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DIREITOS REAIS
AULA 1
̶ Ramo do Direito PRIVADO quem constitui uma relação em Direitos Reais age:
1.em plano de igualdade;
2. Em liberdade FUNCIONA O PRINCÍPIO DA LIBERDADE CONTRATUAL
(distingue-se do Direito Público) quando tal não acontece, este plano de
igualdade, então a questão já será resolvida ao abrigo de outro ramo de Direito
que não os Direitos Reais
̶ Tem eficácia absoluta (CARÁTER ABSOLUTO)
exº:
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES: A deve 1000 a B (obrigação tem eficácia
relativa, B apenas poderá exigir o pagamento a A)
Na obrigação, eu (CREDOR) preciso sempre a colaboração de alguém
(DEVEDOR)
Ex:
NO DIREITO REAL TEM QUE EXISTIR UMA COISA (SE ESSA COISA DEIXAR DE
EXISTIR, DEIXA DE EXISTIR DIREITO REAL)
TEORIA REALISTA/CLÁSSICA
̶ Incide sobre a coisa
̶ Direito Real é o direito em que existe uma relação direta entre o titular e a coisa
(apenas e simplesmente isto) : poder direto e imediato sobre uma coisa
CRÍTICA:
Estão a ficcionar uma relação, ou seja, para haver uma relação têm que existir dois
sujeitos, pelo que não há uma relação entre a pessoa e a coisa
TEORIA PERSONALISTA/MODERNA
O que descreve o direito real é a OBRIGAÇÃO PASSIVA UNIVERSAL poder absoluto
que vincula todos, isto é, ao qual corresponde do lado passivo o dever geral de
respeito ou a obrigação passiva universal – direito erga omnes:
CRÍTICA: ficciona relações, pois, de acordo com esta teoria, embora o direito real não
seja entre a pessoa e a coisa, é entre a pessoa e todos os outros sujeitos esta teoria
leva longe demais o conceito de relação entre o sujeito e o resto das pessoas TODAS
TEORIAS MISTAS
Para descrever o Direito Real existem 2 lados:
̶ LADO INTERNO: quando alguém quer exercer o direito real, esse acesso é
imediato, não sendo precisa a colaboração de ninguém para esse exercício, ou seja,
O TITULAR DO DIREITO BASTA-SE A SI PRÓPRIO (o titular do direito real, ao
pretender invoca-lo nomeadamente contra quem tenha em seu poder,
indevidamente, a coisa que é objeto do titular do direito real, tem apenas de
demonstrar a titularidade do direito, não carecendo de discutir com o seu possuidor
ou detentor os títulos através dos quais ele obteve a posse ou detenção)
̶ LADO EXTERNO: corresponde à eficácia absoluta dos direitos reais, isto é, a
OBRIGAÇÃO PASSIVA UNIVERSAL
Ex: sou titular de uma casa ninguém pode entrar na minha casa sem a minha
autorização
Há um Estado Organizado que permite a existência dos direitos reais e reconhece esses
direitos e que permite que o titular possa exercer o seu direito real.
O titular pode gozar a coisa pode envolver várias faculdades: USAR; FRUIR
atribuem ao seu titular poderes de uso ou fruição de uma coisa (retirar os frutos que
eventualmente essa coisa possa dar). o titular pode gozar a coisa
Há duas subcategorias:
Ex: A deve 1000 a B, o qual constitui uma Hipoteca (sobre a sua casa) garantia real
(IMPLICA REGISTO)
Como a garantia real foi constituída em primeiro lugar é essa que prevalece (prevalece a
registada em primeiro)
Direito Real que permite a aquisição mais tarde de um direito real de gozo, ou
seja, quem tem o direito real de aquisição, tem o direito de mais tarde vir a
adquirir um direito real de gozo
Ex.
A viola o contrato e vende a casa a 3º se não tivesse eficácia real, B apenas poderia
exigir indemnização
Caso tenha eficácia real, B pode requerer execução específica, que é o direito de
aquisição
AULA 2
FIGURAS PROPTER REM (figuras que têm que ver com a coisa)
1. OBRIGAÇÕES REAIS
Ex: Condomínio
B é usufrutuário
Fica uma cláusula no contrato que diz que usufrutuário não pode cultivar
nada de 3 em 3 anos -- obrigação real (só pode ser aplicada relativamente a B,
titular do direito real, e não a toda a gente) de conteúdo negativo esta
obrigação apenas é imposta ao titular do direito real
vizinho entra dentro do meu terreno e corta uma árvore minha NÃO PODE
Vem cá um estrangeiro de férias e corta uma árvore minha NÃO PODE pois tal é o
exercício de um direito real que é do proprietário
Ou seja, apenas o detentor do direito real o pode exercer, não podendo mais ninguém
o fazer DIREITO REAL É ABSOLUTO
(ex: pagar as prestações anteriores e pagar obras que já foram feitas e não pagas – questão
não muito pacífica!! HÁ DIFERENTES POSIÇÕES DOUTRINAIS)
O valor do condomínio é em função dos serviços que este disponibiliza aos seus
proprietários logo, quem usufruiu desses serviços foi o antigo proprietário
(vendedor) e não o novo
Não lá vou durante 50 anos. não deixo de ser proprietária do pinhal LOGO a
obrigação real associada ao direito de propriedade também não prescreve
Exceção:
2. ÓNUS REAL
Semelhanças:
Também é uma obrigação (tem credor, devedor, tem eficácia relativa, etc)
Ónus recai sobre o lado passivo (devedor) pois ele é titular de um direito real (se
não fosse titular de um direito real não recaía sobre ele o ónus)
Diferenças:
Ex: IMI (Imposto Municipal sobre Imóvel) quem tem que pagar é sempre o proprietário
da casa, na medida em que se trata de um encargo que acompanha sempre a pessoa que
é titular do direito real de propriedade sobre o imóvel, pelo que, caso este a venda, será o
novo proprietário a ter que pagar o IMI em atraso.
Ex: A e B são casados, mas um tem o património todo (A) e outro não tem nenhum (B).
A morre e o seu património é dividido por amigos de A (C, D) o viúvo ficaria sem meio
de subsistência
B vai ter direito a alimentos produzidos pelo rendimento dos bens de A, os quais foram
herdados por C e D (e não por B).
Caso algum deles deixe de pagar a B, este tem garantia sobre a coisa.
E ainda, se C vender a F, este último tem de pagar a mesma quantia, e se não o fizer o B
tem garantia sobre a coisa.
3. PRETENSÃO REAL
Ao contrário das duas anteriores (obrigação real e ónus real), É O LADO ATIVO que é o
titular do direito real (pretensão real)
Ex: tenho um livro e ele arde. Compro um novo. Não prevalece o direito real que existia
sobre o primeiro livro, mas sim, cria-se um novo direito real. (MAS!! Há casos em que se
mantém o direito real sobre a nova coisa ver mais à frente)
ex:
especialidade/individualização)
Nota: Esta característica típica dos direitos reais, que é a inerência, admite exceções
como prevê o art 1545º/1, como acontece no regime do art 1568º, relativamente às
servidões prediais, segundo o qual certas mudanças objetivas da servidão se dão com
manutenção do primitivo direito
existia vai passar a incidir sobre a nova coisa os poderes que recaíam sobre a
antiga coisa (coisa substituída), passam a incidir sobre a nova coisa
(art 1480º pessoa é usufrutuária de uma casa e a mesma ardeUsufruto que
incidia sobre a casa, vai passar a incidir sobre o dinheiro da indemnizaçãoo tipo de
direito é o mesmo, mas o direito assume modalidades diferentes, tendo assim
projeção no seu conteúdo)
o 1536º/1 b) (Casos de extinção do direito de superfície, quando é destruída a obra
ou flores o superficiário mantém o direito de superfície sobre o que reconstruir ou
replantar, MAS terá que o fazer no respetivo prazo, a contar da destruição)
SEQUELA
Ação de Reivindicação de Direitos Reais (1311º e 1315º) relaciona-se com a característica da sequela
dos Direitos Reais
(uma das menos discutidas características dos direitos reais impôs-se doutrina
nacional)
ATENÇÃO!!
