Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Unidade II
5 A CARREIRA E A TRANSIÇÃO PROFISSIONAL
Ser profissional, para a maioria das pessoas, significa ter a oportunidade de obter maior
remuneração e reconhecimento com maior sucesso. Esse sistema também, quase inevitavelmente,
acarreta a possibilidade de ter algumas consequências para o fracasso. A formação através de um bom
ensino impacta diretamente nas carreiras dos graduados, pois protege seus membros da demissão e
amplia a possibilidade de ascender rapidamente se demonstrarem desempenho superior.
O termo profissional refere-se a qualquer pessoa que ganha a vida realizando uma atividade que
requer um determinado nível de educação, habilidade ou treinamento. Normalmente, há um padrão
exigido de competência, conhecimento ou educação que deve ser demonstrado, bem como a adesão
a códigos de conduta e padrões éticos.
No século XXI é necessário que alguns pontos importantes sejam discutidos quando falamos sobre
planejamento de carreira profissional:
• o profissional tem que ter visão de futuro, sem deixar de pensar no presente com a experiência
adquirida no passado;
• o profissional deve ser mais multidisciplinar e, ao mesmo tempo, ser o melhor em alguma área
da administração.
deverão saber como utilizar ferramentas de tecnologia da informação para reunir, organizar e
representar dados. As principais áreas de atuação na carreira profissional de um administrador são
(FERREIRA FILHO; ANDRADE; SOUZA, 2013):
• gestão financeira;
• planejamento estratégico;
• consultoria;
• logística;
• vendas;
• marketing.
Observação
O que se pode perceber analisando cada uma dessas áreas é que um administrador deve se mostrar
capacitado para gerir todos os recursos de uma empresa: recursos humanos, financeiros ou materiais
(MELLO et al., 2011).
Após séculos de progresso tecnológico e avanços na cooperação internacional, o mundo está mais
conectado do que nunca. Globalização é a palavra usada para descrever a crescente interdependência
entre economias, culturas e populações mundiais, uma realidade provocada pelo comércio
transfronteiriço de bens e serviços, tecnologia e fluxos de investimento, pessoas e informações. Os
países construíram parcerias econômicas para facilitar esses movimentos ao longo de muitos séculos,
mas o termo ganhou popularidade após a Guerra Fria, no início dos anos 1990, à medida que esses
arranjos cooperativos moldavam a vida cotidiana moderna. A globalização dos mercados, como
aponta Dutra (2012), é definida como a troca de visões, ideias, produtos e intercâmbio cultural entre
diferentes partes do mundo. E o desenvolvimento de carreiras profissionais foi altamente impactado
pela globalização.
Outro ponto de destaque é que a globalização tem feito com que os profissionais de administração
tenham cada vez mais flexibilidade de atuação. A flexibilidade do mercado de trabalho refere‑se
à rapidez com que um profissional responde às mudanças nas condições do mercado, fazendo
modificações em sua força de trabalho. Um mercado de trabalho flexível permite que os empregadores
façam mudanças em resposta a questões de oferta e demanda, ciclo econômico e outras condições
de mercado. O profissional deve estar atento a essas mudanças do mercado, acompanhando-as para
que possa sempre estar atento a demandas organizacionais (DUTRA, 2012).
A carreira profissional em mercados globalizados deve se atentar ao fato de que novos perfis de
exercício da atividade irão surgir e, entre esses novos perfis, destacamos (MOURA; SOARES, 2009):
79
Unidade II
Lembrete
Saiba mais
80
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL – ADMINISTRAÇÃO
• carreira no empreendedorismo;
• carreira docente.
• Procura de emprego e aceitação: usar o plano de carreira para começar sua busca de emprego
identificando funções e empresas específicas relacionadas às preferências e aos requisitos
listados no plano de carreira (vale observar se há etapas pendentes ou se já se está apto para
a inscrição).
81
Unidade II
O planejamento de carreiras não é útil apenas na busca de empregos, mas também quando o
profissional busca uma transição de carreira (OLIVEIRA, 2018), ou seja, quando o profissional atingiu
um ponto em sua carreira em que sente que é necessário se reinventar, mudar, buscar novos desafios.
É importante lembrar que transições são um processo: elas começam com um objetivo, evoluem para
uma fase neutra e terminam com um novo começo.
• Não envolvimento: essa é uma ruptura com o modo de vida comum como você o conhece,
separando-se de atividades, relacionamentos e ambientes que foram importantes, mas não
estão mais funcionando para você.
• Desmontagem: envolve o desmembramento real de sua vida como você a conhecia antes de
ocorrer o desligamento. Pode significar desmontar o mundo em que você operou, bem como a
identidade que você construiu nesse mundo.
• Desidentificação: você começa a perder a velha maneira de se definir e não tem mais certeza de
quem é. Desistir de títulos e funções é uma parte importante de sua identidade e é importante
desidentificar-se deles durante essa fase.
• Desorientação: você não sabe para onde está indo, o que deveria estar fazendo ou o que tem
significado para você.
82
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL – ADMINISTRAÇÃO
Após o início da transição de carreiras, o profissional passará por duas fases, que são
(ANDERSON, 2019):
• Zona neutra: a zona neutra é o tempo entre a velha e a nova vida. Para construir de novo, você
precisa se desmontar e dar espaço dentro de si para o ato criativo de construir uma nova vida.
Para muitas pessoas, esse pode ser um estágio aterrorizante, pois você já passou pelas fases
da zona final, mas claramente ainda não tem ideia de para onde está indo. Você está confuso,
não tem direção e pode ser dominado pelo medo. As pessoas descreveram essa fase como um
período de vazio, sofrimento e confusão. No entanto, essa fase é absolutamente essencial para
encontrar um novo começo e é importante que você se entregue a essa fase de vazio e pare de
tentar escapar dela. Costuma-se sugerir que, se possível, a pessoa se ausente por alguns dias e
faça um retiro pessoal. A solidão associada a um retiro permite que você veja e experimente o
mundo de forma diferente, facilitando a abertura para a transformação.
• Novo começo: então, como você sabe quando atingiu o ponto de um novo começo? Os começos
são frequentemente desfavoráveis e silenciosos. Quando você estiver pronto, as oportunidades
começarão a aparecer na sua frente. Os sinais internos começarão a apontar na direção certa.
Quais são esses sinais internos? Eles podem ser sutis e, muitas vezes, difíceis de perceber. Eles
podem ser alguns ou todos os seguintes: uma ideia, uma impressão, uma imagem, uma dica,
um comentário que alguém faz, um sonho ou uma fantasia. Um sinal interno não é um outdoor
com a palavra “Resposta”. Não é uma resposta no sentido tradicional, tende a ser mais um
realinhamento interno do que uma oportunidade externa. No entanto, uma oportunidade
externa pode precipitar esse processo.
Laura é psicóloga, casada, tem 44 anos e não tem filhos. Já trabalhou em duas grandes
construtoras de Minas Gerais, em uma delas em dois momentos diferentes de sua carreira.
Na primeira vez, a empresa estava em pleno crescimento, mas, após nove anos, ela saiu
espontaneamente para realizar uma viagem de seis meses à França. Ao voltar, passou a
dar aulas de francês e trabalhou em uma empresa, por um determinado período, quando,
então, recebeu um convite para voltar para a construtora. Ela lá trabalhou por mais
três anos, até que a empresa entrou em crise e começou a demitir grande parte dos
seus funcionários. Assim que saiu, ela lançou-se como consultora de RH e abriu uma
empresa, juntamente com a sua ex-gerente. Decorridos alguns meses, entretanto, Laura
83
Unidade II
foi chamada para trabalhar em outra grande construtora mineira e passou a exercer as
duas atividades concomitantemente, até que não deu conta e continuou apenas com a
empresa de consultoria.
Foi nesse momento de sua carreira, que ela foi entrevistada pela primeira vez.
Em seu depoimento, Laura revelou-se bastante preocupada com a sua condição de
autônoma e apreensiva com os custos de manutenção do escritório. Relatou que
seu marido também trabalhava por conta própria e, assim, os dois estavam em uma
situação mais instável. Passados mais alguns meses, ela disse que tinha uma boa notícia
para dar: havia sido contratada para chefiar o setor de RH de um grande hospital que
estava numa fase de modernização e de crescimento, após ter passado por uma grave
crise financeira. Nesse mesmo período, fez vestibular para um curso de Filosofia na
Universidade Federal de Minas Gerais e foi aprovada. Passados dois anos da primeira
entrevista, Laura permanecia nesse hospital, mas não estava totalmente satisfeita
e, conforme previsto pelos autores no delineamento inicial de seu caso, ela acabou
saindo e voltou recentemente a trabalhar, por conta própria, como colaboradora de um
escritório de consultoria em recursos humanos.
Ela relata que ganhou muito dinheiro, mas, em contrapartida, começou a se ressentir da
falta de convívio familiar, pois viajava muito, quase todas as semanas. Coincidentemente,
nessa mesma época, o negócio começou a entrar no que viria a ser uma grave crise
financeira, com uma queda acentuada na demanda por trabalho. Justamente nesse
momento, surgiu a proposta de trabalho no hospital e ela pensou, então, que seria
melhor aceitá-la, pois assim poderia cuidar de sua qualidade de vida, voltar para o curso
de Francês e até tentar um novo vestibular. Assim, ela acabou retornando ao trabalho
assalariado, após um período considerável de atuação como autônoma, emprego esse
que, entretanto, não a satisfez profissionalmente.
84
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL – ADMINISTRAÇÃO
marido trabalhar como autônomo, entretanto, a deixava intranquila e insegura, o que pode,
inclusive, ter influenciado o seu retorno, ainda que temporário, ao trabalho assalariado.
Quanto à identidade no trabalho, Laura confessa que gostava muito do que fazia na
primeira construtora em que trabalhou e como consultora que o trabalho é bastante
desafiante. Quanto à percepção de significado de importância no trabalho, Laura considera
que tanto no trabalho autônomo como no trabalho assalariado ela se sentia importante
e acha que cada uma dessas experiências contribuiu para o seu crescimento.
Perguntada se em algum momento de sua carreira ela teria feito uma avaliação da
adequação do seu perfil ao trabalho autônomo, ela confessou que existe um problema,
relacionado ao fato de ela não gostar de vender serviços e ter uma nítida preferência pelo
lado mais técnico da consultoria do que pelo lado comercial.
85
Unidade II
tomada de decisões. Dessa forma, a variável supervisão não se configurou de uma forma
muito favorável nesse último emprego de Laura.
Síntese
6 CARREIRAS EM ADMINISTRAÇÃO
Qualquer organização administrada pelo governo e financiada com dinheiro dos contribuintes
pode ser classificada como setor público. Isso inclui conselhos locais e nacionais, hospitais, serviços de
transporte, serviços de emergência, escolas e muito mais. Os empregos no serviço público abrangem
uma ampla gama de carreiras, desde o governo central e local até ensino, saúde, assistência social e a
força policial. O trabalho realizado por quem está na linha de frente do setor público impacta o nosso
dia a dia (CASTRO; KUBO; FARINA, 2018).
