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Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por TIAGO CUNHA PEREIRA e Tribunal de Justica Sao Paulo, protocolado em 22/01/2015 às 17:05 , sob o número 10003707220158260248.
EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO
DE UMA DAS VARAS CÍVEIS DA COMARCA DE INDAIATUBA/SP
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1000370-72.2015.8.26.0248 e código 56DB49.
URGENTE
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Pugna a autora pela concessão dos benefícios da
justiça gratuita tendo em vista não ter condições financeiras de arcar com
as custas judiciais sem prejuízo do próprio sustento.
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DA COMPETÊNCIA
DOS FATOS
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devido a incapacidade para as atividades de operador, sua função
originária.
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fim de recuperar a força e capacidade do pé direito que foi mais atingido
com queimaduras, deixando o local sensível devido ao enxerto e que traz
dificuldades ao autor para uso de meias e sapatos (relatório médico em
anexo).
DA TUTELA ANTECIPADA
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Verifica-se in casu que estão preenchidos os
requisitos autorizadores da tutela antecipada, sendo a prova inequívoca
das alegações, encartada nos autos através dos relatórios médicos e
CTPS do obreiro que comprovam a redução da capacidade laborativa atual
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que demandou a alteração de cargo de operador de máquinas para
almoxarife.
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resultarem sequelas que impliquem redução da capacidade para o trabalho
que habitualmente exercia (art. 86, lei 8.213/91).
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correspondente a 50% do salário benefício que incide a contribuição
previdenciária.
DOS PEDIDOS
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2 – a concessão da tutela antecipada a fim de
implantar o benefício auxílio acidente;
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no momento oportuno sob pena de incorrer em revelia e seus efeitos
jurídicos;
Termos em que
Pede deferimento
OAB/SP 333.562
fls. 140
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SENTENÇA
Justiça Gratuita
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por SERGIO FERNANDES, liberado nos autos em 09/10/2017 às 19:10 .
Vistos.
ARISTIDES GRANA propôs a presente AÇÃO PREVIDENCIÁRIA PARA
CONCESSÃO DE AUXÍLO-ACIDENTE C/C PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA em
face de INSS- Instituto Nacional do Seguro Social, alegando em síntese que trabalhava na
função de operador de maquina, contudo sofreu grave acidente de trabalho em 08 de dezembro
de 2008, no qual foi atingido por acido sulfúrico em diversos membros do corpo, entre perna,
costas, tornozelos e nos pés, causando queimaduras de primeiro, segundo e terceiro grau. Aduz
que o acidente acarretou-lhe sequelas, que diminuíram sua capacidade laborativa. Explicou que
percebeu o auxilio doença acidentário, e quando do retorno ao trabalho em 01 de fevereiro de
2013, passou exercer função de almoxarife, atualmente encontra-se em tratamento fisioterápico
para recuperar a força e capacidade do pé direito. Após o regresso ao labor, devido as sequelas,
requereu o beneficio do auxilio- acidente, sendo negado em 23 de junho de 2014. Requer a
concessão de auxílio acidente desde a cessação do auxilio doença além de indenização por dano
moral. Juntou documentos (fls. 07/24).
A tutela antecipada foi indeferida (fl. 25).
A autarquia devidamente citada ofereceu contestação no prazo legal (fls.
31/50), alegando em síntese em sede de preliminar incompetência do juízo para apreciação do
pedido de indenização por danos moral. No mérito asseverou que o autor não faz jus ao
benefício pleiteado, em face da inocorrência de redução da capacidade laborativa.
Houve réplica. (fls. 54/59)
O feito foi saneado (fl. 77)
Realizada perícia médica (fls. 102/107) sobre ao qual as partes se
manifestaram. Sendo o laudo complementado (fls. 127/128).
É o relatório do Necessário. Fundamento e Decido
A ação é PROCEDENTE.Com efeito, a incapacidade está provada pela perícia
do Juízo, que constatou em seu laudo apresentado (fls. 102/107 e 127/128) que: “O Autor
apresenta sequelas queimaduras. Quanto a avaliação da capacidade laboral, o Autor apresenta
incapacidade parcial e permanente para exercer sua atividade de labor habitual". E ainda "Fica
obvio que após o acidente e as sequelas decorrente do mesmo, como descrito nos itens do laudo
pericial 13.2, 14 e 15, incapacitam o Autor Parcial e Permanente para exercer sua atividade de
labor habitual e isto ocorreu desde a data do acidente em 08/12/2008".
O Autor é portador de sequela de queimadura decorrente de acidente de
trabalho.
No exame físico assim como a avaliação dos documentos médicos
1000370-72.2015.8.26.0248 - lauda 1
fls. 141
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apresentados, ficaram evidentes as alterações funcionais ocasionadas devido as sequelas de
queimaduras em múltiplas região do corpo mas principalmente em membro inferior
direito em região de tornozelo e pé direito, onde foi necessário inclusive realização de
enxerto de pele, o autor evoluiu com alteração anatômicas, e alteração da mobilidade
articular em tornozelo e pe direito e dificuldade de uso de sapatos de segurança, sendo que o
quadro clinico atual acarreta limitações funcionais importantes para a parte Autora realizar sua
atividade de labor.
