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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

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PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU”

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A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR DENTRO DA CRECHE


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Por: Mônica de Lima


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Orientador
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Prof. Edla Trocoli


EN

Rio de janeiro
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2014
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1
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR DENTRO DA CRECHE

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada


como requisito parcial para obtenção do grau de
especialista em Educação infantil e desenvolvimento

Por: Mônica de Lima

2
AGRADECIMENTOS

.....dedico a meus pais, amigo, familiares.

....a minha família e amigas do curso de


pós-graduação, minhas companheira de
trabalho, etc.

3
DEDICATÓRIA

.....dedico aos meus pais, amigo, familiares.

4
Resumo

Esta pesquisa analisará a importância do brincar dentro da creche.

Tem como proposta conhecer o significado do brincar, conceituar os principais

termos utilizado para designar o ato de brincar. Também vamos estudar a

importância do entendimento dos pais dentro da creche, contextualizar a

realidade estudada dentro da creche. Reconhecer a brincadeira enquanto uma

característica fundamental à infância, compreender o universo lúdico, onde a

criança comunica-se consigo mesma e com o mundo, aceita a existência dos

outros, estabelece relações sociais, constrói conhecimentos, desenvolvendo-se

integralmente, e ainda, os benefícios que o brincar proporciona no ensino-

aprendizagem infantil. Portanto, para realizar esta monografia, utilizamos a

pesquisa bibliográfica, fundamentada na reflexão de leitura de livros, sites, bem

como pesquisas de grandes autores referentes a este tema. Desta forma, esta

pesquisa levará uma leitura mais elaborada sobre a importância do brincar

dentro da creche.

Palavras – chaves: Brincar, educação infantil, creche e entendimento


dos pais.

5
Metodologia

Para a elaboração deste trabalho está sendo utilizadas as

contribuições de autores que estudam a importância do brincar dentro da

creche dialogando com as minhas observações, reflexões e intervenções em

minha prática pedagógica diária neste segmento, deste modo esses foram os

meus instrumentos de trabalho. Esta pesquisa é exploratória tendo em vista

que a leitura foi essencial para um aprofundamento eficaz no tema e descritiva,

pois narro algumas situações no meu cotidiano dentro da creche enquanto

professora de Educação Infantil.

6
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I - A IMPORTÂNCIA DO ENTENDIMENTO E PARTICIPAÇÃO DOS PAIS DENTRO


DA CRECHE 10

CAPÍTULO II - AS BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL 20

CAPÍTULO III - A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR DENTRO DAS CRECHES 27

CONCLUSÃO 35

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 38

ÍNDICE 41

7
Introdução

A questão central desta pesquisa é a importância dentro da creche.

Para definir a importância da brincadeira infantil, ressaltamos o brincar para o

desenvolvimento integral da criança nos aspectos físicos, social, cultural,

afetivo, emocional e cognitivo. Para tanto, se faz necessário conscientizar os

pais, educadores e a sociedade em geral à lucidade que deve estar sendo

vivenciada na infância, ou seja, de o brincar faz parte de uma aprendizagem

prazerosa não somente lazer, porém, um ato de aprendizagem.

Na Educação Infantil a criança, por não saber ainda expressar seus

desejos através de frases e palavras, comunica-se com o corpo e, em uma

brincadeira, é possível entendê-la. Esta é a fase do brincar, de desenvolver a

criatividade, a imaginação, do aprendizado de resgate. Outra vertente

importante para o desenvolvimento integral das crianças são os pais que,

infelizmente, nem sempre conseguem entender o papel da brincadeira, e

julgam ser apenas brincadeiras, um passatempo. Deixam seus filhos na creche

por não ter outra opção, às vezes porque trabalham, ou por condição

socioeconômica ou até mesmo por simples prazer.

Segundo a teoria Vigostkiana, percebe-se a importância da brincadeira

como fonte de promoção de desenvolvimento infantil. Vigostski afirma que,

“apesar do brinquedo não ser o aspecto predominante da infância, ele exerce

uma enorme influência onde a criança aprende atuar numa esfera cognitiva

que depende de motivações internas” (Rego, 2002, p.80).

8
Partindo do pressuposto de que se pode construir através da

brincadeira, tornando-a pedagogicamente eficaz, a presente pesquisa,

realizada na modalidade de pesquisa-ação, além de coletar dados informativos

sobre a utilização da brincadeira como proposta pedagógica como metodologia

traz sugestões de ações que levam a inserir a atividade lúdica nos

planejamentos diários do professor de Educação Infantil, apresentando assim,

uma proposta significativa capaz de contribuir para um ensino eficaz e lúdico

na Educação Infantil.

9
CAPÍTULO I

A IMPORTÂNCIA DO ENTENDIMENTO E
PARTICIPAÇÃO DOS PAIS DENTRO DA CRECHE

No Brasil, a Constituição e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação de

1996, definem a educação infantil como um direito da criança de 0 a 6 anos de

idade e como parte integrante do sistema educacional, constituindo a etapa da

educação básica. Deve ser oferecida em creches, ou em entidades

equivalente, para criança de 0 a 3 anos de idade, e em pré-escola, para criança

de 4 a 6 anos de idade. Ainda que não obrigatória, é um direito público

cabendo a expansão da ofertado município, e apoio das esferas federal e

estadual.

Para Cavaton (2003), a educação um papel pedagógico próprio a

cumprir. Acreditar que a pré-escola é espaço estritamente educacional. Tem

como objetivo principal a ser a modalidade de ensino que visa da oportunidade

e as experiências necessárias para a criança de 0 a 6 anos se desenvolva

plena e harmoniosamente em todos as aspectos. Ressalta, que se isso

acontecer, o sucesso da criança da educação infantil, ao ingressar na

educação fundamental será conseqüência e não finalidade.

