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Dislipidemia

Vanessa dos Santos Pereira Montera


Pós graduada em Nutrição Clínica Funcional
Pós graduada em Fitoterapia Funcional
Mestre em Ciências Cardiovasculares - UFF
Doutoranda em Saúde Coletiva – UERJ
Classificação das Dislipidemias

Hipercolesterolemia isolada HDL baixo


(LDL≥160mg/dL) Homens<40mg/dL e mulheres
<50mg/dl
c/ou s/ aumento de LDL e/ou TG)

Hiperlipidemia mista Hipertrigliceridemia isolada


(LDL≥160mg/dL e (TG≥150mg/dL)
TG≥150mg/dL)

V Diretriz Brasileira de Dislip[idemia e Prevenção da Aterosclerose, 2013


Classificação das Dislipidemias

Hipercolesterolemia isolada HDL baixo


HDL 2 ou HDL3?
LDL pequena e densa? HDL pequena e densa?
LDL modificada? HDL rica Apo-A-1?

Hiperlipidemia mista Hipertrigliceridemia isolada


Estado jejum ou pós-prandial?

V Diretriz Brasileira de Dislip[idemia e Prevenção da Aterosclerose, 2013


Dislipidemia- Metabolismo Lipídico

4
Dislipidemia na RI

Cardiovascular Research (2014) 103, 384–394


Funções atribuídas ao HDL

European Heart Journal (2017) 0, 1–3


“Molécula Camaleão”

The Open Biochemistry Journal, 2012, Volume 6


Foco do Tratamento
LDL:
• Reduzir seus níveis séricos
• Diminuir LDL modificada e LDL pequena e densa

TG:
• Reduzir TG jejum e pós-prandial

HDL:
• Aumentar seus níveis séricos
• Melhorar sua função
Tratamento Nutricional Dislipidemia

Atualização da Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose – 2017


Tipos de Gordura Saturada
GORDURA DO COCO

Composição em Ácido Graxo (% 100g)


Ácido Graxo % 100g

Ácido capróico 0,4

Ácido caprílico 5,0

Ácido cáprico 5,0

Ácido láurico 40,0

Ácido mirístico 21,0

Ácido palmítico 14,0

Ácido esteárico 4,0

Ácido oléico 14,0

Ácido linoleico 6,0

11
AGS x Risco DCC
Nurses’ Health Study (1984-2012) e Health Professionals Follow-up Study (1986-2010)

AGS Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 Ptrend
4-10:0 0,30% 0,41% 0,50% 0,61% 0,82%
Análise MV 1 1,07 1,01 1,06 1,08 0,26
12:0 0,21% 0,32% 0,41% 0,52% 0,73%
Análise MV 1 1,00 1,03 1,01 1,07 0,05
14:0 0,63% 0,79% 0,91% 1,05% 1,33%
Análise MV 1 1,02 1,06 1,09 1,13 <0,001
16:0 4,68% 5,49% 6,04% 6,61% 7,55%
Análise MV 1 1,06 1,09 1,15 1,18 <0,001
18:0 2,02% 2,46% 2,76% 3,07% 3,56%
Análise MV 1 1,08 1,11 1,20 1,18 <0,001
12-18:0 7,58% 9% 9,96% 10,98% 12,64%
Análise MV 1 1,06 1,08 1,17 1,18 <0,001

BMJ. 2016; 355: i5796


AGS x Risco DCC
Nurses’ Health Study (1984-2012) e Health Professionals Follow-up Study (1986-2010)

BMJ. 2016; 355: i5796


13mL de óleo de coco puro ou com fruta durante 3 meses! 14
x
100g (444Kcal)
45g (256Kcal) + 22g (198Kcal)
LDL/HDL 2,00 2,09 1,87 1,94

Coco Fresco (100g): 4g ptn, 42g gord, 10g cho, 5g de fibra


41mgMg, 370mg K
17
Am J Clin Nutr 2012;96:397–404.
18
Am J Clin Nutr 2012;96:397–404.
Carnes Vermelhas e Processadas

19
Circulation. 2010;121:2271-2283
Tipos de Gordura Polinsaturada
Substituição de AG saturado por AG linoléico (óleo de milho)
- Redução de 13,8% do colesterol, p<0,001
- Aumento de 22% risco de morte para cada30mg/dL de redução do colesterol, p<0,001
- Sem benefícios para aterosclerose e IM

20
Tipos de Gordura Polinsaturada
Equilibrar com W3
• Dados POF: óleo de soja é o alimento mais
consumido no grupo óleos e gorduras

• Recomendação diretriz: mínimo 2


porções/semana de peixes fontes de W3

• 54,6% dos brasileiros consomem peixe pelo


menos 1x/semana!