A incapacidade do Autor é Parcial e Permanente para exercer sua atividade de
Labor.
Assim, pela análise do laudo apresentado, pode-se concluir que a parte autora,
esta está incapaz Parcial e Permanente para exercício de sua atividade de labor habitual devido
a sequelas de acidente de trabalho.
De acordo com o artigo 42 da lei 8.213/91 é cabível a aposentadoria por
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por SERGIO FERNANDES, liberado nos autos em 09/10/2017 às 19:10 .
invalidez quando o segurado for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o
exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer
nesta condição.
No caso em tela, portanto, o autor deveria provar apenas a incapacidade total e
permanente para o labor ou atividade. Entretanto, é o parecer do Sr. Perito Judicial na
conclusão de seu laudo técnico ao afirmar que a parte autora apresenta incapacidade parcial e
permanente para exercer sua atividade de labor habitual.
Portanto, a análise dos autos conduz a convicção de que a parte autora faz jus à
concessão do auxílio-acidente, nos termos do artigo 86 da Lei 8.213/91.
Verifica-se, pelo teor das considerações do perito, que caso a parte autora seja
submetida a programa de reabilitação ou readaptação, poderá exercer atividade laborativa que
não agrave seu estado clínico, sendo sua incapacidade considerada permanente, mas parcial.
Afasto a concessão de aposentadoria por invalidez visto que não restou
configurada a incapacidade total e permanente para o trabalho. Sendo afastado também, o
auxilio doença por não se tratar de incapacidade total e temporária.
No mais, o artigo 109, §3° da Constituição Federal, determina a competência
da justiça estadual para processar e julgar as causas em que a instituição previdenciária e
segurado estejam envolvidos, desde que a comarca não seja sede de varado juízo federal, senão
vejamos:Art.109,§ 3º :
"Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do domicílio dos
segurados ou beneficiários, as causas em que forem parte instituição de previdência social e
segurado, sempre que a comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se verificada essa
condição, a lei poderá permitir que outras causas sejam também processadas e julgadas pela
justiça estadual".
Desta maneira, a competência da Justiça Federal é uma exceção à regra
disposta no artigo 109 caput. Sendo assim, por se tratar de exceção, não pode haver a
interpretação ampliada de tal inciso, não sendo alcançado pela parte o pedido de indenização.
Assim sendo, deverá a parte ingressar com ação autônoma para discutir sobre o pedido de
indenização pleiteado na exordial perante o juízo competente.
Diante o exposto e por tudo o mais que dos autos consta, julgo
PROCEDENTE a presente AÇÃO DE CONCESSÃO DE BENEFICIO
PREVIDENCIÁRIO proposta por ARISTIDES GRANA em face de INSS INSTITUTO
NACIONAL DE SEGURO SOCIAL, todos devidamente qualificados nos autos, para fim de
determinar a concessão do benefício de auxilio acidente, com todas as vantagens desde a
cessação administrativa do beneficio auxilio doença (n. 5336622385). Defiro a antecipação da
1000370-72.2015.8.26.0248 - lauda 2
fls. 142
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1000370-72.2015.8.26.0248 e código 25532F2.
tutela para implantação do benefício no prazo de trinta dias sob pena de incidência de multa
diária de R$500,00 (quinhentos reais) limitada a cem dias, a ser revertida em benefício do
autor. Oficie-se.
As parcelas em atraso, que deverão aguardar o trânsito em julgado, serão pagas
de uma só vez, incidindo para fins de correção monetária os parâmetros estabelecidos no
Manual de Orientação de Procedimentos para os Cálculos na Justiça Federal (versão que estiver
em vigor na data da elaboração da memória de cálculo apresentada para fins de execução).
Os juros de mora, que são devidos a partir da citação, devem ser calculados na
alíquota de 1% (um por cento) ao mês até 30/06/2009. A partir de 1º de julho de 2009,
incidirão, uma única vez, até a conta final que servir de base para a expedição do precatório, no
percentual aplicado à caderneta de poupança, nos termos do art. 1º-F, da Lei nº 9.494/97, com a
redação dada pela Lei nº 11.960//2009.
É devido o abono anual (artigo 40 da Lei 8.213/91 e artigo 120 do Decreto
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por SERGIO FERNANDES, liberado nos autos em 09/10/2017 às 19:10 .
3.048/99) e a renda mensal inicial será reajustada pelos índices utilizados nos benefícios em
manutenção, observada a proporcionalidade no primeiro reajuste (artigo 41-A da Lei 8.213/91)
Diante da sucumbência, condeno a parte requerida ao pagamento de despesas
processuais e de honorários advocatícios arbitrados em 10% sobre o valor da condenação
(prestações devidas até a data da sentença).
Sem reexame necessário, nos termos constantes do art. 496, §3º, inciso I, do
Código de Processo Civil.
P.R.I.C.
Indaiatuba, 09 de Outubro de 2017.
SÉRGIO FERNANDES
Juiz de Direito
1000370-72.2015.8.26.0248 - lauda 3