Oliveira (2002) diz que as creches e pré-escolas não devem substituir a

família nem antecipar práticas tradicionais de escolarização.

A educação infantil é considerada a fase mais importante no processo

de aquisição do conhecimento, de mudança e desenvolvimento cognitivo da

10
criança. A participação da família tem sido apontada como parte fundamental

do sucesso ou fracasso escolar. A busca de uma harmonia entre família e

creche deve fazer parte de qualquer trabalho educativo que tem como foco a

formação de uma criança autônoma.

Essa harmonia entre creche e família baseia-se na divisão de trabalho

de educação de crianças, envolvendo expectativas recípocras. Levando em

consideração que às crianças aprende o tempo todo, no mais diversos

interesses que a vida lhe apresenta, o papel da família e essencial, pois ela

que determina, desde cedo, o que seus filhos precisam aprender, quais são

instituições que devem frequentar, o que é necessário saberem para tomarem

as decisões que os beneficiem no futuro.

Com o passar do tempo, aparecem não ter o mesmo objetivo em relação

à educação da criança. O objetivo deste capítulo é compreender se é possível

à creche caminhar sem a participação da família e analisar quais são os fatores

que contribuem e influenciam nessa participação e que, de certa

forma,influenciam na educação da criança.

Segundo Cecco, oliveira e Oliveira (1999, p. 87) apontam que, muitas

crianças vão à escola para ser educadas e algumas, para ser criadas.

Indispensável que a família e creche sejam parceiras, com os papéis bem

definidos, onde não se pratica a exigência sim a proposta, o acordo. A família

pode sugerir encontros para a creche, não ficando presos somente a reuniões

formais, pois além de ser um bom momento para consolidara confiança, podem

discutir juntos acerca dos seus papéis. A instituição pode estimular a

11
participação dos pais, procurando conhecer o que pensam e fazem e obtendo

informações sobre a criança.

Tendo em vista que a comunidade escolar vem passando por avanços

significativos, a participação da família no processo de interação dessa com a

creche é de suma importância. O papel dos pais na educação infantil é de abrir

espaço que essa interação aconteça, ou seja, permitindo que ocorra e seja

presente no contexto familiar, escolar ou qualquer outro onde haja interação

social. Acredita-se que um programa de intervenção familiar seja fundamental

importância para o desenvolvimento e aprendizagem da criança. O

relacionamento familiar, a disponibilidade e interesse dos pais na educação de

seus filhos, são aspectos indispensáveis de ajuda à criança.

Em um trabalho de orientação a pais, de acordo com Polity (1998), é

possível despertar a sensibilidade de falar sobre os seus sentimentos,

expectativas e esclarecendo-lhe quanto às necessidades da criança e

estratégias que facilitam o seu desenvolvimento. Através das experiências e

relações interpessoais, a família pode ajudar no desenvolvimento intelectual,

emocional e social da criança. Ela pode criar estratégias no seu cotidiano que

estimularão esses aspectos desde que esteja desperta para isso visto que a

participação da criança nas atividades rotineiras do lar e a formação de hábitos

também são importantes na aquisição dos requisitos básicos para

aprendizagem, pois estimulam a organização interna e a habilidade para o

“fazer” de maneira geral (Maturano, 1998).

A família tem um papel central no desenvolvimento da criança, pois é

dentro dela que se realizam as aprendizagens básicas necessárias para o

12
desenvolvimento na sociedade, como a linguagem, sistema de valores da

impulsividade. As características da criança também são determinadas pelos

grupos sociais que frequenta e pelas características próprias, como

temperamento.

Tanto na família quanto na escola, segundo Tiba (1999, p.45), “há a

necessidade de orientação as crianças quantos às regras disciplinares, para

que elas possam desenvolver a capacidade de concentração e de apreensão

dos conceitos”. A aprendizagem se dá de maneira gradativa e não será

possível sem a participação ativa da criança, de maneira disciplinada,

orientada.

Os pais devem preparar os filhos para arcarem com suas

responsabilidades. Na medida em que a criança vai aprendendo a cuidar de si

mesma, vai experimentando a sensação gratificante da capacidade de

enfrentar desafios. E cada realização é um aprendizado que servirá de base

para um novo aprendizado. Assim, realizando suas vontades e necessidades, a

criança vai gostando de si mesma, desenvolvendo a auto-estima.

O relacionamento familiar também é fundamental no processo

educativo. A criança estará muito mais receptiva às instruções dos pais, se os

membros da família se respeitarem entre si, procurando conversar e colaborar

um com o outro. É importante a participação dos pais na vida dos filhos, numa

convivência como companheiro, compartilhando emoções, o que contribui

muito para a disciplina. Esses aspectos citados e muito outros, são

fundamentais para que o desenvolvimento da criança se efetive. Portanto, a

família necessita da ajuda dos educadores na aquisição desses conhecimentos

13
básicos e essenciais para que possa cumprir seu papel de facilitadora do

processo de aprendizagem de suas crianças, através de comportamento mais

adaptativo.

O ideal é que a família e a creche tracem as mesmas metas de forma

simultânea propiciando a criança uma segurança na aprendizagem de forma

que venha criar cidadãos críticos capazes de enfrentar a complexidade de

situações que surgem na sociedade.

Na perspectiva de Vygotskiy:

A educação recebida, na escola, e na sociedade de um modo


geral cumpre um papel primordial na constituição dos sujeitos,
a atitude dos pais e suas práticas de criação e educação são
aspectos que interferem no desenvolvimento individual e
consequentemente o comportamento da criança na escola
(1984 p.87).