Epidemiol Serv Saúde 2015; 24(2): 267


Os resultados apresentados no gráfico da figura 4 demonstram uma maior predominânci
ácidos graxos ômega 6 em relação aos ácidos graxos ômega 3. As nozes apresentam o maior teo
ômega 6, sendo seguida pela castanha do Pará.

Tipos de Gordura Polinsaturada Fazendo uma comparação entre as sete oleaginosas analisadas, observa-se que as nozes poss
maior teor de ômega 6 e também o maior teor de ômega 3. As outras seis oleaginosas não poss
valores significativos de ômega 3. Já para o ômega 6, os valores são bem significativos, considerando
a ingestão desse tipo de ácido graxo é benéfica à saúde.

Figura 4 – Resultados de poliinsaturados por tipo de oleaginosa.

Figura 3 – Resultados de insaturados por tipo de oleaginosa.

Gorduras poliinsaturadas

O Ômega 3 e o Ômega 6 são ácidos graxos poliinsaturados essenciais, ou seja, apesar de não
produzidos pelo organismo, são essenciais ao bom funcionamento de vários órgãos, devendo ser
dos por meio de alimentos específicos e/ou complementos nutricionais.

Os resultados apresentados no gráfico da figura 4 demonstram uma maior predominância de


graxos ômega 6 em relação aos ácidos graxos ômega 3. As nozes apresentam o maior teor de
a 6, sendo seguidaELATÓRIO
pela castanhaSOBRE
do Pará.ANÁLISE DE TEOR DE GORDURA E FITOSTERÓIS EM NUTS (AMÊNDOA, AMENDOIM, AVELÃ, CASTANHA DE CAJU,

Fazendo uma comparação entre as sete oleaginosas analisadas, observa-se que as nozes possuem CASTANHA DO PARÁ, MACADÂMIA E NOZES), Imetro 2012
Ômega 3 na Dislipidemia

Suplementação de EPA: 4g/dia, 12 semanas

- ANCHOR:  13,3% (P<0,0001) LDL-ox em pctes TG 200-500mg/dL + estatina


- MARINE:  6,6% (P<0,055) LDL-ox em pctes TG 500-2000mg/dL
Am. J. Cardiovasc Drugs 13 (1) (2013) 37e46
Biochim. Biophys. Acta 1848 (2) (2015) 502e509.
Lipemia Pós-Prandial
Azeite
[TG] sg Abacate
Gema de Ovo
Sardinha
Oleaginosas
Sementes
Açaí…

DM + TG H

TG N

2 4 6 8 10 12 horas

Arqs Bras Cardiol, 87(1), Jul 2006


Arq Bras Endocrinol Metab 51 (2), 2007
Kefir
• Produto da fermentação da lactose do leite

• Bactérias e fungos naturais do grão de Kefir

• Lactobacillus kefiri, L. kefiranofaciens, L.


acidophilus, L. plantarum

Journal of Clinical Lipidology (2016), doi: 10.1016/j.jacl.2016.10.016.


Kefir

Controle: 2p leite desnatado


Milk: 2p leite desnatado + iogurte desnatado
Kefir: 2p leite desnatado + bebida Kefir

Journal of Clinical Lipidology (2016), doi: 10.1016/j.jacl.2016.10.016.


Mecanismos Kefir
• Produção de AGCC
• Síntese de hidrolase de sais biliares
• Redução da absorção de colesterol
• Aumento da expressão PPAR alfa
• Pelo conteúdo de cálcio

Journal of Clinical Lipidology (2016), doi: 10.1016/j.jacl.2016.10.016.


