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ORIENTAÇÃO

ESCOLAR

COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
ORIENTAÇÃO ESCOLAR

SUMÁRIO

1. PANORAMA E FORMAÇÃO BÁSICA DO ORIENTADOR EDUCACIONAL .................. 03

1.1. Aspectos Legais do Orientador Educacional no Contexto Educacional ................................ 03

1.2. A Orientação Educacional nos dias atuais ............................................................................... 06

2. ATIVIDADES DA FUNÇÃO ............................................................................................................ 08

2.1. Existencial................................................................................................................................ 09

2.2. Terapêutica ............................................................................................................................. 10

2.3. Recuperação ........................................................................................................................... 10

3. PRINCÍPIOS E OBJETIVOS DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL ........................................................ 11

4. FUNÇÒES E ATRIBUIÇÕES DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL ....................................................... 18

4.1. Na Educação Infantil ............................................................................................................... 18

4.2. No Ensino Fundamental .......................................................................................................... 18

4.3. No Ensino Médio ..................................................................................................................... 19

4.4. Junto às famílias dos alunos .................................................................................................... 20

4.5. Junto aos alunos...................................................................................................................... 20

4.6. Junto aos professores ............................................................................................................. 21

5. ÉTICA PROFISSIONAL................................................................................................................... 25

6. REFERÊNCIAS CONSULTADAS E UTILIZADAS............................................................................... 26

7. ANEXOS ....................................................................................................................................... 27

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1 PANORAMA E FORMAÇÃO BÁSICA DO ORIENTADOR EDUCACIONAL

No artigo 64 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB n.


9394/96 encontramos que a formação de profissionais de educação para
administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a
educação básica, será feita em cursos de graduação em pedagogia ou em nível de
pós-graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base
comum nacional.

Em linhas gerais, o orientador educacional, o profissional que discutiremos


nessa apostila é aquele que se preocupa com a formação pessoal de cada estudante,
atuando na maioria das vezes no Ensino Médio.

1.1 Aspectos Legais do Orientador Educacional no Contexto Educacional

Grinspun (2002) relata a origem da Orientação Educacional, a qual se iniciou


com a Orientação Vocacional, nos Estados Unidos, em 1908, com um caráter de
aconselhador que marca toda sua trajetória. Movimentos da época teriam feito eclodir
tal prática no mundo todo, como os movimentos em prol da psicometria1, da revolução
industrial, da saúde mental e das novas tendências pedagógicas.

Já a preocupação com a organização escolar surgiu apenas em 1912, em


Detroit, nos Estados Unidos, através de Jessé Davis, mas com a particularidade
básica de acolher a problemática vocacional e social dos alunos de sua escola.

No Brasil, segundo Grinspun (2002), a Orientação Educacional teve início em


1924, no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, também com a função de Orientação
Vocacional. Já Nérici (1976) acredita que a primeira tentativa de Orientação
Educacional no Brasil deve-se à Lourenço Filho, que quando diretor do Departamento
de Educação do Estado de São Paulo, criou o “Serviço de Orientação Profissional e
Educacional”, em 1931, o qual tinha como maior objetivo, guiar o indivíduo na escolha
de seu lugar social pela profissão.

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A Psicometria estuda os conceitos teóricos e os elementos práticos envolvidos na utilização e elaboração de
instrumentos de medida utilizados nas ciências humanas. A quantificação nas ciências humanas se dá por meio
de testes psicológicos, que se propõem a medir diferenças entre indivíduos ou entre as reações do mesmo
indivíduo em diferentes ocasiões.
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Começaram a surgir, também, experiências isoladas nas escolas, nos molde


americanos e europeus, sendo a pioneira a de Aracy Muniz Freire e Maria Junqueira
Schimit, no Colégio Amaro Cavalcanti, no Rio de Janeiro, em 1934 (GRINSPUN, 2002,
p. 18).

Foi com as Leis Orgânicas de 1942, do ministro de Getúlio Vargas, Gustavo


Capanema, que pela primeira vez se encontraram referências explicitas à Orientação
Educacional. Sua função teria caráter corretivo e direcionado para o atendimento aos
alunos problemas. Outra função seria a de velar para que os estudos e descanso do
aluno ocorressem de acordo com as normas pedagógicas mais adequadas. Também
teria o papel de esclarecer possíveis dúvidas dos alunos e orientar seus estudos para
que sozinhos buscassem sua profissionalização. A profissão também seria
regulamentada, tendo o Orientador Educacional que fazer um curso próprio de
Orientação Educacional (GRINSPUN, 2002).

Entretanto, nesta época, ainda o curso principal da Orientação Educacional


seria o ensino técnico, em que ajudava na formação de uma mão-de-obra
especializada e qualificada, assumindo caráter terapêutico, preventivo, psicometrista,
identificando aptidões, dons e inclinações dos indivíduos.

As origens da Orientação Educacional estão na Lei Orgânica do Ensino


Industrial de 30 de janeiro de 1942 e no Decreto Lei nº 4244 de 04 de abril de 1942
que estabelece as diretrizes para a profissão como função de encaminhar os alunos
nos estudos e na escolha da profissão, sempre em entendimento com sua família.
Porém, em seu artigo 50, a Orientação Educacional é concebida como um processo
de adaptação do sujeito ao meio visando os problemas dos alunos, seus desvios que
perturbam a vida da escola (KROTH, 2008).

Com o passar dos anos, o Orientador Educacional continuou a dirigir sua


atenção ao aluno “irregular”, tendo que, “corrigir, encaminhar, isto é, adaptar o aluno
a rotina da escola, ao invés de dirigir a sua ação ao processo integral de
desenvolvimento da atividade educativa”. Desta forma, se efetivava as intenções do
Decreto Lei nº 4073/42 que reduz as funções da Orientação Educacional às atividades
isoladas do contexto da escola, reduzindo-a a um veículo escolar repudiado por alunos
e professores.

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Em dezembro de 1968, em Brasília, foi aprovada a Lei nº 5564 que provê sobre
o exercício da profissão do Orientador Educacional. A promulgação da Lei em 21 de
dezembro de 1968 significou um avanço na definição e profissionalização do
Orientador Educacional.

Até a década de 1970, em todo nosso país, a Orientação Educacional se apoiou


num referencial basicamente psicológico reforçando a ideologia de aptidões.

Na Lei de Diretrizes e Bases da Educação n. 5692 de 1971, a Orientação


Educacional assume um papel fundamental, sendo a área da Orientação Vocacional
a mais privilegiada para atender aos objetivos de ensino da própria lei (GRINSPUN,
2002).

Orientação Educacional passa a ser obrigatória no Ensino de 1º e 2º graus,


para atender o objetivo de “qualificação para o trabalho” e de “sondagem de aptidões”.
O artigo 10 refere-se: “Será instituída obrigatoriedade a Orientação Educacional nas
escolas, incluindo Aconselhamento Vocacional, em cooperação com os professores,
a família e a comunidade” (KROTH, 2008).

A partir das determinações desta lei, a Orientação Educacional desenvolve a


sua prática nas escolas, baseada no autoconhecimento, nas relações pessoais,
sondagem de aptidões e interesses, informações sobre as profissões e mercado de
trabalho. As técnicas de aconselhamento, entrevistas, aplicação de testes, inventário
de interesses, sociogramas, atendimentos a problemas disciplinares pautam a ação
cotidiana do Orientador Educacional.

Portanto, em 26 de setembro de 1973, é assinado o Decreto nº 72.846


regulamentando a Lei nº 5.564/68 que provê sobre o exercício da profissão de
Orientador Educacional (KROTH, 2008).