À medida que a creche abrir espaços e criar mecanismo para atrair a

família para o ambiente escolar, novas oportunidades com certeza irão surgir

para que seja desenvolvida uma educação de qualidade, sustentada por essa

relação pois

Toda pessoa tem o direito a educação, é evidente que os pais


também possuem o direito de serem senão educados ou
mesmo informados no tocante a melhor educação a ser
proporcionada a seus filhos” (Piaget, Revista mundo jovem
apud, 2007 p.50).

Percebe-se dessa forma, que a interação família/creche é necessária

para que ambas conheçam suas realidades e busquem Caminhos que

permitam facilitar o entrosamento entre si, para o sucesso educacional da

criança.

14
A instituição escolar tem que se preparar para enfrentar os desafios que

o mundo exterior está proporcionando ao meio familiar e essa situação acaba

gerando uma série de sentimentos conflitante, não só entre pais e filhos, mas

também entre os próprios pais. Em vista disso é que destacamos a

necessidade de uma parceria entre família e creche, visto que, apesar de cada

um apresentar valores e objetivos próprios no que se refere à educação de

uma criança, necessita uma da outra e quanto maior for a diferença maior será

a necessidade de relaciona-se.

A família, em consonância com a creche e vice-versa, são peças

fundamentais para o pleno desenvolvimento da criança e consequentemente

são pilares imprescindíveis no desempenho escolar. Entretanto, para conhecer

a família é necessário que a escola abra suas portas e que garanta sua

permanência.

Nesse sentido, Bertrand (1999, p.29) afirma que as reflexões avançam

hoje, para identificação de característica que influenciam as diferentes práticas

de cidadania pelo mundo a fora. A estratégia para a construção de uma

sociedade democrática não é única.

Assim, a creche deve sempre envolver a família das crianças em

atividades escolares. Não para falar dos problemas que envolvem a família

atualmente, mas para ouvi-los e tentar engajá-los em algum movimento

realizado pela creche como projetos, festas, teatros etc.

Em outras palavras está se vivendo em um pequeno intervalo de tempo,

um período de grande trans formações muitas delas difíceis de serem aceitas

ou compreendidas. E dentro dessa conjuntura está família e a creche, a família

15
deve se esforçar em estar presente em todos os momentos da vida de seus

filhos, presença que implica envolvimento comprometimentos e colaboração,

deve atentar para as dificuldades não só cognitivas, mas também

comportamentais.

Deve estar pronta para intervir da melhor maneira possível, visando

sempre o bem de seus filhos, mesmo que signifique sucessivos “não” as suas

exigências. Em outros termos a família deve ser o espaço indispensável para

garantir a sobrevivência e a integral dos filhos e demais membros,

independentemente dos arranjos familiar ou da forma como se vêm

estruturando ( Kaloustian, 1988)

Para Tiba (1996, p.178)

É dentro de casa na socialização familiar, que um filho adquire,


aprende e absorve a disciplina para um futuro próximo, ter
saúde social [...] A educação familiar é um fator bastante
importante na formação da personalidade da criança
desenvolvendo sua criatividade ética e cidadania refletindo
diretamente no processo escolar.

Os pais não podem confundir a atribuição de responsabilidade com o

abandono da supervisão escolar necessária a todo ser humano. A

responsabilidade é extremamente importante para i desenvolvimento da

criança, mas como toda etapa da vida do indivíduo necessita de um ser mais

experiente, no caso a família, para nortear as atitudes a serem tomadas pelo

mesmo.

O interesse e participação familiar são fundamentais. A escola


necessita saber que é uma instituição que completa a família, e
que ambos precisam ser um lugar agradável e afetivo para os
alunos/filhos. Os pais e a escola devem ter princípios muitos
próximos para o benefício do filho/aluno (Tiba, 1996 pág.140)

Este estudo mostrou que tanto a família quanto a escola são agentes de

socialização. A diferença é que a família é a principal agente, é nela que a


16
criança recebe suas primeiras orientações, estímulos, cuidado, fornecendo aos

seus filhos o que precisam para uma vida em sociedade.

'Cabe a família incentivar a participação das crianças em suas

aprendizagens e cabe aos educadores perceber que tais mudanças podem ser

a causa dos conflitos que a creche enfrenta no momento de aprimorar os

conhecimentos das crianças. Como diz Paro sobre a importância dos pais na

educação dos filhos (2008, p.113) fazer da participação dos pais um objeto de

preocupação e um fim da própria escola de aproximar a família das questões

pedagógicas e a torna à unidade escolar integrada ao seu meio.

O acompanhamento familiar possibilita uma verdadeira aprendizagem na

vida dos

ducando Tiba (2002) afirma que se os pais acompanharem o rendimento

escolar do filho desde o começo do ano poderão identificar precocemente

essas tendências e com apoio dos professores, reativarem seu interesse por

determinada disciplina em que vai mal.

Ao observar algumas instituições, notamos que os maiores desafios

encontrados pelos professores são a falta de acompanhamento familiar e a

falta da família em relação às atividades propostas pela creche. Como ressalta

Freire (1996, p.106) É indispensável que os pais tomem parte das discussões

com os filhos em torno dessa amanhã. Não podem nem devem omitir-se, mas

precisam saber e assumir que o futuro é de seus filhos e seu.

Essa criança passa a maior parte do tempo na escola e quando o

professor observa a mudança no comportamento dessa criança, e comunica

17
aos pais o seu rendimento passa a melhorar gradativamente por isso o papel é

fundamental.

Paro (1992) afirma ainda que a instituição de ensino deve usar todos os

métodos de aproximação direta com a família, pois dessa forma podem

compartilhar informações significativa em relações a seus objetivos, recursos,

problemas, além de questões pedagógicas. Somente essa maneira, os pais

poderão o participar efetivamente do aumento do nível educacional, bem como

do desenvolvimento de seu filho.