Sequela não pode ser vista como um DIREITO ou mesmo uma FACULDADE
AUTÓNOMA RELATIVAMENTE AO DIREITO REAL
Sequela pode então ser entendida como uma característica que se exprime através de
um DIREITO SUBJETIVO
Possibilidade de o direito real ser exercido sobre a coisa que constitui o seu objeto,
mesmo quando na posse ou detenção de outrem, onde quer que ela se encontre
POSSIBILIDADE de perseguir a coisa onde quer que ela esteja
Ex: se alguém me rouba o computador posso interpor ação de reivindicação contra essa
pessoa se quem roubou vende a 3º posso interpor ação contra 3º pois O MEU DIREITO
É ABSOLUTO
EXCEÇÕES À SEQUELA
Em Portugal não vale o sistema “A POSSE VALE TÍTULO” logo eu posso ir atrás da
coisa (SEQUELA)
× Aquisição registal
Neste caso, estão em causa certas regras do registo, por força das quais uma pessoa
que adquiriu, com vício, certo direito e beneficia do registo do correspondente ato
aquisitivo terceiro de boa fé VÊ CONSTITUIDO A SEU FAVOR UMA SITUAÇÃO
JURÍDICA QUE PODE OPÔR AO VERDADEIRO TITULAR DESSE DIREITO
PREVALÊNCIA
(não confundir!! Com direito de preferência termo utilizado pela lei para identificar a
faculdade obrigacional ou real, reconhecida a alguém, de ser preferido a terceiros na
aquisição de um direito (arts 414º e ss.))
exceção: ( art 407º- incompatibilidade entre direitos pessoais de gozo MAS TER
EM CONTA ART 6º do Código Registo Predial ex: se eu emprestar a alguém o meu
livro, essa pessoa tem o direito pessoal de gozo (não é direito real); na mesma semana
Quando são 2 Direitos Reais prevalece sobre o outro o que tiver sido constituído em
primeiro lugar NÃO HÁ HIERARQUIA DENTRO DOS DIRIETOS REAIS (todos os
direitos reais têm a mesma força nesta situação)
depois
Assim,
A pode ser proprietário da coisa X, B seu usufrutuário e C seu arrendatário, sem que,
neste concurso de direitos se encontrem problemas de prevalência. o conteúdo de
cada um dos deles não colide com o dos demais, mas sim acomodam-se, pelo que
o exercício das correspondentes faculdades pode verificar-se sem que ocorra
problema
Se, porém,
EXCEÇÕES:
Direito real que prevalece sobre direito real mais antigo (art 751º- Privilégio
imobiliário especial e direitos de terceiro)
Direito de crédito que prevalece sobre o direito real (art 746º-Privilégios por
despesas de justiça)
(traduz a mais forte tutela de que beneficiam os direitos reais quando confrontados
com os direitos de crédito) legislador, quando entende conveniente, atribui a meras
situações jurídicas pessoais uma proteção mais eficaz que em geral lhes está reservada
podendo assim fazer uso de meios jurídicos que normalmente são próprios dos direitos
reais
AULA 3
1.PRINCÍPIO DA TIPICIDADE
Baseado no Art.1306 nº1: apenas podemos escolher um direito real se ele já tiver
prévia e expressamente previsto na lei;
Artigo 1306o
«Numerus clausus»
Artigo 293o
Conversão
O negócio nulo ou anulado pode converter-se num negócio de tipo ou conteúdo
diferente, do qual contenha os requisitos essenciais de substância e de forma, quando
o fim prosseguido pelas partes permita supor que elas o teriam querido, se tivessem
previsto a invalidada.
Impede os particulares de criarem, com eficácia real, situações jurídicas que não
estejam tipificadas como tal na lei (como situações com eficácia real) perante uma
situação não tipificada, o que se verifica é não haver norma jurídica que a regule, sem
que isso signifique a existência de uma lacuna na lei (APENAS SIGNIFICA QUE
ESSA SITUAÇÃO NÃO EXISTE COMO UMA SITUAÇÃO JURÍDICA REAL)
DISTINÇÃO IMPORTANTE
Servidões 1544º
Usufruto 1445º
Superfície1524º
vs
FIGURA PARCELAR é um outro modo de ser proprietário
- Toda a restrição resultante de negócio jurídico, que não esteja nestas condições, tem
natureza obrigacional é estatuída assim a CONVERSÃO LEGAL DESSE
NEGÓCIO sendo o negócio jurídico nulo por impossibilidade legal do objeto (art 280º)
e não podendo produzir-se os efeitos visados pelas partes, a lei atribui a eficácia
sucedânea de constituição de uma figura creditícia HOMÓLOGA
VS
Ex:
constituída uma SERVIDÃO PESSOAL que, como mero direito de crédito (DIREITO
RELATIVO), permite a B passar pelo terreno de A A fica obrigado a permitir a
passagem de B no seu terreno, (mas caso A venda a C o terreno, este C não estará
obrigado a permitir a passagem de B no seu terreno, uma vez que a servidão é pessoal)
(se não está previsto no 1306) aplicar o 293º (transformar um negócio com
eficácia real num negócio com mera eficácia obrigacional só vai haver
conversão se se provar que era essa a vontade deles, ou seja, terá que se
provar que as partes conceberam que mesmo que não fosse possível a
eficácia real, partes pretendiam a mera eficácia obrigacional) Só é admitida
a conversão se o “fim prosseguido pelas partes permitir supor que elas o teriam
querido, se tivessem previsto a nulidade” são as partes que têm que provar que
queriam converter o negócio por exemplo, escrevendo no contrato que se não
for possível a eficácia real do contrato, que as partes lhe querem atribuir eficácia
obrigacional
2. PRINCÍPIO DA COISIFICAÇÃO
MAS!! Há hipóteses no CC em que direitos reais não incidem sobre coisas, mas sim
sobre DIREITOS:
3. PRINCÍPIO DA ATUALIDADE/IMEDIAÇÃO
(tem que ver com a característica da inerência)
Só há direitos reais sobre coisas atuais não há direitos reais sobre coisas futuras
4. PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE/INDIVIDUALIZAÇÃO
(tem que ver com o princípio da inerência)
o Quando a coisa está então concretizada o direito real transfere-se por mero
efeito de contrato (princípio da consensualidade)
Exº:
Pneus no carro não são partes integrantes (coisa móvel ligada com caráter de
permanência a uma coisa imóvel), na medida em que o próprio carro é uma coisa
móvel Commented [ILA(4]: Certo??
5. PRINCÍPIO DA COMPATIBILIDADE/EXCLUSÃO
PROPRIEDADE
USOFRUTO
SERVIDÃO
HIPOTECA
Assim,
A pode ser proprietário da coisa X, B seu usufrutuário e C seu arrendatário, sem que,
neste concurso de direitos se encontrem problemas de prevalência. o conteúdo de
cada um dos deles não colide com o dos demais, mas sim acomodam-se, pelo
que o exercício das correspondentes faculdades pode verificar-se sem que
ocorra problema
6.PRINCÍPIO DA ELASTICIDADE/CONSOLIDAÇÃO
Ex:
7.PRINCÍPIO DA CONSENSUALIDADE
SISTEMA DO MODO vigente na Alemanha (1º negócio jurídico não chega para
produzir eficácia real é preciso um 2º NJ para a eficácia e ainda é precisa a
tradição da coisa 2 NJ são independentes)
SISTEMA DO TÍTULO E DO MODO vigente em Espanha (temos 2 NJ para
produzir a transmissão do dto real mas!! Os dois negócios não são
independentes o 1º é + importante, pois caso seja inválido, o 2º não tem efeito
nenhum também)
SISTEMA DO TÍTULO vigente em PORTUGAL (apenas há 1 Negócio Jurídico
para que haja transmissão do direito real princípio da consensualidade)
8.PRINCÍPIO DA BOA-FÉ
Psicológico (se sabia (que por exemplo o negócio que celebrava com outra parte,
assumindo a parte de comprador, se tratava de uma venda de bens alheios), está
de má fé, se não sabia, está de boa fé)
Ético (se não sabia está de boa fé, mas ainda se tem que averiguar se mesmo
não sabendo, se teria obrigação de o saber, pois caso tivesse essa mesma
obrigação, está de má fé)
Ex:
REGISTO
PRAZOS PARA USUCAPIÃO (depende de a pessoa ser possuidora possuidor
de má fé precisa de cumprir prazo muito superior ao possuidor de boa fé)
ACESSÃO INDUSTRIAL IMOBILIÁRIA (por engano pego nos meus tijolos e
materiais e começo a construir no terreno do vizinho, pensando que terreno é
meu se estiver de boa fé, terá que se saber qual deles trouxe mais valor, se
com a construção da casa, se o do terreno)
9.PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
Publicidade respeita a factos que, pela sua importância ou relevância importa dar a
conhecer para além do círculo de pessoas a quem diretamente respeitam, tornando-os
patentes ou públicos publicidade acompanha realidades jurídicas diversas, em relação
às quais se verifica a necessidade de as tornar públicas, ou, pelo menos, de possibilitar ou
facilitar o seu conhecimento por terceiros (designam-se genericamente como terceiros, as
pessoas a quem o conhecimento dessas realidades interessa, mas não o podem obter
diretamente por não terem participado nos atos correspondentes a publicitação dos
atos constitui, então, um importante fator de tutela (o desconhecimento da real
situação das coisas pode afetá-las, no que respeita às consequências dos negócios que
em relação a elas venham a praticar))
Razão de ser: tendo o direito real eficácia absoluta (oponível contra qualquer pessoa),
as outras pessoas têm que conhecer a existência desse direito (a realidade jurídica)
Artigo 1251o
Noção de Posse
Posse é o poder que se manifesta quando alguém atua por forma correspondente ao
exercício do direito de propriedade ou de outro direito real.
Posse:
Está ligada a direitos reais de gozo
envolve uma atividade material, genericamente de uso ou de fruição de uma
coisa, correspondente ao conteúdo de certo direito real pela sua
materialidade, a posse é percetível por terceiros
AULA 4
NOTA IMPORTANTE:
Art 36º fazer remissão lado passivo ou lado ativo da relação jurídica (ex: A Commented [ILA(6]: (remissão do art 41 crpred para o
compra a B um imóvel e esta ação tem que ser registada quer A ou B pode requerer 36º)
ATENÇÃO!!