Em 1973 é assinado o decreto n. 72.826 que define o objeto da orientação


educacional ao educando. (Em anexo)

Na década de 1980, o orientador vai deixando as funções/denominações de


atender alunos-problema, de psicólogo e facilitador de aprendizagem e vai com o
tempo ostentando com mais autoridade técnica seu compromisso político com e na
escola. A produção acadêmica na área da Orientação vai sendo ampliada numa

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dimensão mais crítica e questionadora; assim como os orientadores adotam uma


função política comprometida com as causas sociais (GRINSPUN, 2002).

Na verdade, na década de 1980, os orientadores pensam e discutem muito


sobre sua profissão e seu papel na educação, mas acabam ficando só no teórico, pois
na prática o que se vê é o mesmo das décadas anteriores.

1.2 A Orientação Educacional nos dias atuais

Para Grinspun (2002) atualmente, a orientação possui papel mediador junto


aos demais educadores da escola, buscando assim o resgate de uma educação de
qualidade nas escolas.

Da ênfase ao individual de antes, passa-se, agora, a reforçar o aspecto coletivo,


sem deixar de levar em conta que este é formado por pessoas com pensamentos e
contextos sociais diferentes que as levam a pensar de maneira própria sobre as
questões que lhes cercam, devendo elas chegarem a realizações bem sucedidas.

Essas novas mudanças começam a surgir no início da década de 1990, quando


muitos acontecimentos permitem tal processo, passando a educação e a orientação
a andarem juntas, sendo “os orientadores (...) os coadjuvantes na prática docente”
(GRINSPUN, 2002, p. 27).

Hoje o Orientador Educacional não atua mais por ser uma profissão que deva
existir pela “obrigação”, pois na Lei 9394/96 não há a obrigatoriedade da Orientação,
“mas por efetiva consciência profissional, o orientador tem espaço próprio junto aos
demais protagonistas da escola para um trabalho pedagógico integrado,
compreendendo criticamente as relações que se estabelecem no processo
educacional” (GRINSPUN, 2002, p.28).

A autora relata a importância da interdisciplinaridade dentro da escola, em que


o trabalho de todos é realizado em conjunto, conectado, no qual todos buscam os
melhores processos e resultados. A Orientação tem que servir para esse novo tempo,
no qual a educação lida com o real e suas perspectivas.

“O principal papel da Orientação será ajudar o aluno na formação de uma


cidadania crítica, e a escola, na organização e realização de seu projeto pedagógico.

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Isso significa ajudar o aluno „por inteiro‟: com utopias, desejos e paixões. (...) a
Orientação trabalha na escola em favor da cidadania, não criando um serviço de
orientação para atender aos excluídos (...), mas para entendê-lo, através das relações
que ocorrem (...) na instituição Escola” (GRINSPUN, 2002, p. 29).

Cazela (2007) refletindo sobre a posição de Grinspun acredita que a Orientação


está nomeada como fazendo parte da educação e por esse motivo deve pensar, hoje,
nas dimensões sociais, culturais, políticas e econômicas na qual ela acontece. Por
esse motivo, devem-se definir as tarefas de um orientador engajado com as
transformações sociais, com a o momento histórico em que está inserido.

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2 ATIVIDADES DA FUNÇÃO

A orientação educacional, assim como a supervisão escolar, tem recebido


enfoques variados.

Tradicionalmente, o orientador educacional tem sido visto e tem-se visto como


um profissional, cujo papel principal é atuar com os educandos. Assim é que a
orientação é definida como “um método pelo qual o orientador educacional ajuda o
aluno na escola a tomar consciência de seus valores e dificuldades, concretizando
principalmente através do estudo, sua realização em todas as suas estruturas e em
todos os planos de vida”. Em vista disso, o mesmo faz levantamentos de dados
(sondagem de aptidões), realiza sessões de orientação e de aconselhamento e
desempenha uma série de funções de maior ou menor importância, relacionadas com
a concepção do atendimento ao educando (CARVALHO, 2009).

Dentre todas essas atuações o aconselhamento tem sido considerado como a


principal e mais importante. No entanto, a fundamentação, habilidade e eficácia de tal
papel na escola têm sido largamente questionadas recentemente, face a dificuldade
de o orientador educacional demonstrar, objetivamente, que, dedicando grande parte
do seu tempo contribui da melhor maneira possível para o atendimento da
problemática do educando. Vejamos:

Os modelos e técnicas de aconselhamento utilizado em orientação educacional


desenvolveram-se originalmente no âmbito da psicoterapia, e implicitamente
assumem a noção de que o indivíduo e não o ambiente em que faz parte é que deve
modificar-se, pois é ele, indivíduo, e não o ambiente que está perturbado, doente ou
com problemas. De fato, observa-se facilmente a transposição de tal concepção em
posições assumidas pelo orientador educacional na escola, posições estas que
correspondem a expectativas de pessoas que participam do processo educativo. Por
exemplo, o aconselhamento é mais comumente utilizado em casos relacionados com
indisciplina (Lück, 1979) e a prática frequente é do aluno ser encaminhado à
orientação educacional com a expectativa implícita de que o mesmo seja modificado,
corrigido. A suposição implícita é de que no aluno está a causa do problema. Tal
procedimento não reconhece que, muitas vezes, comportamento inadequado do
educando são
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causados, dentre outros, por disfunções ambientais como, por exemplo, currículos e
programas inadequados às suas necessidades e condições individuais, regulamentos
inflexíveis, ou insensibilidade de professores e adultos em geral à individualidade do
educando.

Além da parcialidade com que vê a situação do aluno, tal posição assumida


incorre em erro por chocar-se com os princípios do próprio aconselhamento quanto a
aceitação e compreensão do educando.

Os modelos e técnicas de aconselhamento desenvolveram-se principalmente


mediante sua aplicação com clientes adultos e voluntários. A viabilidade de sua
aplicação com outro tipo de população – na escola, a criança e o adolescente –
geralmente não voluntários, necessita ser evidenciada empiricamente.

2.1 Atividade existencial

A Orientação Educacional deverá atender educandos que precisam e querem


orientação pessoal não apenas na vida escolar, mas na vida particular auxiliando em
situações problemas, dúvidas, inseguranças e incertezas (CARVALHO, 2009).

O aconselhamento individual e mesmo em grupo, como forma principal de


atuação em orientação educacional, obriga a uma proporção relativamente pequena
de alunos por orientador educacional. Idealmente esta proporção é de 450 alunos por
orientador educacional nas escolas de Ensino Fundamental. Tal proporção, já
considerada impraticável em países desenvolvidos como norma sistêmica, mais ainda
é o entre nós, ainda mais considerando-se a crescente necessidade de expansão das
redes públicas do ensino (CARVALHO, 2009).

Numa escola com números elevados de alunos em proporção a orientadores


educacionais, em que se adotem as funções de aconselhamento como forma principal
de atuação, ocorre certamente o atendimento de uns poucos alunos, ficando a maioria
deles sem receber os benefícios da orientação educacional. Mais ainda, pressionados
pelo tempo limitado, dada a sobrecarga de alunos, tentará o orientador educacional a
abreviar a duração e o número das sessões de aconselhamento com cada aluno e,
inadvertidamente, o orientador poderá forçar um ajustamento prematuro e artificial.