É preciso buscar o envolvimento da família na aprendizagem dos seus

filhos, valorizar e orientar os pais no sentido de incentivar as boas relações

com a creche e com todos que fazem parte desse contexto, incentivando os

pais a comparecerem nas reuniões pedagógicas para saberem sobre o

desenvolvimento da criança ao longo do período e se tiver alguma dificuldade

orientar esses pais como fazer para ajudá-lo.

Desse modo observamos que durante a pesquisa que a separação dos

pais é um dos maiores motivos da ausência da família na instituição, tornando-

se um dos grandes desafios do professor se aproximar dessa criança de uma

forma afetiva, não deixando que ele abandone a creche. Por outro lado quando

há participação ativa, essa criança que antes era ruim passar a ser bom, seu

interesse aumenta cada vez mais, pois ele se sentir, acolhido e protegido por

essa família.

A instituição está diante de um grande desafio necessita da real

interação da família para o benefício do desenvolvimento de suas crianças e só

18
assim poderá fazer uma educação de qualidade e que possa promover o bem

estar de todos.

19
CAPÍTULO II

As brincadeiras na educação infantil

As brincadeiras na educação infantil fazem parte do universo da criança

principalmente dentro da Instituição (Creche) assim elas aprendem a interagir,

a dividir e se socializam com facilidade, apreendem desde cedo a importância

de está inserida em grupo, aprendem a ter iniciativa e a tomar de decisões e

entendem melhor o mundo do adulto.

Falar da brincadeira é muito amplo, pois existem diversos tipos da

mesma. O professor através das brincadeiras e a maneira como ele a dirigem

poderão desenvolver o lado psicológico, intelectual, físico-motor e também

social da criança e por isso as brincadeiras é de suma importância na infância.

Os jogos lúdicos desenvolvem a criatividade, a capacidade de tomar decisões

e ajuda no desenvolvimento motor da criança, além destas razões, tornam as

aulas mais divertidas para as crianças, são a partir de situações de

descontração que o professor poderá desenvolver diversos conteúdos.

Infelizmente o capitalismo esta presente em nossa sociedade, e os

veículos de comunicação tenta nos persuadir a todo o momento,

principalmente as crianças exercendo poder e controle através de

propagandas.

Uma das tentativas para manobrar essa influência do capitalismo está

nas brincadeiras, no lúdico, onde os pequenos trabalham o corpo e movimento

e a interação como outro.

20
A criança quando esta brincando entra no mundo do imaginário, dos

sonhos, das histórias e das fábulas, normalmente utiliza como ponte às

brincadeiras e através destas, expressa o seu íntimo, seus sentimentos e sua

afetividade.

É muito importante o bem-estar dessas crianças durante o processo de

ensino e aprendizagem e as brincadeiras tem um papel fundamental por

fazerem parte do universo desses pequenos e por proporcionarem momentos

de prazer liberdade à criatividade. E assim resgatando o lúdico como

instrumento de construção do conhecimento.

A tecnologia a cada dia esta mais acelerada até mesmo na educação

infantil, porém não podemos deixar de trabalhar as atividades lúdicas nas

nossas práticas escolares. É importante que os dois caminhem juntos.

De acordo com RONCA (1989, P.27) “O movimento lúdico,

simultaneamente, torna-se fonte prazerosa de conhecimento, pois nele a

criança constrói classificações, elabora seqüenciais lógicas, desenvolve o

psicomotor e a afetividade e amplia conceitos das várias áreas da ciência”.

A criança que brinca aprende com muito mais facilidade, com mais

prazer, consegue compreender com clareza o mundo que a cerca e estão

sujeitas a mudança. Percebemos que brincando a criança desenvolve suas

habilidades melhor, pois consegue inventar, experimentar, descobre novas

possibilidades e assim vivenciando experiências enriquecedoras pata ser tornar

um ser um humano melhor e mais criativo.

Para VIGOTSKY (1989, p.84) “As crianças formam estruturas mentais

pelo uso de instrumentos e sinais. A brincadeira, a criação de situações


21
imaginárias surge da tensão do individuo e a sociedade. O lúdico liberta a

criança das amarras da realidade”.

Percebemos que o lúdico propicia a criança a conviver com sentimentos

diferentes os quais fazem parte do seu íntimo, ela expressa-se através das

brincadeiras a sua visão de mundo, suas dificuldades, seus medos, sua forma

de ver as coisas, constrói o mundo como gostaria que ele fosse. Assim

brincando ela demonstra o que sente, porque muita das vezes não consegue

se expressar com palavras.

De acordo com o Referencial Curricular Nacional Para Educação Infantil:

“As brincadeiras de faz-de-conta, os jogos de construção e aqueles que

possuem regras, como os jogos de sociedade (também chamados de jogos de

tabuleiro) jogos tradicionais, didáticos, corporais, etc., propiciam a ampliação

dos conhecimentos da criança por meio da atividade lúdica”. (1998), v1.p.28).

E sobre esse ponto de vista o lúdico se torna de vital importância para

educação.

Pois de acordo com Ronca:

“O lúdico torna-se válido para todas as séries, porque é comum pensar

na brincadeira, no jogo e na fantasia, como atividades relacionadas apenas

infância. Na realidade, embora predominante neste período, não se restringe

somente ao mundo infantil”. (1989, p.99).

Sobre esse olhar a brincadeira tem papel importante dentro da

Instituição de Educação Infantil, porque com o lúdico a criança tem consciência

22
daquilo que se pode fazer, e daquilo que se pode sonhar. A soma destas

percepções do cotidiano trás novos conhecimentos para a criança.

Segundo o Referencial Curricular Para Educação Infantil (1998, v1.

P.27) “as atividades lúdicas, através das brincadeiras favorecem a auto-estima

das crianças ajudando-as a superar progressivamente suas aquisições de

forma criativa”.