• gerente financeiro;
86
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL – ADMINISTRAÇÃO
• analista de orçamento;
• auditor;
• examinador fiscal;
• agente de compra;
• logística;
Na esfera pública federal, os cargos mais desejados na administração direta estão distribuídos
nas empresas controladas pelo governo federal, como ministérios, universidades federais
e empresas federais (Companhia Brasileira de Trens Urbanos – CBTU, Empresa Brasileira de
Infraestrutura Aeroportuária – Infraero, por exemplo), entre outras. Já no âmbito estadual, as
carreiras estão divididas em empresas e administração direta do estado. As universidades estaduais
e as secretarias estaduais são exemplos dessa carreira (vale lembrar que na carreira de serviço
público estadual o profissional está subordinado à gestão do governador). Por fim, a carreira na
esfera pública municipal, que corresponde às atividades de trabalho desenvolvidas sob controle
de uma prefeitura, se dá em secretariais municipais, escolas municipais, postos de saúde e outros.
Entre as principais características (e vantagens) de se atuar no serviço público, estão (CASTRO; KUBO;
FARINA, 2018):
• Salários iniciais mais atrativos (e muitas vezes acima da média de mercado): muitas vezes
o profissional busca pelo trabalho na esfera pública pelo fato de os salários iniciais serem muito
mais atrativos que na rede privada.
87
Unidade II
• Benefícios: o funcionário público tem muitos benefícios, como carga horária reduzida,
adicionais salariais, licenças remuneradas e gratificações.
Observação
Você se interessou em fazer um concurso público? Quer seguir a carreira na administração pública?
Então, terá que se preparar muito. Para se ter uma ideia, o concurso do Instituto Nacional do Seguro
Social (INSS), em 2015, registrou, apenas em São Paulo, 1.327,50 inscritos por vaga (CESPE, 2016).
Como se preparar para um concurso público?
88
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL – ADMINISTRAÇÃO
Tenha motivação
A sua base de formação na graduação será muito importante nesse momento. Se você fez uma boa
graduação, nos seus estudos para concurso deverá ter mais facilidade para compreender e relembrar
os assuntos. Mas, apesar de todas as vantagens da carreira pública, nem todos os graduados da área
querem seguir esse caminho. Muitos optam e constroem belas carreiras na iniciativa privada.
Na maioria dos países, as empresas privadas criam a maioria dos empregos. O setor privado
constitui o segmento da economia detido, administrado e controlado por indivíduos e organizações
que buscam gerar lucro.
Nas organizações da iniciativa privada normalmente existe mais espaço para progredir em
uma carreira de várias maneiras. As organizações privadas tendem a investir no aprendizado e no
desenvolvimento de colaboradores mais que do que vemos ocorrer na esfera pública. A maioria das
empresas, dependendo do tamanho, investirá no aprendizado e no desenvolvimento de funcionários
que demonstrem potencial para ajudar ainda mais no crescimento da empresa.
89
Unidade II
A principal característica do setor privado é a sua gestão por particulares sem envolvimento do
governo, mas há mais características do setor privado:
• motivo de lucro;
• gestão independente;
• finanças privadas;
• Ritmo e desafio elevados: trabalhar com prazos curtos de entrega para projetos é uma
característica em muitos locais de trabalho comerciais; metas e tarefas podem proporcionar
aos indivíduos desafios e um ritmo rápido.
O setor privado é impulsionado pela receita e o emprego vem com menos estabilidade. O potencial
de recompensa também é maior, pois não existem limites para o potencial de receita. O setor privado
tem menos barreiras legais à contratação e demissão de funcionários, embora esteja sujeito a regras
antidiscriminação e carregue a responsabilidade legal associada aos recursos humanos. No entanto,
se a receita cair repentinamente, uma empresa do setor privado pode eliminar postos de trabalho e
dispensar funcionários. As posições no setor privado são subjetivas e não têm um processo formal de
revisão, a menos que esteja alinhado com a política da empresa. O setor privado também é obrigado a
arcar com a carga tributária que acaba por financiar o setor público (SANTOS; BRANDÃO; MAIA, 2015).
O papel do setor privado é fundamental para o desenvolvimento de uma economia. Aqui estão
algumas funções específicas do setor privado:
90
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL – ADMINISTRAÇÃO
• Diversificação dos negócios: o setor privado está repleto de empresas conduzindo negócios
variados. Essencialmente, esse setor proporciona às novas empresas a oportunidade de se
desenvolverem independentemente do tipo de negócio. Com essa liberdade, as empresas
privadas podem diversificar suas operações.
Aqui estão algumas das principais habilidades e características exigidas pela iniciativa privada
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE COACHING, [s.d.]a):
• Profissionalismo: ser educado, falar bem, ser calmo e apresentável fazem parte de ser
profissional no trabalho da iniciativa privada.
• Ideias inovadoras: os funcionários que apresentam ideias e sugestões inovadoras com impacto
positivo são um ativo para a empresa.
91
Unidade II
• Atitude positiva: os funcionários que trazem uma atitude positiva para o trabalho têm um
impacto positivo nas pessoas ao seu redor e aumentam a energia da equipe.
• Vontade de aprender: habilidades difíceis adquiridas por meio da educação não são suficientes
para bons funcionários, eles têm a mente aberta para novas ideias e compartilham seus
pensamentos e percepções pessoais com a equipe.
• Criatividade: nem todas as pessoas nascem criativas, mas a criatividade é uma habilidade
que pode ser aprendida por meio de experimentação, imaginação, perguntas, colaboração e
processamento de informações.
Para ingressar no mercado de trabalho da iniciativa privada, o profissional deve estar atento a
alguns pontos fundamentais: o recrutamento, a seleção e a elaboração de um currículo.
O processo de contratação da mão de obra na iniciativa privada se inicia com o recrutamento dos
candidatos após a abertura da vaga. Recrutamento refere-se ao processo em que candidatos potenciais
são procurados e, em seguida, incentivados a se inscrever para uma vaga. Após o recrutamento, temos
a seleção, que é o processo de contratação de funcionários entre os candidatos pré-selecionados,
com a atribuição de um cargo na organização (CHIAVENATO, 2015).
92
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL – ADMINISTRAÇÃO
Lembrete
Essa é apenas uma das etapas do processo de contratação. Trata-se de um processo longo que envolve
uma série de tarefas, começando com uma análise das necessidades do trabalho e terminando com
a nomeação do funcionário. As tarefas específicas envolvidas no processo de recrutamento incluem:
• anunciar a vaga;
• gerenciar a resposta;
• examinar aplicativos;
• pré-selecionar candidatos.
O termo seleção vem com a conotação de eleger a pessoa mais adequada para ocupar a vaga.
Até a escolha do candidato, o profissional envolvido no processo passará por diversas etapas:
• triagem;
93
Unidade II
• entrevistas;
• verificação de referências;
• exames médicos.
O processo de seleção é uma etapa que consome muito tempo na experiência de contratação
de um funcionário. Os gerentes de RH devem identificar cuidadosamente a elegibilidade de cada
candidato para o cargo, tomando cuidado para não desconsiderar fatores importantes como
qualificação educacional, histórico, idade etc.
O curriculum vitae (CV) é um documento para candidatos a emprego que fornece informações
importantes sobre suas habilidades, experiências, educação e qualidades pessoais para demonstrar as
potencialidades profissionais de um indivíduo em um formato simples e ágil.
Não existe um padrão para elaborar um currículo, mas é necessário que o candidato veja como
a organização gosta de receber as informações para o processo seletivo. Algumas empresas buscam
currículos mais resumidos, outras buscam mais detalhes, algumas organizações aceitam modelos mais
descontraídos e informais, outras prezam pela formalidade. Alguns pontos têm ganhado relevância
na elaboração do currículo, como os trabalhos sociais e as habilidades pessoais do candidato.
Algumas das informações mais importantes do currículo são (GUIA DA CARREIRA, [s.d.]a):
• identificação pessoal;
• resumo profissional;
• áreas de experiência;
• educação e treinamento;
• competência digital;
O resumo profissional deve ter de quatro a seis linhas e fornecer uma visão geral de sua experiência
de trabalho, com dois ou três conjuntos de habilidades principais e traços de personalidade valiosos
ou habilidades sociais. Uma declaração de objetivo, dentro do resumo profissional, é útil para cargos
de nível básico, mudanças de carreira ou candidatos a emprego que procuram fazer a transição para
uma posição superior. Veja a seguir um exemplo de resumo profissional.
Profissional de administração com cinco anos de experiência. Ao longo dos anos, trabalhei
com equipes internacionais na empresa X e na empresa Y, atuando diretamente no
processo de compras e supply chain. Com a atuação em gestão de contratos e compras,
levei o setor a uma economia de 30% em relação a quando ocupei o cargo. Com meus
conhecimentos, objetivo contribuir para a melhoria contínua do setor em questão na
organização. Profissional com domínio da língua espanhola e fluência em língua inglesa.
Figura 24
Figura 25
• Não inclua nada que possa ser considerado político, religioso ou controverso.
• Verifique suas informações de contato e certifique-se de que seu endereço de e-mail profissional
esteja correto.
95
Unidade II
• Não inclua uma explicação do motivo pelo qual você deixou uma posição anterior.
• Releia seu currículo várias vezes e veja se não há nenhum erro de redação. Verifique, duas ou
três vezes, para garantir que a gramática e a ortografia estejam corretas.
Lembre-se de que seu currículo será o primeiro contato entre você e a organização em que você
está pleiteando uma vaga; em outras palavras, será a primeira impressão que o recrutador terá de
você. Seja convincente, mas não invente: a veracidade no currículo é fundamental.
Exemplo de aplicação
Que tal redigir o seu currículo e pedir a algum especialista que o analise? Considere as informações
importantes que foram expostas neste tópico e que devem constar no CV. Então, faça uma revisão do
material que você tem enviado para as organizações.
O terceiro setor é um termo para nos referirmos a diferentes organizações com diferentes
estruturas e propósitos, organizações que não pertencem ao setor público (ou seja, o Estado) nem
ao setor privado (empresa privada com fins lucrativos). Você pode ter ouvido outros termos para
descrever tais organizações, como setor voluntário, organizações não governamentais, organizações
96
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL – ADMINISTRAÇÃO
sem fins lucrativos, particularmente em discussões públicas sobre política e economia. Todos
esses termos descrevem organizações que compartilham os mesmos elementos fundamentais,
descritos a seguir.
• Não governamentais: embora muitas vezes trabalhem com (ou ao lado) de agências
governamentais e possam receber financiamento ou comissões governamentais, as organizações
do terceiro setor são independentes do governo.
• Sem fins lucrativos: organizações do terceiro setor arrecadam fundos e geram excedentes
financeiros para investir em objetivos sociais, ambientais ou culturais. Elas não procuram obter
lucros como um fim por direito próprio.
