Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
tech
Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech
> Dor.
R: letra A.
Mastalgia acíclica
> Cistos.
> Não interfere com as atividades diárias.
DIAGNÓSTICO
Mastalgia grave Anamnese
→ Orientar a paciente;
> Tumor móvel, firme-elástico, indolor.
> Não medicamentoso: a orientação verbal e a sustentação > Presença de espessamentos mamários(∅).
mecânica adequada das mamas resolvem 80-90% dos casos.
> Descarga papilar seroesverdeada, multiductal, bilateral(*).
> Medicamentoso: drogas com eficácia comprovada.
> Normalmente define o diagnóstico.
– Tamoxifeno (TAM) → Droga mais eficaz.
– Danazol → Droga menos eficaz que o TAM, mas com mais Ultrassonografia das mamas
efeitos colaterais. Única liberada pelo FDA.
> Imagem de cisto (anecoica, redonda ou oval, margens bem
– Análogos do GnRH → Droga menos eficaz que o TAM, mas definidas, reforço acústico posterior).
com menos efeitos colaterais que o Danazol.
– Gestrinona → Diminuição da mastalgia após três meses de (∅) Espessamento mamário = adensamento: é um achado físico
uso. Droga menos eficaz que o TAM, mas com mais efeitos bidimensional → Área de endurecimento localizado,
> Cirúrgico: sem benefício comprovado. (*) Descarga papilar seroesverdeada, multiductal, bilateral
também pode ocorrer, mas não faz parte da tríade clássica.
> Dor extramamária:
CLASSIFICAÇÃO DOS CISTOS
– Analgésicos;
Grupo 1
Cistos
COLORAÇÃO DO DERRAME PAPILAR DE
> Excluir câncer. ACORDO COM AFECÇÕES DE BASE
AFBM Seroesverdeado.
> PAAF(*).
(*)PAAF = Punção Aspirativa por Agulha Fina. Galactorreia Leitoso.
DEFINIÇÃO
Serossanguinolento (50% dos
Corresponde à saída de secreção pela papila fora do ciclo casos).
gravídico-puerperal e do período de lactação.
Carcinoma Água de rocha ou sangui-
nolento.
(ATENÇÃO que esta definição não é um consenso da literatura).
Gravidez Sanguinolento.
FISIOLÓGICA
Mastites e processos Purulento.
> Descarga provocada.
infecciosos
> Multiductal.
O FLUXOGRAMA 1 resume a conduta no derrame papilar:
> Bilateral.
> Multicolorida.
> Esporádica.
PATOLÓGICA
> Descarga espontânea.
> Uniductal.
> Unilateral.
> Aquosa/sanguínea.
Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech
PAPILOMA INTRADUCTAL
> Pico de incidência: mulheres entre 30 e 50 anos.
TUMOR PHYLLODES
> Pico de incidência: mulheres entre 30 e 50 anos.
HAMARTOMA
> Pico de incidência: divergente na literatura → pacientes na 3ª
e 4ª décadas (Livros de Mastologia) e na pós-menopausa
(Rotinas em Ginecologia – 2006).
Fluxograma 1
CARACTERÍSTICAS DE MALIGNIDADE
> Normalmente são aderidos.
FIBROADENOMAS
> Pico de incidência: mulheres jovens até 35 anos (20-35 anos);
pode ocorrer na puberdade.
CARCINOMA IN SITU
Metaplasia apócrina.
Ectasia ductal.
Fibroadenoma.
Hamartoma.
Fibrose.
Hiperplasia simples.
Mastite.
Metaplasia escamosa.
Alteração fibroadenomatoide.
Adenose esclerosante.
HISTÓRIA NATURAL
a) Inconclusivo; comparar com ultrassonografia mamária.
Epitélio normal → Hiperplasia epitelial típica → Hiperplasia
epitelial atípica → Carcinoma intraductal ou intralobular →
b) Benigno; repetir a mamografia em um ano.
Carcinoma invasor (não se sabe se todos os tumores passam
c) Suspeito de malignidade; estudo histopatológico da lesão. necessariamente por todos esses estágios).
FATORES DE RISCO
d) Provavelmente benignos; repetir mamografia em seis meses.