Os jogos e as brincadeiras favorecem a valorização pessoal e a auto-

estima desses pequenos, assim sendo entendemos que o lúdico contribui para

o desenvolvimento dos mesmos.

Os brinquedos devem e podem fazer parte do crescimento da criança,

pois favorece a exploração do mundo, da sua coordenação motora, etc. Assim

consegue se posicionar perante a sociedade de forma lúdica

E com base Referencial Curricular Nacional Para Educação Infantil:

“A intervenção intencional baseada na observação das brincadeiras das

crianças oferecendo-lhe material adequado, assim como espaço estruturado

para brincar permite o enriquecimento das competências imaginativas, criativas

e organizacional” (1998 v1, p. 29).

O educador tem que ter um olhar mais atento para que isso ocorra e

mais sensibilidade ao fazer essa intervenção permitindo que os pequenos

possam ter a chance de elabora seus próprios sentimentos, regras e

conhecimentos básicos.

E o brincar é uma das atividades fundamentais da criança. Através da

brincadeira ela fala, elabora seus sentidos, busca compreender o mundo.

23
De acordo com OLIVEIRA (1995, p.36) “No brinquedo a criança

comporta-se de forma mais avançadas do que nas atividades da vida real e

também aprende; objeto e significado”.

A brincadeira possibilita múltiplos significados, ao brincar de papai e

mamãe a criança associa a ideia de família (seja ela como for composta),além

disso as situações de faz-de-conta fazem com as crianças sigam algum tipo de

regra, comportamento próprios de toda a situação.

Para Vigottsky, “A criança aprende muito ao brincar. O que

aparentemente ela faz apenas para distrair-se ou gastar energia é na realidade

uma importante ferramenta para seu desenvolvimento cognitivo, emocional,

social, psicológico”. (1979, p.45)

O autor ressalta nesta citação como é importante a brincadeira na

infância e como é necessário ser respeitada essa fase da criança, pois seu

mundo está sempre mudando e oscilando entre a realidade e a fantasia.jogos e

brincadeiras

Para a criança jogos e brincadeiras é coisa muito séria, pois são através

destas que se permite dar asas a imaginação, permitindo se descobrir e em

conseqüência o mundo também. A infância é tempo de brincar, mas na visão

do adulto jogos e brincadeiras não são levados tão a sério é mais diversão,

passatempo.

A criança desde seu nascimento está inserida em um contexto social,

pois desde cedo elas aprendem com experiências que tem com o mundo dos

adultos e das pessoas ao seu redor. “Dessa forma , a brincadeira é uma

atividade humana na qual as crianças são introduzidas constituindo-se em um


24
modo de assimilar e recriar a experiência sócio-cultural dos adultos” (Wajskop,

2001, p.25).

A criança na idade escolar através da brincadeira desenvolve sua

relação social, com seus responsáveis, professores, com outras crianças da

mesma faixa etária sem pretenção educacionais ou de aprendizagem. A

brincadeira como atividade é vista pela criança como recreação ou diversão.

Neste contexto a brincadeira da criança encontra papel fundamental na

educação infantil, pois as crianças se desenvolvem e conhecem o mundo a

partir das interações estabelecidas com a história e cultura de outras crianças,

de seus pais, de seus professores e das pessoas envolvidas na instituição

escolar. Reiterando as idéias de Brougère (apud Wajskop, 2001, p.31):

[...] é o lugar da socialização, da administração da


relação com outro, da apropriação da cultura, do exercício da
decisão e da invenção. Mas tudo isso se faz segundo o ritmo
da criança e possui um aspecto aleatório e incerto. Não se
pode organizar, a partir da brincadeira, um programa
pedagógico preciso. Aquele que brinca pode sempre evitar
aquilo que não gosta. Se a liberdade caracteriza as
aprendizagens efetuadas na brincadeira, ela produz também a
incertitude quanto aos resultados. De onde a impossibilidade
de assentar de forma precisa às aprendizagens na brincadeira.
Este paradoxo da brincadeira, espaço de aprendizagem
fabuloso e incerto (BROUGÈRE, APUD WAJSKOP, 2001,
p.31).30

As brincadeiras tradicionais, brincadeiras de faz-de-conta, os brinquedos

educativos entre outras são muito comuns na educação infantil.

Segundo Kishimoto (2002) “a utilização do jogo potencializa a

exploração e a construção do conhecimento, por contar com a motivação

interna, típica do lúdico”. Porém a utilização desse material pedagógico exige a

ajuda de parceiros e a sistematização de conceitos.

25
As brincadeiras que representam papéis sociais ou jogo sociodramático,

que deixa evidente a presença da situação imaginativa tais como brincar de

escolinha, de médico ou de casinha são considerados por Piaget (1971) como

jogo simbólico. O jogo simbólico surge aos 2/3 anos na medida em que a

criança se apropria da linguagem e da representação.

Nas brincadeiras de faz-de-conta ou jogo simbólico os temas são

comuns dentro de uma mesma cultura. As crianças brincam de educação ou

escolinha, representam as relações familiares como papai e mamãe, mãe e

filho entres outros papéis que representam as pessoas de seu meio social. As

representações no faz-de-conta podem ser experimentadas não só no

passado, mas também projetando o futuro como reitera Kishimoto.

[...] o brincar da criança não está somente ancorado no


presente, mas também tenta resolver problemas do passado,
ao mesmo tempo que se projeta para o futuro. A menina que
brinca com bonecas antecipa sua possível maternidade e tenta
enfrentar as pressões emocionais do presente. Brincar de
boneca permite-lhe representar seus sentimentos
ambivalentes, como o amor pela mãe e os ciúmes do
irmãozinho que recebe os cuidados maternos. Brincar com
bonecas numa infinidade de formas está 31intimamente ligado
à relação da menina com a mãe. (BETTELHEIM apud
KISHIMOTO, 2002, p.69).

