117JUE6gAiaSo6hLIX-5daAEm_NwCed-Y/preview.
Acesso em 28 de abril de 2020.

DUTRA Ramos, Lenice – A utilização do lúdico como ferramenta pedagógica para


alfabetização letramento. Disponível em: https://meuartigo. brasilescola. uol. com. br /
educacao/utilizacao-ludico-como-ferramenta-pedagogica-para-alfabetizacao-letramento.htm.
Acesso em: 07 de maio de 2020.

FREIRE, Paulo. 1996. Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São
Paulo: Paz e Terra.

IALVELBERG Rosa e BARRETTI Maria Carolina Cossi Soares - O desenho da criança:


interpretações e práticas de ensino. Disponível em: https:// cursos. univesp. Br / courses /
2673/pages/texto-base-o-desenho-da-crianca-35interpretacoes-e-praticas-de-ensino-%7C-rosa-
iavelberg-e-maria-carolina-cossi-soares-barretti. Acesso em: 20 de abril de 2020.

SOARES, Magda. Alfabetização e Letramento: caminhos e descaminhos. – Revista


Pedagógica. Editora Artmed. 29 de fevereiro de 2004.

VYGOTSKY, Lev. Semenovich. Uma Educação Dialética. Revista Viver Mente e Cérebro.
Educação memória da Pedagogia.

VYGOTSKY, L. S. 1991. A Formação Social da Mente. Livraria Martins Fontes. Ed. LTDA,
4ª Edição, São Paulo.

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