2. Princípio da obrigatoriedade (art 8-A Cód Reg Pred) Commented [ILA(7]: SIGNIFICADO DA REMISSSÃO
FEITA NO Cod RegPred:Remissão no art 8ª quer dizer:
apesar do registo ter que ser pedido(art 41), ele é
obrigatório!! (art8)
Apesar de o registo ter que ser pedido, este NÃO É FACULTATIVO REGISTO
PREDIAL é obrigatório
Identidade do prédio
Legitimidade dos interessados (alguém a quem a lei a reconheça essa
legitimidade)
Verificar a regularidade formal do título (não posso registar um bem imóvel
por meio de documento particular)
Verificar a validade substancial do negócio subjacente àquele registo
(ATENÇÃO!! Art 69º al) d) quando for manifesta a nulidade do ato SÓ
PODE RECUSAR SE O NEGÓCIO FOR NULO (MANIFESTAMENTE
NULO/NULIDADE PATENTE)
ex: duas crianças aparecem sozinhas no registo comercial para registar a compra
e venda de um imóvel, um vendeu e outro comprou NEGÓCIO ANULÁVEL logo
o conservador não pode recusar-se
SE NÃO FOR POSSIVEL SOLUCIONAR POR ESSA VIA conservador vai registar,
mas não definitivamente!! REGISTO PROVISÓRIO POR DÚVIDAS (fundamento
do registo provisório é o conservador ter dúvidas quanto ao ato)
(ATENÇÃO!! Só nos casos mais graves, que estão taxativamente enumerados no Art
69º é que o conservador deverá recusar o registo)
Há um outro tipo de registo provisório: REGISTO PROVISÓRIO POR NATUREZA
(o próprio registo não pode ser feito definitivamente, dada a sua natureza)
Ex: qualquer ato relativamente a um imóvel tem que ser registado,
inclusivamente ações judiciais se o proprietário quiser o imóvel de volta: AÇÃO DE
REIVINDICAÇÃO tem que ser registada, mas não se sabe se vai ou não ganhar a
ação: registo provisório da ação de reivindicação (dada a natureza do registo)
ATENÇÃO!! Para além destes meios, o requerente dispõe ainda de outros meios
destinados à reparação de danos que a conduta do conservador lhe tenha causado
efetivando a responsabilidade criminal e civil em que este incorra (Art 153º
CódRegPred) Commented [ILA(11]: Fazer remissão do art 140º para
o art 153º!!!! No final (para mostrar que é outro meio
ALTERNATIVO fazer OU (simbolo matemático U))
Artigo 34.º
Princípio do trato sucessivo
Artigo 9.º
Legitimação de direitos sobre imóveis
1 - Os factos de que resulte transmissão de direitos ou constituição de encargos sobre
imóveis não podem ser titulados sem que os bens estejam definitivamente inscritos a
favor da pessoa de quem se adquire o direito ou contra a qual se constitui o encargo.
2 - Excetuam-se do disposto no número anterior:
a) A partilha, a expropriação, a venda executiva, a penhora, o arresto, a apreensão em
processo penal, a declaração de insolvência e outras providências ou atos que afetem a
livre disposição dos imóveis;
b) Os atos de transmissão ou oneração praticados por quem tenha adquirido no
mesmo dia os bens transmitidos ou onerados;
c) Os casos de urgência devidamente justificada por perigo de vida dos outorgantes.
Ex: A vende a B e B quer vender a C mas B ainda não registou, logo não poderá
C registar, logo o notário não poderá efetuar esse registo ??
(art 9º/1) Não podem ser titulados atos jurídicos de que resulte a transmissão de
direitos ou a constituição de encargos sobre imóveis, sem que eles estejam
definitivamente inscritos a favor de quem transmite ou constitui o encargo
9º/2
o a) Há situações, que pela própria natureza dos atos em causa, esses atos
sujeitos a registo estão envolvidos com autoridades administrativas
ou judiciais penhor, arresto, venda em execução, expropriação)
Artigo 6.º
Prioridade do registo
1 - O direito inscrito em primeiro lugar prevalece sobre os que se lhe seguirem
relativamente aos mesmos bens, por ordem da data dos registos e, dentro da mesma
data, pela ordem temporal das apresentações correspondentes.
2 - [Revogado].
3 - O registo convertido em definitivo conserva a prioridade que tinha como provisório.
4 - Em caso de recusa, o registo feito na sequência de recurso julgado procedente
conserva a prioridade correspondente à apresentação do ato recusado.
MAS!!
Projetam-se os efeitos de, por via de recurso, a recusa do registo ser considerada
infundada e ser elaborado o registo requerido, definitivamente a prioridade do
registo é estabelecida em função da ordem de apresentação do registo recusado
Se a impugnação judicial for feita e o registo for passado a definitivo, A LEI NADA DIZ
Regra: havendo mais do que 1 registo sobre a mesma coisa prevalece o mais antigo
Aquilo que nunca pode acontecer: haver mais do que um processo sobre o mesmo
prédio!!
× num determinado processo uma coisa foi comprada por umas pessoas
× noutro processo, exatamente a mesma coisa tem outros proprietários
Considera-se que o registo falhou na sua função se falhou não pode valer a regra da
prioridade de registo resolver situações com base nas regras de direito
substantivo DIREITO CIVIL (possuidor, ao fim de determinado tempo pode invocar
usucapião) AUJ 1/2017 Commented [ILA(15]: Fazer remisssão do 6 para o AUJ
Sendo a feitura dos registos uma função atribuída aos serviços públicos do Estado,
desempenhada, por isso, por funcionários públicos, subordinados ao Princípio da
Legalidade, caso não se verifique a observância da lei, tal implica responsabilidade
criminal, disciplinar e civil para o autor da infração, o que envolve um regime dissuasor
muito significativo
Para o sistema ser coerente, tem de envolver uma tutela dos interesses daqueles que
fundam os seus atos na realidade registal só assim se prossegue a realidade própria
do registo, que é a segurança no comércio jurídico (art 1º Cód Reg Pred) meio
técnico através do qual se viabiliza esta segurança no comércio jurídico é através das
presunções registais
Por assim ser, tal leva a atribuir ao registo efeitos que estão para além do que a função
da publicidade imporia efeitos que advêm da dinâmica originada na simples
existência do registo disposições básicas contidas nos arts 4º e 5º do
CódRegPred em geral, está apenas em causa a eficácia dos factos e não a sua
validade (embora pode não ser sempre assim)
Efeitos inter-partes
A falta de registo, não afeta, em geral, a invocabilidade inter partes, dos factos que
devam ser registados (MAS!! Exceção em matéria de hipoteca)
Fora dos casos particulares do art 5/2 (exceções), os factos sujeitos a registo só
produzem efeitos contra terceiros depois da data do respetivo registo
1. REGISTO CONSOLIDATIVO
(Regra no registo predial)
“5º/1 - Os factos sujeitos a registo só produzem efeitos contra terceiros depois da data
do respetivo registo.”
O que são terceiros para efeitos de registo (aos quais se aplica o regime contido no art
5º/1)?
2. REGISTO ENUNCIATIVO
(Mais “fraco” de todos não preciso do registo para nada)
Não traz efeito/eficácia jurídica “registo não dá nem tira direitos” registo não
acrescenta nada de novo no plano da sua relevância substantiva (frase não pode ser
vista como uma verdade absoluta)
Registo da usucapião
Usucapião é registável (como resulta indiretamente do art 5º/2 a) Cód Reg Pred) mas o
seu registo não traz nada de novo à situação jurídica do adquirente (correspondentemente, a
não realização do registo também não afeta em nada a existência ou a invocação do direito
adquirido) Usucapião vale por si, mas eu não preciso de registar porque o possuidor já age
publicamente
Registo da posse
Regime aplicável à usucapião deve alargar-se a atos não negociais e a factos jurídicos
com eficácia real, que não estão sujeitos a registo, mas em relação aos quais o registo
que venha a ser feito não é mais do que enunciativo Posse por si só já serve como
publicidade
Atenção!! O registo enunciativo não interfere com a eficácia do facto perante terceiros,
mas pode determinar consequências de outra ordem sobre o seu regime, pelo que o
registo enunciativo não deve ser visto como absolutamente indiferente quanto às
situações jurídicas a que respeita
o Quanto à Mera posse: o seu registo projeta-se no regime do prazo a aplicar para a aquisição
por usucapião (art 1295º):
Boa fé: 5 anos a contar do registo enunciativo de mera posse
Má fé: 10 anos a contar do registo
3. REGISTO CONSTITUTIVO
(Preciso do registo para tudo)
MAS!!!