Através desta pesquisa podemos perceber que as brincadeiras têm um

papel de suma importância na educação infantil, pois através das mesmas que

percebemos o desenvolvimento pessoal, social e cognitivo das crianças. As

brincadeiras têm que ser bem planejadas, preparadas e dirigidas, procurando

sempre transmitir para as crianças um conteúdo educacional adequado e

desejável. Podendo assim, de forma plena contribuir para formação de

cidadãos plenos, autoconfiantes, éticos e construtivos.

26
CAPÍTULO III

A importância do brincar dentro da creche

Em pesquisa para esse trabalho estudei que o termo Creche tem

origem francesa Crèche que significa “manjedoura”, tendo sentido de

acolhimento.

No Brasil, com a chegada da industrialização as creches tornaram-se

necessárias pelo fato das mulheres não terem onde deixar seus filhos durante

o dia, para trabalhar nas indústrias. Na década 50, com a expansão das

indústrias, estas instituições passaram a ser defendidas também por médicos,

pelo fato de estarem preocupados com as frequentes doenças que acometiam

as crianças pobres que viviam em péssimas condições de higiene. De acordo

com Oliveira (2007), embora fosse um problema criado pelas transformações

econômicas e sociais, o governo não via a creche como uma obrigação, mas

como um favor prestado à população mais pobre, tendo em vista que, nesta

época, não existia uma legislação que obrigasse a prestar assistência à

população através das creches.

A constituição Federal de 1988 reconheceu a Educação Infantil como

direito da criança e dever do Estado pelo artigo 208, inciso IV. Nos seguintes,

houve inúmeras negociações entre diversos setores da sociedade e do

governo, até que em 1996 foi aprovada a Lei nº 9394\96 de Diretrizes e Bases

da Educação (LDB), onde a Educação Infantil, na qual as creches estão

inseridas, é considerada como início da Educação Básica.

27
De acordo com o que a Constituição federal e a LDB da Educação

Nacional definiram as creches são para as crianças de 0 a 3 anos de idade e

as pré-escolas são para crianças de 4 a 6 anos de idade. O termo creche

sempre esteve vinculado a um serviço oferecido á população de baixa renda, já

a pré-escola era voltada para crianças maiores. A creche se caracteriza por

uma atuação em horário integral, e a Pré-escola por horário parcial.

O referencial curricular para a Educação Infantil fala que a brincadeira

favorece a auto-estima das crianças, auxiliando-as a superar progressivamente

suas aquisições de forma criativa. Brincar contribui, assim, para a interiorização

de determinados modelos de adulto, no âmbito de grupos diversos.

Essas significações atribuídas ao brincar transformando- no em um

espaço singular de constituição infantil.

O interesse por essa pesquisa surgiu, principalmente, por conta da

minha atuação como Professora de Educação Infantil no Município do Rio de

Janeiro, no Bairro de Costa Barros, e atende a demanda das comunidades da

Pedreira, Quitanda e Final Feliz em uma área que possui o menor IDH deste

mesmo Município.

A investigação permitiu responder a uma das questões que motivou o

estudo “A importância do brincar dentro da Creche”.

A escola dos pequeninos deve ser um ambiente livre

onde o princípio pedagógico deve ser o respeito à liberdade e à

criatividade das crianças. Nela os pequeninos devem poder se

locomover, ter atividades criativas que permitam sua auto

suficiência, e a desobediência e agressividade não devem ser

coibidas e sim orientadas (LISBOA, 1998, p.15).

28
Dentro da creche é importante que a criança desenvolva sua identidade,

e principalmente sua autonomia em todas suas as atividades como os hábitos

de alimentação, de higiene, atividades pedagógicas e brincadeiras dirigidas e

livres, respeitando as particularidades de cada pequeno.

Dentro da instituição é preciso que se tenha preocupação com o bem

estar da criança e seu conforto. Para que haja um trabalho de sucesso, é

preciso reconhecer que a creche trabalha com três principais sujeitos: a

criança, os educadores e família e que a cooperação entre todos vão contribuir

esse sucesso.

Segundo Oliveira:

O ambiente da creche deve ser rico em experiência

para a exploração ativa, compartilhadas por crianças e adultos,

onde as relações sociais se estabelecem tendo o diálogo como

forma de construção do conhecimento. (1992, p.66)

Ressaltamos que a rotina da creche é organizada de modo que atenda

as necessidades das crianças, investindo em espaços para atividades que

possam estimular a criatividade dos pequenos e não deixando espaço para

ociosidade.

O Referencial Curricular para Educação Infantil (RCNEI) de 1998 é um

documento que vai direcionar os profissionais e Instituições educacionais desta

área e destaca a importância do brincar com atividade que contribui para

evolução da autonomia e da identidade da criança.

Segundo Oliveira et. al, (2005, p.53) ressalta que “as brincadeiras

infantis nem sempre são bem entendidas por certas pessoas, incluindo alguns

educadores que costumam dizer: “as crianças estão só brincando”.

29
Percebemos que embora o brincar na educação infantil seja um grande

recurso de valor, nem sempre é reconhecido desse jeito.

Mais adiante, o Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil

apresenta o brincar como uma base para a constituição do ato de educar neste

nível educacional e neste sentido

Educar significa, portanto, propiciar situações de

cuidado, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma

integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das

capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar

com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e

confiança, e o acesso, pelas crianças, ao conhecimento mais

amplo da realidade social e cultural. (BRASIL, 1998, p23,

Vol.1).

Portanto, compreendemos que através deste referencial que a criança

pode interagir com seus pares através das brincadeiras, também pode explorar e

reproduzir as situações sociais com as quais convive diariamente, possibilitando,

assim, assumir diferentes papéis em diferentes situações.

