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Objetivo do Capítulo
Apresentar um dos mais importantes processos de memória, responsável pela
organização e direção, à guarda (armazenamento), dos elementos de um
conteúdo/evento sendo aprendido. Assim fomentar o entendimento do, leitor
estudante, sobre como os processos dinâmicos de memória funcionam e, como os
mesmos podem se tornar mais efetivos em termos de melhorar a aprendizagem e
a performance motriz de um indivíduo, em fase de aprendizagem e/ou
performance deste.
8.1. Introdução
O homem é naturalmente um ser processador dos estímulos emanados do seu
organismo como um todo e/ou de outros originados do seu relacionamento com o
mundo exterior. Williams James, um dos mais representativos historiadores e
estudiosos da percepção humana explica em seu livro “ . . . . . . (198 . .) que se não
fosse a sua capacidade de processar o seu ambiente de vida, o homem jamais
evoluiria já que jamais poderia concluir um objetivo, nem mesmo planejá-lo. Viver
seria apenas um habitar no mundo. Nada mais.
Na verdade, viver, mesmo em situações sociais simples, requer, do ser
humano, (e de outros animais) uma constante vigília sobre o seu corpo, seu ambiente
de relação e destes, na sistêmica rede de interação que se faz necessária a uma
adequada condução da vida. Isto significa dizer que na sua vida de relação o ser
humano encontra-se permanentemente em interação com o mundo ao seu redor e,
muitas das vezes, com outras partes mais distantes deste.
Não fosse a dotação que todo ser possui para mentalmente processar esta
interação, certamente os desencontros entre as suas funções orgânicas e as ações
derivadas destas funções provocariam sistemáticos desastres na sua relação com o
seu meio ambiente.
Processar informações é uma das mais nobres tarefas mentais que realizamos
durante todo o nosso tempo desperto, provavelmente não existindo nada do nosso
comportamento motor voluntário que não dependa do nosso organismo processador.
Desde o abrir dos olhos após um período de sono, até o dormir após um dia de
atividades comuns e/ou especiais que todos nós costumamos ter.
Portanto, não seria diferente a situação de um indivíduo ter que processar
informações quando submetido a condição de aprender em qualquer domínio da sua
vida de relação, como, por exemplo, em situações de aprendizagem e/ou performance
desportiva.
O processar de informações, uma tarefa sistêmica do organismo neural,
procede através de uma série de interações entre uma grande quantidade de
estruturas do sistema nervoso (SN) que resulta em eventos mentais os quais, em
parte, estruturam e regulam o nosso comportamento social. O nosso cérebro, neste
contexto, pode ser concebido como sendo um constructo e a nossa mente, um
produto dele. O cérebro, portanto, é a entidade executora do processamento, e a
mente o produto por ele processado. Assim sendo, o sistemático e/ou o esporádico do
aprendizado desportivo pode ser entendido como uma estruturação em memória,
resultante de experiências de processamento de estímulos de origens ambientais e
internas ao corpo que são, de alguma forma, integrados (percebidos) pela nossa
mente, e sobre os quais a mesma deduz e produz respostas interativas (ou não) em
relação ao ambiente circundante.
Por exemplo, em uma situação, como a abaixo, em que o jogador poderia (1)
passar a bola, (2) driblar alguns adversários (3) atrasar a mesma para um
companheiro, (4) fazer um lançamento longo, (5) chutar para o gol e (6) varias
alternativas o jogador precisa decidir sobre a melhor jogada e, quase sempre, em
frações de segundos. A opção escolhida, qualquer que seja ela, debandará uma serie
de sucessivos processamentos, haja em vista, que o ambiente, dentro também de
limite de tempo, estará em constante mudança de cenário. Para organizar a resposta
considerada mais adequada, o jogador terá que, alem de percebera posição do seu
corpo, da bola, dos adversários, dos seus companheiros de equipe, do juiz, dos
possíveis gritos dos colegas, adversários e, talvez, da torcida, preparar a resposta e
executá-la da melhor maneira possível (logicamente ha de se convir que, o sucesso
de um individuo, em qualquer tipo de esporte, requer, do mesmo, respostas
executadas da melhor forma possível e, que as mesmas pudessem estar, o mais
próximo possível, da melhor solução). Para tanto, ou seja, diante de tantas
dificuldades e problemas, para ter correspondência efetiva, o seu organismo
processador devera ser eficiente em todas as etapas do processamento do estimulo,
na seleção da melhor resposta e na programação dos parâmetros necessários ‘a sua
execução.