• Orientadas por valores: as organizações do terceiro setor buscam objetivos específicos que
muitas vezes estão alinhados com perspectivas sociais e políticas particulares. Elas podem estar
associadas ou trabalhar com partidos políticos, mas um partido político não é uma organização
do terceiro setor.
• organizações de caridade;
Observação
[...] são cerca de 400 mil Organizações da Sociedade Civil (OSCs) no país,
realizando trabalhos direcionados a diversas áreas, como educação, saúde
e meio ambiente. Para comparar com o exterior, os Estados Unidos têm
mais de 800 mil organizações de interesse social. Ainda, o terceiro setor
emprega mais de 2 milhões de pessoas no Brasil.
Os profissionais que atuam no terceiro setor estão classificados em duas categorias: voluntários e
funcionários remunerados, como qualquer outro profissional da iniciativa privada (OLIVEIRA, 2017).
97
Unidade II
O voluntariado é descrito como uma atividade não remunerada em que alguém dedica seu tempo
para ajudar uma organização sem fins lucrativos. Um dos benefícios mais conhecidos do voluntariado
é o impacto na comunidade. Os voluntários não pagos costumam ser “a cola que mantém a
comunidade unida”.
Observação
Figura 27 – Voluntariado
98
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL – ADMINISTRAÇÃO
Já as empresas de capital misto são organizações em que o Estado atua como parceiro do capital
privado. Nesse tipo de organização, a esfera pública se une à esfera privada para ofertar algo de
interesse público. No Brasil, são exemplos de sociedades de economia mista a Petrobras, o Banco do
Brasil, o Banco do Nordeste e a Eletrobras. Essas e outras empresas de capital misto são abertas para
acionistas privados e suas ações são comercializadas na Bolsa de Valores.
Lembrete
A administração de empresas é uma escolha inteligente para garantir um futuro de sucesso, pois
pode abrir portas para uma variedade de opções de carreira. Mas o profissional de administração não
precisa estar vinculado à iniciativa privada ou à esfera pública. Ele está, academicamente, preparado
para ser dono do seu próprio negócio.
Muitos profissionais buscam abrir seu próprio empreendimento: quer você seja um novato ou
um profissional que já trabalhou para diferentes empresas ao longo dos anos, a ideia de começar um
negócio próprio e se tornar um empresário deve ter surgido em sua mente em algum momento de
sua vida. O melhor de se tornar um empreendedor é que você pode começar quando quiser, gerar
oportunidades de emprego para outras pessoas e ser seu próprio patrão para sempre (FARELL, 2019).
99
Unidade II
Mas não pense que ser um empreendedor é simples e fácil: significa um investimento de tempo e
dinheiro, havendo riscos envolvidos em cada passo que você der. Embora não haja sucesso garantido,
há muito aprendizado à medida que você adquire conhecimento sobre como lidar com todos os
aspectos da administração de uma empresa.
• investem em si mesmos;
Existem diferenças fundamentais entre a forma como os empreendedores abordam suas carreiras
e a forma como os funcionários o fazem. Vejamos algumas delas.
• Os funcionários se esforçam para fazer seu melhor trabalho. Os empreendedores não precisam
responder a ninguém, então podem se arriscar na produção de um trabalho abaixo do padrão.
100
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL – ADMINISTRAÇÃO
• Alguns funcionários ficam intimidados com pessoas mais espertas do que eles. Os empresários
podem contratá-los.
O risco é outra grande diferença. Alguns funcionários acham assustador o risco de ficar sem um
salário fixo ou plano de saúde. Alguns acham que o dever de sustentar a família torna o jogo do
empreendedorismo uma escolha inaceitável. As pessoas que se tornam empresárias aceitam a aposta.
Algumas delas até prosperam na incerteza. No final das contas, não há certo ou errado ao escolher
entre empresário e funcionário. Só existe o que é certo ou errado para você.
Durante a faculdade Sabrina integrou a Empresa Júnior da UFJF (Campe) e sua atuação foi no
setor de qualidade, a área que fazia o acompanhamento dos projetos e tinha uma visão de processos,
o que a levou, na época estudante de graduação, ao primeiro contato com conceitos de gestão da
qualidade, qualidade total, 5S e outros instrumentos de gestão avançada.
Nesse período, a entrevistada idealizou que a carreira de sucesso seria viajar muito a trabalho e
trabalhar numa grande empresa. Sabrina diz que sempre, nos processos seletivos, quando questionada
sobre sua visão de futuro acerca de sua carreira profissional, respondia seguramente, “meu ideal de
101
Unidade II
carreira, então, era entrar como trainee em alguma multinacional e deslanchar como uma profissional
bem-sucedida, durona, quase insubstituível”.
Sabrina afirma que fez um excelente trabalho e, antes mesmo de finalizar a faculdade, foi
efetivada com um salário, na época, de R$ 800,00 (o salário mínimo em 2006 era de R$ 350,00).
Mesmo efetivada, com um bom salário, com perspectiva de crescimento, Sabrina ainda não tinha se
encontrado profissionalmente. Segundo ela: “Fato é que eu achava o trabalho chatinho, não gostava
do ambiente da mina e não gostava do ambiente do escritório, onde o dono teimava em fumar
charuto numa sala sem janela e sem exaustão – imagine o perfume ambiente”.
Tão logo concluiu a graduação, a inquieta recém-formada decidiu que iria cursar uma
pós‑graduação. Ainda não estava certa sobre qual área seguir, mas viu na especialização uma chance
de se mudar para a capital (Belo Horizonte) e aumentar sua empregabilidade. Em 2006, iniciou uma
pós-graduação na Fundação Dom Cabral, umas das mais renomadas escolas de negócios do país, em
Gerenciamento de Projetos.
Eu não tinha exata noção do que era gerenciamento de projetos, mas era
um tema que estava em alta e achei que seria abrangente o suficiente
para me permitir escolher com certa facilidade atuar em diversas áreas.
Candidatei-me para quase todas as vagas que apareciam na capital. Não
demorou muito para eu ser contratada por uma empresa de consultoria
em gestão hospitalar, que preparava organizações da área de saúde para
serem certificadas (ONA, ISO, Joint Comission, entre outras).
Sabrina conta ainda que essa experiência profissional foi uma escola intensa sobre gestão da
qualidade, controle de ansiedade pré-auditorias de certificação, mas que ainda buscava o seu sonho
de estudante: trabalhar em uma grande empresa – “eu queria o carimbo de uma grande empresa
no currículo”.
Após incansável busca por essa grande empresa, em 2008, Sabrina foi aprovada no processo
seletivo da Falconi. “Foi meu segundo processo seletivo na empresa, no primeiro que participei fiquei
na etapa de dinâmica de grupo. E foi a única empresa em que fiz uma segunda tentativa porque eu
achava o máximo a ideia de trabalhar na empresa do professor Falconi”.
102
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL – ADMINISTRAÇÃO
Assim, Sabrina ao longo desses 13 anos ocupa hoje o cargo de consultora sênior líder, cargo de
confiança e liderança na empresa. “Sigo na Falconi, hoje como líder de time, e posso dizer que grande
parte do meu ideal de carreira se tornou realidade”. A consultora diz que a Falconi lhe ensinou muito
sobre disciplina, processos, cultura de resultados, flexibilidade. A posição de liderança mostrou como
olhar para as pessoas e obter resultado por meio delas.
Na sua trajetória profissional, em 2015, Sabrina teve que se mudar para São Paulo e, durante
mais uma pós-graduação, através de conversas com colegas, descobriu um novo mundo, até então
desconhecido por ela, e que lhe atrairia olhares mais aguçados: os pães de fermentação natural.
A curiosa consultora se aventurou no mundo dos pães: estudos, leituras, workshops, tentativas
frustradas. Ela diz que desde que começou a se aventurar como padeira seguiu fazendo muito pão,
comendo, dando aos vizinhos e amigos, testando, ajustando, estudando técnicas para melhorar o que
ela produzia. Fez cursos, comprou livros, assistiu vídeos e leu textos sobre o tema.
A paixão por pães e uma busca por mais autonomia profissional deixavam de ser apenas uma
atividade amadora e passaram a ser uma ideia empreendedora da administradora. Em 2019, começou
a brotar a ideia de rentabilizar o que ela já fazia por prazer:
Eu já produzia mais do que era razoável comer e vivia dando pães de presente
pros vizinhos. Eu já conseguia controlar o processo e manter um certo padrão.
Eu queria que mais pessoas pudessem comer pão de qualidade, feito com
calma, fermentado adequadamente, com bons ingredientes. Eu queria que
mais pessoas aprendessem sobre pão de verdade, que entendessem que não
é razoável um pão tradicional conter (muito) mais que cinco ingredientes
cujos nomes sequer conseguimos pronunciar (exclua aqui os pães sem
glúten e para dietas restritivas). Mas no trabalho a situação estava intensa!
Muitas viagens, projetos acelerados. Faltou execução e a ideia continuou na
gaveta de ideias.
Em 2020, veio a pandemia e, na loucura de ficar em casa sem saber o que iria acontecer, fazendo
reuniões sem intervalo, trabalhando incessantemente, a consultora, e agora padeira, precisava
encontrar uma forma de aliviar o estresse do isolamento social. “Introduzi a meditação nos meus dias
e comecei a fazer pães enlouquecidamente! Foi presente pros vizinhos, pros porteiros, pro zelador,
pros amigos”.
Não dava mais para adiar, a fábrica de pães artesanais da nossa entrevistada já era realidade, e
as primeiras encomendas chegaram tímidas, na Páscoa, de vizinhos. Apoiada pelo namorado, Sabrina
empreendeu de vez e lançou a Fornu, uma linha de pães artesanais de fermentação natural.
103
Unidade II
Para a agora empreendedora, os desafios para 2021 são aumentar a produção com a estrutura atual,
fazer lançamentos exclusivos em datas especiais e triplicar o número de seguidores. O lucro gerado
será reinvestido em equipamentos e aprendizado, o que permitirá seguir crescendo organicamente,
de forma sustentável.
Questionada sobre o que a faz continuar nesse sonho de empreender, Sabrina responde com
segurança: “é um enorme prazer ver algo produzido pelas nossas mãos ser apreciado por tantos
paladares. Receber os elogios e as críticas que vêm para nos fazer melhorar dá vontade de continuar.
E continuaremos”.
104
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL – ADMINISTRAÇÃO
• Estudar muito sobre o assunto e, quando achar que já estudou tudo, estudar mais.
• Não crescer mais que sua capacidade de atender bem ao seu cliente: o crescimento é
consequência de um trabalho bem feito e planejamento é tudo.
Um consultor de negócios é um profissional que analisa negócios, cria soluções para problemas
e ajuda as empresas a desenvolver planos eficientes para atingir seus objetivos. Os consultores
geralmente trazem suas próprias metodologias ou estruturas para orientar um negócio e recomendam
como atingir os objetivos de forma mais eficaz e eficiente. Os consultores de negócios melhoram
a eficácia de uma empresa, analisando as práticas existentes em busca de pontos fracos. Após a
avaliação, eles criam soluções para ajudar a empresa a atingir seu objetivo com mais eficiência.