> Sexo feminino.
e) Altamente sugestivo de malignidade; estudo histopatológico
da lesão. > História familiar (1º grau).
3 - Jucineia, 57 anos, foi submetida à setorectomia por > Agentes químicos (DDT).
carcinoma ductal infiltrante mamário. A biópsia de linfonodo
sentinela foi negativa e a congelação mostrou margens livres > Hiperplasias atípicas.
de tumor maiores que 1 cm na peça cirúrgica. Assinale a
alternativa que apresenta o tratamento complementar > Mutação no gen BRCA 1.
obrigatório:
> Idade > 40 anos.
a) Radioterapia.
> Nuliparidade.
b) Quimioterapia neoadjuvante.
> Primiparidade após os 30 anos.
R: letra A.
> Mutação do gen BRCA 2.
> Saber os achados sugestivos de malignidade nos exames > Uso crônico de álcool.
propedêuticos, a classificação de BI-RADS e as condutas
preconizadas. > Dieta rica em gorduras.
> Conhecer o estadiamento do câncer de mama e algumas > Carcinomas in situ (ductal e lobular).
particularidades dos tipos histológicos: mais comum; pior
prognóstico; maior tendência à bilateralidade e > Uso de ACO.
multicentricidade; diagnóstico diferencial entre eczema
areolar e doença de Paget. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Assintomática (tumores subclínicos).
> Saber os fatores prognósticos, as condutas terapêuticas na
Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech
Tumor palpável nilateral, endurecido indolor. > HER-2/neu amplificado presente.
DIAGNÓSTICO HISTOPATOLÓGICO: INDICAÇÕES > Todos os tipos histológicos, com exceção do tubular, papilar,
medular e mucinoso.
> Core biópsia → Nódulo sólido, microcalcificações agrupadas,
densidade assimétrica, distorção do parênquima. RASTREAMENTO
> Estereotaxia guiada por MMG ou USG → Localização espacial População-alvo Periodicidade dos exames de
da lesão + marcação com fio de aço. rastreamento
> Mulheres com diagnóstico histopatológico de lesão mamária Breast Cancer Screening for Women at Average Risk
proliferativa com atipia ou neoplasia lobular in situ.
Guideline Update From the American Cancer Society
6ª) Sugerimos que fique atento às referências bibliográficas dos
DIAGNÓSTICO
concursos de residência médica, assim como ao manual do
Ministério da Saúde adotado. > Anamnese → Investigar fatores de risco e sinais e sintomas de
câncer (nódulo, descarga papilar).
RECOMENDAÇÕES PARA
RASTREAMENTO DO CÂNCER > Exame físico → Apresentação Clássica: tumor endurecido, de
DE MAMA SEGUNDO AMERICAN forma variável, contornos irregulares, limites imprecisos e
CANCER SOCIETY fixo (aderido a planos profundos) ou pouco móvel, com
crescimento insidioso. A descarga papilar pode estar
associada e é geralmente uniductal, espontânea, intermitente.
www.cancer.org
Normalmente, é do tipo água de rocha ou sanguinolenta.
População geral: a partir dos MMG anual até os 54 anos. Ocasionalmente, é serossanguinolenta. Procurar sinais de
45 anos. retração ou abaulamentos.
MMG bienal a partir dos 55
> PAAF → Diferenciação imediata entre tumores císticos e
anos ou anual para aquelas que
sólidos. A citologia isoladamente não faz diagnóstico de
tiverem a oportunidade de
câncer.
prosseguir com o
rastreamento anual.
> USG de mamas → Sinais Sugestivos de Malignidade: margens
Mulheres com risco Deve começar a partir dos 30 irregulares, hipoecogenicidade e textura heterogênea (achado
aumentado: anos: inespecífico), diâmetro craniocaudal (anteroposterior) maior
do que o diâmetro laterolateral (nódulo "mais alto que
> Mutação conhecida do BRCA Exame clínico anual; largo"), presença de sombra acústica posterior, contornos
1 e 2; microlobulares. Útil em pacientes jovens com mamas densas
e como guia de procedimentos.
MMG anual;
> Parentes de primeiro grau
com mutação conhecida ou > Mamografia
RM anual.
não;
→ de Rastreamento: exame solicitado para mulheres da
4C = suspeição alta.