Figura 8.1. A figura mostra os vários tipos de estímulos que o jogador precisa processar
e integra-los de forma adequada e, em função da resposta a ser executada
correspondentemente a situação do jogo.
Rebuscando-se a literatura que versa sobre este tema, pode-se verificar que a
noção de que comportamento motor do ser humano, seja em situação de
aprendizagem e ou performance, e dimensionado através de processos mentais
efetivados entre a detecção de um estímulo e início de uma ação, foi proposta há
mais de um século atrás por Donders (1869), um reconhecido fisiologista holandês.
No entanto, foram Henry e Rogers (1960) que tornaram clássica esta noção. Ou seja,
a explicação de como a memória humana operacionaliza estímulos e respostas
oriundas do meio-ambiente ou de eventos internos. Esta conceituação teve como
base uma teorização que se tornou famosa, principalmente devido à relação que estes
autores verificaram existir entre a competência daqueles processos e a capacidade
funcional da nossa memória.
Conhecida, até a presente data, pela denominação de “Teoria dos Tambores
(Memory Drum Theory) esta abordagem baseava-se na existência de um mecanismo
neurológico hipotético, no qual a memória humana representa a fonte referencial para
programas de configurações simples e/ou complexas, planejados por um indivíduo em
resposta à demanda decorrente do seu ambiente. De acordo com a teoria, a
competência na execução de uma tarefa motora seria determinada por uma série de
variáveis associadas ao processo de aprendizagem, dentre as quais a prática e a
experiência dos processos mentais seriam as mais destacáveis entre todas as outras
nela referidas. Em estudos realizados posteriormente por Henrry (1980) e Klapp
(1980) esta noção teórica foi amplamente ratificada e se mantêm, até hoje, como
marco referencial para outras teorias mais completas e, também, mais complexas.
As deduções dos autores acima mencionados, como também a de outros
estudiosos nesta área foram posteriormente organizadas em uma marcante teoria
denominada “Teoria do Processamento de Informações do Ser Humano” a qual
recebeu conformações de vários autores.
Vernon V(EU MESMO) Tentar colocar na figura 8.2.1, um desenho incluindo um olho,
ouvido, boca, pele de um braço, articulações de um braço, muscle spindle de um
músculo etc... e substituir a letra E daquela figura – Figura 8.2.1 abaixo).
AUDITIVOS
Olhos Organismo
TÁTEIS
Ouvidos Processador
Es
VISUAIS Proprioceptores
Outros (SNC)
OUTROS . . .
PERCEPÇÃO
Reconhecimento
Comparação
Detecção
Es
Memória
Detecção
R
Comparação
Reconhecimento
FEEDBACK
Nota de rodapé (1a): É preciso atentar para o detalhe de que a noção sobre as formas
seqüencial e paralela, acima citadas, deve ser associada apenas à ordem do processamento dos
estágios e não ao estilo de processamento do estímulo am cada estágio.
Órgãos
E dos
1 2 3
(4a) sentidos
Esquema
4a R
Órgãos
E dos 1 2 3
sentidos
Esquema 2
(4b) 4bE R
Como pode ser observado na Figura 8.4, o modelo humano teorizado por
Theios (1975) inclui três estágios através dos quais eventos de E-R são
operacionalizados. O primeiro estágio – Percepção – constitui a “ponte” entre o meio
ambiente e o organismo propriamente dito. O segundo – Estágio de decisão – é o
lócus do processo de selecionar os termos da operacionalização das informações
advindas do estágio de percepção. Por exemplo, a escolha da parte do corpo que irá
interagir na resposta a ser efetivada em relação ao estímulo. Após a tomada de
decisão dimensionada pelos mecanismos ligados à escolha da resposta pertinente, a
seqüência do processamento é dirigida então à estruturação dos parâmetros da
resposta para que a mesma possa ser implementada sob a forma de ação
estereotipada. Esta estruturação é realizada pelos mecanismos responsáveis pela
Programação da Resposta, mecanismos próprios do terceiro estágio. Passemos então
a uma discussão mais detalhada de cada uma destes estágios de processamento,
sendo o primeiro deles, o da percepção de um estímulo que contacta um organismo
sensorial.