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O atendimento individual ao educando, que vem caracterizando a orientação


educacional, fundamenta-se no pressuposto de que os educandos têm necessidades
especiais e que os professores não estão preparados ou não tem condições para
atendê-las. Segundo esse enfoque o orientador educacional “presta serviços” na
medida em que emergem as necessidades (LÜCK, 1978).

Tal concepção de prestação de serviços e atendimento direto ao educando, de


acordo com a emergência de necessidades psicoemocionais, parece ter gerado uma
mudança na abrangência e sentido do papel do professor em relação ao aluno.
Observa-se, por exemplo, que, quando o professor percebe que algum aluno seu tem
dificuldades especiais, encaminha-o para o orientador educacional a quem transfere
a responsabilidade de resolvê-las. Ora, o professor é figura central na formação do
educando. É ele quem forma o aluno: o gosto ou desgosto da escola; a motivação ou
não pelos estudos; o entendimento da significância ou insignificância das áreas e
objetivos de estudo; a percepção de sua capacidade de aprender, de seu valor como
pessoa, etc. Da qualidade do relacionamento interpessoal professor- aluno, de
responsabilidade do primeiro, depende, dentre outras coisas, o ajustamento
emocional do aluno em sala de aula e na escola. Portanto, não se concebe a eficácia
de uma ação para sanas dificuldades dos alunos em sala de aula sem a participação
do professor.

Em vista dos problemas expostos, preconiza-se que o orientador educacional


assuma funções de assistência ao professor, aos pais, às pessoas da escola com as
quais os educandos mantêm contatos significativos, no sentido de estes se tornarem
mais preparados para entender e atender às necessidades dos educandos, tanto com
relação aos aspectos cognitivos e psicomotores, como aos afetivos (GRISPUN, 2006).

2.2 Atividade terapêutica

Está voltada aos educandos com dificuldades de estudo ou de comportamento


cujos casos precisam de uma assistência mais assídua e especializada antes de
enviá-lo para serviços psicológicos especializados. (CARVALHO, 2009).

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2.3 Atividade de recuperação

Refere-se aos educandos que apresentam um déficit definido de aprendizagem


e que precisa de recuperação. Esta atividade deve ser exercida em parceria com a
Supervisão Escolar. A recuperação não tem somente o objetivo de levar o educando
a alcançar certas notas, mas pesquisar junto aos educandos as causas que os
levaram a este estado de desinteresse, desorganização, conflito, desajuste e mau
funcionamento na escola dentre outros (CARVALHO, 2009).

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3 PRINCÍPIOS E OBJETIVOS DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL

A Orientação Educacional (OE) é um processo organizado e permanente que


existe na escola. Ela busca a formação integral dos educandos (este processo é
apreciado em todos seus aspectos, tido como capaz de aperfeiçoamento e
realização), através de conhecimentos científicos e métodos técnicos. A OE é um
sistema que se dá através da relação de ajuda entre Orientador, aluno e demais
segmento da escola; resultado de uma relação entre pessoas, realizada de maneira
organizada que acaba por despertar no educando oportunidades para amadurecer,
fazer escolhas, autoconhecer e assumir responsabilidades (MARTINS, 1984).

O objetivo da Orientação Educacional, segundo Fontoura (2008, p. 291) “[...] é


exatamente o de ocupar-se com a personalidade do educando, ajudando-o a resolver
seus próprios problemas psicológicos e morais, bem como a tomar uma posição ético-
filosófica em face dos problemas no mundo e da sua comunidade”.

Katz (1963 apud MARTINS, 1984) considera que é missão do Orientador


Educacional levar o aluno a identificação dos valores intrínsecos e, a partir disto, ele
estará apto a perceber e fazer suas escolhas.

Uma das atribuições que o Orientador Educacional deveria assumir segundo


Garcia (1994), é a identificação da filosofia educacional da escola, para poder
esclarecer esta filosofia tanto para a equipe escolar, assim como para tentar associar
forças para definir melhor o Projeto Pedagógico da Escola (PPE), buscar mudanças
para melhor atender aos alunos e oferecer suporte para os educandos em seu
desenvolvimento.

O serviço de OE quando se volta para a investigação da situação-problema e


a solução na prática, há um encontro entre o conhecimento científico e os resultados
produzidos na sociedade, estes resultados irão constituir um novo conhecimento que
influenciará a aprendizagem do educando, por meio da ideologia que lhe é transmitida,
pelos métodos e técnicas utilizados pelo Orientador Educacional (GARCIA, 1994).

Garcia (1994, p. 47) faz uma ressalva sobre a prática transformadora da


Orientação Educacional, onde diz:

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[...] a OE, enquanto prática transformadora busca o trabalho conjunto, em que


todos os profissionais têm uma contribuição a oferecer em sua especificidade de ação
[...]. Orientador Educacional é um especialista em relações e o Supervisor
Educacional um especialista em metodologias, eles teriam uma ação comum na
explicitação do currículo-oculto e na redefinição dos valores que a escola pretende
passar, se esta se pretende participante do processo de democratização da
sociedade.

Ele deveria ver o educando em sua realidade biopsicossocial, com todo o


respeito e consideração, a fim de que, a partir dessa realidade, se possa erigir uma
personalidade ajustada, segura de si e compreensiva.

Respeitar o educando em sua realidade, qualquer que seja ela, é princípio da


Orientação Educacional, bem como:

✓ Realizar trabalho de orientação, sem criar dependências, mas orientar para a


autoconfiança, independência, autonomia e cooperação. Em se querendo que o
educando seja independente e respeitador, sensibilizá-lo para a necessidade de
também respeitar os seus semelhantes. O trabalho de Orientação exige o maior
número possível de informes a respeito do educando, o que deve ser diligenciado por
todos os meios.

✓ Assistir todos os educandos, desde os mais aos menos carentes, bem como
os que não revelarem carências.

✓ Dar ênfase aos aspectos preventivos do comportamento humano, uma vez


que é muito mais fácil evitar um acidente do que se recuperar do mesmo. Este
princípio guarda analogia com outro de natureza médica e que diz: “um grama de
prevenção vale mais que uma tonelada de curas”. Assim, o ideal será a Orientação
Educacional agir, preferencialmente, de maneira profilática do que curativa.

✓ Estabelecer um clima de confiança e respeito mútuo, incentivando a procura


espontânea do Serviço de Orientação Educacional, logo que a dificuldade ou uma
dúvida surja na vida do educando, antes que a mesma tome vulto e desoriente.

Procurar envolver todas as pessoas com o processo de educação, como


diretor, professores, pais, serventes, etc., para que todos cooperem com a Orientação
Educacional, no sentido de ajudá-la a melhor ajudar o educando.

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A Orientação Educacional deve ter muito cuidado em formular juízos a respeito


do educando, não esquecendo que este é um ser em evolução, em marcha para a
maturidade e que uma série de fatores pode estar influenciando-o para que ocorra o
comportamento anormal que tem apresentado.

A Orientação Educacional deve ser levada a efeito como um processo contínuo


e não como ação esporádica dos momentos em que faltarem professores ou que
surgirem dificuldades maiores. Deve ser trabalho planejado para todo o ano letivo,
sem aquelas características de tapa-buraco.

A Orientação Educacional tem de trabalhar em estreito entendimento com a


direção. Jamais em sentido de subserviência ou petulância, mas em sentido de
cooperação, compreensão e respeito mútuo (KROTH, 2008).

A Orientação Educacional não deve se envolver em pequenas questões entre


educandos e professores. Ocorrências conflitivas de pouca intensidade são, até certo
ponto, naturais. Assim, problemas que não ultrapassem certos limites devem ser
deixados para que os próprios professores os resolvam.