4. REGISTO AQUISITIVO
(Vamos apenas estudar os 3 mais importantes)
Registo que se integra num facto jurídico complexo de formação sucessiva de que fazem
também parte outros elementos, podendo um deles ser um negócio jurídico inválido
É o registo que vai permitir adquirir o direito !!! de acordo com as regras do
direito substantivo (Direito Civil) a solução seria diferente
(Se resolvesse pelo Direito Civil prevalecia o direito constituído em primeiro lugar)
SÍNTESE:
Ex:
Adquirente de um prédio urbano, que não registou o facto aquisitivo, não está
impedido de invocar a sua qualidade de proprietário numa ação de despejo
movida contra um inquilino do prédio, com fundamento em ato que lhe
atribua direito à resolução do contrato de arrendamento
Dono de um prédio urbano, que não registou a aquisição, não está impedido de
invocar a sua qualidade de proprietário numa ação de condenação movida contra
o dono do prédio vizinho, que, ao demoli-lo causou danos naquele
Ex:
!!! Herdeiros não são qualificados como terceiros (art 4/1) são vistos como
partes
São todos os que, tendo obtido registo de um direito sobre determinado prédio,
veriam esse direito ser afastado por qualquer outro facto jurídico anterior não
registado OU registado posteriormente há um confronto entre direitos
incompatíveis sobre a mesma coisa
Conceção RESTRITA 2 anos depois, Supremo fez um novo AUJ (tomado por
todos os juízes conselheiros) 3/99 de 18 de Maio
Para efeitos do disposto no Art 5º Cód Reg Pred, são os adquirentes, de boa fé, de
um mesmo transmitente comum (voluntariamente), de direitos incompatíveis
sobre a mesma coisa
Tem que ser uma aquisição onerosa (prof Carvalho Fernandes defende que não tem
que ser onerosa, mas é o único)
a) AQUISIÇÃO TRIANGULAR
CONCLUSÃO
A falta de registo do primeiro adquirente B, deixando subsistir o registo do alienante
A e a inerente presunção de que o seu direito real existe tal como o registo o revela
(art 7º CRPred), pode sempre ser invocada pelo segundo adquirente C, MAS!!
estando registado o seu ato e tendo de intervir no ato de aquisição destes o titular
inscrito (A), de modo a respeitar a conceção restrita de terceiros para efeitos de
registo (daí D não poder invocar a presunção, nem lhe adianta invocar a presunção,
na medida em que D não é terceiro para efeitos de registo)
Não regista
Uma vez pedida a inscrição do ato de B, se ela vier a ser feita a título
definitivo, a aquisição de C não lhe pode ser oposta, funcionando então
plenamente o regime próprio do negócio de aquisição
b) AQUISIÇAO TABULAR
Art 291º CC
A declaração de nulidade do registo de E, não pode ser oposta por D a F, se este (F)
tiver adquirido o seu direito de boa fé, por facto oneroso e o registo deste for
anterior ao registo da ação de nulidade (art 17º/2 CPA)
(Regime equivalente ao do art 7º/2 CPA) Caso da retificação do registo Art 122º CPA
Uma vez que também a retificação “não prejudica os direitos adquiridos a título
oneroso por terceiros de boa fé, se o registo dos factos correspondentes for anterior ao
registo da retificação ou da pendência do respetivo processo”
4 REQUISITOS:= os do 291 menos o dos 3 anos 17/1 não prevê limite temporal pelo
que terceiro está imediatamente protegido
3º vai sempre invocar o 17/2 pois é mais protegido tem que haver uma
explicação
IMPORTANTE!! Prof. Horster e prof. Carvalho Fernandes entendem que é necessário fazer
uma interpretação restritiva do art. 17º/2 CRPredial, aplicando-se este apenas a
invalidades registais (art. 16º CRPredial), isto é, vícios no procedimento.
(Nestes dois casos (DOS ARTIGOS 17/2 E DO 291º), a doutrina defende que se trata
de um registo aquisitivo: atribui ao negócio jurídico inválido uma relevância
jurídica substantiva que ele não tem)
SÍNTESE
Aquisição triangular
Aquisição tabular
Artigo 1251o
Noção
Posse é o poder que se manifesta quando alguém atua por forma correspondente ao
exercício do direito de propriedade ou de outro direito real.
Corrente subjetivista
(a que vamos seguir é seguida por a maior parte da jurisprudência)
O que é essa pessoa? Mero detentor (durante essa semana não há animus mas
só corpus)
Corrente objetivista
(seguida pela maior parte da doutrina)
Artigo 1252o
Exercício da posse por intermediário
1– A posse tanto pode ser exercida pessoalmente como por intermédio de outrem.
2– Em caso de dúvida, presume-se a posse naquele que exerce o poder de facto,
sem prejuízo do disposto no no 2 do artigo 1257o.
(1252/2) Por força da presunção: Quem tiver CORPUS, presume-se que também há
ANIMUS (não é objetivismo!! Mas sim uma facilitação da prova)
Artigo
1253o
Simples
detenção
Corrente Objetivista prescinde do ANIMUS!! para haver posse apenas tem que
existir CORPUS
1253/a) Para a posição objetivista, havendo corpus é sempre posse, desde que os
casos de detenção estejam expressamente consagrados na lei (estão consagrados
no1253º)
MAS!! quem é objetivista tem muitas dificuldades em explicar o 1253º a): é detentor
o que exerce o poder de facto (CORPUS) e não tem intenção de agir como beneficiário
do direito (ANIMUS) nesta alínea está consagrado o animus que caracteriza a
posse e a diferencia da mera detenção)
(ex. Aluno rouba livro este age como verdadeiro proprietário e possui a coisa LOGO é
POSSUIDOR)
Mas!!! Ex: tenho um vizinho que passa sempre em cima da minha propriedade e só o faz
porque eu deixo vizinho não é possuidor
Proprietário do prédio X não reage, por razões de boa vizinhança, quando o dono do
prédio vizinho, para melhor aproveitamento do seu terreno, ao lavrá-lo ou semeá-lo,
invade uma pequena área do prédio X vizinho não é possuidor
Ex: Quero vender o carro e passo procuração a alguém para o vender essa pessoa
(procurado) não é possuidor
Posse civil: posse em toda a sua plenitude atribui todos os efeitos consagrados
na lei
Posse interdictal: alguns ou até mesmo todos os efeitos previstos na lei não são
atribuídos àquela posse (1293º)
Artigo
1293o
Direitos
excluídos
Posse não efetiva: ex: aluno que rouba carro a professor—a partir desse momento,
aluno é possuidor do carro—automaticamente o professor deixaria de ter a posse
MAS!! Lei vem dizer que o professor tem a posse durante 1 ANO (professor pode
interpor ação em tribunal e caso ganhe, como é suposto, tudo será tratado como se
professor nunca tivesse perdido a posse—durante aquele ano temos 2 posses
simultâneas:
Artigo 1258o
Espécies de posse
A posse pode ser titulada ou não titulada, de boa ou de má fé, pacífica ou violenta,
pública ou oculta.
Artigo 1259o
Posse titulada
ATENÇÃO!! O 1259º vem dizer que mesmo que haja um vício de substância a
posse é titulada
Artigo 1260o
Posse de boa fé
1 – A posse diz-se de boa fé, quando o possuidor ignorava, ao adquiri-la, que lesava
o direito de outrem.
2 – A posse titulada presume-se de boa fé, e a não titulada, de má fé.
– A posse adquirida por violência é sempre considerada de má fé, mesmo quando
seja titulada
Posse de boa fé possuidor age não sabendo que está a prejudicar o direito de
outrem
Posse de má fé ex: ladrão, MAS!! Se o ladrão vender o que roubou a um terceiro,
a posse desse terceiro já é de boa fé, na medida em que foi adquirida de modo
legítimo (posse titulada presume-se de boa fé)
ATENÇÃO!!
Boa fé neste caso não é apenas uma boa fé psicológica, mas também uma boa fé
ética momento decisivo é o momento da aquisição da coisa
(Ex: se comprar algo que era roubado, não sabendo e no dia a seguir descobrir que é
roubado, tal será desculpável)
Art 1260/2: posse titulada presume-se de boa fé; posse não titulada presume-se
de má fé Commented [ILA(21]: Fazer seta para artigo
anterior(1259º)
Nota:
Posse violenta: posse que tenha sido adquirida recorrendo a coação física (há
força física) ou coação moral (relativa à ameaça) logo, é de má fé
é de má fé
1295/2 não é sujeita a registo Commented [ILA(23]: Fazer remissão do art 1261º/2
(efeito mais importante) Enquanto a violência se p1295º/2
E p/ 1297 e 1300
mantiver, não começam a contar os prazos para
usucapião (apenas quando a violência cessar é que
começa a contar) (art 1297º(coisas imóveis)+ 1300
(coisas móveis))
Artigo 1262o
Posse pública
Posse pública é a que se exerce de modo a poder ser conhecida pelos interessados.