8.4.1. ESTÁGIO DE PERCEPÇÃO
ESTÍMULOS
MEMORIA
SELEÇÃO PROGRAMAÇÃO
ÓRGÃOS DE DE
PERCEPÇÃO
SENSORIAI RESPOSTA RESPOSTA
S
A percepção de um estímulo envolve, como também já mencionado, uma série
de processos internos os quais têm sido descritos como (a) detecção, (b) comparação,
e (c) reconhecimento, Estes processos são versáteis em termos de operacionalidade,
sendo esta versatilidade extremamente necessária ao bom funcionamento do
conjunto sistêmico do processamento.
Imaginemos, por exemplo, você presente a uma festa na qual se agrupa a
outras pessoas e que, enquanto conversa com alguns membros do grupo, se mantém
ainda atento à chegada de um amigo particular, delicia alguns saborosos “drinks” e
aguarda um sorteio de um carro BMW que poderá ser seu. Questione-se agora, como
se comportaria o seu sistema de processamento, se diante de um meio ambiente tão
diverso, alguns limitadores do fluxo de estímulo para o seu organismo não existissem?
Talvez até viesse a não ter a chance de ganhar o carro, não é mesmo? Felizmente,
para não dar chance ao azar, o nosso organismo possui certas capacidades como, por
exemplo, a de ser “seletivo” em termos de um estímulo que possa nos interessar mais
do que outros sem, contudo, “desprezar” os outros que adentraram o canal
processador (que muitas vezes são também extremamente importantes). Isto é,
embora na situação acima você pudesse responder aos outros estímulos contactando
o seu organismo, seria também capaz de estar “ligado” ao anúncio do número que
premiaria o tão desejado automóvel. Na realidade, isto é, a todo o momento de nossa
vida desperta, o nosso organismo permanece se defrontando com um verdadeiro
“bombardeio” de estímulos dos quais apenas alguns são processados, e uma maioria
rejeitada em favorecimento de lei da mais valia. Esta rejeição a estímulos de uma
forma em geral, pode ocorrer sob duas modalidades. Por bloqueio espontâneo, ou por
limitação natural.
Para uma ilustração da primeira modalidade tomemos, novamente, por exemplo,
o estímulo da festa na qual uma BMW seria sorteada. No momento da divulgação do
número sorteado você direcionaria toda a sua atenção para o referido anúncio
(auditivamente) e “bloquearia” (para não processar em primeira instância) os eventos
visuais que pudessem distraí-lo do foco do seu interesse. No segundo caso a perda de
informações estaria relacionada a limitações dos vários mecanismos vinculados ao
processo perceptivo, ou seja, aos vários sub-estágios do evento de perceber. Para
que possamos entender estas limitações, se faz necessária à apresentação de cada
um destes sub-estágios de processamento.
MP
PERFORMANCE
+
AA
BA
MB MA
_
PP
É importante observar, ainda com referência à figura acima, que apesar do fato
do nível de ativação neural variar em figura aproximada à probabilidade normal,
quando este for observado especificamente em um indivíduo e durante um período de
tempo significativo, a função da curva mostrada na mencionada figura (na forma do U
invertido), deverá representar o estado de ativação, do mesmo, em decorrência do
ruído neural mensurado em seu canal processador e (b) o ponto em que o maior nível
de performance coincide com o melhor nível (nível médio e ótimo) de ativação neural.
Ainda, de acordo com a teoria em pauta, o julgamento da presença ou não de
um estímulo, ocorre pela discriminação que o indivíduo estabelece entre o seu estado
interno de ativação (promovido pelo ruído originado da ativação interna), somado à
informação advinda do estímulo.
Normalmente quando o resultado desta discriminação representa uma
conscientização de que o montante de ativação, agora interna, é deflagrado pelo fluxo
da informação ambiental, o indivíduo tenderá a decidir que um estímulo se faz
presente. Por outro lado, se o seu entendimento for de que o seu estado de atividade
interna é decorrente da atividade neural isoladamente, a sua tendência será de decidir
pela não existência de um estímulo afeito o seu organismo (Marteniuk, 1976).