A Orientação Educacional deve agir, também, como órgão de estudo e de


pesquisa de medidas que levem à superação de dificuldades de natureza disciplinar,
não devendo, porém nunca, funcionar como “órgão disciplinador”. Deve, sim, agir
como órgão que leve todos a tomarem consciência do grave problema da disciplina,
que está inutilizando o trabalho de muitas escolas. Ressaltar
que a Orientação Educacional precisa dar muita atenção ao serviço de anotações,
que deve ser o mais perfeito possível, a fim de que dados a respeito de um educando
estejam sempre a mão e atualizados (KROTH, 2008).

A Orientação Educacional deve estar aberta para a realidade comunitária, a fim


de que o seu trabalho esteja articulado com o meio, para melhor ajudar o educando a
integrar-se no mesmo.

A Orientação Educacional deve esforçar-se para criar na escola um clima de


comunidade e sensibilizar a todos, quanto à necessidade de que cooperem em suas
atividades, com entusiasmo, respeito e solidariedade (KROTH, 2008).

A Orientação Educacional não deve esquecer-se de estimular ao máximo a


iniciativa do educando, principalmente, através de atividades extraclasse,

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empenhando-o na realização com verdadeiro engajamento, que ajudará na


explicitação de suas virtualidades, na conquista da autoconfiança e na revelação de
suas capacidades de liderança.

Objetivos da Orientação Educacional

✓ Orientar o educando em seus estudos, a fim de que os mesmos sejam mais


proveitosos e como complemento: ensiná-lo a estudar, pois sabemos que muitos
alunos, em todos os níveis não sabem estudar, desperdiçam tempo e energia de
maneira errada.

Este objetivo é dos mais importantes e cuja efetivação deveria ter início no
Ensino Fundamental e continuar por todos os níveis de ensino. Ensinando o educando
a estudar em função do nível de ensino que estivesse cursando, pois muitos fracassos
escolares são devido ao fato do educando não saber estudar, com desperdício de
tempo e esforço, conduzindo, o educando a abandonar os estudos. Assim, é
importante, que desde o início da escolaridade intelectual, a Orientação Educacional
ensine o educando a estudar, através de sessões destinadas a todos os educandos
de uma classe.

✓ Discriminar aptidões e aspirações do educando, a fim de melhor orientá-lo


para a sua plena realização.

✓ Auxiliar o educando quanto ao seu autoconhecimento, à sua vida intelectual


e à sua vida emocional.

✓ Orientar para o melhor ajustamento na escola, no lar e na vida social em geral.


É fundamental a interação entre educando e professor, educando e seus colegas, bem
como educando e sua família. É importante, também, que o educando saiba manter
um comportamento adequado nas atividades fora da escola e do lar.

✓ Formar o cidadão que alimente dentro de si um sentimento de fraternidade


universal, capaz de fazê-lo sentir-se irmão, companheiro e amigo de seu semelhante
em todas as circunstâncias da vida.

✓ Trabalhar para a obtenção de um melhor cidadão, por parte do educando,


para que este seja um membro integrado, dinâmico e renovador no seio da

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sociedade. Enfim, desenvolver ação para que se obtenha o cidadão consciente,


eficiente e responsável.

✓ Levar a efeito melhor entrosamento entre escola e educando, com benefícios


compensadores quanto à disciplina, formação do cidadão e rendimento escolar.

✓ Prestar assistência ao educando nas dificuldades em seus estudos ou


relacionamento com professores, colegas, pais ou demais pessoas.

✓ Levar cada educando a explicar e desenvolver suas virtualidades.

✓ Prevenir o educando com relação a possíveis desajustes sociais, que sempre


estão eclodindo na sociedade, como fruto de uma dinâmica negativa de desagregação
social.

✓ Possibilitar aos professores melhor conhecimento dos educandos,


oferecendo, assim, maiores probabilidades de entrosamento positivo entre ambos e
mais adequada ação didática por parte dos professores, a fim de ser obtido maior
rendimento escolar.

✓ Sensibilizar, de forma crescente, professores, administradores e demais


pessoas que trabalham na escola, para que queiram melhorar suas perspectivas
atuações, visando à melhor formação do educando.

✓ Realizar trabalho de aproximação da escola com a comunidade, a fim de


proporcionar ao educando maiores oportunidades de conhecimento do meio e
desenvolvimento comportamental de cidadão participante.

✓ Favorecer a educação religiosa, com suas perspectivas transcendentais, mas


desvinculada do compromisso sócio ideológico.

✓ Trazer a família para cooperar de maneira mais esclarecida, eficiente e


positivista na vida do educando.

✓ Proporcionar vivências que sensibilize o educando para os valores que se


deseja incorporar no seu comportamento.

✓ Trabalhar para instaurar na escola um ambiente de alegria, satisfação e


confiança para que se estabeleça um clima descontraído, evitando os temores,
frustrações e humilhações.

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✓ Incentivar práticas de higiene física e mental, procurando conscientizar o


educando em relação à importância e valor da saúde, que pode ser cuidada e
preservada individualmente, educando por educando.

✓ Desenvolver admiração e respeito pela natureza, evitando depredá-la em


quaisquer de seus aspectos: paisagem, fauna e flora.

✓ Desenvolver atividades de lazer, podendo, algumas delas, em caso de


necessidade, transformar-se em atividades profissionais. Neste particular, orientar o
emprego adequado e higiênico de horas de folga.

✓ Trabalhar para uma adequada formação moral do educando, imbuindo-o de


valores éticos necessários para uma vida digna, humana e coerente, em que o
respeito ao próximo deve ser o motivo principal.

✓ Favorecer a educação social e cívica do educando, sensibilizando-o para a


cooperação social e deveres comunitários. Neste particular, incentivá-lo para a
melhoria da estrutura e funcionamento da vida social, sem a marca de destruição,
alertando-o, pois em relação a certos movimentos de fundo comunitário que pregam,
em nome do bem, o ódio, a morte, a violência e a destruição (KROTH, 2008).

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4 FUNÇÕES E ATRIBUIÇÕES DO ORIENTADOR EDUCACIONAL

Segundo pesquisas realizadas pela Revista Nova Escola (2003) na instituição


escolar, o orientador educacional é um dos profissionais da equipe de gestão. Ele
trabalha diretamente com os alunos, ajudando-os em seu desenvolvimento pessoal;
em parceria com os professores, para compreender o comportamento dos estudantes
e agir de maneira adequada em relação a eles; com a escola, na organização e
realização da proposta pedagógica; e com a comunidade, orientando, ouvindo e
dialogando com pais e responsáveis.

Em relação ao aluno, contribui no seu desenvolvimento pessoal. Aos


professores e escola de maneira geral, ajuda a organizar e realizar a sua proposta
pedagógica e com o professor, trabalha em parceria para compreender o
comportamento dos alunos e agir de maneira adequada em relação a eles. Ouve,
dialoga e dá orientações (NOVA ESCOLA, 2003).

A Orientação Educacional é entendida como um processo dinâmico, contínuo


e sistemático, estando integrada em todo o currículo escolar sempre encarando o
aluno como um ser global que deve desenvolver-se harmoniosa e equilibradamente
em todos os aspectos: intelectual, físico, social, moral, estético, político, educacional
e vocacional.