Os consultores de negócios geralmente são especialistas em certas áreas, como saúde ou recursos
humanos (WEISS, 2017).
Uma empresa de consultoria é uma empresa composta de especialistas específicos do setor que
oferecem aconselhamento profissional, orientação e soluções acionáveis para
empresas que enfrentam
problemas que não podem resolver internamente. Toda empresa está fadada a ter problemas; firmas
de consultoria são contratadas para resolvê-los.
• Solucionar problemas.
105
Unidade II
Para ser um consultor, o profissional de administração deve ter como características primordiais:
Conhecimento
Habilidade
Atitude
Consultor
106
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL – ADMINISTRAÇÃO
O diploma de bacharel costuma ser o requisito mínimo para um consultor de negócios. Em muitas
indústrias, o grau de mestre é o preferido. Embora existam alguns cursos com um programa específico
em consultoria de negócios, você também pode optar por obter um diploma em Administração,
Economia, Gestão ou Finanças. O trabalho de um consultor deve:
• facilitar o aprendizado do cliente (ou seja, ensinar aos clientes como resolver problemas
semelhantes no futuro);
As vantagens de ser consultor são várias, como o bom salário, a ausência de uma rotina tediosa
(as atividades não são rotineiras e cada projeto de consultoria é um novo desafio). O consultor tem
uma visão ampla da administração organizacional e, por isso, consegue atuar em várias frentes
nas organizações. Em contrapartida, ser consultor exige muita dedicação e constante atualização,
acompanhando as mudanças do mercado.
• Consultor associado: interage com clientes e equipe de projeto para, através de parcerias,
planejar e desenvolver o trabalho do projeto. Responde às perguntas e preocupações do cliente
em tempo hábil e fornece soluções de negócios e recomendações aos clientes para cumprir os
objetivos do projeto.
• Consultor externo: um consultor externo é contratado para apoiar as atividades que uma empresa
considera difíceis de realizar internamente. Existem vários motivos pelos quais as empresas podem
ter dificuldade em executar essas tarefas, o que também define o escopo de trabalho de um
consultor externo. Vale ressaltar que se pode tratar de um consultor autônomo ou ligado a uma
empresa de consultoria.
107
Unidade II
Formar-se consultor é um processo longo, pois a atividade exige vasta experiência e domínio
dos assuntos relacionados à gestão organizacional. Além disso, escolha a área em que tem maior
conhecimento, deixando claro quais tipos de serviço irá prestar na consultoria. Destaque, ainda, suas
formações, experiência e conhecimento a fim de ganhar credibilidade no mercado.
6.5.1 Entrevista
108
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL – ADMINISTRAÇÃO
nunca ouviu falar em sala de aula, pode ter certeza de que a base teórica está dentro dos grandes
ensinamentos que são ministrados durante a graduação.
Entre as principais vantagens de ser consultor, o entrevistado afirma que ter a sua experiência
de mercado acelerada é um dos grandes diferenciais da carreira. Segundo ele, um ou dois anos de
atuação em consultoria equivalem a cinco ou seis anos de atividade profissional de outras áreas. Para
Diego, outra vantagem é a atuação em diversos segmentos sem ter que trocar de emprego na prática.
Por outro lado, Silva aponta que a profissão tem como desvantagem a imprevisibilidade dos
resultados. Ele diz que nem todos os problemas da organização poderão ser tratados dentro do projeto
ou até mesmo ter resultado naquele momento: “Às vezes o resultado é de médio prazo e você já está
fora da empresa”. Vale ressaltar que o consultor é um prestador de serviço, logo, não tem a mesma
autoridade que um colaborador da empresa teria.
Ao longo de seus 12 anos de carreira em consultoria, Diego Silva afirma que, para ser consultor,
é necessário ser disciplinado, paciente, ter alta capacidade analítica e boa comunicação. E, para os
interessados em seguir carreira nessa área, ele deixa um conselho:
109
Unidade II
O ensino é uma profissão gratificante. Por meio dele os educadores ajudam os alunos a valorizar
o conhecimento e a desenvolver novas habilidades. O profissional de administração pode atuar como
docente em diferentes cursos e níveis, já que sua formação lhe permite lecionar nas áreas de marketing,
finanças, gestão de pessoas, gestão estratégica e análise de tendências e cenários, entre outras.
O nível mínimo de formação para ser um professor é a graduação, mas a maioria das instituições
de ensino exige uma especialização, comumente dando preferência aos docentes com mestrado e/ou
doutorado (falaremos sobre essas formações mais adiante). Costumeiramente, são exigidos do
professor universitário pesquisas, publicações de artigos, orientação de pesquisas e participação
em congressos e encontros na sua área de atuação. As principais atuações de um docente de
Administração são:
• capacidade de organização;
• capacidade de socialização;
110
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL – ADMINISTRAÇÃO
• respeito à diversidade;
• capacidade de ouvir;
A atividade docente pode se dar em paralelo a outras atividades profissionais. Muitos consultores,
funcionários públicos e da iniciativa privada, bem como empreendedores também são docentes.
O Brasil, em especial, é um país marcado pela heterogeneidade. Essa diferença se faz presente nos
hábitos culturais, no perfil do profissional, nas relações entre os agentes econômicos, o que faz com
que tenhamos múltiplos perfis de conduta profissional (BARBOSA, 2012).
Algumas regiões do país são marcadas por maior expressividade das indústrias, outras pela
agropecuária, outras pela prestação de serviços; isso faz com que o profissional se prepare para atuar
em cada um desses segmentos. Até mesmo porque, certamente, o profissional encontrará múltiplos
perfis de gestão, portes de organizações, realidades econômicas locais etc.
111
Unidade II
Lembrete
Assim como os clientes e fornecedores esperam receber a mesma experiência e ambiente sempre
que visitam uma marca, independentemente do escritório que visitam, os funcionários em potencial
e os clientes do mercado local desejarão uma experiência mais localizada ao visitar uma marca.
Isso representa um desafio, com diferentes países, diferentes rotas de compras, diferentes padrões,
diferentes níveis de qualidade e diferentes formas de trabalhar. Nesse contexto, as empresas desejam
garantir uma consistência em uma escala global e, ao mesmo tempo, atender às necessidades do
mercado local.
Tamanho do empreendimento
Saiba mais
7 EMPREGABILIDADE
Empregabilidade é uma palavra que pode ser usada em diferentes contextos e com diferentes
significados. Neste livro-texto, discutiremos a empregabilidade como um conjunto de realizações
(habilidades, entendimentos e atributos pessoais) que torna as pessoas mais propensas a obter
emprego e ter sucesso nas ocupações que escolheram, o que beneficia o indivíduo, a força de trabalho,
a comunidade e a economia (HELAL; ROCHA, 2011). A empregabilidade, portanto, não se trata
113
Unidade II
Observação
A empregabilidade inclui habilidades pessoais que permitem que o profissional trabalhe bem
com outras pessoas, aplique seu conhecimento para resolver problemas e se encaixe em qualquer
ambiente de trabalho. Também inclui as habilidades profissionais que permitem que você tenha
sucesso no local de trabalho. De acordo com Nóbrega (2014), tais habilidades que caracterizam
a empregabilidade são chamadas de características transferíveis, já que você pode aplicá-las a
qualquer emprego e em qualquer setor.
Lembrete
Segundo Nóbrega (2014), alguns fatores importantes que você deve saber sobre empregabilidade são:
• Somente você é responsável pelo desenvolvimento e pela gestão da sua carreira (ninguém mais
pode fazer isso por você).
• A segurança está na empregabilidade (ou seja, sua capacidade de obter e manter um emprego)
em vez de no emprego (ou seja, um emprego específico).
114
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL – ADMINISTRAÇÃO
E por que é cada vez mais necessário se falar em empregabilidade? Porque o mercado de trabalho
vem sendo impactado por diversas transformações econômicas, sociais e culturais. Nesse cenário, ter
apenas o conhecimento adquirido no curso de formação universitária não garante uma boa colocação
para o profissional. Até mesmo o fato de ter trabalhado por muitos anos em uma mesma empresa
(leia-se, nesse caso, uma experiência profissional relevante), algo que era considerado um fator
extremamente importante, não se mostra mais um elemento decisivo na hora de conquistar um
bom trabalho ou de se recolocar no mercado. Veja alguns dos motivos que acaloram a discussão
do termo de empregabilidade (MINARELLI, 2009):
• Um diploma não é mais suficiente: após aumentos expressivos na oferta de cursos superiores e
consideráveis mudanças no mercado de recrutamento e seleção, um diploma, apenas, não é mais
suficiente para garantir a um graduado uma carreira satisfatória. Isso é ainda mais verdadeiro
à luz da situação econômica atual. Em muitos setores, os recrutadores estão procurando
profissionais “prontos para o trabalho” com evidências claras de habilidades específicas para o
trabalho, além de atributos pessoais. Para ter vantagem competitiva no mercado de trabalho,
as pessoas precisam ter desenvolvido sua empregabilidade ao longo de sua formação.
• Retorno sobre o investimento: uma das principais razões pelas quais os alunos optam por
estudar em uma universidade é para melhorar suas perspectivas de carreira. Isso se torna cada
vez mais importante tendo em vista os custos crescentes da educação e como os estudantes
desejam garantir que o investimento em educação traga retorno.
• Envolvimento no processo educacional: é mais provável que o interesse dos alunos seja
mantido se eles puderem ver a relevância de seus estudos para suas futuras carreiras e vida
além da universidade.
Nesse contexto, faz-se necessário destacar as principais habilidades que tornam um profissional
empregável:
• Desenvolvimento pessoal: todos os empregadores vão querer saber que você está
comprometido com seu próprio autodesenvolvimento. Existem muitas maneiras de demonstrar
isso: você ter superado um difícil obstáculo ou ter saído de seu caminho para aprender uma
nova habilidade. O que é importante é que você se esforçou.
• Comunicação: os empregadores procuram pessoas que saibam como transmitir seus pontos
de vista de forma clara, articulada e profissional. Tão importante quanto é você ser um bom
ouvinte: atentar para a opinião de outras pessoas e buscar ativamente feedback.
115
Unidade II
• Trabalho em equipe: a capacidade de se relacionar com outras pessoas e liderar uma equipe
ao sucesso é vital para qualquer organização. Isso significa que você precisa ser capaz de
demonstrar que é um líder de equipe nato e que pode adaptar seu estilo para acolher outras
pessoas, se necessário.
• Habilidades organizacionais: na maioria dos empregos, espera-se que você seja proativo
ao assumir as responsabilidades. Os empregadores vão querer saber como você gerencia seu
trabalho e as situações adversas que podem surgir.
• Conscientização comercial: qualquer que seja o setor em que você queira trabalhar, é
importante entender como ele funciona e os diferentes problemas que o afetam. Veja também
as habilidades buscadas pelos empregadores em seu setor e pense em como você mostrará que
pode aplicá-las para agregar valor à organização.
