Você está na página 1de 4

01 de junho – Caso Prático

Caso Prático – Contestação.


Por despacho do diretor geral do ensino superior, sem poderes delegados, datado de
15/11/2020 foi determinado o encerramento compulsivo de uma Universidade Privada com
sede em Évora, com fundamento na falta de preenchimento dos pressupostos legais para o
funcionamento de uma universidade e falta de condições logísticas de prevenção da Covid. O
referido despacho foi notificado pessoalmente à entidade instituidora em 25/11-72020
sendo que nessa notificação é concedido o prazo de 30 dias para o encerramento das
instalações. As instalações foram efetivamente encerradas em 10/12/2020 pelas
autoridades.

Petição inicial: Francisco é presidente da entidade proprietária da universidade e quer propor


uma ação num tribunal administrativo porque entende que há ilegalidades no encerramento.
O advogado diz que não houve audiência prévia da entidade instituidora. O diretor geral do
ensino superior não tem competência para decretar o encerramento de universidades. A
decisão de encerramento não indica concretas razões de facto para o dito encerramento. A
universidade preenche todos os pressupostos legais. Foram feitas obras em 2020, já
concluídas, obras essas sob a orientação da DGS. O encerramento foi anterior e inesperado à
data indicada na notificação de encerramento. O Tribunal a quem se dirigiu foi o tribunal
administrativo de círculo de Lisboa, juízo administrativo social, foi uma ação de
reconhecimentos de direitos ao funcionamento legal da universidade. A pi foi intentada em 20
de abril de 2021. A pi é assinada por um licenciado em direito com funções de apoio judicial. O
diretor geral do ensino superior foi citado para contestar em 26 de abril de 2021.

Contestação

Tribunal Administrativo de círculo de Lisboa, juízo administrativo social

Processo nº 1234

Ex.mo Juiz de direito do tribunal

Contestando diz o demandado Diretor geral do ensino superior com sede em Lisboa e NIPC X.

1. A contestação está em prazo (art.82º, nº1 do CPTA)

2. Na medida em que o demandado foi citado para contestar em 26 de abril por isso está no
prazo de 30 dias, nos termos do art.82º, nº1 do CPTA.

A. Por exceção: (art.89º CPTA)

1. Falta de constituição de advogado

I. A pi foi subscrita por um licenciado em direito, X, com domicilio em Y com funções de apoio
jurídico, não se cumpre o previsto no art.11º do CPTA.

II. O patrocínio judiciário, cabe apenas a advogados e solicitadores nos termos do art.11º CPTA
III. O patrocínio por licenciado em Direito é previsto na lei apenas para as entidades públicas,
art.11º, nº1 do CPTA.

IV. A universidade Y com sede em Évora é uma universidade privada

V. Não é possível o patrocínio judiciário nos termos da presente petição inicial

2. Caducidade do direito de ação

VI. A petição inicial foi interposta pelo autor em 20 de abril de 2021

VII. O prazo de interposição das açoes de impugnação de atos administrativos rege-se pelo
art.58º nº1, alínea b) que é de 3 meses.

VIII. Logo, interposta a presente ação em 20 de abril de 2021 já passaram mais de 3 meses
relativamente ao ato impugnado de 25/11/2020 que consistiu no despacho que mandava
encerrar as instalações da universidade.

3. Incompetência do tribunal

IX. Esta ação consiste na impugnação de um despacho do diretor geral do ensino superior com
sede em Lisboa, o despacho tem como objeto o encerramento do funcionamento da
universidade Y com sede em Évora

X. Logo, por aplicação do art.16º, nº1 do CPTA ,o tribunal competente é o da residência do


autor, isto é, Évora.

XI. Évora pertence à jurisdição do tribunal administrativo e fiscal de Beja.

XII. O tribunal administrativo de Beja não tem juízos especializados de matéria social

XIII. Claramente resulta do mencionado a exceção de incompetência do tribunal de acordo


com o referido art.89º, nº4 do CPTA.

4. Erro na forma do processo

XIV. O autor na pi propôs uma açao de reconhecimento de direitos contra o diretor geral do
ensino superior prevista pelo art.37º, nº1, alínea f)

XV. Ora o que está como matéria do presente caso é a impugnação de um ato administrativo
de encerramento datado do dia X

XVI.A ação legalmente prevista para estes casos é diversamente do pretendido da pi, a açao
prevista no art.37º, nº1 aliena a) do CPTA

5. Ilegitimidade ativa do autor da petição inicial

XVII.A pi foi em nome de Francisco como presidente da entidade instituidora, ora o legalmente
previsto o autor da ação ser quem tem personalidade jurídica e judiciaria isto é a entidade
instituidora proprietária da universidade Y

XVIII. Carece assim Francisco de legitimidade ativa para intentar esta ação
6. Ilegitimidade Passiva

X. A pi foi dirigida ao diretor geral do ensino superior, sem poderes delegados

X. Conforme o art.10º, nº2 do CPTA, parte demandada deve ser a entidade respetiva

X. A entidade competente nesta ação é o Ministério do ensino superior

X. Ocorre sem dúvida uma ilegitimidade passiva por se ter demandado um órgão sem poderes
demandados em vez da entidade com personalidade jurídica e judiciária.

B. Por impugnação

X. Aceitam-se os factos nº10 e 15 da pi

X. Não se aceitam todos os demais artigos da petição inicial, nem as conclusões e os efeitos
jurídicos que o autor pretende retirar

X. É falso que não tenha havido audiência prévia dos órgãos da entidade instituidora

X. A entidade foi notificada para ausência prévia na data X conforme doc.1 que se junta

X. A essa notificação não foi dada qualquer resposta (art.121º CPA)

X. É falso o que diz o autor na pi no art. X

X. O diretor geral do ensino superior praticou o ato com delegação de poderes

X. A delegação de poderes foi publicado no DR conforme doc. 2 que se junta

X. Não é verdade o que diz o autor na pi de que não houve qualquer irregularidade no
funcionamento da uni

X. Chegaram aos órgãos competentes da DGES várias queixas sanitárias e profiláticas face à
necessidade de combater a Covid

X. De facto sabe-se que as obras foram iniciadas pela entidade instituidora na data X mas no
presente ainda estão muito atrasadas e não foi pedida qualquer vistoria à DGS prevista na lei
para estas situações de perigo de propagação de doença pandémica

X.Reconhece-se que o encerramento foi anterior ao previsto na notificação de encerramento

X. Porém, o prazo não foi cumprido e foi antecipado por motivos de Estado de necessidade de
proteção à saúde e combate à doença pandemica, previsto no art.3º, nº2 do CPA, tratando-se
de um estado de necessidade por motivos de luta por gente contra a propagação pandemica

X. Pelo que deverão as exceções (enumerar cada uma delas) ser julgadas procedentes ou se
assim não se entender ser julgada a ação por improcedente com as legais consequências

Prova:
Testemunhal (art.83º, nº2) – X, fiscal de obras
Pede-se a inspeção judicial ao local (art.490º do CPC), esta deve ser acompanhado por
funcionários da DGS.

Junta: documentos nº…, processo administrativo (art.84º do CPTA), comprovativo da taxa de


justiça, cópia do despacho (art.83º, nº7 do CPTA e art.11º).

Na elaboração da presente contestação foram usados meios eletrónicos (art.24º CPTA)

Assinatura

Você também pode gostar