Açaí - Euterpe olerace
Composição Nutricional
- GORDURAS: 56,2% ácido oléico, 24,1% ácido palmítico,
12,5% ácido linoléico

- COMPOSTOS FENÓLICOS:
Antocianidina (3,19mg/g peso seco), ácido ferúlico,

galataninos
PT
epicatequina, ácido gálico, ácido elágico, ácido cumárico,

- FIBRAS: 5,3g/100g – 68,5% fibras insolúveis E


- PRESENÇA DE FITOSTERÓIS C
Açaí - Euterpe olerace

40 mulheres jovens e saudáveis, 200g/dia polpa de açaí, por 4 semanas

Clin Nutr 2 Feb, 2017.


Açaí - Euterpe olerace

Clin Nutr 2 Feb, 2017.


Fontes de Quercetina:

- Cebola roxa
- Maçã
- Uva Roxa
- Berries
- Brócolis
- Salsa
22g/dia

550g/dia

500ml/dia
LDL-c
Marcador Controle Maçã Bagaço Suco não Suco
coado centrífuga
FRAP -22 11,2 -50,8 9,48 -17,5
ORAC -945 -84,9 -338 951 555
GPX -0,69 -0,48 1,14 -1,34 -1,97
J Med Food 00 (0) 2017, 1–11
J Med Food 00 (0) 2017, 1–11
Polissacarídeos da Abóbora: galactose, glucose, arabinose, xilose e ácido glucurônico
Total dietary fiber 15.75 ± 1.07 a ND

ArticleArtic
Soluble fiber 10.2 ± 0.63 a ND
Insoluble fiber 5.53 ± 0.43 a ND

Cookies com aveia e farinha de feijão


Resistant starch 8.72 ± 0.42 a ND
Table 1. Dietary fiber, resistant starch and oligosaccharide content of oat-bean flour
Raffinose 5.68 ± 0.35 a 1.68 ± 0.06 b
cookies
Stachyose 1.76 ± 0.07 a 0.76 ± 0.01 b
Verbascose ND ND
Commercial oat-wheat
Component Oat-bean cookies
cookie
Data
Totalare fiber as the mean ± standard
presented ± 1.07Different
15.75 error. letters within ND
each row indicate
Accepted
dietary a
significant (p<0.05) difference by T-test.
Soluble fiber ND:
10.2 not detected.
± 0.63 a ND
Insoluble fiber 5.53 ± 0.43 a ND
Resistant starch 8.72 ± 0.42 a ND
Raffinose 5.68 ± 0.35 a 1.68 ± 0.06 b
Stachyose 1.76 ± 0.07 a 0.76 ± 0.01 b
Table 2. Polyphenols, saponins and phytosterols profile of oat-bean flour cookies
Verbascose ND ND

Data are presented as the mean ±Retention


standard error. Different letters within each row indicate
cepted

Commercial oat-
Phytochemical
significant (p<0.05)compound timeND: m/z
difference by T-test. Oat-bean cookie
not detected.
wheat cookie
(min)
Total polyphenols (mg GAE/g) - - 8.58 ± 0.40 a 6.74 ± 0.43 b
Total flavonoids (mg CE/g) - - 0.41 ± 0.02 a 0.23 ± 0.01 b
Tablesaponins
Total 2. Polyphenols, saponins and phytosterols
(mg SSE/g) - - profile ± 18.15flour
of oat-bean
185.09 99.92 ± 8.54 b
a cookies

Total phytosterols (mg SE/g) - - 171.57 ± 47.21 a ND


Retention
Phenolic acids (mg/g) Commercial oat-
Phytochemical compound time m/z Oat-bean cookie doi: 10.1002/jsfa.8548
wheat cookie
Arti

induced iabeticrats
doi: 10.1002/jsfa.8548
Cookies com aveia e farinha de feijão

Triglcerides Cholesterol LDL HDL Atherogenic C-reactive


Group
(mg/dL) (mg/dL) (mg/dL) (mg/dL) index(UA) protein(mg/mL)
Healthycontrol 82.6±2.6c 36.5±1.8d 58.7±1.0d 34.9±2.1ab 1. ±0.1d 178.0±10.3d
Diabetic ontrol 150.3±5.6a 57.8±1.6a 90.1±1.2a 20.3±0.6d 2.9±0.1a 428.9±15.4a
epted