> Evolução lenta. > Evolução rápida.
Em alguns casos são necessárias incidências mamográficas > Categoria 6: Achados com malignidade confirmada.
adicionais (magnificação ou compressão localizada),
complementação com outros métodos de imagem (USG ou Deve ser utilizada nos casos em que o diagnóstico por biópsia
RM) ou comparação com exames anteriores. foi realizado ou nos casos de avaliação após quimioterapia
TRATAMENTO
Diretrizes:
Conduta no carcinoma infiltrante: resumida nos também um taxano (Docetaxel ou Paclitaxel). Existem
inúmeros esquemas disponíveis, razão pela qual não nos
fluxogramas.
alongaremos no assunto. Apenas como curiosidade: os mais
utilizados na prática são o AC (Adriamicina + Ciclofosfamida), o
FEC (5-Fluoracil + Epirrubicina + Ciclofosfamida), o FAC (5-
Fluoracil + Adriamicina + Ciclofosfamida) e o TAC (Docetaxel +
Adriamicina + Ciclofosfamida) por 4 a 6 ciclos, que costuma
durar entre 12 e 18 semanas. Um esquema clássico, o CMF
(Ciclofosfamida + Metotrexate + 5-Fluoracil) é pouco utilizado
atualmente, pois não inclui uma antraciclina.
Atenção:
OBS. 3: Hormonioterapia
BENIGNOS
Tipos
Tumores funcionais (cistos foliculares, luteínicos, Síndrome de câncer ovário-cólon = Síndrome de Lynch II;
tecaluteínicos e ovários policísticos);
Idade;
Endometriomas;
Nuliparidade;
Abscesso tubo-ovariano;
Oligoparidade;
SOP.
Raça;
Neoplásicos:
Uso de indutores de ovulação;
Teratoma cístico benigno (cisto dermoide – elevado risco de
torção); Fatores ambientais (exposição ao asbesto é controversa);
Tabagismo;
Tumor de Brenner (sd. Meigs = tumor de Brenner + derrame
pleural + ascite).
Obesidade;
Amamentação;
2) Cirúrgico → preferencialmente por laparoscopia.
Uso de anovulatórios;
– Progressão de cistos simples na pré-menopausa após
observação por dois a três meses.
Ooforectomia profilática;
Disseminação principalmente transcelômica. Avaliação dos linfonodos pélvicos e paraórticos, bem como
exérese dos suspeitos de invasão tumoral (algumas referências
falam em linfadenectomia para todas as pacientes, outras
mencionam avaliação dos linfonodos no ato cirúrgico e exérese
Investigação e tratamento
apenas dos nódulos suspeitos).
DIAGNÓSTICO:
Histerectomia total extrafascial com salpingo-ooforectomia
bilateral.
Anamnese → Idade, história familiar, fatores de risco, relação
com ciclo menstrual;
Retirada de toda massa tumoral visível, evitando deixar doença
residual maior que 1 cm de diâmetro.
Exame físico → Massa aderente, irregular, bilateral, sólida;
Omentectomia infracólica.
USG transvaginal → Cisto > 8 cm, massa sólida, heterogênea,
com vegetações internas, septos espessos (> 3 mm),
+ QT ADJUVANTE.
bilateralidade, superfície irregular, ascite, cápsula rota,
implantes peritoneais;
Indicada nos estádios Ia (GIII), Ib (GIII), Ic, II, III e IV.
ESTADIAMENTO: cirúrgico.
> Células claras (pior prognóstico; histologicamente idêntico ao
tecido presente no útero e na vagina de mulheres expostas ao
TRATAMENTO: cirúrgico. DES);
> Endometrioide;
> Estadiar câncer;
> Mesotelioma;
> Citorredução ótima.
> Fibroma (mais comuns; sd. de Meigs; não possuem atividade Progesterona Tecoma.
hormonal);
Testosterona Tumores das células de Sertoli
e Leydig.
> Ginandroblastoma (produção de androgênios e estrogênios);
> Carcinoide.
Marcadores tumorais
CEA → Aumentado nos tumores epiteliais mucinosos e Estádios Ia e Ib grau I e II > Tratamento cirúrgico:
embrionários.