São, em geral, os titulares dos direitos, cujos poderes o possuidor exerce, ou que
são afetados pela sua atuação
Ex: roubo bicicleta ao vizinho e ando com ela na nossa rua—posse pública, pois estou a
permitir/dar a possibilidade que seja conhecida pelos seus interessados
Ex: roubo bicicleta ao vizinho e ando com ela na China—posse oculta pois não estou a
dar a possibilidade aos interessados de conhecerem esta posse
Consequências:
SOBREPOSIÇÃO DE POSSES
Ex: Usufrutuário detém a posse causal e em nome próprio quanto ao direito de usufruto,
mas tem a posse em nome alheio no que respeita ao direito de propriedade. Contudo,
sendo lícito ao usufrutuário constituir uma servidão em favor de terceiro, com as posses
anteriores, e sobre a mesma coisa, vai agora coexistir a posse (causal) do titular do
direito de servidão
Há ainda a possibilidade de haver posse de certa pessoa e ser outra quem tem a
coisa em seu poder:
Ex: se o vendedor não fizer logo a entrega da coisa, continua a tê-la em suas mãos, sem
por isso a posse deixar de pertencer ao comprador distingue-se a posse de facto/efetiva
(do vendedor) e a posse jurídica/civil (do comprador)
Em certos casos, a sobreposição de posses faz-se sem que entre elas se abra
conflito: cada uma se vai desenvolvendo, no seu próprio conteúdo ou âmbito,
sem interferir com a outra
Mas!!
Artigo 1278o
Manutenção e restituição da posse
Artigo
1263o
Aquisição
da posse
A posse adquire-se:
Ex: ladrão que rouba coisa e depois vende a terceiro posse de terceiro é derivada; posse
do ladrão é originária
Artigo 1255
Sucessão na posse
Por morte do possuidor, a posse continua nos seus sucessores desde o momento da
morte, independentemente da apreensão material da coisa.
Requisitos: prática reiterada de atos materiais (não adianta praticar atos jurídicos),
com publicidade
Ex: construir muro, abrir código, cultivar etc. (mas não basta um, pois tem que ser a
prática reiterada de atos materiais—ex: arrombo porta de casa para entrar lá NÃO
É POSSE, mas se quando entrar na casa e mudar a mobília, puser fotografias nas
paredes- POSSE pois há uma prática reiterada de atos materiais)
Que atos?
ATENÇÃO!! Prática tem que ser com PUBLICIDADE: mas!!! Há posse oculta
ladrão que vá roubar coisa durante a noite não deixa de adquirir a posse fazer
interpretação restritiva para que a este artigo apenas se aplique à Posse
Civil/Jurídica, mas para aquisição da posse (seja ela pública ou oculta) não é
necessária publicidade Commented [ILA(24]: Perceber melhor qual a
interpretação a fazer ao certo
Artigo 1265o
Inversão do título da posse
É necessário que o mero detentor se oponha ao possuidor, sendo que, para tal, é
necessário que o comportamento exterior do detentor signifique essa alteração
do título por que pratica os atos do exercício do direito
Está desenvolvida pelo 1265º- tem 2 modalidades, mas ambas têm a mesma
particularidade: há inversão do título da posse quando temos um mero detentor
(apenas tem corpus) que passa a possuidor (detentor que vai adquirir animus):
Ex :
Para esta figura se autonomizar da aquisição derivada da posse por tradição, esse
ato (de terceiro capaz de transferir a posse), embora capaz em abstrato, não pode
em concreto ter esse efeito nesta modalidade de inversão do título da posse,
o ato de terceiro tem de sofrer de algum vício impeditivo daquele efeito
translativo (da posse)
A arrenda a casa a B
Artigo 1406o
Uso da coisa comum
Artigo 1264o
Constituto possessório
Pode dar-se no caso de, na alienação de um direito real pelo seu titular, não se verificar
imediatamente a transferência da posse da coisa
Para o efeito, tanto faz que essa posse pertença ao próprio alienante ou que exista
detenção por terceiro (nº2)
PONTOS IMPORTANTES:
Pode ser qualquer causa, MAS tem que haver uma causa
1264/1
Ex: A vende a coisa a B, mas em vez de lhe entregar a coisa, fica convencionado no
contrato que a coisa continua com A na medida em que ele passa a ser o arrendatário
1264/2
Ex:
IMPORTANTE!!
Sendo que, uma vez que o sucessor/herdeiro irá assumir a posição jurídica do falecido,
para saber se o modo de aquisição da posse do herdeiro (agora do herdeiro, mas
anteriormente do falecido) é derivado OU originário, terá que se ter em consideração
o modo de aquisição da posse do falecido
Ex: Temos senhor A que tem posse de determinada coisa e A morre filho de A (B) é
herdeiro legítimo de A
Artigo 1256o
Acessão da posse
Acessão só existe quando quem tiver sucedido na posse de outrem, por título que não
seja sucessão por morte (do antigo possuidor)
Há uma transmissão da posse por ato entre vivos, por exº uma compra e venda, sendo
reconhecida ao atual possuidor (novo possuidor) a faculdade de juntar à sua posse a
do antecessor, para efeitos de contagem do período da sua duração
(vai ser importante, por exº para a contagem do prazo para invocar a usucapião
junto meu prazo até ao momento decorrido com os prazos de outros possuidores
anteriores que já decorreram, de modo a conseguir invocar a usucapião antes de terem
passado comigo (apenas na contagem do meu prazo) os 20 anos que preciso para poder
invocar MAS!! Apenas posso juntar posses até que se verifique um modo originário de
aquisição de posse)
Se as posses (posse anterior e a atual posse) forem de natureza diferente (uma é posse
de boa fé e outra é posse má fé; uma posse é de propriedade e a outra é de usufruto), a
acessão só se dá nos limites da menos valiosa/ na de “menor âmbito” (posse de
usufruto, de má fé)
IMPORTANTE!!
Consequências da acessão
Ex1:
Ex2:
Mas!! Para a posse não é preciso capacidade de exercício basta que a pessoa
tenha o uso da razão (capaz de querer e entender o ato e as suas consequências)
1266/2 Mesmo quem não tem uso da razão, poderão adquirir posse de coisas que
sejam suscetíveis de ocupação (1318coisas móveis perdidas e abandonadas) iremos
analisar melhor esta situação
a) Pelo abandono;
b) Pela perda ou destruição material da coisa ou por esta ser posta fora do
comércio;
c) Pela cedência;
d) Pela posse de outrem, mesmo contra a vontade do antigo possuidor, se a
nova posse houver durado por mais de um ano.
Há perda:
haver CORPUS e ANIMUS por isso, é nova qualquer posse, mesmo que
apresente conteúdo similar, que venha a constituir-se sobre a coisa
NÃO CONFUNDIR!!! Abandono com mero exercício do direito
Ex: se eu tiver um livro e o deixar na estante durante anos não se perde nem Animus
nem Corpus.
2 Perda ou destruição material da coisa/ ser posta fora de comércio: (tal como
acontece com o direito real que se extingue com a extinção da coisa devido à
característica da inerência) extingue-se a posse se a coisa que tem por objeto não
poder ser mais objeto de direitos privados por “ser posta fora do comércio”
(202º/2)
3 Cedência: alguém que passa a posse a outra pessoa, sendo a perda de posse
meramente relativa possuidor cede a posse a outrem, havendo uma
correspondente aquisição pelo cessionário
Acontece por:
Constituto possessório (1273º c))
Tradição (1273º b))
Desde logo, não chega a haver perda de posse se, por qualquer circunstância, a nova
posse cessar antes de preenchido o referido prazo a posse antiga só cede perante
uma nova posse decorridos 1 ano e um dia
Enquanto não decorrer o prazo de pelo menos 1 ano e 1 dia, verifica-se o fenómeno de
sobreposição de posses (art 1278º)
Artigo 1268o
Presunção da titularidade do direito
Ativo:
Presunção da titularidade do direito correspondente ao exercício da posse
(1268º)
Direito aos frutos (1270º+1271º)
Direito às benfeitorias (1273º)
Direito de indemnização (a respeito da defesa da posse) (1284º)
Usucapião (1287º a 1301º)
Direito de uso apenas implicitamente reconhecido pela lei
Passivo:
Obrigação de responder pela perda ou detioração da coisa (1269º)
Obrigação de suportar encargos (1272º)
Posse faz presumir o título do direito ao qual à posse está a ser exercida (MAS trata-se
de uma presunção ilidível)
ATENÇÃO!! Não se diz apenas que a posse se faz presumir a propriedade, mas sim o
direito real correspondente
Regime aplicável tanto a frutos naturais como a frutos civis (art 211º noção de
fruto)
1270/2 Quando proprietário reivindica a coisa, os frutos ainda não estão colhidos
Os frutos pertencem ao proprietário, mas este terá de compensar o possuidor pelas
despesas de produção dos frutos (adubos, sementes)
1270/3 Quando proprietário reivindica a coisa, os frutos ainda não estão colhidos,
MAS estão vendidos (possuidor vendeu frutos como coisa futura)
o venda mantém-se (quem fica com os frutos é o terceiro que os comprou)
o dinheiro da venda fica para o proprietário (pois o possuidor já não está de
boa fé)
o mas o proprietário terá que pagar ao possuidor pelas despesas de
produção dos frutos (adubos, sementes)
Possuidor de má fé (1271º):
Se estiver de má fé, não fica com nada, tendo que devolver tudo ao possuidor, ainda
que já os tenha consumido, nesse caso terá que pagar o valor correspondente
Possuidor de má fé, também terá de devolver os frutos que devia ter produzido e não o
produziu avaliar-se-á segundo o critério da diligência (saber como atuaria uma
pessoa normal)
ATENÇÃO!!