Oat-beanco kie(0.4g/kg) 16 .8±3.5a 53.9±1.8ab 7 .7±0.7b 26.4±1.7c 2.1±0.1b 381.0±21. ab


Oat-beanco kie(0.8g/kg) 120. ±8.4b 47.6±1.0bc 65.0±0.4c 30.9±1.4bc 1.6±0.1c 3 0.3±17.9bc
Oat-beanco kie(1.2g/kg) 108.0±5. b 42.5±1.4cd 62.1±0.6cd 35.4±0.7ab 1.2±0. d 28 .1±15.4c
Com ercialoat-wheatco kie(1.2g/kg) 158.4±5.4a 52.6±1.8ab 86.4±1.6a 29.8±0.6bc 1.8±0.1bc 312. ±14.6bc
Dat arepres ntedasthemean±standarder or(n=7).Dif er ntlet rswithneachcolumni dicatesignifcant(p<0. 5)dif er nceby
Tukey’stest.
Mediterranean Diet Improves High-Density Lipoprotein
Function in High-Cardiovascular-Risk Individuals: A
Randomized Controlled Trial.

efluxo de colesterol
CETP e  LCAT
 PON-1
 capacidade vasodilatadora
 HDL-grande

43
Circulation. 2017 Feb 14;135(7):633-643
Oleaginosas

43g de nozes Nutrients 2017, 9 1097


Nutrients 2017, 9 1097
Circulation. 2013 Jul 30; 128(5): 553–565.
Oleaginosas
Tabela 2 - Resultados obtidos Tabela 2 - Resultados obtidos
Monoinsaturados Poliinsaturados (g/100g) Lipídios
Beta totais
Sitosterol Stigmasterol Campesterol Monoinsaturados Poliinsaturados (g/100g) Be
turados (g/100g) Oleaginosas Saturados (g/100g)
(g/100g) Total Ômega 3 Ômega 6 (g/100g)
(mg/100g) (mg/100g) (mg/100g) (g/100g) Total Ômega 3 Ômega 6

4,47 31,53 17,1 _ Amêndoa


17,1 55,59
134,35 3,43 4,47 5,32 31,53 17,1 _ 17,1

10,36 26,49 13,82 _ Amendoim


13,82 53,08
50,54 9,55 10,36 9,38 26,49 13,82 _ 13,82

5 51,45 6,02 _ Avelã6,02 65,34


88,77 _ 5 4,94 51,45 6,02 _ 6,02

8,19 29,09 8,35 Castanha de


0,08 Caju
8,28 47,73
60,48 _ 8,19 5,51 29,09 8,35 0,08 8,28

16,46 20,32 28,32 Castanha


_ do Pará
28,32 68,17
68,15 8,12 16,46 _ 20,32 28,32 _ 28,32

11,4 53,89 0,81 _ Macadâmia


0,81 69,25
105,58 _ 11,4 7,93 53,89 0,81 _ 0,81

5,67 11,42 47,46 8,85 Nozes


38,62 67,52
78,55 _ 5,67 4,41 11,42 47,46 8,85 38,62

ELATÓRIO SOBRE ANÁLISE DE TEOR DE GORDURA E FITOSTERÓIS EM NUTS (AMÊNDOA, AMENDOIM, AVELÃ, CASTANHA DE CAJU,
CASTANHA DO PARÁ, MACADÂMIA E NOZES), Imetro 2012
Food Chemistry (2016), doi: http://dx.doi.org/10.1016/j.
Cúrcuma x Função HDL

- Aumenta efluxo de colesterol


- Aumenta PON1
- Aumenta LCAT
- Reduz MPO
- Reduz CETP
- Aumenta Apo-A1
- Reduz SAA

Baixa toxicidade (8a 12g), porém baixa biodisponibilidade!


Pharmacol Res, accepted fev,492017
Experimental and Therapeutic Medicine 8(1) (2014) 260‐266
50
J Nutr, jan 2017
51
52
J Nutr, jan 2017

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