Cirurgia fundamental: HTA +
anexectomia bilateral →
CA 19.9 → Aumentado nos tumores epiteliais mucinosos.
estadiamento cirúrgico.
LDH → Inespecífico.
Estádio I Neoplasia limitada aos ovários ou tuba Estádio IV Metástases à distância excluindo
de falópio. metástase peritoneal.
IA Tumor limitado a um ovário ou tuba de IVA Derrame pleural com citologia positiva
falópio, sem tumor na superfície do para células neoplásicas.
ovário ou tuba. IVB Metástases intraparenquimatosas e para
IB Ambos os ovários ou tubas de falópio órgãos extra-abdominais (incluindo
afetados; sem tumor na superfície do linfonodos inguinais e fora da cavidade
ovário ou tuba. abdominal).*
IC Tumor limitado a um ou dois ovários ou * Linfonodos inguinais comprometidos são definidos como estágio
tubas de falópio, com presença de um dos IV, bem como os demais linfonodos acometidos fora da cavidade
seguintes eventos: cápsula rota na abdominal (supraclaviculares, axilares).
cirurgia (IC1); tumor na superfície
a) Progesterona.
b) Análogos do GnRH.
c) Histerectomia total.
d) Ablação endometrial.
R. letra C.
a) Hiperplasia endometrial.
d) Atrofia endometrial.
e) Pólipo endometrial.
R: letra D.
OBJETIVOS:
> Presença de BRCA (especialmente para carcinoma seroso- > Sangramento persistente na pós-menopausa, mesmo se eco
papilífero). endometrial menor que 4 ou 5 mm.
> Obesidade extrema e sangramento uterino anormal na pré e > Lavado peritoneal (para avaliação citológica).
pós-menopausa.
> Histerectomia total extrafascial.
> Qualquer sangramento na pós-menopausa (não é um
consenso!). > Anexectomia bilateral.
HIPERPLASIA ENDOMETRIAL
Sem atipia: baixo risco de progressão para câncer.
Atípica simples 8
Atípica complexa 29
ESTADIAMENTO
CIRÚRGICO
Diferenciação histológica.
> Estádio III:
Estadiamento.
As pacientes com este estadiamento por extensão parametrial
ou à vagina são mais bem manejadas com irradiação pélvica
Grau de invasão miometrial. após minuciosa busca de metástases. Uma vez que a terapia seja
completada, laparotomia exploradora é aconselhada nessas
Citologia peritoneal. pacientes, cuja doença parece ser ressecável. Radioterapia de
campo estendido ou terapia sistêmica são sugeridas na
Presença de metástases (linfáticas, anexiais, vaginais e à presença de metástases extrapélvicas, dependendo das
distância). condições das pacientes.
TRATAMENTO
Pacientes com evidências de metástases extrapélvicas são
A recomendação baseada nos estádios é a seguinte: geralmente manejadas com quimioterapia sistêmica. Um ensaio
clínico randomizado comparou a radioterapia abdominal total
> Estádio I: com esquema quimioterápico composto por doxorrubicina-
cisplatina em mulheres com estádio IV do câncer endometrial
tendo um máximo de 2 cm de doença residual pós-operatória. A
A histerectomia com salpingo-ooforectomia bilateral é o
quimioterapia, significativamente, aumentou a sobrevida
tratamento padrão atualmente recomendado. A exploração
global e livre da doença, comparada com radioterapia
minuciosa das cavidades abdominal e pélvica, assim como a
abdominal total. Radioterapia local pode ser benéfica,
palpação das cadeias linfáticas retroperitoneais são parte
particularmente em metástases cerebrais e ósseas. A
obrigatória do procedimento. Embora exigida para
radioterapia pélvica pode ocasionalmente auxiliar no controle
estadiamento completo, o benefício terapêutico da
local e evitar sangramento ou complicações regionais.