Proprietário terá que indemnizar o possuidor pelas despesas que ele teve com a
produção (mesmo que possuidor esteja de má fé) pois mesmo que fosse o
proprietário a produzir esses frutos, teria que ter essas despesas)
ATENÇÃO!!
Encargos com a coisa (não são gastos com as obras), mas sim despesas que não
têm materialmente a ver com a coisa, mas são impostas pela própria coisa
(impostos IMI; condomínio, obrigação real)
Durante o tempo em que durou a coisa, quem terá de suportar os encargos da coisa
durante esse período? Quem fica com os frutos da coisa
possuidor de boa fé fica com os frutos, LOGO terá que pagar os encargos;
possuidor de má fé não fica com os frutos LOGO não tem que pagar encargos
quem suporta os encargos é então o proprietário
Não é responsável pelo uso da coisa, se dele não decorrerem consequências de perda ou
deterioração da coisa legislador confere ao possuidor, implicitamente, o direito
ao uso da coisa,
Artigo 216o
Benfeitorias
3 – São benfeitorias necessárias as que tem por fim evitar a perda, destruição ou
deterioração da coisa; úteis as que, não sendo indispensáveis para a sua conservação,
lhe aumentam, todavia, o valor; voluptuárias as que, não sendo indispensáveis para a
sua conservação nem lhe aumentando o valor, servem apenas para recreio do
benfeitorizante.
Útil: não são indispensáveis à conservação da coisa, mas aumentam o seu valor
(ex. construir piscina)
Se levantamento for possível (caso o levantamento da benfeitoria, resultando na
sua separação da coisa não implique danos para a coisa principal), tem o possuidor
o direito a levantá-las
ex: possuidor pôs autoradio no carro durante a sua posse- é uma benfeitoria útil
levantável;
Caso a benfeitoria não seja levantável, proprietário terá que compensar o
possuidor pelas despesas incorridas com a benfeitoria útil, sendo o valor da
indemnização calculado segundo as regras do enriquecimento sem causa
ATENÇÃO!!
Quem decide se levanta a coisa, ou não, é o possuidor, MAS!! Caso a coisa seja
levantável e o possuidor não a levanta, não vai ter direito a qualquer
indemnização
Os encargos com a coisa são pagos pelo titular do direito e pelo possuidor, na medida
dos direitos de cada um deles sobre os frutos no período a que respeitam os encargos.
Usucapião (1287º)
(nos termos do art 1287º, a usucapião, por efeito da posse mantida por um certo
tempo e com certos requisitos, a aquisição do direito real a cujo exercício a ela
corresponde (à posse))
Artigo 1287o
Noção
Além do decurso de certo período como requisito para que possa haver usucapião, é
necessário também que:
Se verifiquem certas características de que se deve revestir a posse;
Invocação da usucapião pelo interessado
Que haja a capacidade exigida pelo art 1289º (capacidade de gozo do
correspondente direito, na medida em que o preceito do nº2 admite os incapazes a
adquirir por usucapião, tanto por efeito de ato próprio como de ato dos seus
representantes legais)
Usucapião aplica-se tanto aos direitos que têm por objeto coisas imóveis, como móveis,
pois umas e outras podem ser objeto de posse, MAS!!! Verifica-se uma maior exigência
quanto à duração do prazo prescrional das coisas imóveis
Não podem ser adquiridos por usucapião direitos sobre coisas integradas no domínio
público do Estado, por não serem objeto de posse privada (art 202º/2)
Características da posse
o Posse de boa fé
o Posse de má fé
o Posse titulada
o Posse não titulada
o Posse registada
o Posse não registada
Natureza dos bens sobre que incide o direito a cujo exercício a posse
respeita (e que se pretende usucapir)
Posse de boa fé: prazo de 5 anos a contar do início da posse (1295º/1 a))
Posse de má fé: prazo de 10 anos a contar do início da posse (1295º/1 b))
ATENÇÃO!! Ao contrário do que possa parecer, este regime não é mais favorável do
que o 1º (quando há título de aquisição e registo deste), dadas as condições de que
depende o registo o prazo total da posse nunca pode ser inferior ao
estabelecido pelo art 1294º
o Art 300 prazos são imperativos, pelo que são NULOS os negócios
destinados a modificar o prazo
o Art 302º é proibida a renúncia antecipada só será permitida uma
renúncia a partir do momento em que possuidor está em condições de
usucapir (passados os 20 anos de prazo) A NÃO SER art 305 (também
aplicável por remissão do 1292) que possuidor esteja a prejudicar outras
pessoas
Ex: possuidor deve dinheiro a alguém e não paga. Credor pode
atacar o património do possuidor, mas possuidor não tem
património e renuncia a usucapião, NÃO PODE!!
Impugnação Pauliana credores do possuidor podem
invocar usucapião em lugar do possuidor (que apenas não o
faz para que os seus credores não beneficiem dessa invocação)
IMPORTANTE
Novo direito é imune aos vícios que afetassem o direito antes incidente sobre a
coisa
MAS!! Nem sempre pelo facto de a usucapião determinar a aquisição originária do
direito correspondente à posse exercida, significa que outros eventuais direitos
reais que limitassem o direito anterior tenham de se extinguir tal depende
do conteúdo da posse exercida
Ex: se existia sobre o prédio que a posse tem por objeto uma servidão de passagem e a
posse for exercida sem pôr em causa este direito, a servidão mantém-se
MAS!!
Ação de prevenção
Ação direta
Defesa judicial
Manutenção e restituição da posse
Esbulho violento restituição provisória da posse
Não obstante alguém ser classificado como mero detentor, poderá ainda assim,
beneficiar o CORPUS (devido à MERA DETENÇÃO):
1037/2
1125/2
1133/2
1188/2
Ação de prevenção- ação judicial que visa prevenir a perda futura da posse
Nesse caso, o tribunal vai condenar a outra parte a abster-se de praticar os atos que
levariam à perda da posse se violar essa sentença poderá incorrer em responsabilidade
civil
Possuidor quer agir depois de acontecer alguma coisa (alguém perturbar ou até
retirar a sua posse)
1277336º Ação direta quando não é possível em tempo útil recorrer aos meios
públicos (?)
ex: quando todos os dias alguém passa no meu terreno e eu quero que isso deixe
de acontecer
Restituição quando já não tenho a posse, mas mesmo que já não tenha a
posse, desde que tenha tido a posse superior a um ano, presume-se minha a posse
MAS!! Se a minha posse tiver mais do que um ano, considera-se uma posse
CONSOLIDADA e eu irei ganhar a ação
A não ser que o outro provar que é titular do direito, em princípio não irei ganhar a
ação; mas em todos os outros casos, provavelmente
o 1278/3 melhor posse é aquela que é TITULADA logo, será a posse protegida
o SE NENHUMA FOR TITULADA, vai prevalecer a mais antiga
o SE TIVEREM IGUAL ANTIGUIDADE prevalece a posse ATUAL
Providência cautelar (377º e 478º CPC) normalmente tenho que interpor ação
principal em tribunal, para que o caso seja resolvido, pelo que, havendo situações de
urgência, existem essas ações urgentes que NÃO DÃO UMA RESPOSTA DEFINITIVA, MAS
SIM PROVISÓRIA, de modo a que quando a ação principal der uma resposta definitiva,
seja essa a decisão que vale
Assim, aquele que está a defender a posse pode exigir uma restituição provisória da
posse PORQUE QUEM ADQUIRE A POSSE (quem tira ao outro a posse) DE MODO
VIOLENTO NÃO MERECE PROTEÇÃO
1282 PRAZOS
1283 EFEITOS: se o possuído recuperar a coisa tudo se passa como se não a tivesse
perdido
1284 se houver prejuízos, aquele que perturbou ou esbulhou terá que compensar o
perturbado
NÃO SERVE PARA DEFENDER A POSSE EM QQ SITUAÇAO, MAS SIM!! APENAS PARA
DEFENDER CONTRA ATOS JUDICIAISo agressor é o TRIBUNAL
AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE
Artigo 1316o
Modos de aquisição
Artigo
1317o
Momento
da aquisição
OCUPAÇÃO
Art 1318º coisas suscetíveis de ocupação: Qualquer coisa móvel ou animais, que
nunca tenham tido dono, estejam perdidos, escondido, abandonado
Art 1345º-Não há ocupação de coisas imóveis!! Na medida em que as coisas imóveis que
não tenham dono pertencem ao Estado
Art 1322º Enxame das abelhas prazo: mal saiba que o enxame fugiu tem que atuar
de imediato, num prazo de 48h. Caso não o consiga fazer, as abelhas passam a
pertencer ao proprietário do terreno para onde as abelhas fugirem
Achador goza do direito de retenção enquanto não lhe for pago aquilo a que tem
direito da indemnização, e não responde pela perda ou deterioração da coisa se não há
da sua parte dolo ou culpa grave
/7 O achador do animal pode reter o animal se tiver fundado receio que este é alvo de
maus tratos por parte do proprietário, MAS!! RETER NÃO É FICAR PROPRIETÁRIO!