O nível de sensibilidade de um indivíduo para decidir, de forma correta, sobre a
existência ou não de um estímulo (afeito ao organismo) é determinado por duas
características principais – (1) correspondência em sensibilidade sensorial e (2) nível
de tendência agregada ao seu julgamento. No primeiro caso, a consideração mais
geral é de que este tipo de sensibilidade é geneticamente determinado, ou seja, a
habilidade que algumas pessoas herdam, a mais, do que outras na captação de
estímulos ambientais. No segundo caso (ou seja, no que se refere à quantidade de
tendência que o indivíduo superpõe no seu julgamento), a noção mais aceita é a de
que o quantitativo de tendência é proporcional a uma série de variáveis
psicofisiológicas tais como motivação, experiências específicas e, incentivos. Para
Magill (1993) e, outros vários autores, a habilidade para detectar estímulos pode ser
treinada, não só em termos da precisão na detecção, como também na rapidez da sua
efetivação. Esta posição de Maguill e, sem duvida, facilmente justificável já que hoje
em dia o treinamento destinado ao aumento da sensibilidade sensorial para a
detecção de sinais específicos, consta da programação elaborada para treinamento
em vários esportes (ex., atletismo e natação).
Os dois fatores da competência para detectar sinais, discutidos acima, podem
ser bem interpretados no caso da saída em uma prova de 100 metros, em natação.
Em conformidade com a Teoria do U invertido, um nadador que possua uma baixa
correspondência em sensibilidade sensorial e que esteja, no momento da prova, em
um estado de alta ansiedade, a sua probabilidade de ‘ queimar a saída’ e muito alta.
Por outro lado, um outro nadador possuidor de uma condição elevada em
correspondência sensorial e, mantenha um estado moderado de ativação cortical
(arousal), no ato da saída da prova, tendera a executar a saída muito bem,
considerando-se que o seu estado físico esteja adequado à referida prova.
A noção acima também se aplica a outras situações desportivas, tais como a
cobrança de um pênalti, em futebol ou futsal, a situação do goleiro neste tipo de
cobrança, o bloqueio na rede em um jogo de voleibol, dentre muitas outras.
Derivando-se, pois, das várias postulações incluídas na Teoria da Detecção de
Sinal, e pelas postulações apresentadas por Marteniuk (1976), as seguintes
conclusões emergem como indicativos a aplicação pratica do conteúdo nela incluídos:
PERCEPÇÃO
C1 C2 C3
Reconhecimento
Comparação
Detecção
A primeira se refere Es
ao processo de constatar se o estímulo é ou não
conhecido. No segundo momento, a decisão se caracteriza por definir se cada
estimulo (no caso do processamento de mais de um estimulo) possui, uma única
resposta correspondente. Esta categoria e referida como tarefa mental de definição. A
terceira categoria, ou terceira decisão, corresponde ao julgamento que o cérebro
promove em função de analisar, o estimulo, através de uma escala multi-fatorial para
que sejam determinados (1) o nível de complexidade, (2) valores afetivos, bem como
(3) outras condições inerentes ao estimulo. O reconhecimento de padrões constitui
um aspecto essencial do processo perceptivo.
Provavelmente é na fase do reconhecimento que o indivíduo pode determinar a
intensidade qualitativa com a qual uma informação pode ser armazenada, isto é,
variando progressivamente as associações múltiplas da informação sendo processada
com o material de pertinência associativa presentes em memória. Neste processo, o
trabalho bem elaborado do professor que interage na prática docente de ensino é
fundamental. Promover múltiplas situações de reconhecimento nas quais o aluno seja
exposto à prática de decisões em eventos sensório-perceptivos, será sempre de
grande valia ao seu desenvolvimento perceptivo-motor como um todo.
Na prática nem todos os estímulos alcançados pelos nossos sentidos são
processados. Na verdade, embora o potencial humano de alcançar os múltiplos
estímulos presentes ao seu redor seja grande, um número muito reduzido destes
podem ser processados. Esta limitação explica a necessidade da existência da
discutida seletividade que o nosso sistema processador precisa ter para ser eficiente.