linfadenectomia é controverso. A tendência atual é prescindir
Tradicionalmente, a cirurgia para o câncer endometrial é 9 - Mulher de 47 anos, tabagista, história de múltiplos
realizada por via laparotômica. Entretanto, o uso seletivo da via parceiros sexuais, procura o ambulatório de ginecologia
laparoscópica para o manejo de câncer ginecológico tem sido referindo dor pélvica, sangramento vaginal pós-coito e
progressivamente publicado. corrimento de odor fétido. Refere nunca ter feito
colpocitologia. Ao exame é visualizada lesão tumoral e
Baseado em resultados recentemente publicados, concluímos realizada biópsia dirigida por colposcopia. O resultado da
que a maioria das mulheres com carcinoma endometrial em biópsia foi de carcinoma de colo. Foi realizada conização,
estádio inicial pode ser tratada por laparoscopia, com excelente cujo estudo histopatológico revelou invasão com lesão de 2
prognóstico cirúrgico, menor tempo de internação hospitalar, cm. A MELHOR conduta terapêutica é encontrada na
d) Radioterapia.
e) Quimioterapia.
R: letra C.
OBJETIVOS:
> O uso de anticoncepcionais orais parece ser um fator de risco > Epitélio acetobranco tênue.
ao desenvolvimento de atipias celulares no colo uterino.
Parece que este efeito não se restringe aos efeitos da pílula. > Epitélio acetobranco denso (*).
Provavelmente, está também relacionado ao comportamento
sexual deste grupo de mulheres. Alguns estudos sugerem que > Mosaico fino.
o uso prolongado deste medicamento associa-se a um efeito
carcinogênico no epitélio glandular – correlação com o > Mosaico grosseiro (*).
adenocarcinoma de colo uterino. No entanto, são necessários
mais estudos para concluir a real participação na > Pontilhado fino.
etiopatogenia do câncer de colo uterino.
> Pontilhado grosseiro (*).
> A deficiência de vitamina A e de oligoelementos foi aventada
como um importante fator na manutenção da integridade do > Iodo parcialmente positivo.
epitélio escamoso. No entanto, são necessários estudos
adicionais antes que qualquer recomendação nutricional seja > Iodo negativo (*).
adotada na prevenção do câncer de colo uterino.
> Vasos atípicos (*).
Sinais e sintomas
Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech
(*)Alterações maiores.
Tipos histológicos
1º) Carcinoma epidermoide (80%).
4º) Neuroendócrino.
Vias de disseminação
> Linfática: segue um padrão ordenado e razoavelmente DÚVIDAS FREQUENTES SOBRE A COLETA DA
previsível. A propagação se faz inicialmente para o grupo
COLPOCITOLOGIA
primário (linfonodos paracervicais, parametriais,
obturadores, ilíacos internos, externos e sacros) e,
posteriormente, para o grupo secundário (ilíacos comuns, Há indicação de coleta em pacientes que ainda não iniciaram a
paraórticos e inguinais). atividade sexual?
> Hematogênica: pouco comum e tardia (5% dos casos). Os Considerando os conhecimentos atuais em relação ao papel do
órgãos mais acometidos são: fígado, pulmões, ossos, cavidade HPV na carcinogênese do câncer do colo uterino e que a infecção
peritoneal, linfonodos supraclaviculares e cérebro. viral ocorre por transmissão sexual, o risco de uma mulher que
JEC no ciclo gravídico-puerperal encontrar-se exteriorizada na coleta, pois os esfregaços atróficos podem dificultar a
ectocérvice na maioria das vezes, o que dispensaria a coleta identificação de lesões intraepiteliais ou mesmo invasivas do
para que o colo uterino readquira suas condições normais. grupo. A prevalência da infecção pelo HPV e a persistência viral,
assim como a infecção múltipla por mais de um tipo de HPV, são
mais frequentes nesse grupo de mulheres. Em mulheres
> E na pós-menopausa?
infectadas pelo HIV, o desaparecimento do HPV parece ser
dependente da contagem de células CD4+, e lesões precursoras
Mulheres na pós-menopausa, sem história de diagnóstico ou tendem a progredir mais rapidamente e a recorrer mais
tratamento de lesões precursoras do câncer de colo uterino, frequentemente do que em mulheres não infectadas pelo HIV.