Não tem que anunciar se provar que já tiverem passados 20 anos desde que foi
escondido
ACESSÃO (1325º)
NÃO CONFUNDIR!! Com a acessão da posse
Acessão Natural (1327º) força que conduz à união das duas coisas dá-se
EXCLUSIVAMENTE por força da natureza pertence ao dono da coisa, tudo o que
desta crescer por força da Natureza
Acessão Industrial força que conduz à união das duas coisas dá-se por força do
Homem
(se for misto (união das duas coisas dá-se tanto por força da natureza como por força do
Homem) aplica-se a acessão INDUSTRIAL)
Se estiver de boa fé: aplicar vai ter direito a ficar com a coisa, aquele a quem
pertencia inicialmente a coisa de MAIOR VALOR
Ex: tenho PLASTICINA que me custou 100euros e uno com plasticina que pertence a outra
pessoa no valor de 50 euros
Se de facto ficar com a coisa, terei que pagar ao dono da outra coisa o valor da sua
coisa (50 euros)
Se o valor das coisas fosse O MESMO Abre-se licitação entre as partes para saber
quem está disposto a dar mais
Se nenhum estiver disposto a pagar pela coisa, tenta-se vender a terceiro e
divide-se o valor da coisa pelos dois proprietários das coisas
IMPORTANTE
Ex1:
MAS!! Caso B não queira ficar com a coisa, poderá requerer que A fique com a
coisa (ainda que a coisa de A tivesse menos valor) A fica obrigado a adquirir
as coisas misturadas e a pagar a B o valor a que correspondia a coisa de B
inicialmente
Ex2:
Se as coisas não puderem ser separadas QUEM VAI DECIDIR TUDO SERÁ B
poderá decidir ficar com a coisa toda e paga o valor correspondente a A ou!! Ser A a ficar
com a coisa toda e A terá de pagar o valor correspondente a B
1335º (diz respeito a CONFUSÃO CASUAL) - caso em que a confusão é por força do
Homem, MAS a mistura é feita sem saber que está a ser feita
1336º Especificação de Boa fé- é uma situação particular dentro da própria acessão,
na medida me que a união não é entre duas coisas, MAS SIM entre uma coisa e o
TRABALHO de outra pessoa
Ex: sou um pintor e vejo uma tela num sítio qualquer e PINTO A TELA há a união entre
a tela e o trabalho enquanto pintorregra é a mesma: perceber se quem fez a acessão
está de boa ou de má fé (depois escolher qual o artigo a aplicar)
1337º Má Fé
Ex:
Pedra vale 9
1/3 da pedra é 3
Há que distinguir:
b1) 1340º quem de boa fé faz obras em terreno alheio com os seus
próprios materiais
b2) 1341 se quem vai construir em terreno alheio com seus próprios
materiais estiver de má fé- proprietário do terreno tem uma de duas opções:
Ou fica com a obra, sementeira etc indemniza autor da obra segundo as regras
do enriquecimento sem causa
Ou exige que o terreno volte ao seu estado inicial não tem que pagar nada ao
autor da obra, sendo a destruição/demolição à custa do autor da obra
Ele toma a posição que ao dono da incorporação (obra) couber, nos termos do art
1340º (tendo em conta o valor da incorporação e do terreno)
Decidir o que é que tem mais valor, se as obras de A ou o terreno de B (C aqui não tem
nada a ver)
se tiver culpa
se além da culpa do dono dos materiais houver má fé, por parte do autor da
incorporação (obra) há que distinguir:
Caso o dono dos MATERAIS (C) esteja de MÁ FÉ tanto A como C terão de pagar a B
quanto a possíveis danos
(Ex: A está a contruir no seu terreno e, não sabendo que estava a construir no terreno
de B, prolonga a sua construção para o terreno de B, MAS A ESTÁ DE BOA FÉ)
Nesses casos, ESTANDO A DE BOA FÉ, este poderá adquirir essa parcela de terreno
desde que B não venha deduzir oposição no prazo de 3 meses
(caso no terreno de B haja um usufrutuário, o que este poderá fazer é alertar B para o
facto de A estar a construir no seu terreno)
Ex: para A estar de boa fé não é assim tão difícil basta os terrenos serem
lotes e estarem ainda cheios de árvores, não tendo assim divisão a delimitar os
terrenos
Artigo parecido com o 1340º (A está a fazer obras em terreno alheio com os seus
próprios materiais de Boa fé)
Maior parte da doutrina defende que vai depender da parte da parcela invadida:
Ex: água vai subindo e com ela traz terra se essa força for impercetível, a terra
trazida pela água passa a ser do proprietário do terreno para onde a terra se deslocou
1329º Avulsão- ação natural é violenta dono da terra tem o direito a vir buscá-la,
MAS SUJEITO A UM PRAZO de 6 meses (pode em tribunal ser até fixado um prazo
inferior, por ex. de uma semana) Commented [ILA(29]: REMISSAO PARA O ART
1349/2 (este é um direito geral, não se aplica na
AULA 7 acessão em que as coisas se misturam, mas o regime é
parecido)
CONTEÚDO DO DIREITO DE PROPRIEDADE
MAS proprietário não pode impedir ou proibir os atos de terceiros que sejam
praticados a uma altura ou profundidade tal, que não haja interesse em proibir
ex: passagem de um avião por cima do meu terreno, MAS se forem voos rasantes já
poderei impedir
art 1309º Requisições- tem que ver com interesse público, mas a requisição tem que
ver com finalidades particulares período temporário
terá que ser paga indemnização por esse uso temporário propriedade está
suspensa temporariamente
proprietário
Bem foi expropriado para determinado fim de interesse público, mas se ao fim de 2
anos não tiver sido levado a cabo esse fim, o particular tem o direito a pedir a
restituição do bem
Ex: planos da autoestrada mudaram e esta já não passa no mesmo percurso que
passaria, o qual exigiria a expropriação do terreno do particular este pode invocar o art
5º
2 modalidades
Se se tratar de uma emissão que não esteja nesta norma (nestas duas modalidades), o
particular pode sempre reagir emissões corpóreas que não sejam ínfimas, emissões
líquidas; se as emissões forem de um prédio vizinho (o que é um prédio vizinho? Desde
que esteja suficientemente perto para que as emissões causem prejuízo substancial)
se não for a utilização normal, particular poderá reagir desde que este tenha
dano
se for a utilização normal, particular poderá reagir desde que prove que tenha
prejuízo substancial
todo o artigo está pensado para emissões que são dirigidas por força natural, não está
pensado para emissões dirigidas por força do homem contra essas, particular pode
sempre reagir (ex: meu vizinho tem discoteca e como não gosta de mim, vira as colunas
para a minha casa)
art 1348º Escavações: proprietário não pode realizar escavações que possam causar
prejuízos ao terreno vizinho
Ex: se eu para fazer obras na minha propriedade, precisar por exº de pôr andaimes no
terreno do vizinho, este terá que deixar
1356º Direito de Tapagem Qualquer proprietário tem o direito de tapar o seu prédio
de diferentes formas
2 particularidades:
Sebes- se particular quer rodear o seu terreno por sebes, tem que ter atenção o
crescimento das plantas (1359º terão que se colocar marcos divisórios) Commented [ILA(30]: Fazer remissão do 1356º SEBES
para 1359º
Muros- A já construiu o muro; B que ainda não construiu, poderá adquirir metade do
muro de B por direito potestativo (sem o consentimento de A), ou seja, B vai adquirir
tanto metade do muro, como a porção de terreno que essa metade de muro ocupa,
mas terá de pagar o valor correspondente
1360º Abertura de janelas: Para construir janela terá de estar a mais de 1,5m do
terreno vizinho mas atualmente há leis urbanísticas que dispõem limites/distâncias
ainda maiores
Exceções (em que não se aplica a proibição de 1360º): parapeito (o que na varanda
impede pessoas de cair para a frente)
Varanda:
o se não tiver parapeito, não é em teria uma zona acessível a pessoas, pelo
que não se aplica o 1360º
o se parapeito tiver pelo menos 1,5 m de altura, então também já não se
aplica este artig 1360º
1363º não se aplica proibição quando a finalidade da abertura não tem que ver com as
vistas, mas sim a frestas, seteiras
1361º não se aplica, sempre que entre os dois prédios exista um caminho público
1362º Direito de Servidão de Vistas: MAS!! Caso o vizinho construa a menos de 1,5m
uma janela, vizinho vai adquirir por usucapião o direito de servidão de vistas e aí o
outro já nada pode fazer
1365º Estalicídio- não posso construir telhado em que a cobertura fique a pingar no
terreno do vizinho ou perto
MAS se passar tampo suficiente, vizinhoB poderá adquirir por usucapião o direito de
Estalicídio (e agora passa a ser o outro vizinhoA a não poder construir nada no sítio
onde caem as gotas provenientes do telhado do vizinho B)
Art 1366º (termos em que pode ser feita) - prazo de 3 dias para ser feita, a partir daí
posso eu mesmo cortar
Meios judiciais
1313º ação de reivindicação não prescreve com o decurso do tempo, MAS há que ter
em atenção a usucapião!!