4.1 Educação Infantil

A Orientação Educacional na Pré-Escola é muito importante no contexto


escolar pelo papel que exerce junto à comunidade escolar. Oportuniza a visão criativa
do profissional, na conscientização dos pais no dever de participar ativamente nas
atividades escolares. Desperta nos educadores, pais e professores, a necessidade da
observação em todos os momentos da vida da criança. Sugere programa de ação
integrada entre pais, professores, orientadores educacionais que fortaleça a
responsabilidade de todos na ação conjunta da educação (PROCAMPUS, 2010).

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ORIENTAÇÃO ESCOLAR

4.2 Ensino Fundamental

A Orientação Educacional no Ensino Fundamental tem duas tarefas distintas a


executar. São elas: uma correspondente aos anos iniciais (1º ao 5º ano) e a outra, aos
anos finais (6º ao 9º ano).

As atribuições do Orientador Educacional no Ensino Fundamental são:

• Desenvolver junto ao educando, crianças que são, um trabalho de adaptação


dos mesmos no ambiente escolar;

• Desenvolver nos educandos, atitudes de otimismo e admiração com o mundo


que os cerca;

• Propiciar atividades que favoreça a socialização, a confiança em si e nos


outros, a iniciativa e a criatividade dos educandos;

• Deve dirigir as vistas dos educandos para os horizontes do mundo, para que
descubram, com encanto, o próximo, em movimento de distanciamento dos
dois centros que são o lar e a escola;

• Habituá-los a viver e a conviver no ambiente escolar para que no mesmo se


ajustem e melhor revejam suas potencialidades, a fim de melhor serem
atendidos e orientados;

• Observar os educandos quanto às suas peculiaridades de comportamento e


temperamento, com a cooperação dos professores;

• Nos últimos anos do Ensino Fundamental, o Orientador deve dedicar-se com


mais afinco à exploração e desenvolvimento das aptidões e preferências do
educando. Vê-se, então, a necessidade de se intensificar o funcionamento das
atividades extraclasses, bem como as oportunidades de visitas, excursões e
estágios, para que aptidões e preferências tenham mais oportunidades de se
manifestarem e se desenvolverem;

• Revelar profissionalmente, o mundo do trabalho, uma vez que o educando,


deva fazer a opção de curso profissionalizante;

• Cuidados que fazem necessários como a educação sexual e a formação moral,


pois existe o advento da crise pubertária e o despertar do espírito crítico
(PROCAMPUS, 2010).

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ORIENTAÇÃO ESCOLAR

4.3 Ensino Médio

O Ensino Médio tem por objetivo proporcionar ao educando a formação


necessária ao desenvolvimento de suas potencialidades com elementos de auto
realização, preparação para o trabalho e o exercício consciente da cidadania.
Preocupa-se em esclarecer quanto à formação profissional, além, da incumbência de
melhor orientar o jovem numa formação profissional. Tem a preocupação de orientar
quanto às aptidões, tipos de profissões para os níveis técnicos ou universitários.

As atribuições do Orientador Educacional no Ensino Médio são:

• Realizar serviço integrado com o Serviço de Supervisão Escolar, visando o


acompanhamento do rendimento escolar do aluno;

• Participar dos Conselhos de Classe dando aconselhamento psicopedagógico


oferecendo e coletando informações;

• Propor atividades que favoreçam as relações interpessoais, aluno x professor


e aluno x aluno e demais elementos da escola;

• Participar da elaboração do Plano do SOE e do Plano da Escola;

• Participar do critério para a constituição de turmas;

• Selecionar atividades e desenvolvê-las atendendo as necessidades dos


alunos para melhor conhecimento de si e do grupo;

• Participar da compatibilização do Regimento Interno com a Legislação e


Diretrizes propostas pelo currículo;

• Participar das atividades de sondagem para a elaboração do diagnóstico da


população escolar e da comunidade;

• Participar da avaliação interna da Escola e do Serviço;

• Manter atualizado o dossiê do aluno;

• Assistir ao aluno individualmente ou em grupo em sessões programadas e


sistemáticas;

• Programar e coordenar atividades de informação profissional, envolvendo


professores, família e comunidade;

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ORIENTAÇÃO ESCOLAR

• Promover e/ou participar de reuniões e/ou sessões de estudo com professores;

• Manter-se informado sobre as necessidades do mercado de trabalho;

• Participar e acompanhar a execução de projetos e atividades especiais


desenvolvidas na escola, oriundos de órgãos superiores;

• Manter-se atualizado em assuntos educacionais (PROCAMPUS, 2010).

4.4 Junto às famílias dos alunos

Falamos várias vezes da importância do contato e manutenção de uma boa


relação do orientador com as famílias. Pois bem, junto a elas o OE pode:

• Entrevistar os pais para troca de dados e informações acerca do aluno;

• Propiciar aos pais o conhecimento de características do processo de


desenvolvimento psicológico da criança, bem como de suas necessidades e
condicionamentos sociais;

• Refletir com os pais o desempenho dos seus filhos na escola e fornecer as


observações sobre a integração social do aluno na escola, verificando variáveis
externas que estejam interferindo no comportamento do aluno, para estudar
diretrizes comuns a serem adotadas;

• Orientar a família por meio de reuniões individuais com os pais, em pequenos


grupos e nas reuniões bimestrais programadas constantes do Calendário
Escolar.

Alguns objetivos específicos relacionados aos pais seriam:

• Oferecer às famílias subsídios que as orientem e as façam compreender os


princípios subjacentes à tarefa de educar os filhos, para maior auto realização
dos mesmos;

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ORIENTAÇÃO ESCOLAR

• Garantir o nível de informações a respeito da vida escolar dos alunos;


Interpretar e encaminhar dúvidas, questionamentos.

• Promover entrevistas solicitadas pelas famílias e pela escola;

• Promover palestras junto ao serviço de supervisão e Colegiado Escolar


(denominado também de APM – Associação de Pais e Mestres)
(PROCAMPUS, 2010).

4.5 Junto aos alunos

Nos objetivos voltados para os alunos podemos incluir:

• Realização de sessões de orientação com cada turma/ano/série, previamente


agendadas em calendário, onde o O.E estará propondo temas (textos,
trabalhos em grupo, vídeo, informática, debates, atividades extraclasse, etc.)
que vão ao encontro dos objetivos propostos e às necessidades e interesses
da faixa etária a ser trabalhada;

• Realização de reuniões com representantes de classe e/ou comissões;

• Participação dos eventos da escola (atividades extraclasse, jogos, festa junina,


encontros, viagens, etc.);

• Realização de atendimentos individuais e/ou pequenos grupos;

• Atendimentos individuais, sempre que for necessário para análise e reflexão


dos problemas encontrados em situações de classe, recreios, desempenho
escolar, pontualidade, cuidado com material de uso comum, relacionamento
com os colegas de classes e outros alunos do colégio, respeito aos professores
e funcionários;

• Atendimentos grupais sempre que for necessário para reflexão de problemas


citados acima ocorridas em situações de grupo.

• Esclarecer quanto a regras e sanar dúvidas no que diz respeito ao cumprimento


das normas do colégio.

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4.6 Junto aos professores

Objetivos específicos relacionados aos professores:

• Assessorar o professor no acompanhamento e compreensão de sua turma;

• Integrar-se às diversas disciplinas visando o desenvolvimento de um trabalho


comum e a formulação das habilidades didático-pedagógicas a serem
desenvolvidas com os alunos;

• Garantir a continuidade do trabalho;

• Avaliar e encaminhar as relações entre os alunos e a escola;

• Assessorar o professor na classificação de problemas relacionados com os


alunos,colegas etc.;

• Desenvolver uma ação integrada com a coordenação pedagógica e os


professores visando a melhoria do rendimento escolar, por meio da aquisição
de bons hábitos de estudo.