116
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL – ADMINISTRAÇÃO
Os estudos de Sarfraz, Rajendran e Hewege (2018) apontam que, dessa maneira, fica mais simples
entender que o conceito de empregabilidade discute o que o profissional pode (e deve) fazer para ser
atrativo ao mercado de trabalho. Entendemos que empregabilidade não é simplesmente conseguir
um emprego ou uma ter uma lista de habilidades que podem ser ensinadas. A empregabilidade
deve ser tida como uma forma de se basear em uma gama de habilidades e atributos, os quais são
desenvolvidos em uma ampla gama de ambientes e que variam de indivíduo para indivíduo.
Exemplo de aplicação
Vamos então testar o seu nível de empregabilidade? Para fazer esta dinâmica iremos utilizar o
teste de Ernesto Artur Berg (2013). Para preencher o teste a seguir, você precisa ser fiel a suas práticas
e pensamentos, lembrando que não há respostas certas ou erradas, mas sim situações que você julga
ideais ou não.
• Sim = S;
• Não = N;
• Parcialmente = P.
Perguntas
6. Faço pelo menos um curso de curta duração (de 8 a 24 horas) a cada seis meses. ( )
7. Estou sempre atento às oportunidades de trabalho que surgem no mercado, ligadas à minha
profissão. ( )
8. O trabalho que executo é importante, mesmo assim, sei que sou substituível a qualquer
momento. ( )
10. Cuido da minha aparência e utilizo sempre roupas adequadas ao ambiente em que estou. ( )
11. Tenho uma rede de contatos e relacionamentos profissionais fora da empresa que podem me
abrir oportunidades de trabalho rapidamente. ( )
12. Estou sempre me atualizando e fazendo cursos de aperfeiçoamento de média e longa duração
em minha área profissional. ( )
15. Se eu fosse demitido hoje, teria uma nova colocação no máximo em dois ou três meses. ( )
16. Eu, não minha empresa, sou o maior responsável pelo desenvolvimento da minha carreira e da
minha profissão. ( )
19. Trabalhar em equipe e interagir com pessoas é um dos meus pontos fortes. ( )
20. Não me abalo com facilidade. Sei tomar decisões sob pressão e trabalhar em ambientes
estressantes. ( )
118
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL – ADMINISTRAÇÃO
Cálculo de resultado
Marque um ponto para cada resposta sim dada às seguintes afirmações: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 9, 10,
11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 19, 20.
Marque um ponto para cada resposta não dada às seguintes afirmações: 8, 18.
Vamos agora entender o que esse teste pode estar dizendo sobre sua empregabilidade? Claro,
devemos considerar que não estamos falando de um teste único, mas sim de uma diretriz.
A empregabilidade, além de testes como esse, inclui uma série de variáveis. Então, se o resultado
não for o esperado, não se preocupe. Faça uma autoanálise e veja o que pode ser melhorado ou o
que você acha que está certo.
• De 18 a 20 pontos: muito bem! O desemprego não é algo que te deixa angustiado, visto que
sua empregabilidade está bem delineada. Você sabe investir em você e se destacar no trabalho,
tem um bom network e está atento ao que ocorre ao seu redor e às tendências do mercado.
É bem provável que, se viesse a perder o emprego, rapidamente conseguiria outra colocação.
• De 15 a 17,5 pontos: você não está mal. Suas características de empregabilidade estão de
média a boa. Você é interessado, busca ser reconhecido pela empresa e tem interesse pelo
mercado em que atua. Alguns pontos de melhoria estão na sua rede de relacionamento ou sua
atualização quanto a sua atividade. As questões do teste em que você marcou meio ponto ou
não marcou ponto algum podem ser sinais de pontos em que deve melhorar.
• De 12 a 14,5 pontos: sinal de alerta aceso. Sua empregabilidade está caracterizada como
regular. Apresenta várias brechas que podem dificultar seu trabalho ou sua garantia de emprego.
Procure analisar como anda seu aprimoramento profissional, seu relacionamento com entidades
externas e profissionais da área e, sobretudo, como você está vendendo seu serviço dentro da
própria empresa.
• Abaixo de 12 pontos: nada bom, sinal vermelho em destaque! Sua empregabilidade está
baixa. Talvez você ande desmotivado ou não esteja dando importância à sua carreira. Não
subestime seu trabalho, sua empresa ou o mercado. Busque se atualizar, fazer uma formação
técnica, relacionar-se melhor com as pessoas e com o mercado.
De acordo com os estudos de Melo (2014), para se tornar empregável no mercado de administração,
o profissional deve estar atento a seis pilares básicos:
119
Unidade II
O conjunto de todos esses fatores leva o profissional a estabelecer mais segurança e lhe confere
empregabilidade, isto é, a capacidade de conseguir e se manter em um emprego.
Os estudos de Sarfraz, Rajendran e Hewege (2018) discutem que os empregadores têm grande
consideração pelas habilidades de empregabilidade porque são muito mais difíceis de ensinar do
que as habilidades específicas do trabalho. Algumas qualidades empregáveis surgem naturalmente,
enquanto outras podem ser adquiridas por meio da educação, do trabalho ou da prática diária.
• Graduação: é o primeiro passo do aluno que quer obter um título profissional e é a primeira
etapa da formação no ensino superior. No curso de Administração, ao fim de quatro anos o
profissional obtém o título de bacharel.
• Pós-graduação: nesse caso existem duas possibilidades, a stricto sensu e a lato sensu.
— Lato sensu: tem uma visão mais ampla da formação com foco na especialização em alguma
área. MBA, pós-graduações e especializações compõem esse modelo.
— Stricto sensu: tem uma visão mais especifica da área a ser pesquisada e está dividida em
mestrado e doutorado:
120
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL – ADMINISTRAÇÃO
- Os cursos de mestrado podem durar até três anos e, para a obtenção do título, o aluno precisa
desenvolver uma dissertação sobre o tema escolhido e defendê-la perante uma banca.
- Os cursos de doutorado podem durar até cinco anos e, nesse tipo de formação, o
pesquisador deve desenvolver algo novo, ainda não abordado em sua área; ao fim do
doutorado, para obtenção do título, o pesquisador deve defender sua tese perante uma
banca e tê-la aprovada.
– Ensino superior
Graduação
– Terceiro grau
Para obtenção dos títulos em Administração, os candidatos devem cumprir todas as disciplinas
determinadas pelo programa do curso e, ao fim do período, apresentar o trabalho de conclusão de
curso (relatório de estágio, artigo, dissertação ou tese, dependendo das exigências da instituição
de ensino e do título almejado pelo profissional).
Considerando esses níveis de formação, é importante ressaltar que, entre as principais vantagens de o
aluno não parar seus estudos na graduação, estão a busca de atualização e aprimoramento profissional;
enriquecimento de currículo; direcionamento de carreira e destaque no mercado de trabalho.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep, 2019) mostra que
existem 1.765 cursos de Administração, com predominância das instituições privadas de ensino,
que concentraram 1.517 dos cursos, número correspondente a 85,9% do total, formando mais
de 114 mil administradores por ano.
121
Unidade II
A partir desse número, podemos perceber uma discrepância dos profissionais que chegam até o
doutorado. De acordo com o Censo da Educação Superior 2018, o Brasil tem hoje 7,6 doutores para cada
100 mil habitantes, enquanto o Reino Unido tem cerca de 41 doutores para cada 100 mil habitantes.
Pode-se perceber que a diferença é muito grande e acaba comprometendo a ciência e o desenvolvimento
do país (EDUCA MAIS BRASIL, 2020).
Observação
Quando as organizações decidem investir em seu marketing, o que elas estão buscando, na verdade,
é construir marcas fortes, com boa reputação perante seu público. E, se esse tipo de investimento
pode atender as necessidades das organizações, por que não poderia atender às suas? A procura
por conhecimento, informação, vitórias e desenvolvimento pessoal e profissional fez emergirem
as práticas de marketing pessoal, as quais vêm conquistando cada vez mais espaço nas diferentes
profissões (CILETT, 2017).
Os estudos de Melo (2014) apontam que o marketing pessoal é uma discussão que utiliza
os conceitos e instrumentos do marketing em benefício da carreira e das vivências pessoais dos
indivíduos, valorizando o ser humano e todos os seus atributos, suas características e sua estrutura
complexa, além de conduta pessoal e profissional e sua relação com o meio em que está inserido.
As rápidas mudanças a que o mercado de trabalho tem sido submetido tem feito com que os
profissionais se reinventem constantemente e passem a investir cada vez mais em sua autoimagem e
no gerenciamento de suas carreiras. A globalização tem gerado mercados, organizações e profissionais
multidisciplinares e multiculturais. O crescente desenvolvimento de tecnologias acelerou o processo
de globalização e ela proporcionou um maior desenvolvimento tecnológico no qual os trabalhadores
têm que se atualizar com frequência.
No marketing tradicional, as empresas adotam a estratégia dos 4Ps para se alinharem ao mercado
e, no marketing pessoal, essa ferramenta também é passível de uso. Melo (2014, p. 36) diz que:
122
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL – ADMINISTRAÇÃO
Sendo assim, é possível afirmar que a construção de uma imagem pessoal lançando mão de
ferramentas do marketing está pautada em cinco pilares que devem ser desenvolvidos simultaneamente
e estar alinhados aos objetivos de cada pessoa. São eles: embalagem, higiene, conteúdo, postura e
comunicação (RITOSSA, 2012).
Lembrete
Pense que você é um produto que está no mercado. O que você tem
a oferecer? A resposta é: seu trabalho e suas competências. Sempre
que possível, recicle-se, atualize-se e demonstre interesse por cada
oportunidade que surgir. E trabalhe sempre o seu marketing pessoal.
Quando falamos do primeiro pilar definido por Ritossa (2012), estamos falando da embalagem
pessoal, ou seja, a aparência física. E não se trata aqui de padrões de beleza, mas da apresentação
profissional. O cuidado com essa embalagem é a forma de se vestir, de se apresentar perante o
mercado. Algumas empresas mais formais, como bancos e instituições financeiras, têm um dress
code (código de vestimenta) mais formal, enquanto startups tendem a ser menos exigentes quanto
ao vestuário.
O segundo pilar é a higiene. Esse pilar está bem próximo do primeiro e, ao contrário do que se
possa imaginar num primeiro momento, ele não está ligado a usar os melhores produtos de beleza ou
frequentar os salões mais caros, mas sim a fatores simples como barba bem-feita, cabelo penteado,
roupas higienizadas e cheiro agradável. Não existe um padrão de higiene, mas ela não pode faltar
(RITOSSA, 2012).
O conteúdo corresponde ao terceiro pilar do marketing pessoal. De que adianta ser apresentável
e cheiroso, mas não saber estabelecer um diálogo duradouro e interessante? É necessário ter
conhecimento, buscar atualizações e estar em constante formação para poder se envolver em
discussões de forma segura e convincente. Nesse pilar entram não apenas os conteúdos técnicos,
mas também as competências individuais, como caráter, honestidade, empatia.