A brincadeira é uma ação que toda criança realiza quando está na creche.

Se entendermos ação como movimento, pensamento ou sentimento, conforme

aponta Piaget (1980), ela acontece impulsionada por uma necessidade. Envolve

uma atividade motora, cognitiva ou afetiva. A criança brinca porque necessita. Na

brincadeira, a criança tem possibilidade de responder a novas “transformações

que aparecem no mundo, exterior ou interior” (PIAGET, 1980, p. 14). As múltiplas

maneiras de agir, sentir e de pensar, aflorando habilidades e competências

variadas.

Entretanto, alguns pais que mantêm seus filhos na creche, especificamente

na rede municipal investigada, não reconhecem a importância do brincar, e sem

30
entender e compreender sua fundamental contribuição para a infância, e os

mesmos acabam vendo o brincar como um passatempo na rotina da criança

dentro da Instituição. Todavia, as brincadeiras livres, nas quais a criança pode

brincar de forma não direcionada, tem seu caráter educativo. O que os pais

precisam compreender que estes momentos lúdicos podem contribuir para o

profissional de educação infantil conhecer melhor as crianças, entender seus

anseios, seus medos, sobre o que já aprenderam ou que estão apreendendo do

mundo adulto. Além disso, “por meio do brincar, elas podem se conhecer melhor

e aprender a negociar para um futuro incerto” (HISLAM,2006, p.56). Em

experiência como professora de educação infantil, foi observado que ao brincar, a

criança fala muito de si e do mundo. Constatamos como aponta Bomtempo

(2005), atitudes morais, gostos, como também a individualidade de cada um.

Essa constatação se fez presente em minha prática, a brincadeira

possibilita a interação entre si, para conhecerem umas as outras na medida em

que vão se conhecendo através das brincadeiras.

Ao brincar sozinha uma coisa que é comum entre os pequenos, estão

aprendendo o mundo que as rodeiam. Mesmo tendo outras atividades as crianças

não param de brincar, porque, paras elas, o brincar é ma necessidade, já que a

“brincadeira é considerada a primeira conduta inteligente do ser humano”

(SANTOS E CRUZ, 2010 p. 13).

“Brincar é muito importante, pois enquanto estimula o desenvolvimento

intelectual da criança, também ensina, sem que ela perceba, os hábitos

necessários ao seu crescimento” (BETTELHEM apud MALUF, 2003, p.19)

31
O brincar dirigido dentro da creche é uma ferramenta pedagógica que irá

proporcionar uma troca de conhecimento entre educadores e as crianças. Haverá

sempre uma regra, um ponto de partida.

Percebemos que através do brincar dirigido a criança tem a capacidade de

organizar seu pensamento, o nível de concentração, e se dentro das regras

imposta consegue resolver situações problemas. Logo estará desenvolvendo seu

raciocínio lógico, a memorização e a capacidade de observação.

A maneira como a criança brinca e desenha reflete de

maneira implícita na forma como esta lida com a realidade. Ao

mesmo tempo em que se diverte, constrói laços de amizade,

compartilha o funcionamento de um grupo, aprende a respeitar

limites e a ceder para que o outro também se satisfaça. É um

processo constante de construção da consciência de si mesmo

e do outro (OLIVEIRA, 1992 apud SOUZA, 2009).

Na educação infantil a brincadeira livre incentiva a individualidade da

criança, de acordo com sua maturidade, faz com que ela busque a importância

das coisas, é o momento das descobertas, explorarem o espaço que ela está

integrada. O brincar livre leva os pequenos a se desenvolver socialmente por

meio da interação.

Segundo Carneiro e Dodge (2007, p.201), afirmam que:

Ao estimular as crianças durante a brincadeira, os pais

tornassem mediadores do processo de construção do

conhecimento, fazendo com que elas passem de um estágio de

desenvolvimento para outro. Também, ao brincar com os pais,

as crianças podem se beneficiar de uma sensação de maior

segurança e liberdade para exploração, além de se sentirem

mias próximas e mais bem compreendidas, o que pode

32
contribuir para melhor desenvolvimento de sua auto-estima e

independência.

O brincar tem proporcionado alguns benefícios que estão ligados ao

desenvolvimento da criança. Tanto no brincar dirigido (jogos), como no brincar

pelo brincar, fazem bem a criança e ao seu desenvolvimento em todos os

aspectos.

Como já citado anteriormente são diversos os benefícios do brincar, sendo

eles alguns já mencionados, deixam as crianças mais desenvolvidas em suas

habilidades físicas, mais felizes, ensina a respeitar as regras, ajuda na

socialização, no aprendizado, na criatividade, na relação com o próximo.

Cabe na observação da minha prática como professora de educação

infantil divulgar entre os pais, responsáveis os benefícios que o brincar dentro da

creche traz para o desenvolvimento das crianças. Quando os pequenos são

estimulados, o reconhecimento dos benefícios tem um valor muito importante. E

como já foi falado os pais podem exercer um papel importantíssimo no brincar de

seus filhos.

Utilizar a brincadeira com recurso pedagógico é tão

complexo quanto desenvolver o trabalho em outras áreas de

estudos, como português, matemática, arte, exigindo de

educador fundamentação teórico-prática, clareza de princípios

e de finalidades. (LIMA, 2005, p. 158 apud SOUZA; LIMA).

Na prática como professora é muito importante que o brincar esteja

inserido no projeto pedagógico da creche, que a mesma valorize o brincar como

uma maneira de ensinar e não como simplesmente um passatempo.

A creche deve disponibilizar espaços adequados para que a criança possa

explorar sua autonomia no brincar, como por exemplo, brinquedoteca com

estantes baixas com brinquedos adequados para cada faixa etária, brinquedo de
33
encaixe, livros, livros de pano, fantoches, e etc. O ambiente educacional dever ter

bastantes cores que para que possa estimular à aprendizagem da criança.