É preciso se enfatizar aqui que esta seletividade é principalmente ligada a um estágio
de memória denominado “memória sensorial”. Em outras palavras, muito mais que
ter capacidade para receber estímulos, a necessidade premente no momento dos
contatos sensoriais com as buscas em memória, é a capacidade de ser seletivo.
Ellis (1982) ressalta um modelo de processamento de informações no qual a
limitação do organismo para manter, em registro sensorial, estímulos captados pelos
sistemas fica bem clara e, além disto, resume, de uma forma bem simples, todo o
processo perceptivo. Na figura a seguir, um modelo aproximado da conceituação de
Ellis é apresentado (Figura 8.2.8).
E
CAPACIDADES ASSOCIADAS
S
T
Í MEMÓRIA Entrada de itens = grande
ESTÍMULOS
M SENSORIAL Manutenção de itens = pequena
U Seletividade = variada
L
Treinamento = possível
O
S
MEMÓRIA DE
CURTA
DURAÇÃO
ESTOCAGEM
TEMPORÁRIA
MEMÓRIA --------
MEMÓRIA DE
SENSORIAL PROCESSO LONGO
DE PRAZO
RETROAÇÃO
Resultados de pesquisas, utilizando a lógica metodológica descrita acima, têm
revelado uma série de variáveis que diretamente influenciam cada um dos estágios de
processamento. Com relação ao estágio da percepção estas pesquisas mostram que
as variáveis que são principalmente afetas ao estímulo e, que influenciam o seu
processamento neste estágio, são: (1) Nível de definição do conteúdo do estímulo ou
clareza e (2) a intensidade destes (Theios, 1975., Schmidt,1975., Clark, 1982a).
Na variedade de estudos realizados com o propósito de mensurar a quantidade
de efeitos de uma ou outra destas variáveis, sobre o tempo de reação motora (TRM)
de uma pessoa, a forma metodológica normalmente utilizada manipula a
apresentação de um estímulo em versões de qualidade do foco (clareza e/ou não
clareza), ou intensidade (intenso e/ou levemente constituído) manipulada sobre a
intensidade ou não de um som, cor, luz e ou outro evento significativo. De uma forma
em geral, este tempo tem se mostrado significativamente menor (processamento
mais rápido) quando níveis elevados de intensidade e ou clareza de um estímulo são
mais bem definidos e/ou intensos do que outros. E o fato de estímulos mais
claramente definidos e/ou intensos serem mais rapidamente processados deve-se, em
grande parte, à facilidade da sua codificação, um processo de transformação do seu
aspecto físico em um código biológico próprio para armazenamento (ou comparação)
em memória.
Um dos grandes debates existentes na literatura mais antiga, nesta área, refere-
se à questão de se os efeitos destas variáveis se limitam ao estágio de percepção, já
que alguns autores defendem a noção de que tais efeitos são subseqüentes aos
outros (veja Sternberg, 1969). Pesquisas posteriores, todavia, deixaram mais clara a
condição de interatividade, das referidas variáveis, com o sub-estágio de identificação
no estágio de percepção, sendo, esta interatividade, um fenômeno exclusivamente
pertinente a este sub-estágio.
ESTÍMULOS
MEMORIA
SELEÇÃO PROGRAMAÇÃO
ÓRGÃOS DE DE
PERCEPÇÃO
SENSORIAI RESPOSTA RESPOSTA
S
Figura 8.3.2 (a, b, c). Mostra níveis de incompatibilidade para selecionar uma resposta (para
onde passar?) diante de uma incompatibilidade simples (apenas um adversário), uma mais
complexa (dois adversários) e outra bastante complexa (três ou mais dversários).
ESTÍMULOS
MEMORIA
SELEÇÃO PROGRAMAÇÃO
ÓRGÃOS DE DE
PERCEPÇÃO
SENSORIAI RESPOSTA RESPOSTA
S
Quadro 8.1. Revisão dos fatores intervenientes no tempo de reação motora do ser humano,
com as respectivas tendências de velocidade de processamento.
Nível de ativação cortical, associado Tempo de reação e mais rápido em Welford, 1980 e Etnyre e
1973.
Fome Dentro de certos limites, não influencia o Gutierrez e associados,
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