123
Unidade II
O quinto e último pilar é a postura física, ou seja, a maneira como a pessoa se porta e se posiciona
perante os outros. É necessário saber quando ser mais sério ou mais descontraído, quando ser mais
retraído ou mais expansivo. Uma reunião, por exemplo, exige seriedade e postura ereta, já um happy
hour permite uma versão mais descontraída e mais à vontade (RITOSSA, 2012).
A postura, seja ela do corpo ou das expressões faciais, indica muito sobre o que se pensa ou se
quer dizer. Com relação a isso, veja o quadro a seguir.
Quadro 2
Lembrete
124
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL – ADMINISTRAÇÃO
Saiba mais
Quer saber mais sobre como o corpo fala? Leia a obra indicada a seguir.
De acordo com Persona (2005), assim como as organizações estabelecem metas para seus produtos
e serviços, é necessário que as pessoas façam um planejamento com as metas que pretendem atingir
ao longo do seu processo de marketing pessoal; para alcançar o sucesso, é necessário ter objetivos
claramente definidos. Não ter um objetivo definido ou uma meta clara é desperdiçar oportunidades e
fazer com que qualquer lugar seja suficiente. Não saber aonde se quer chegar pode significar chegar
a lugar nenhum.
Sobre isso fala o diálogo a seguir, retirado de Alice no país das maravilhas, do britânico Lewis
Carroll (1991, p. 89):
– Para quem não sabe para onde vai, qualquer caminho serve.
125
Unidade II
126
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL – ADMINISTRAÇÃO
Observação
O administrador é conhecido, também, como gestor. E diante de tantas mudanças não podemos
deixar de abordar o que se espera de um gestor do futuro. Quem será esse gestor em um mercado tão
dinâmico, com ampla tecnologia e que exige múltiplas habilidades?
8 O GESTOR DO FUTURO
Porém, com a emersão da sociedade 4.0, altamente automatizada, com o crescimento do trabalho
em modalidade home office e mudanças constantes nos cenários organizacionais, os gestores
passaram a ser alvo de estudos e questionamentos a fim de responder à seguinte indagação: quem
será o gestor do futuro?
Uma resposta já existe para essa questão: aquele gestor centralizador, dominador, que busca
controle sobre tudo e todos, além de não ter bom relacionamento interpessoal não terá espaço. Seja
a necessidade de gerenciar o trabalho remoto ou o fato de que cada vez mais tarefas estão sendo
automatizadas, os gerentes estão passando por um momento de mudanças radicais.
Estudos apontam que o gestor do futuro se sentirá à vontade para se comunicar de várias
maneiras diferentes e usar uma variedade de meios, além de ser capaz de compreender as nuances
do comportamento humano e reagir de maneira adequada. Eles também exibirão um nível básico
de habilidades técnicas, permitindo-lhes usar a TI com eficácia e compreender as oportunidades
oferecidas pelas tecnologias emergentes, aproveitando-as de forma proativa.
Pode-se destacar, ainda, que esses gestores deverão saber como diagnosticar e compreender
as necessidades de cada membro de sua equipe, a fim de fornecer feedback direcionado e, se
adequado, conectá-los a redes, informações, recursos e pessoas úteis, que incluem seus próprios
pares. Esses gerentes tendem a construir equipes mais inclusivas e diversificadas, pois abraçam a
diferença individual.
Para muitos estudiosos, a própria função de gerenciamento será dividida ao longo do tempo em
duas disciplinas distintas: gerentes técnicos, que conduzem os padrões, supervisionam os resultados e
127
Unidade II
• Conectar: as conexões são poderosas. Conectar pessoas a outras pessoas e ideias a outras ideias.
• Ser um líder ativo: o gestor do futuro deverá ocupar o cargo porque sabe motivar sua equipe
e trazer resultados. O líder do futuro atuará juntamente com os colaboradores do time.
• Tomar responsabilidade: ser gestor, mais do que nunca, é assumir responsabilidades pelas
decisões tomadas. Quando um gerente assume a liderança e as responsabilidades, é fato que
novos horizontes se abrem para que outros funcionários também aprendam.
• Reconhecer o tempo para pedir ajuda: quem disse que o gestor precisa saber tudo? O gestor
do futuro precisará reconhecer que não é detentor de nenhuma verdade única, sabendo também
quando pedir ajuda. Da mesma forma, é muito importante admitir e reconhecer os erros.
O pensamento gerencial está se movendo em direção a uma compreensão da ação humana como
um processo de criação de sentido. O que uma organização se torna emerge das relações criadoras de
sentido de seus membros (em vez de ser determinado pelas escolhas de alguns indivíduos poderosos).
128
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL – ADMINISTRAÇÃO
A gestão tem sido historicamente vista como um conjunto de tarefas que envolvem planejamento,
organização, controle e incentivo. Acredita-se que um gerente do futuro seja capaz de analisar
os requisitos organizacionais e de tarefas, além das motivações humanas carregadas de emoção.
A gestão bem-sucedida será, então, capaz de remover conflitos e incertezas e prever e planejar o
futuro com precisão.
Existe um conceito aplicável aos gestores do futuro conhecido como carreira Career Edge (career
development learning, experience, degree subject knowledge, understanding & skills, generic skills
e emotional intelligence) que fornece um resumo útil de cinco elementos essenciais de um gestor:
• Experiência: experiências de trabalho e de vida ajudam a desenvolver uma gama mais ampla
de habilidades e são atraentes para possíveis empregadores.
Existem dois tipos de habilidades que precisam ser gerenciadas pelos gestores do futuro: habilidades
básicas (hard skills) e habilidades sociais (soft skills). Os gestores deverão encontrar o equilíbrio entre
uma combinação de habilidades básicas e sociais necessárias para realizar um trabalho.
Exemplo de aplicação
Quer saber como andam suas habilidades de gestão? Que tal pedir aos seus pares organizacionais
que apontem em você as principais características de um gestor do futuro?
129
Unidade II
medida, do alto nível de competências pessoais e sociais de todos os gerentes com os quais você
cocria a organização. É a maneira como você gerencia, que atitude você apresenta a todos os colegas
e quão bem você se comunica com as equipes e com os clientes que contribuem, em grande medida,
para a rapidez com que você alcança lucros maiores e se torna um líder em seu setor.
Para se tornar uma empresa do futuro, as organizações precisam de pessoas do futuro, ou seja,
funcionários com habilidades sociais altamente desenvolvidas, bem como competências pessoais
e sociais. As organizações precisarão ter uma visão e missão claramente definidas, devendo estar
atentas aos seus processos internos, controlar muito bem as emoções de seus colaboradores,
conhecer os valores pessoais, objetivos e mecanismos motivacionais de seus funcionários e ser capaz
de conectá‑los de forma eficiente com os objetivos e valores da organização. Em outras palavras,
estamos falando aqui de soft skills.
Habilidades básicas (hard skills) são habilidades quantificáveis e tangíveis que incluem habilidades
técnicas. Habilidades que incluem a realização de pesquisas na internet, o uso de um aplicativo de
computador específico ou a operação de uma máquina ou equipamento específico. Por exemplo, um
administrador terá facilidade e conhecimento para uso de uma calculadora científica ou um software
de gestão. Em resumo, as hard skills são os conhecimentos técnicos adquiridos ao longo da formação
e experiência do profissional (MARTINS, 2017).
Habilidades sociais são habilidades não quantificáveis e intangíveis, também conhecidas como
habilidades pessoais. Alguns exemplos incluem ter uma atitude positiva, comunicar-se bem, ter
pensamento criativo, trabalhar bem em equipe e ter facilidade para a resolução de problemas.
Quadro 3
130
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL – ADMINISTRAÇÃO
Habilidades pessoais são uma combinação de habilidades pessoais, habilidades sociais, habilidades
de comunicação, traços de caráter ou personalidade, atitudes, atributos de carreira, inteligência social
e quocientes de inteligência emocional que permitem aos funcionários navegar em seu ambiente,
trabalhar bem com os outros, ter um bom desempenho e alcançar seus objetivos com complementação
de habilidades técnicas.
• Atitude: atitude é o querer fazer, ter interesse e motivação. É estar focado em um objetivo e ir
em busca dos resultados.
• Comunicação: são as habilidades de escuta e fala. Comunicar é falar, mas também escutar.
Essa habilidade inclui saber dialogar com os membros do time de trabalho para evitar conflitos,
resolver divergências e eliminar ruídos que podem atrapalhar a realização do trabalho.
• Ética de trabalho: ninguém erra por ser ético. Ter comprometimento com a verdade, a
legalidade e a moralidade compõem os preceitos éticos do trabalho.
• Gerenciamento de tempo: tempo, tempo, tempo... Corremos contra ele e com ele. Saber
gerenciar o tempo, as tarefas, os prazos é um sinal de organização pessoal.
131
Unidade II
• Decisões: saber tomar decisões, compreendendo todo o impacto que a decisão pode ter, é uma
grande habilidade social.
• Resolução de conflitos: conflitos existem e sempre vão existir. É importante saber como
solucioná-los com o menor impacto possível.
Observação
132
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL – ADMINISTRAÇÃO
Para desenvolver as soft skills, é necessário ao profissional de administração lembrar que tais
habilidades são individuais, então o desenvolvimento depende, principalmente, do próprio profissional.
O autotrabalho das soft skills começa com o autoconhecimento, uma autocrítica imparcial aos pontos
que carecem de melhorias e uma reflexão sobre as próprias atitudes. A partir daí, cabe ser feito
um processo de análise do ambiente em que se está inserido, buscando mudança comportamental,
solicitando feedbacks de pares organizacionais e estabelecendo a cultura das soft skills como uma
prática enraizada em sua vida.
8.1.1 Estudo de caso: United Airlines e o desenvolvimento de soft skills nas empresas
É preciso lembrar que todos os dias cada um dos colaboradores tem oportunidades
de expor a marca corporativa a agentes externos. Se há pouco tempo comportamentos
profissionais desaprovados poderiam passar despercebidos ou afetar apenas um grupo
restrito, hoje a notícia de que “alguém fez algo que não deveria” se espalha na velocidade
da luz, muitas vezes alcançando clientes e investidores antes mesmo de chegar ao RH ou
à sala de diretoria. Por esse motivo, assumir uma posição passiva em relação às soft skills
e aos treinamentos comportamentais é, antes de tudo, um enorme risco.
Saiba mais
134
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL – ADMINISTRAÇÃO
Quando as empresas estão avaliando candidatos a empregos, elas procuram o melhor dos dois
mundos: alguém que não só seja proficiente em uma função específica, mas também tenha a
personalidade certa. Junto com as responsabilidades, é importante destacar as habilidades pessoais
que podem dar aos empregadores uma ideia de quão rapidamente o profissional pode se adaptar e
resolver problemas e quão eficazmente ele pode liderar e motivar os outros.