apresentam baixo risco para desenvolvimento de câncer. O Entretanto, mulheres imunocompetentes infectadas pelo HIV e
rastreamento citológico em mulheres menopausadas pode levar tratadas adequadamente com terapia antirretroviral de alta
a resultados falso-positivos causados pela atrofia secundária ao atividade (HAART) apresentam história natural semelhante às
hipoestrogenismo, gerando ansiedade na paciente e demais mulheres. Existem questionamentos quanto à eficácia
procedimentos diagnósticos e terapêuticos desnecessários. É do exame citopatológico em mulheres infectadas pelo HIV em
fato que o diagnóstico de casos novos de câncer do colo uterino razão da maior prevalência de citologias com atipias de
está associado, em todas as faixas etárias, com a ausência ou significado indeterminado e maior frequência de infecções
irregularidade do rastreamento. O seguimento de mulheres na associadas. Para minimizar os resultados falso-negativos,
pós-menopausa deve levar em conta seu histórico de exames. alguns autores preconizam a complementação colposcópica. A
Assim, estas pacientes devem ser rastreadas de acordo com as recomendação é de realizar o exame citopatológico neste grupo
orientações para as demais mulheres. Se necessário, proceder à após o início da atividade sexual com intervalos semestrais no
estrogenioterapia previamente à realização da coleta. primeiro ano e, se normais, manter seguimento anual enquanto
Biópsia dirigida
No Brasil, se observa certa confusão entre estes termos. Nos casos em que o exame histopatológico da peça cirúrgica
mostrar margens livres de doença ou comprometidas por NIC I,
O termo CAF (Cirurgia de Alta Frequência), introduzido no final a mulher deverá ser submetida à citologia 6 e 12 meses após o
dos anos 1980, serviu para popularizar o método de excisão da procedimento. A colposcopia poderá ser realizada a critério do
ZT com Junção Escamocolunar (JEC) visível e até o primeiro serviço. Após o primeiro ano, o seguimento deverá ser realizado
centímetro do canal. Esse termo foi utilizado em material para com citologia anual até completar cinco anos do tratamento na
orientação profissional preparado pela ABPTGIC e mantido nas unidade básica de saúde.
diretrizes brasileiras de 2006. Todavia, o termo CAF passou a
ser utilizado indistintamente para biópsias e, com a Nos casos em que o exame histopatológico da peça cirúrgica
disseminação de técnicas de conização por eletrocirurgia, mostrar qualquer uma das margens comprometidas por NIC
tornou-se muito difícil saber qual o procedimento realizado II/III, o seguimento deverá ser feito com exame citopatológico e
quando havia o relato de uma mulher ter sido submetida a uma colposcopia semestrais nos primeiros dois anos. Após os dois
CAF. primeiros anos, o seguimento deverá ser feito com a citologia
anual até completar cinco anos do tratamento, na unidade
Para disciplinar o uso desses termos, o Ministério da Saúde básica de saúde.
definiu, em 2010, que o tratamento excisional ambulatorial
deveria ser chamado de Exérese da Zona de Transformação Em ambos os casos, após os primeiros cinco anos do
(EZT). Qualquer outra abordagem que tenha por objetivo retirar tratamento, a mulher deverá retornar para o rastreamento
a ZT endocervical era denominada conização, citopatológico trienal. A história de doença intraepitelial tratada
independentemente do método utilizado para sua realização deverá ser informada no pedido do exame citopatológico. Um
(por eletrocirurgia, por laser ou bisturi convencional). novo procedimento excisional estará indicado quando houver
comprometimento das margens cirúrgicas por NIC II/III, seja
A EZT, procedimento destinado a tratar a doença ectocervical ou ecto ou endocervical, e não for possível o seguimento por
que não se estende mais de 1 cm no canal endocervical, é questões técnicas ou da mulher.
classificada por Prendiville como excisão do tipo 1.
Na evidência de lesão residual ou recorrente, a mulher deverá
Para tratar a doença que ocupa uma ZT do tipo 2, é necessário ser conduzida da mesma forma quando da lesão inicial.
retirar maior porção do canal endocervical, o suficiente para
ultrapassar a JEC, o que usualmente será obtido com excisão de 5- Conização a frio: equivale, atualmente, à excisão do tipo 3.
profundidade entre 1,5 e 2,0 cm, sendo então denominada
excisão do tipo 2.