Atividades junto aos professores:

• Divulgação do perfil das classes;

• Organização de arquivos e fichas cumulativas;

• Proposição de estratégias comuns entre os professores, coordenação e


orientação;

• Análise junto a coordenação dos planejamentos das diversas disciplinas;

• Realização de atendimentos individuais e/ou grupo nas reuniões de curso


para receber ou fornecer informações necessárias dos alunos;

• Realização de atendimentos individuais na O.E para fornecer ou receber


informações necessárias dos alunos;

• Análise e avaliação dos resultados quantitativos e qualitativos dos alunos, das


classes junto à coordenação para posterior encaminhamentos;

• Participação nas reuniões de curso;

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• Participação na preparação e realização dos Conselhos de classe;

• Participação nos eventos da escola;

• Organização e participação junto à coordenação das atividades


extracurriculares (PROCAMPUS, 2010).

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ORIENTAÇÃO ESCOLAR

5 ÉTICA PROFISSIONAL

(Princípios Éticos na atuação do Orientador Educacional)

O trabalho de um orientador educacional reveste-se de grande importância,


complexidade e responsabilidade e, para que seja realizado a contento, exige-se
muito desse profissional, não só em termos de formação, de atualização constante e
de características de personalidade como também de comportamento ético
(CARVALHO, 2009).

Em 1979 o governo publicou no Diário Oficial da União (DOU) um código de


ética elaborado especificamente para o Orientador Educacional e como todo
profissional, ele deve ter sua atuação pautada por princípios éticos. O comportamento
ético em relação às informações sobre alunos, funcionários, e pessoas da
comunidade, é um dos principais aspectos a serem considerados.

Como a interação do Orientador Educacional com os orientados se caracteriza


pelo seu caráter de relação de ajuda, tanto o aluno pode expor, espontaneamente,
fatos ou situações de cunho pessoal ou familiar, como o Orientador pode necessitar
fazer indagações sobre a problemática em questão. Esses dados, por serem de fato
sigiloso ou confidencial, não devem ser alvo de comentários com outras pessoas,
quaisquer que sejam as circunstâncias. Esse cuidado é de vital importância porque a
condição básica para o estabelecimento de uma relação de ajuda eficiente é a
confiança (CARVALHO, 2009; BRASIL, 1979)

O sigilo das informações constantes dos prontuários dos alunos deve ser
igualmente preservado. Assim, questionários preenchidos com dados mais íntimos
sobre o aluno e seus familiares; resultados de entrevistas e de testes e opiniões de
professores sobre determinado aluno devem ser mantidos fora do alcance de pessoas
que, propositada ou equidistante, possam procurar acirrar os ânimos, mas, sempre
que possível, acalmar as partes, buscando o entendimento entre elas, negociando
soluções que, ao contentar à todos, restabeleçam o necessário equilíbrio
(CARVALHO, 2009).

O mesmo comportamento ético deve ser observado quando alguns motivos,


como busca de status, de poder ou de prestígio, acabem se manifestando e

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ORIENTAÇÃO ESCOLAR

envolvendo os profissionais em disputas ou tramas pessoais. Nessas ocasiões,


informações verdadeiras ou não podem ser usadas indevidamente para prestigiar ou
prejudicar uns e promover ou favorecer outros.

É importante, ainda, ressaltar, além do comportamento profissional, alguns


aspectos éticos de sua conduta pessoal, pois, devido a multiplicidade de interações
que estabelece com as pessoas, que queira, quer não, ela acaba por tornar uma figura
muito exposta, conhecida e visada, na escola e na comunidade.

Ressalte-se, também que, ao interagir com pessoas de diferentes faixas


etárias, “status” e nível sócio-econômico-cultural, o comportamento do profissional
estará sendo observado, podendo até vir a servir de “modelo” para alguns, o que vem
aumentar uma conduta ética irrepreensível.

Na instituição escolar, como um todo, dado a natureza do processo educativo,


é importante que sejam observados princípios éticos e, em particular na área de
Orientação Educacional, é imprescindível que tais preceitos sejam rigorosamente
seguidos.

Os grupos sobrevivem quando estabelecem trocas com a coletividade num


intercâmbio que leva ao mútuo enriquecimento. Assim o grupo constitui e consolida
um código que lhe assegure a unidade. Todos os profissionais vivem esta dinâmica.
Os direitos, os deveres, os privilégios os congregam, emprestam rigidez aos laços de
união, reforçam os caracteres comuns. Pela formação de uma consciência
profissional, pontos falhos poderão ser sanados e pouco a pouco teremos uma classe
mais respeitada, conceituada e consolidada.

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NOME AQUI

REFERÊNCIAS CONSULTADAS E UTILIZADAS

ALMEIDA, Daniela. O mediador da escola. Revista Nova Escola, n. 220, mar/2009.

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BRASIL. DECRETO nº 72.846 de 26 de setembro de 1973.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei N. 9394/96.

BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: MEC,


1997.

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CHINOY, Ely. Sociedade: Uma Introdução à Sociologia. 20 ed. São Paulo:


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ERIKSON, Erik. O ciclo de vida completo. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.

FADEL, Beatriz M. et al. Orientação educacional em questão. 2 ed. Porto Alegre:


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FONTOURA, Amaral. Introdução a Sociologia. 5 ed. Porto Alegre: Globo, 2008.

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Paulo: Loyola, 1994.
28
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GRINSPUN, Mirian P. S. Zippin. A Orientação Educacional – Conflito de


paradigmas e alternativas para a escola. São Paulo: Cortez, 2001.

GRINSPUN, Mirian P. S. Zippin. A orientação educacional: conflito de


paradigmas e alternativas para a escola. São Paulo: Cortez, 2002.

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KROTH, Lidia Maria. Competências e atribuições do orientador educacional


(2008). Disponível em:

<http://www.psicopedagogia.com.br/artigos/artigo.asp?entrID=1072> Acesso
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KROTH, Lidia Maria. Desenvolvendo uma identidade vocacional. Disponível em:


<http://www.psicopedagogia.com.br/artigos/artigo.asp?entrID=1066>
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29
LÜCK, Heloisa. Planejamento em orientação educacional. 6 ed. Petrópolis: Vozes, 1992.

30
MAIA, Eny M., GARCIA, Regina L. Uma orientação educacional nova para uma nova
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MARTINS, José do Prado. Princípios e Métodos da Orientação Educacional. 2 ed. São


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MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Manifesto do Partido Comunista. Bragança Paulista-SP:


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MINICUCCI, Agostinho. Orientação educacional: sondagem de aptidões e


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NÉRICI, Imídeo G. Origens da Orientação Educacional e Necessidades da


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NOVA ESCOLA. Orientador educacional. Revista Nova Escola, n. 160, mar/2003.

OLIVEIRA, Pérsio S. de. Introdução à Sociologia. 24. ed. São Paulo: Ática, 2001.

PIMENTEL, Maria da Glória; SIGRIST, Áurea C. Orientação Educacional. 3 ed. São Paulo:
Pioneira, 1976.

31
PROCAMPUS Orientação Educacional. Disponível em:
<http://www.procampus.com.br/ensino_orientacao.asp> Acesso em: 09 mai.
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PROSPECTIVA: Revista de Orientação Educacional. AOERGS, Porto Alegre,


n. 25, dez. 1999.

