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PARATIREOIDES
Pequenas glândulas endocrinas de tamanho oval, medindo cerca de 6 x 3 mm. Apresentam-se em dois pares e localizam-se
na região retrotireoideana
Originadas do endoderma da bolsa faríngea no final de sexta semana de vida intrauterina. As glândulas superiores derivam-
se da quarta bolsa faríngea e as inferiores, da terceira e migram para sua posição habitual
As glândulas superiores localizam-se posteriormente ao polo superior da glândula tireoide bilateral As glândulas inferiores
localizam-se porção inferolateral do lobo tireoidiano
As paratireoides inferiores originam-se juntamente com o timo e durante sua migração pode haver ectopia, vindo a
localizar-se associadas ao timo, região inferior do pescoço ou no mediastino ântero-superior
As paratireoides são envolvidas por cápsula de tecido conjuntivo do qual partem septos para o interior da glândula que
sustentam as células do parênquima. Essas células são células principais e oxifílicas
As células principais sintetizam o paratormônio - PTH - que participa da manutenção dos níveis circulantes de cálcio
As células oxifílicas são maiores que as principais e têm função desconhecida.
Com a idade, o tecido adiposo aumenta na glândula, podendo corresponder a ate 60% da glândula no idoso
A secreção de PTH é regulada por feedback negativo dependente da concentração extracelular de cálcio. O aumento da
concentração sérica de cálcio diminui a secreção de PTH, enquanto a hipocalcemia estimula essa secreção
ANAMNESE
EXAME FÍSICO
No pós-operatório de tireoidectomia pode ser devido a remoção acidental das glândulas ou por comprometimento de sua
vascularização
No tratamento cirúrgico de hiperparatireoidismo pode ser devido a supressão das paratireoides remanescentes e da
remineralização óssea acelerada.
SINTOMAS
SINAL DE CHVOSTECK:
Percussão da região sobre o tronco do n. facial levando a contração subida da musculatura da mimica facial ipsilateral, quando
positivo, evidenciando hiperxcitabilidade neural induzida pela hipocalcemia
SINAL DE TROUSSEAU:
Espasmo carpal ao se garrotear o braço com manguito em pressão intermediaria entre sistólica e diastólica
HIPERPARATIREOIDISMO
AVALIAÇÃO LABORATORIAL
• US • TC
NEM 1
Neoplasia endócrina múltipla-1 (Síndrome de Wermer): hiperparatireoidismo primario, adenoma hipofisário neoplasia
pancreática
Gen MEN-1 é supressor tumoral que pode estar inativado em várias lesões paratireoidianas, como adenomas e hiperplasia
paratireoidianas
NEM 2A
Causada por mutações ativadoras do receptor tirosinacinase RET. Mutações em RET não foram descritas nas lesões
paratireoidianas esporádicas fora da síndrome
Geralmente devido a doença renal crônica (DRC) que causa hipocalcemia. Essa leva a o aumento da secreção de PTH,
causando reabsorção do cálcio ósseo e elevação do cálcio sérico. Isso gera o HPTS, que pode levar a fraturas patológicas,
deformidades ósseas e decréscimo na sobrevida e qualidade de vida dos pacientes
Em alguns casos, a atividade paratireoidiana pode se tornar autônoma e excessiva, que caracteriza o hiperparatireoidismo
terciário
CASO CLÍNICO
RCR, masculino, 55 anos, encaminhado ao ambulatório de Clínica Médica com queixa de perda ponderal de 45 quilos
em seis meses, sem relato de alterações do apetite e do padrão alimentar, além de astenia, fadiga e mal estar
generalizado.
Sem história de litíase renal, fraturas patológicas, dor óssea Sem comorbidades e alergias
EXAME FÍSICO
BEG, IMC 23kg/m2 e presença de nódulo cervical à esquerda, fibroelástico, próximo à tireoide, de aproximadamente 2
cm de diâmetro.
Tireoide com tamanho e consistência normais
Restante do exame físico sem alterações
EXAMES LABORATORIAIS
IMAGEM
Ultrassonografia cervical
Nódulo de 2.5cm em região cervical esquerda
Tireoide sem alterações
TC DE ABDOME
PAAF do nódulo
Lesão epitelial com arranjos folicular e sincicial
Não diferenciou linfonodo, neoplasia de tireoide, hiperplasia/adenoma de
paratireoide ou carcinoma de paratireoide
TRATAMENTO CIRÚRGICO
Congelação e análise histopatológica intraoperatória foi sugestiva de tecido glandular compatível com paratireoide benigno
ESTUDO ANATOMOPATOLÓGICO
Estudo anatomopatológica diagnosticou nódulo com massa de células poligonais principais em padrão sólido e trabecular, com
discreto pleomorfismo.
A contagem de mitoses baixa, no máximo uma mitose em 50 campos de maior aumento. Sem sinais de invasão vascular,
capsular, perivascular ou do tecido adjacente à cápsula, caracterizando quadro morfológico compatível com adenoma de
paratireoide
SEGUIMENTO
Na consulta de seguimento de 1 ano, o paciente está livre de doença, recuperou o peso, apresenta exames laboratoriais dentro
da normalidade e cnão houve recorrência do hiperparatireoidismo