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:
Suspeita de Microinvasão
ser incluídos, desde que excluídas outras causas. câncer de colo uterino. Como ele ainda não consta em nenhum
livro didático, optamos por disponibilizá-lo também, com a
ressalva de que ainda não foram liberadas novas orientações de
III A – Extensão ao terço inferior da vagina, mas não à parede
conduta terapêutica.
pélvica, se houver comprometimento parametrial.
III B – Extensão à parede pélvica ou hidronefrose ou rim não ESTADIAMENTO DO CÂNCER DE COLO UTERINO –
funcionante. FIGO 2018
VI - CÂNCER DE VULVA
a) Melanoma.
As lesões neoplásicas situam-se na seguinte topografia e
b) Adenocarcinoma. frequência:
ESTADIAMENTO
> Conhecer os fatores de risco para sua ocorrência e os tipos
histológicos mais comuns. *******
DIAGNÓSTICO
> Saber a apresentação clínica, localização mais comum e
vias de disseminação. O diagnóstico só é definitivo com o estudo histopatológico da
lesão.
> Conhecer o estadiamento e as condutas recomendadas.
> Infecções granulomatosas venéreas (principal). > LINFÁTICA: é a principal via de disseminação. Disseminação
aos linfonodos inguinais e femorais.
> Infecção pelo HPV (destaque para os subtipos 16, 18, 31, 33,
> EXTENSÃO DIRETA PARA ESTRUTURAS ADJACENTES:
35).
envolve estruturas adjacentes como a vagina, uretra e ânus.
O estadiamento clínico do câncer de vulva adota como critérios > Estádios III e IV:
o tamanho do tumor, a invasão de estruturas perineais, o
comprometimento linfonodal e a metastatização à distância
Cerca de 40% das pacientes com neoplasia de vulva
(TNM). Como havia altas taxas de falha na avaliação linfonodal,
apresentam-se ao diagnóstico com doença avançada, nos
o sistema de estadiamento foi alterado para cirúrgico,
estádios III e IV. Nesses casos, a ressecção cirúrgica (apenas
incorporando, assim, o status anatomopatológico dos
vulvectomia radical ou vulvectomia radical associada à
linfonodos inguinais. Como o estadiamento do câncer de vulva é
exenteração pélvica) é bastante extensa, com altas taxas de
raramente "cobrado" nas provas de residência médica, optamos
morbidade e mortalidade de até 10%. O tratamento padrão é a
por disponibilizá-lo na íntegra nas versões digitais (apêndices)
realização de radioterapia associada à quimioterapia, por
das apostilas MED Ginecologia 2 e MEDCURSO Ginecologia 5.
apresentar melhores resultados em termos de resposta clínica e
recidiva, quando comparada à radioterapia isolada.
Outro ponto que merece destaque: embora as últimas alterações
no estadiamento já tenham sido editadas pela AJCC (American Complicações
Joint Committee on Cancer) em 2018, como nenhum livro A hemorragia é a complicação peroperatória e imediata mais
didático ainda o disponibiliza, ele não será citado aqui. frequente.
SOBRE O TRATAMENTO DO CÂNCER DE VULVA, As complicações precoces (após 48h, de acordo com alguns
NÃO ESQUEÇA: autores) são a infecção da ferida operatória, necrose e
deiscência da ferida operatória (considerada por alguns autores
Para facilitar a memorização, apresentamos a conduta
como complicação imediata).
terapêutica de acordo com o estadiamento.
a) Produz corrimento hemorrágico com odor fétido. > Dispareunia (tumor no terço distal).
> Conhecer a apresentação clínica, a localização mais comum > Sarcoma (3%).
e os principais tipos histológicos.
> Misto (3%).
> Saber o estadiamento, as vias de disseminação e as
condutas terapêuticas recomendadas.
OBS. 1: alguns livros didáticos consideram o melanoma de
vagina como o segundo subtipo histológico mais frequente de
câncer de vagina.
Fatores de risco
> Sinusiorragia.
– IVa – Tumor acomete o reto ou bexiga e/ou se estende para a Estádio III O tratamento preferencial é a radioterapia
pelve (edema bolhoso não basta para classificar o tumor como interna e externa. A exenteração limita-
IVA). se aos casos em que foram excluídas as
metástases à distância e a extensão do
– IVb – Metástase à distância. tumor à parede pélvica e aos gânglios
linfáticos.