1315º Defesa de outros direitos reais: usufrutuário pode recorrer ao meios de defesa da
propriedade ação de reivindicação
2. Ação negatória (declarativa): vou pedir ao tribunal que obrigue a outra parte a
reconhecer que não tem direito real sobre a coisa tribunal vai declarar que não
existe outro direito real sobre a coisa para alem do direito do requerente (A)
3. Ação confessória (declarativa): vou pedir ao tribunal que obrigue a outra parte a
reconhecer/confessar que existe um outro direito real sobre a coisa, para além do
direito de A tribunal vai declarar que existe um outro direito real sobre a coisa,
que é o direito real do requerente (B)
Há situações em que não há posse, mas que o titular do direito pode fazer uso dos
meios de defesa da posse
(ex: arrendatário apenas tem direito de crédito, não sendo um possuidor, mas sim um
mero detentor, MAS poderá fazer uso dos meios de defesa da posse)
AULA 8
Direito real de gozo limitado ou direito real menor (comparativamente ao direito real
por excelência que é o de propriedade) MAS dentro dos direitos reais menores é o que é
menos limitado
Direito de usar e fruir dos frutos (civis ou naturais) que uma coisa poderá dar
Gozo (de usar ou de fruir) é pleno sem que com isso se altere a forma ou a substância
da coisa
Mas!! Usufrutuário pode fazer benfeitorias não pode é fazer inovação (obra não é uma
mera melhoria, pelo que o usufrutuário estaria a alterar a forma da coisa)
Substância
1446º limites supletivos se violados, não há cessação do usufruto, mas temos uma
situação de mau uso da coisa Commented [ILA(32]: Remissão para 1482º
respeitar o
onómico da coisa se aquilo que é objeto do usufruto é um imóvel para habitação, este
não poderá transformar a coisa em comércio, pois estaria a alterar o destino económico
da coisa)
apesar de estar no 1446º, alguns autores consideram que o limite do respeito pelo
destino económico da coisa, mais importante, pelo que deveria ser um limite
imperativo (contido no art 1439º)
por contrato
Duração:
Pessoas coletivas: 30 anos
Pessoas singulares: no máximo tem que ver com a vida do próprio usufrutuário (caso
não seja fixado nenhum limite) o usufruto cessa com a morte do usufrutuário
A cede usufruto a B, mas fica no contrato que quando B morrer, o usufruto passa para C
(e o mesmo relativamente a D, quando C morrer) limite: todos têm que estar vivos ou
pelo menos nascituros (já foi concebido, mas ainda não nasceu)
1444º usufrutuário pode trespassar/ceder o seu direito a terceiro quem pode o mais
pode o menos se o usufrutuário pode ceder o seu direito a 3º também pode
arrendar o bem a terceiro (está apenas a fruir a coisa)
(se o usufruto for por 10 anos, não posso fazer contrato de arrendamento de 20 anos,
pois vai para lá do limite do usufruto)
Ex:
Se C morre:
2ª posição: como C passou a ser um usufrutuário “pleno”, com a sua morte, cessa o
seu direito de usufruto, pelo que o usufruto retorna a B que nunca deixou de ser
usufrutuário (mesmo com o trespasse)
se B morre:
Artigo 1447o
Indemnização do usufrutuário
1451 : usufruto de coisa consumível Commented [ILA(34]: Noção de coisa consumível art
208º
Usufrutuário vai ter que devolver coisas do mesmo género, qualidade e quantidade
1452: coisas deterioráveis: aquelas cujo uso regular vai implicar o gasto da coisa
1460º: usufrutuário tem poder para atribuir direitos reais a outras pessoas (MAS!!
Servidão vai cessar quando cessar o usufrutuário)
1461º tesouros: usufrutuário tem direito a 50% do tesouro, mas a outra metade é do
proprietário do terreno onde o tesouro foi encontrado
Fazer relação de bens: na sala temos uma mobília X, no quarto uma cama Y, para que
no fim se possa confrontar essa lista com o que efetivamente existe
1471º proprietário pode fazer obras, MAS usufruto vai-se estender a essa nova parte
construída
1472º
Artigo 1472
Reparações ordinárias
1474º imposto
1475º se o usufrutuário tiver conhecimento de algum ato de terceiro sobre a coisa, que
possa prejudicar o direito do proprietário, o usufrutuário terá que dar conhecimento da
situação ao proprietário (não tendo que haver com a defesa do seu próprio direito
de usufruto)
Extinção do usufruto
Art 1476º
a) S
b) Pela união da pessoa detentora do direito de usufruto e o direito de
propriedade podemos dizer que o direito de usufruto se extingue por
confusão
c) Quando o direito de usufruto não se verifica durante 20 anos
d) (característica da inerência) se a coisa desapareceu, cessa tanto o direito de
usufruto como o direito de propriedade
Art 1477º- normalmente o usufruto é dado enquanto a pessoa é viva, MAS poderei dar
usufruto a B até que o 3º atinja determinada idade
1482º Mau uso- quando o usufrutuário não age de acordo com o critério do bom pai
de família proprietário pode retirar a coisa ao usufrutuário e pode também emprestar a
coisa a um terceiro MAS tal não significa que se extingue o direito de usufruto (o
rendimento ou os frutos que se derem enquanto a coisa está na esfera jurídica do
proprietário ou de um terceiro devem ser entregues ao usufrutuário)
Direito de se servir de certa coisa e haver os respetivos frutos MAS pessoa só pode usar
e fruir a coisa na medida das necessidades do titular e da sua família (agregado
familiar 1487º+ necessidades 1486º)
Ex: se der direito de uso e habitação a uma família e ela na semana seguinte ganha o
Euromilhões, cessa o direito de uso e habitação pois já não há as mesmas necessidades
que existiam quando o direito foi constituído
MAS!!
Exercícios
1. Reparações são por conta do usufrutuário a não ser que exceda 2/3 do
rendimento anual. A piscina e o balneário pode tratar-se de inovação que iria
cessar o usufruto e não daria lugar a indemnização, caso fosse uma benfeitoria
útil, como não pode levantar a benfeitoria, tem direito a ser indemnizado com
base no enriquecimento sem causa. Quanto aos frutos, só tem direito a
indemnização pelas despesas que ela fez para produzir o fruto e não pelo valor
deste. Quanto à indemnização que o proprietário pede pelos frutos que já
existiam no momento do inicio do usufruto (1447º), não é obrigado a abonar ao
proprietário despesa alguma feita.
B) Trespassou para Manuel, ver as duas posições.
2. Negócio nulo, mas pode ser reduzida ao válido se for possível, através de
redução.
3. Alterou o destino económico. Divergência doutrinal, alteração da substância que
determina a extinção do usufruto ou apenas o mau uso.
4. Situação de mau uso, cuja consequência é pode-se retirar a coisa, mas o usufruto
mantém-se.
5. Tem primeiramente de avisar o proprietário para que esta possa defender o seu
direito de propriedade. Art. 1315º, o usufrutuário pode realizar uma ação de
reivindicação pois esta serve para defender todos os direitos reais. Como é
possuidor, Bernardo está a colocar a posse em causa, podendo colocar uma ação
de restituição.
Temos solo que pertence a A, sendo que este cede a um 3º o direito a fazer uma de 4
coisas:
1528º direito de superfície pode ser constituído por contrato, testamento ou usucapião
1525/1 direito de superfície poderá abranger parte do terreno que não seja necessária
para a implantação (obra ou plantação) mas que seja útil para o uso da obra
Caso haja destruição da coisa, este tem direito de reconstruir a coisa, sem que perca o
direito de superfície (exceção ao principio da inerência SUB ROGAÇÃO REAL)
1538º- se o direito de superfície tiver sido constituído com prazo, quando acaba o
prazo, o direito de superfície caduca e as obras ou plantações que foram construídas
entretanto passam a pertencer ao proprietário normal (ex-fundeiro)não se aplicam
as regras da acessão, ou seja, não se vê qual a coisa que tem maior valor MAS
proprietário geral terá que pagar ao ex superficiário com base nas regras do
enriquecimento sem causa
1544º podem ser objeto de servidão quaisquer utilidades desde que ligue 2 prédios e
que estes tenham proprietários distintos para se tratar de uma servidão predial (ex:
servidão de vistas, servidão de passagem)
Se a ligação for entre um prédio e uma pessoa deixa de ser um direito real e trata-
se de uma servidão pessoal
Contrato
Usucapião (não podem ser constituídas por usucapião servidões não aparentes!!!
1548/2terão que ser constituídas por contrato ou por lei)
Lei
Pai que deixa aos filhos por testamentos 2 prédios, um para cada um dos filhos A e B
pode passar a haver servidão, sendo que antes, quando eram os 2 do pai, não
podia haver porque pertenciam ambos ao mesmo proprietário
1553º onde se constitui a servidão prédio que sofrer menor prejuízo no lugar menos
inconveniente para o prédio servido Ex: caso existam 3 prédios e apenas um seja
encravado
Caso A venda o seu terreno, B terá direito de preferência na medida em que era B
que tinha o seu direito de propriedade limitado
Caso A venda um terreno a C convencendo-o que sobre o seu prédio não passava
qualquer servidão mas que na realidade existe (em relação a B), prevalece o direito real
da servidão de B, na medida em que foi constituído em primeiro lugar (no confronto
entre direitos reais, prevalece o direito real primeiramente constituído)