RODRIGUES, Elisangela dos Santos. A ação do orientador educacional no processo de


aproximação família e escola. Disponível em:

<http://www.webartigos.com/articles/13839/1/A-acao-do-orientador-
educacional-no-processo-de-aproximacao-familia-e-escolA/pagina1.html>
Acesso em: 09 mai. 2010.

SAVIANI, Demerval. Educação: do sendo comum à consciência filosófica. São


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THUMS, Jorge. Acesso à realidade: técnicas de pesquisas e construção do


conhecimento. Porto Alegre: Sulina: Ulbra, 2000.

WADSWORTH, Barry J. Inteligência e afetividade da criança na teoria de Piaget. 5 ed.


Revisada São Paulo : Pioneira, 1996.

32
ANEXOS

ANEXO I

MODELO DE PROJETO A SER DESENVOLVIDO NO ENSINO MÉDIO PELO ORIENTADOR


EDUCACIONAL

AUTOR: Lidia Maria Kroth

TEMA: Desenvolvendo uma identidade vocacional

JUSTIFICATIVA:

A realização deste projeto vem atender uma necessidade premente de


esclarecimento e orientação de jovens adolescentes que se encontram em um
momento difícil e crucial de suas vidas. Nesta fase de desenvolvimento em que
ele está definindo sua identidade: quem ele quer ser e o que gosta ou não de
fazer, coincide também com os seus confrontos entre as expectativas internas e
externas aos projetos futuros.

Momento de decisão que lhes apresenta como questão inadiável e que


requer um maior autoconhecimento bem como autonomia e independência para
que suas escolhas recaiam em uma atividade profissional que venha preencher
suas necessidades de realização vocacional e pessoal. Por esta razão, um
projeto de vida deve estar baseado no conhecimento e na informação:

• Sobre o próprio sujeito, seus interesses, aptidões e recursos


econômicos;

• Sobre as possibilidades e expectativas do núcleo familiar de


pertencimento;

• Sobre a realidade social, econômica, cultural e política em que vive.

Mais do que um processo de orientação profissional este trabalho visa a


que os jovens possam optar de forma consciente, sem deixar-se influenciar por

33
pressões sociais ou familiares e que consigam inclusive, perceber quando da
necessidade de alterar uma escolha feita substituindo-a por outra que lhe
parecer mais adequada com o mínimo possível de angústia e ansiedade.

A decisão da escolha é do adolescente. Portanto, sabendo do elevado


número de alunos que desistem de seus cursos ou trocam solicitando
transferência para outros cursos, cabe a nós orientarmos sua compreensão
frente a esta tomada de decisão, desenvolvendo nos alunos a conscientização
para a importância da escolha profissional com base em sua essência
enquanto “SER HUMANO”, agente de transformação da sociedade. Orientar
tem, em primeiro lugar, um sentido espacial, “buscar o oriente” o que significa:
situar um horizonte partir do qual a coisas, os seres, têm um lugar e também um
sentido.

OBJETIVO GERAL

Facilitar o momento da escolha ao educando, auxiliando-o a compreender


sua situação específica de vida, na qual estão incluídos aspectos intervenientes
pessoais, familiares e sociais, que afetam a tomada de decisão no que tange à
escolha da profissão.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Introduzir a importância da formação do autoconhecimento no processo


de escolha vocacional.

• Refletir sobre sua identidade, conhecendo-se mais profundamente.

• Identificar seus reais interesses, quanto uma escolha profissional.

• Identificar o que espera de sua visa e do seu futuro.

• Conhecer as profissões que estariam vinculadas ao seu interesse.

• Reconhecer a importância da escolha profissional.

• Conhecer o campo de atuação das profissões em destaque.

• Planejar metas a serem atingidas para a realização de seus objetivos.


34
• Propiciar o desenvolvimento do senso crítico na questão das escolhas e
os pressupostos relativos às potencialidades e responsabilidades delas
decorrentes.

CONTEÚDOS

✓ Adolescência como fase de estruturação para ser adulto.

✓ A formação da identidade adulta.

✓ A formação da identidade profissional.

✓ A identidade e o papel profissional como agentes de mudança na


sociedade.

✓ O conhecimento das profissões.

✓ Esclarecimento sobre cursos superiores.

METODOLOGIA

Cada encontro é sempre um momento rico de trocas, de reflexão e de


conhecimento de si mesmo. Por esta razão, utilizaremos procedimentos que vão
dede a leitura-crítica e textos, técnicas de dinâmica de grupo até improvisação e
teatro.

✓ Textos sobre o autoconhecimento, os interesses e as aptidões.

✓ Leitura do livro: “O adolescente e a profissão”.

✓ Questionário individual.

✓ Autobiografia dirigida.

✓ Técnica QUEM SOU EU.

✓ Técnica: Aquecimento – Caminhar profissional.

✓ Entrevista familiar.

✓ Vídeo sobre profissões.

✓ Visita ao Campus da PUC.

35
✓ Discussão em pequenos grupos.

✓ Fichas para registro de observações e questionários realizados com os


alunos.

ANÁLISE DOS DADOS

Qualitativa: Para saber como chega a conclusão da identidade vocacional.

Quantitativa: Para saber qual a percentagem de alunos que atingiram esta


identidade.

RECURSOS

✓ Textos

✓ Livros

✓ Filmes sobre as profissões.

✓ Revistas, tesouras, cola, papel pardo.

✓ Material de expediente.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A Orientação Educacional visa estabelecer uma relação do homem com


a natureza e para que a mesma aconteça, é necessário que exista um trabalho
coletivo, transformador onde o indivíduo se desenvolverá a partir de condições
socioeconômicas. Também é importante salientar o individualismo, pois este se
estruturaria como decorrência das relações estabelecidas entre o individual e o
social.

Segundo Gramsci, “se a individualidade é o conjunto das relações


homem/natureza, conquistar uma personalidade significa adquirir consciência
destas relações; modificar a própria personalidade significa modificar o conjunto
destas relações.”

36
A preocupação de situar o homem na sociedade global, em todos os níveis
(social, econômico, político e cultural) julgamos necessários definir e refletir, na
tentativa de dar uma abrangência maior e para que seja realizada uma análise
da realidade efetiva e enriquecedora temos que partir da compreensão do
homem em sua relação com os demais componentes envolvidos.

O homem, enquanto transformador da natureza, torna-se homem pelo


trabalho e este é o princípio da produtividade e do lucro, que por sua vez aliena
o homem.

Apesar de o trabalho ser considerado apenas como forma de


sobrevivência, não valorizando a realização pessoal sendo considerado apenas
como atividade produtiva.

A Orientação e a Informação Profissional deveriam desenvolver na


pessoa a percepção crítica do trabalho e da realidade, instrumentando o
indivíduo para a compreensão da realidade social, econômica, política e cultural,
de modo a poder fazer opções mais conscientes e críticas quanto ao
desempenho de sua atividade produtiva.

Na sociedade atual, o homem é cada vez mais sujeito de sua escolha


profissional, pois está envolvido com situações coletivas que participam de sua
escolha. Neste sentido, a Orientação Profissional visa atender a opção do
homem a um trabalho produtivo.

O homem é, pois, síntese e articulação de uma diversidade e


complexidade de elementos, de um lado, puramente subjetivos e individuais e,
de outro, elementos de massa, ou seja, objetivos e materiais. Nesse sentido, na
medida em que o homem transforma o mundo (o coletivo) transforma a si mesmo
(o individual).

Daí a importância de a Orientação e a Informação Profissional virem a ser


um instrumento de conhecimento crítico da realidade socioeconômica e de
desenvolvimento das potencialidades individuais.