Mas não basta apenas que as empresas façam avaliações dos colaboradores. É necessário que cada
um saiba avaliar a si mesmo e proporcionar mudanças que melhorem a sua conduta profissional. As
autoavaliações dos funcionários são úteis para ajudar os membros da equipe a identificar seus pontos
fortes e fracos, definindo um caminho para o desenvolvimento profissional (DUTRA, 2012).
Muitos empregadores pedem aos funcionários que realizem autoavaliações como parte de seu
processo de revisão do desempenho. Essas autoavaliações oferecem aos funcionários a oportunidade
de refletir sobre seus pontos fortes e habilidades, bem como o que eles conquistaram durante o
tempo que passaram nessa empresa. Pedir aos funcionários que revejam seus esforços também lhes
dá a chance de reconhecer áreas que podem precisar melhorar.
Uma autoavaliação tem várias vantagens para funcionários e empregadores (SCHEIN, 1996):
A primeira etapa da autoavaliação de carreira é identificar suas habilidades. Por definição, uma
habilidade é algo que você aprendeu por meio de experiência de trabalho, educação, treinamento ou
atividades voluntárias. Quando os empregadores consideram um candidato a um cargo, eles avaliam
se as habilidades do candidato correspondem às exigidas para o cargo. Conhecer suas habilidades é
crucial para buscar e garantir o emprego certo. Para elaborar esse primeiro passo o profissional pode
responder às seguintes perguntas:
• Como posso usar esses pontos fortes para contribuir com o crescimento da organização?
• Quais as atividades do meu dia a dia são impactadas por esses pontos fracos?
• Como posso desenvolver meus pontos fracos para melhorar meu desempenho no trabalho?
• A minha empresa oferta alguma possibilidade para que possa utilizar meus pontos fortes?
• Qual é meu plano de vida e como posso associar esse plano a minha carreira profissional?
136
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL – ADMINISTRAÇÃO
Já o segundo passo é alinhar os seus pontos fortes e fracos ao seu projeto de carreira.
O projeto de carreira não é nenhuma certeza de sucesso, mas auxilia no controle sobre suas
escolhas e decisões evitando que perca tempo, conhecimentos, dinheiro e energias com o que não
vai trazer os resultados esperados. Auxilia também as organizações, porque pode reduzir rotatividade,
assiduidade, desmotivação e incrementar a produtividade e a qualidade, além de trazer outros ganhos.
• quando o profissional não tem certeza em relação ao futuro de sua carreira profissional, passou
por uma desmotivação no trabalho e busca uma nova carreira profissional ou até empreender;
• quando o profissional trabalhou muito tempo na mesma área e no mesmo lugar e foi demitido
por motivo de idade ou por ser um funcionário analógico;
• quando o profissional muda de cargo na organização, seja na condição vertical ou horizontal, e
seus objetivos ficam difusos, ou mesmo quando resolve exercer uma atividade de negócio paralela
ao cargo atual.
137
Unidade II
Quer entender em que nível de carreira você se encontra? Veja o esquema a seguir.
Zona de crescimento
(novas metas, colocar os
novos aprendizados em
prática, evoluir)
Zona de aprendizagem
(lidar com os medos, buscar
novos conhecimentos)
Zona de conforto
(sentir-se seguro e ter
controle de tudo)
Nessa figura é apresentado um esquema que mostra todas as etapas pelas quais um profissional
que busca o sucesso passa, e isso inclui os profissionais de administração. Na zona de conforto,
estão aqueles que estão seguros em suas atividades, que têm controle de todo o processo e estão
satisfeitos em suas funções. Já na zona de medo, estão os que saíram da zona de conforto e estão em
busca de novos desafios. Nela, o profissional está tomado por medo, o que é normal, visto que toda
mudança gera algum desconforto e expectativas em relação ao futuro. Na zona de aprendizagem,
a fase do medo foi vencida e as pessoas estão abertas a buscar novos conhecimentos. Na zona de
crescimento, o profissional pode colocar em prática os novos aprendizados e evoluir profissionalmente
(DUTRA, 2012).
Lembrete
Para manter a sua empregabilidade sempre em alta e ser atrativo ao mercado, o administrador
deve estar atento às ferramentas de alavancagem profissional.
138
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL – ADMINISTRAÇÃO
No mundo financeiro o termo alavancagem pode ser definido como uma estratégia de investimento
de usar dinheiro emprestado (especificamente o uso de vários instrumentos financeiros ou capital
emprestado) para aumentar o retorno potencial de um investimento. Alavancagem também pode se
referir à quantidade de dívida que uma empresa usa para financiar um crescimento.
8.3.1 Counseling
Counseling refere‑se a um aconselhamento de carreira com viés técnico que pode ser feito de
forma individual, em casal ou família. Trata-se da reunião com um conselheiro profissional treinado
para falar sobre questões e problemas que os indivíduos em questão estão enfrentando em suas vidas.
8.3.2 Mentoring
O mentoreamento (tradução literal de mentoring) é uma relação recíproca e colaborativa entre dois
membros de uma mesma organização (na maioria das vezes, ocorre entre um funcionário sênior e um
júnior) com a finalidade de crescimento, aprendizado e desenvolvimento de carreira do mentorado.
Figura 40 – Mentoring
A tutoria pode ser formal ou informal. Em um ambiente informal, os mentorados definem metas, mas
geralmente não são mensuráveis e os relacionamentos não são estruturados. Para um relacionamento
de mentoria formal, existem metas viáveis e mensuráveis definidas e com determinados requisitos.
Entre os benefícios do mentoring, destacam-se (MEGGINSON, 2003):
• desenvolver maior confiança e tomar melhores decisões para o crescimento geral de sua carreira;
140
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL – ADMINISTRAÇÃO
• Mentoria individual: esse tipo de mentoria é o mais tradicional de todos. Apenas o mentor
e o mentorado estão envolvidos, e geralmente trata-se de um indivíduo mais experiente
emparelhado com um pupilo menos experiente ou muito mais jovem.
• Tutoria por pares: os participantes desse modelo são da mesma função ou departamento ou
têm experiências compartilhadas ou semelhantes, seja na vida profissional ou pessoal.
8.3.3 Coaching
O coaching é um método para atingir os objetivos definidos. O coach, por meio do diálogo, ajuda
o coachee (cliente) a definir corretamente uma meta, a encontrar a melhor forma de atingi-la e
revelar o potencial interior oculto de uma pessoa. O coach não diz como alcançar o sucesso, mas faz
perguntas por meio das quais o próprio cliente encontra a solução para suas próprias tarefas.
141
Unidade II
A interação entre o coach e seu coachee é chamada de sessão de coach. Na sessão, o treinador
basicamente escuta o coachee e, às vezes, faz perguntas a ele. O próprio cliente responde a essas
perguntas e, no processo de encontrar respostas para as perguntas, ele encontra soluções para atingir
o objetivo. Normalmente, o efeito de tais sessões atua em dois estágios: primário, que é perceptível
de uma vez (imediatamente), e oculto, na forma de melhora geral da qualidade de vida do cliente,
aumentando a motivação e a autoconfiança (MELO et al., 2015).
O coach não precisa entender da área de atuação profissional na qual seu cliente está tentando
ter sucesso e não responde às perguntas diretamente, mas ajuda o cliente a encontrar as respostas
por si mesmo, usando suas próprias habilidades.
Figura 41 – Coaching
142
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL – ADMINISTRAÇÃO
habilidades, ajuda a sair de situações difíceis, dá pistas, fornece assistência direta ao cliente. O coach
não dá dicas diretamente, mas ajuda o cliente a encontrar as respostas para as questões candentes.
E, enquanto o counseling possui uma abordagem com resultados mais imediatos, o coaching lança
mão de técnicas para desenhar estratégias que permitam o desenvolvimento de habilidades e a
mudança de comportamento do profissional.
Saiba mais
Resumo
143
Unidade II
144
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL – ADMINISTRAÇÃO
Exercícios
Figura 42
I – A figura procura estabelecer uma de diferença entre líder e chefe com base no modo como eles
se relacionam com a equipe.
II – A liderança só pode ser atingida na carreira em Y, em empresas com gestão moderna, inseridas
no cenário globalizado.
III – Na figura, temos a figura do líder liberal e do líder democrático (indicado como chefe); ambos
têm em comum a valorização do trabalho em equipe.
A) I.
B) II.
C) III.
D) I e II.
E) I e III.
I - Afirmativa correta.
Justificativa: na figura, vemos um líder, que leva sua equipe ao pódio com ele, e um chefe, que
sobe sozinho para receber o prêmio. Em outros termos, o líder não se coloca acima da sua equipe
como o chefe.
II - Afirmativa incorreta.
Justificativa: a figura não mostra tipos de líderes. O foco é apontar a diferença entre liderança
e chefia.
Nos últimos anos, a força empreendedora no Brasil cresceu 47%, alcançando a marca de 6,2 milhões
de negócios. O Brasil cria 316.000 novos negócios por ano, sendo o terceiro país mais empreendedor,
superado apenas pelos Estados Unidos da América e pelo Reino Unido. Estima-se que, nos próximos
anos, essa iniciativa aumente. Pesquisas indicam que 65% dos universitários têm o desejo de ter um
negócio próprio no futuro.
SEGALA, M.; FAUST, A. Um país de empreendedores. Exame. São Paulo, 2012. Adaptado.
III – Resultados da pesquisa tecnológica universitária podem ser fontes de oportunidades para
novos empreendimentos, a exemplo das startups.
146
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL – ADMINISTRAÇÃO
A) I, apenas.
B) II, apenas.
C) I e III, apenas.
D) II e III, apenas.
E) I, II e III.
I - Afirmativa incorreta.
Justificativa: nem sempre as mudanças de ordem legal, tecnológica, ambiental, cultural ou social
fomentam o empreendedorismo social. Esse fomento depende da natureza das mudanças.
II - Afirmativa correta.
Justificativa: observa-se que muitas startups têm origem em projetos de tecnologia, elaborados
por universitários ou recém-formados.
147
REFERÊNCIAS
Textuais
AGUINIS, H.; GOTTFREDSON, R. Performance management universals: think globally and act locally.
Business Horizons, v. 55, n. 4, p. 385-392, 2012.
ALENCAR, L. Como vencer a maratona dos concursos públicos. São Paulo: Saraiva, 2012.
ANDERSON, M. Transição de carreira: mudança profissional a partir dos 40 anos. Revista de Carreiras e
Pessoas, v. 9, n. 1, p. 128-142, 2019.
ANDRADE, A.; SILVA, J. A empresa júnior e sua contribuição para a formação do administrador. In:
SIMPÓSIO DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO E TECNOLOGIA (SEGET), 12., 2015.
ARMBRUST, G. Processos seletivos inusitados: conheça 8 cases. Gupy, 11 mar. 2021. Disponível em:
https://bit.ly/3cNPl7G. Acesso em: 7 jun. 2021.
BANCO DO BRASIL. Código de ética: 2021-2022. [s.d.]. Disponível em: https://bit.ly/3deIkgL. Acesso em:
7 jun. 2021.