O educador tem que ter consciência da importância de saber administrar e

coordenar este espaço. O professor precisa estar habilitado para poder direcionar

as atividades. É de responsabilidade do educador promova condições que

possam contribuir ao máximo para o pleno desenvolvimento da criança.

É importante que o professor tenha embasamento teórico, acreditar que o

brincar constitui ferramentas de grande importância no processo de

desenvolvimento das qualidades da criança, o que possibilitará a aquisição de

conhecimentos de forma adequada nessa etapa da vida.

É nesse meio que, ao estender a mão em busca do

objeto, ela (a criança) adquire a noção de distância; é nele que

a mãe aparece e desaparece desligada do seu corpo; é ainda

nele que exercita o seu domínio, equilibrasse, caminha e corre.

{...} É num espaço físico que a criança estabelece a relação

com o mundo e com as pessoas. (LIMA, 1989, p.13).

O presente trabalho analisou a importância do brincar dentro da creche e

que esta pesquisa possa contribuir para minha prática como professora de

educação infantil, e também para desafiar novas pesquisas.

34
Considerações finais

Nesta pesquisa, busquei aprofundar a minha prática como professora de

educação infantil sobre a importância do brincar dentro da creche. Foi possível

perceber no 1º capítulo “A importância do entendimento e participação dos pais

dentro da creche” que a educação infantil é considerada a fase mais importante

no processo de aquisição do conhecimento, de mudança e desenvolvimento

cognitivo da criança.

Também falamos da participação da família tem sido apontada como

parte fundamental do sucesso ou fracasso escolar. A busca de uma harmonia

entre família e creche deve fazer parte de qualquer trabalho educativo que tem

como foco a formação de uma criança autônoma.

O objetivo deste capítulo é compreender a importância da participação

dos responsáveis dentro da creche e analisar quais são os fatores que

contribuem e influenciam nessa participação e que, de certa forma, influenciam

na educação da criança.

No 2º capítulo que fala sobre as brincadeiras na educação infantil,

ressaltamos que as brincadeiras fazem parte do universo da criança

principalmente dentro da Instituição (Creche) assim elas aprendem a interagir,

a dividir e se socializam com facilidade, apreendem desde cedo a importância

de está inserida em grupo, aprendem a ter iniciativa e a tomar de decisões e

entendem melhor o mundo do adulto.

A presente pesquisa também aponte que criança que brinca aprende

com muito mais facilidade, com mais prazer, consegue compreender com

35
clareza o mundo que a cerca e estão sujeitas a mudança. Percebemos que

brincando a criança desenvolve suas habilidades melhor, pois consegue

inventar, experimentar, descobre novas possibilidades e assim vivenciando

experiências enriquecedoras pata ser tornar um ser um humano melhor e mais

criativo.

Através desta pesquisa podemos perceber que as brincadeiras têm um

papel de suma importância na educação infantil, pois através das mesmas que

percebemos o desenvolvimento pessoal, social e cognitivo das crianças. As

brincadeiras têm que ser bem planejadas, preparadas e dirigidas, procurando

sempre transmitir para as crianças um conteúdo educacional adequado e

desejável. Podendo assim, de forma plena contribuir para formação de

cidadãos plenos, autoconfiantes, éticos e construtivos.

O 3º capítulo “A importância do brincar dentro da Creche” é a questão

central deste estudo.

Vimos que com a chegada da industrialização as creches tornaram-se

necessárias pelo fato das mulheres não terem onde deixar seus filhos durante

o dia, para trabalhar nas indústrias. Na década 50, com a expansão das

indústrias, estas instituições passaram a ser defendidas também por médicos,

pelo fato de estarem preocupados com as frequentes doenças que acometiam

as crianças pobres que viviam em péssimas condições de higiene.

A constituição Federal de 1988 reconheceu a Educação Infantil como

direito da criança e dever do Estado pelo artigo 208, inciso IV. Nos seguintes,

houve inúmeras negociações entre diversos setores da sociedade e do

governo, até que em 1996 foi aprovada a Lei nº 9394\96 de Diretrizes e Bases

36
da Educação (LDB), onde a Educação Infantil, na qual as creches estão

inseridas, é considerada como início da Educação Básica.

O interesse por essa pesquisa surgiu, principalmente, por conta da

minha atuação como Professora de Educação Infantil no Município do Rio de

Janeiro, no Bairro de Costa Barros, e atende a demanda das comunidades da

Pedreira, Quitanda e Final Feliz em uma área que possui o menor IDH deste

mesmo Município.

Na prática como professora é muito importante que o brincar esteja

inserido no projeto pedagógico da creche, que a mesma valorize o brincar como

uma maneira de ensinar e não como simplesmente um passatempo. É importante

que o professor tenha embasamento teórico, acreditar que o brincar constitui

ferramentas de grande importância no processo de desenvolvimento das

qualidades da criança, o que possibilitará a aquisição de conhecimentos de forma

adequada nessa etapa da vida.

O presente trabalho analisou a importância do brincar dentro da creche e

que esta pesquisa possa contribuir para minha prática como professora de

educação infantil, e também para desafiar novas pesquisas.

37
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40
ÍNDICE

FOLHA DEROSTO 02
AGRADECIMENTOS 03
DEDICATÓRIA 04
RESUMO 05
METODOLOGIA 06
SUMÁRIO 07
INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I 10
A IMPORTÂNCIA DO ENTENDIMENTO E PARTICIPAÇÃO DOS PAIS
DENTRO DA CRECHE

CAPÍTULO II 20
AS BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INANTIL

CAPÍTULO III 27
A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR DENTRO DA CRECHE

CONCLUSÃO 35
BIBLIOGRAFIA 38

41
.

42

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