Sem sombra de dúvida o mundo é de mudanças, tecnológico, onde o


homem, a cada minuto que passa, está sendo substituído pela máquina.

37
Máquina que ele criou e que acaba de escraviza-lo, retirando-lhe as fontes de
trabalho, a fonte de sua própria subsistência, especialmente em sociedades que
têm como objetivos maiores, a produção, o lucro e o capital.

AVALIAÇÃO

É importante fazer uma avaliação do processo de Orientação


Vocacional/Profissional. Para o adolescente, porque permite que ele perceba o
seu crescimento pessoal e lhe viabiliza uma avaliação do grupo em relação a si.
Para o coordenador, porque, além de ser um feedback do seu trabalho, permite-
lhe analisar e compreender todo o processo grupal e o desfecho de cada aluno.

BIBLIOGRAFIA
PIMENTA, Selma G. Orientação vocacional e decisão – estudo crítico da
situação no Brasil. São Paulo. Loyola, 1990.
SAVIANI, Dermeval. Educação: do senso comum à consciência filosófica. São
Paulo, 1980.
Caderno do MEC. Orientador educacional: agente integrador na área escolar.
MEC, Departamento de Ensino Médio, Escola Técnica Federal do Paraná, 1978.
LÜCK, Heloisa. Ação integrada, administração, supervisão e orientação
educacional. 11ª ed. Rio de Janeiro, Vozes, 1981.
MINICUCCI, Agostinho. Orientação educacional: sondagem de aptidões e
iniciação profissional. São Paulo, Cortes & Moraes, 1976.
PIMENTA, Selma G. , KAWASHITA, Nobuko. Orientação Profissional: um
diagnóstico emancipador. Ed. Loyola. São Paulo, 1986. 2ª ed. MAIA,
Eny M., GARCIA, Regina Leite. Uma orientação educacional nova para uma
nova escola. Ed. Loyola. 5ª ed. São Paulo. FADEL, Beatriz
M. e outros. Org., FOLBERG, Maria N. Orientação educacional em questão. Ed.
Movimento. 2ª ed. POA, 1986.

Fonte:

38
KROTH, Lidia Maria. Desenvolvendo uma identidade vocacional. Disponível em:
<http://www.psicopedagogia.com.br/artigos/artigo.asp?entrID=1066>
Acesso em: 10 mai. 2010.

ANEXO II

DECRETO Nº 72.826 – DE 26 DE SETEMBRO DE 1973

O Presidente da República, usando da atribuição que lhe confere o artigo


81, item III da Constituição, decreta:

Art. 1º - Constitui o objeto da Orientação Educacional a assistência ao


educando, individualmente ou em grupo, no âmbito do ensino de 1º e 2º graus,
visando o desenvolvimento integral e harmonioso de sua personalidade,
ordenando e integrando os elementos que exercem influência em sua formação
e preparando-o para o exercício das opções básicas.

Art. 2º - O exercício da profissão de Orientador Educacional é


privativo:
I – Dos licenciados em Pedagogia, habilitados em Orientação
Educacional, possuidores de diplomas expedidos por
estabelecimentos de ensino superior oficiais ou reconhecidos.

II – Dos portadores de diplomas ou certificados de Orientador


Educacional obtidos em cursos de pós-graduação, ministrados por
estabelecimentos oficiais ou reconhecidos, devidamente
credenciados pelo Conselho Federal de Educação.

III – Dos diplomados em Orientação Educacional por escolas


estrangeiras, cujos títulos sejam revalidados na forma da lei em vigor.

Art. 3º - É assegurado ainda o direito de exercer a profissão de Orientador


Educacional:

I – Aos formandos que tenham ingressado no curso antes da vigência


da Lei nº 5692/71, na forma do art. 63, da Lei nº 4024, de 20 de
setembro de 1961, até a 4ª série do ensino de 1º e 2º graus.

39
II – Aos formandos que tenham ingressado no curso antes da
vigência da Lei nº 5692/71, na forma do art. 64, da Lei 4024, de 20 de
setembro de 1961, até a 4ª série do ensino de 1º grau.

Art. 4º - Os profissionais de que tratam os artigos anteriores, somente


poderão exercer a profissão após satisfazer os seguintes requisitos:

I – Registro dos diplomas ou certificados no Ministério da Educação e


Cultura.

II – Registro profissional no órgão competente do Ministério da


Educação e Cultura.

Art. 5º - A profissão de Orientador Educacional, observadas as condições


previstas neste regulamento, se exerce, na órbita pública ou privada, por meio
de planejamento, coordenação, supervisão, execução, aconselhamento e
acompanhamento relativo às atividades de Orientação Educacional, bem como
por meio de estudos, pesquisas, análises, pareceres compreendidos no seu
campo profissional.

Art. 6º - Os documentos referentes ao campo de ação profissional de que


trata o artigo anterior só terão validade quando assinados por Orientador
Educacional, devidamente registrado na forma desse regulamento.

Art. 7º - É obrigatório à citação do número de registro de Orientação


Educacional em todos os documentos que levam sua assinatura.

Art. 8º - São atribuições privativas do Orientador Educacional:

a) Planejar e coordenar a implantação e funcionamento do


Serviço de Orientação Educacional em nível de:

- Escola

- Comunidade

b) Planejar e coordenar a implantação do Serviço de Orientação


Educacional dos órgãos do Serviço Público Federal, Estadual,
Municipal e Autárquico; das Sociedades de Economia Mista,
Empresas Estatais, Paraestatais e Privadas.

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c) Coordenar a orientação vocacional do educando,
incorporando-o ao processo educativo global.

d) Coordenar o processo de sondagem de interesses, aptidões


e habilidades do educando.

e) Coordenar o processo de informação profissional e


educacional com vistas à orientação vocacional.

f) Sistematizar o processo de intercâmbio das informações


necessárias ao conhecimento global do educando.

g) Sistematizar o processo de acompanhamento dos alunos,


encaminhando a outros especialistas aqueles que exigirem
assistência especial.

h) Coordenar o acompanhamento pós-escolar.

i) Ministrar disciplinas de Teoria e Prática da Orientação


Educacional, satisfeitas as exigências da legislação específica
de ensino.

j) Supervisionar estágios na área da Orientação Educacional.


k) Emitir pareceres sobre matéria concernente à Orientação
Educacional.

Art. 9º - Competem, ainda, ao Orientador Educacional as seguintes


atribuições:

a) Participar no processo de identificação das características


básicas da comunidade.

b) Participar no processo de caracterização da clientela


escolar;

c) Participar no processo de elaboração do currículo pleno da


escola;

d) Participar na composição, caracterização e


acompanhamento de turmas e grupos;

e) Participar do processo de avaliação e recuperação dos


alunos;

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INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
NOME AQUI

f) Participar do processo de
encaminhamento e acompanhamento dos alunos
estagiários;

g) Participar no processo de integração


escola-família- comunidade;

h) Realizar estudos e pesquisas na área da Orientação


Educacional.

Art. 10º - No preenchimento de cargos públicos, para os quais se


faz mister qualificação de Orientador Educacional, requer-se, como
condição essencial, que os candidatos hajam satisfeito, previamente, as
exigências da Lei nº 5564, de 21 de dezembro de 1968 e deste
regulamento.

Art. 11º - Este decreto entrará em vigor na data de sua publicação,


revogadas as disposições em contrário.

(D.O.U. de 27-9-1973)

A Lei 9394/96 mantém as propostas anteriores”

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