BERG, E. A. 35 testes para avaliar suas habilidades profissionais: descubra seus pontos fortes e fracos,
conheça as dicas para deslanchar sua carreira. São Paulo: Juruá, 2013.
BERVANGER, E.; VISENTINI, M. S. Publicações científicas brasileiras sobre empresas juniores na área
de administração: um estudo bibliométrico. Revista de Gestão (REGE), v. 23, n. 3, p. 211-221, 2016.
Disponível em: https://bit.ly/2Uc0YyS. Acesso em: 7 jun. 2021.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, 1988. Disponível em:
https://bit.ly/3AYqBV4. Acesso em: 12 jul. 2021.
148
BRASIL. Emenda Constitucional n. 19, de 4 de junho de 1998. Modifica o regime e dispõe sobre
princípios e normas da administração pública, servidores e agentes políticos, controle de despesas e
finanças públicas e custeio de atividades a cargo do Distrito Federal, e dá outras providências. Brasília,
1998. Disponível em: https://bit.ly/2TQuR7E. Acesso em: 7 jun. 2021.
BRASIL. Lei n. 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos
civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais. Brasília, 1990. Disponível em:
https://bit.ly/2SdcQ34. Acesso em: 7 jun. 2021.
BRASIL. Lei n. 11.788, de 25 de setembro de 2008. Dispõe sobre o estágio de estudantes; altera a
redação do art. 428 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto-lei n. 5.452, de
1º de maio de 1943, e a Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996; revoga as Leis n. 6.494, de 7 de dezembro
de 1977, e 8.859, de 23 de março de 1994, o parágrafo único do art. 82 da Lei n. 9.394, de 20 de
dezembro de 1996, e o art. 6º da Medida Provisória n. 2.164-41, de 24 de agosto de 2001; e dá outras
providências. Brasília, 2008. Disponível em: https://bit.ly/2SNky4i. Acesso em: 7 jun. 2021.
BRASIL. Lei n. 13.267, de 6 de abril de 2016. Disciplina a criação e a organização das associações
denominadas empresas juniores, com funcionamento perante instituições de ensino superior. Brasília,
2016. Disponível em: https://bit.ly/3xFDHUH. Acesso em: 7 jun. 2021.
CASTRO, R. R. et al. O código de ética profissional sob a perspectiva dos alunos do curso de Administração
da Facisabh. Revista Interdisciplinar Científica Aplicada, Blumenau, v. 12, n. 1, p. 31-48, 2018.
149
CENTRO DE PESQUISA, DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO CONTINUADA (CPDEC). O que o caso United Airlines
ensina sobre o desenvolvimento de soft skills nas empresas. [s.d.]. Disponível em: https://bit.ly/3zHQOXe.
Acesso em: 7 jun. 2021.
CESPE. Demanda de candidatos por vaga. 2016. Disponível em: https://bit.ly/2Ulxoap. Acesso em:
7 jun. 2021.
CILETT, D. Marketing pessoal: estratégias para os desafios atuais. São Paulo: Cengage Learning, 2017.
CLIFTON, D.; RATH, T. Descubra seus pontos fortes 2.0. São Paulo: Sextante, 2019.
CONSELHO FEDERAL DE ADMINISTRAÇÃO (CFA). Sobre o registro profissional. 11 maio 2020. Disponível em:
https://bit.ly/3zE9tTD. Acesso em: 7 jun. 2021.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE (CFC). Qual é o papel dos conselhos profissionais? [s.d.].
Disponível em: https://bit.ly/3cUf6Dm. Acesso em: 7 jun. 2021.
150
COSTA, B.; GRANDO, L. Carreira em Y: aplicação da metodologia em um centro tecnológico – destaque
ao eixo técnico. Competência, Porto Alegre, v. 10, n. 1, p. 51-66, 2017.
DIAS, G. 6 novas tendências de recrutamento e seleção em 2021. Gupy, 16 jun. 2021. Disponível em:
https://bit.ly/2RMM15w. Acesso em: 7 jun. 2021.
DUTRA, J. S. Administração de carreiras: uma proposta para repensar a gestão de pessoas. São Paulo:
Atlas, 2012.
EDUCA MAIS BRASIL. Cresce número de mestres e doutores na educação superior. 6 jan. 2020.
Disponível em: https://bit.ly/3gFjtVl. Acesso em: 7 jun. 2021.
ESTÁGIO TRAINEE. O que é trainee. [s.d.]. Disponível em: https://bit.ly/3gFhH6u. Acesso em: 7 jun. 2021.
FIA. Empresa júnior: o que é e por que entrar no movimento? 10 jul. 2019. Disponível em: https://bit.ly/3wL3D0T.
Acesso em: 7 jun. 2021.
FRANÇA, L. H.; SOARES, D. Preparação para a aposentadoria como parte da educação ao longo da vida.
Psicologia, Ciência e Profissão, v. 29, n. 4, 2009.
GELSO, C. J.; NUTT, W. E.; FRETZ, B. R. Counseling psychology. Washington: American Psychological
Association, 2014.
GUIA DA CARREIRA. 10 dicas para um currículo perfeito. [s.d.]a. Disponível em: https://bit.ly/3cWpM4z.
Acesso em: 7 jun. 2021.
HALF, R. Teste âncoras de carreira. 2019. Disponível em: https://bit.ly/2RNJoAr. Acesso em: 7 jun. 2021.
151
HELAL, D. H.; ROCHA, M. O discurso da empregabilidade: o que pensam a academia e o mundo
empresarial. Ebape.BR, Rio de Janeiro, v. 9, n. 1, 2011.
IBGE. PNAD contínua: características adicionais do mercado de trabalho 2012-2017. 2018. Disponível em:
https://bit.ly/3zIjKy8. Acesso em: 7 jun. 2021.
INEP. Censo da Educação Superior 2018: notas estatísticas. 2019. Disponível em: https://bit.ly/3xAHfY5.
Acesso em: 7 jun. 2021.
JOTA, J. et al. O sucesso é treinável: como a disciplina e a alta performance podem revolucionar
todas as áreas de sua vida, carreira, saúde, finanças, relacionamentos e desenvolvimento pessoal.
São Paulo: Gente, 2020.
MARKMAN, A. Mindset da carreira: como a ciência cognitiva pode ajudar você a conseguir um
emprego, ter um desempenho fora de série. São Paulo: Benvirá, 2019.
MARTINS, J. C. C. Soft skills: conheça as ferramentas para você adquirir, consolidar e compartilhar
conhecimentos. São Paulo: Brasport, 2017.
MATTETI, L.; HEINEN, V. L. Impactos da crise da covid-19 no mercado de trabalho brasileiro. Brazilian
Journal of Political Economy, v. 40, n. 4, 2020. Disponível em: https://bit.ly/3iTVyTF. Acesso em:
7 jun. 2021.
152
MELO, L. H. A. et al. Coaching como processo inovador de desenvolvimento de pessoas nas
organizações. Revista Capital Científica, v. 3, n. 2, 2015.
MOURA, M. A.; SOARES, F. E. S. A sustentabilidade da carreira dos profissionais no século XXI: reflexões
sobre as competências baseadas no comportamento de entrega e o mito Proteu. Revista Gestão e
Tecnologia, v. 9, n. 2, p. 1-16, 2009.
NÓBREGA, M. F. Você está contratado: um guia completo para você conquistar o emprego dos seus
sonhos. São Paulo: Évora, 2014.
OLIVEIRA, A. V. A. et al. Equilíbrio entre vida pessoal e profissional: um estudo com docentes
universitários. UFAM Business Review, Manaus, v. 2, n. 2, p. 20-33, 2020.
OLIVEIRA, D. P. R. Como elaborar um plano de carreira para ser um profissional bem-sucedido. São
Paulo: Atlas, 2018.
PEDROSA, N.; SILVA, L. A importância dos soft skills nas descrições de vagas. Revista Alcance,
v. 26, n. 1, 2019.
PEHAKI, J. R. Soft skills na indústria 4.0. 2019. Dissertação (Mestrado em Tecnologia e Sociedade) –
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, 2019.
PEREIRA, P. Necessidades humanas: subsídios à crítica dos mínimos sociais. São Paulo: Cortez, 2017.
PERSONA, M. Marketing de gente: o marketing pessoal como suporte para o principal ativo das
empresas. São Paulo: Futura, 2005.
PRONTOS para a aposentadoria. Petros e Você, n. 16, ano 3, p. 5-10, 2014. Disponível em:
https://bit.ly/3cQw7i3. Acesso em: 7 jun. 2021.
153
PURCENO, A. Formando um perfil profissional para uma carreira de sucesso na indústria. Química
Nova, v. 39, n. 4, 2016. Disponível em: https://bit.ly/3iXIahg. Acesso em: 7 jun. 2021.
REIS, T. A.; GRAZIANO, G. O.; OSVALDO, Y. C. Como as âncoras de carreira de Edgar Schein influenciaram
na escolha da carreira feita por alunos de universidade do interior de São Paulo. Revista de Carreiras e
Pessoas (ReCaPe), v. 7, n. 1, p. 374-386, 2017.
RITOSSA, C. M. Marketing pessoal: quando o produto é você. São Paulo: InterSaberes, 2012.
SANTOS, M. S. C.; BRANDÃO, L. E. T.; MAIA, V. M. Decisão de escolha de carreira no Brasil: uma
abordagem por opções reais. Revista de Administração, São Paulo, v. 50, n. 2, 2015.
SARFRAZ, I.; RAJENDRAN, D.; HEWEGE, C. An exploration of global employability skills: a systematic
research review. International Journal of Work Organisation and Emotion, v. 9, n. 1, 2018.
SCHEIN, E. H. Identidade profissional: como ajustar suas inclinações e suas opções de trabalho. São Paulo:
Nobel, 1996.
SEBRAE. Empresa júnior: o que é? E como funciona? 6 out. 2017. Disponível em: https://bit.ly/3vPb9a0.
Acesso em: 7 jun. 2021.
SILVA, D. A. Entrevista concedida por e-mail a Guilherme Juliani de Carvalho. São Paulo. 9 dez. 2020.
SILVA, L. C. O. et al. Desvendando o coaching: uma revisão sob a ótica da psicologia. Psicologia, Ciência
e Profissão, v. 38, n. 2, 2018. Disponível em: https://bit.ly/3gTx8qS. Acesso em: 7 jun. 2021.
154
SOUSA, R. S. Consultoria empresarial: a carreira dos meus sonhos ou “A house of lies”: a idealização da
carreira do consultor de empresas por alunos de Engenharia de Produção. 2017. Dissertação (Mestrado em
Engenharia de Produção) – Universidade Federal de São Carlos, Sorocaba, 2017.
SOUZA, R. R.; NASCIMENTO, R. M. Pessoal e profissional: a distinção que a vida não faz. São Paulo:
Livronovo, 2017.
WEIL, P. O corpo fala: a linguagem silenciosa da comunicação não verbal. Petrópolis: Vozes, 2015.
155
156
Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000