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Direito-Lição 3 PDF
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1. Noções Gerais
É um conjunto de princípios, normas, institutos e regras jurídicas aplicáveis
às relações entre empregados e empregadores, para melhorar as condições
sociais do trabalhador.
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Essas lacunas serão sanadas pelo uso da analogia, equidade, princípio gerais
do Direito e da doutrina.
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como remuneração de horas extras e trabalho em feriados, adicionais de
insalubridade e periculosidade, benefícios – vale alimentação, vale refeição,
vale transporte, previdência privada, assistência médica.
Por meio dos acordos e das convenções coletivos de trabalho, as partes podem
fixar remunerações, horários e condições diversos dos previstos na CLT.
Por exemplo, pode-se prever que todas as horas extras serão remuneradas
com adicional de 100%, ou que os vendedores trabalharão dois finais de
semana por mês e folgarão durante a semana nessas ocasiões, pactuando-se
remuneração fechada para o trabalho nessa ocasião, por fim de semana, fora
a comissão.
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o art. 462, da CLT, ou em acordo ou convenção coletivos – art. 7º, VI, da
CF/88.
d) Princípio da continuidade da relação de emprego: consiste na segurança
do empregado mesmo havendo mudança estrutural ou funcional no seu
ambiente de trabalho, qual seja a empresa. Há o preceito constitucional
do direito adquirido – art. 5º, XXXVI, da CF/88. Na Consolidação das Leis
do Trabalho vem explicitado nos artigos 10 e 448 o instituto visto, com a
força de lei pública.
e) Princípio da primazia da realidade: persiste na ideia de que a realidade
de fato, presenciada somente em virtude dos fatos da vida real, deve ter
prioridade sobre as cláusulas pactuadas entre seus signatários.
6. Contrato de Trabalho
O contrato de trabalho, segundo o art. 442, da CLT, é o instrumento em que
se formaliza a relação jurídica existente entre o empregador e o empregado,
estipulando-se os horários, a remuneração, a função e as demais regras que
nortearão a prestação dos serviços.
Nota Jurídica
Art. 442 - Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso, correspondente à
relação de emprego.
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• Pessoalidade: o empregado, contratado em função de suas características
e qualificações pessoais, deve prestar os serviços pessoalmente, não
podendo enviar terceiros para representá-lo.
• Subordinação: significa que o empregado deve obedecer ordens e regras
da empresa e que deve prestar contas de seus serviços a um superior.
• Remuneração: o trabalhador deve ser assalariado, recebendo
compensação monetária pelos seus serviços. A remuneração pode ser
contratada por hora, por dia, por semana ou por mês. A remuneração
é a soma do salário fixo e da parte variável paga habitualmente. A parte
variável de remuneração são as comissões, os prêmios – lucratividade,
produtividade etc. –, os adicionais e as horas extras habituais. Sobre a
parte variável da remuneração devem incidir férias, 1/3 Constitucional, 13º
salário, aviso prévio e DSR – Descanso Semanal Remunerado.
Quando o contrato for por prazo determinado, será extinto pelo fim do prazo
ou por dispensa sem justa causa, antes do termo – prazo final –, caso em que
o empregador deverá indenizar o empregado – 50% do valor total que ainda
deveria receber até o final do contrato. Se o empregado se demitir antes do
prazo contratual final, deverá pagar ao empregador os prejuízos que causar.
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7. Obrigações do Empregador na Admissão
O empregador tem a obrigação de efetuar o registro na CTPS – Carteira de
Trabalho e Previdência Social – em 48 horas a partir da admissão, sob pena de
responder administrativa e penalmente – CLT, artigos 53 a 55; CP, artigo 297,
§§ 3º, II e 4º; Lei nº 5.553/68.
Nesse caso, o empregado terá o dever de conceder o aviso prévio – que admite
renúncia pelo empregador – e terá direito a receber do empregador: saldo de
salário, férias proporcionais mais um terço, férias vencidas mais um terço –
se houver – e 13º salário proporcional.
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8.2 Dispensa Imotivada
O trabalhador terá direito ao aviso prévio, que poderá ser indenizado quando
o empregador rescindir de imediato o contrato e dispensar o empregado de
trabalhar durante o período de aviso prévio, 13º proporcional, férias vencidas
acrescidas do terço constitucional, férias proporcionais acrescidas de um ter-
ço, saldo de salário, multa de 40% sobre o valor depositado na Caixa Econômi-
ca Federal, durante todo o período contratual – lembrando que o empregador
deverá depositar mais 10% sobre esse valor para a Previdência Social, sendo o
valor total da multa de 50% –, levantamento do FGTS.
Nota Jurídica
Art. 3º Terá direito à percepção do seguro-desemprego o trabalhador dispensado sem justa
causa que comprove:
I - ter recebido salários de pessoa jurídica ou de pessoa física a ela equiparada, relativos a:
a) pelo menos 12 (doze) meses nos últimos 18 (dezoito) meses imediatamente anteriores à
data de dispensa, quando da primeira solicitação;
b) pelo menos 9 (nove) meses nos últimos 12 (doze) meses imediatamente anteriores à data
de dispensa, quando da segunda solicitação; e
c) cada um dos 6 (seis) meses imediatamente anteriores à data de dispensa, quando das
demais solicitações.
Gravidade da falta: não é qualquer falha do empregado que gera a justa causa,
o ato precisa afetar a relação empregatícia. É considerada falta grave se o
fato cometido pelo empregado for previsto em lei. Mesmo que o empregado
cometa um fato que o empregador considere grave, mas que não se encaixa
em nenhuma das hipóteses de lei, não poderá ser dispensado por justa causa.
Exemplo: quebra de confiança.
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Imediatidade: a reação do empregador ao ato do empregado tem que ser
imediata, ou seja, se o trabalhador subordinado comete a falta hoje e o seu
patrão toma o conhecimento do fato hoje, para configurar a justa causa, deve
dispensar o funcionário no momento em que se certifica do comportamento
inadequado. Se deixar para dispensá-lo no dia seguinte não poderá mais
alegar a justa causa e terá que pagar as indenizações pertinentes à dispensa
sem justa causa.
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de liberdade por medidas restritivas de direitos e/ou prestação de serviços
à comunidade.
• Desídia no desempenho das funções atribuídas: a desídia configura-se
quando o empregado realiza as tarefas que lhe são atribuídas sem prestar
a devida atenção e a cautela necessária, deixando falhas grosseiras, que
poderiam ser facilmente evitadas se dedicasse cuidado no cumprimento
de suas funções. São os atos de negligência, descaso e omissão do
empregado que tem como consequência desobedecer aos procedimentos
de trabalho exigidos pelo empregador. Exemplo: o Presidente da República
vai visitar a empresa e todos os empregados são orientados a usar EPI –
Equipamento de Proteção Individual – e fardamento completo naquele
dia; um empregado vai trabalhar de chinelo.
• Embriaguez habitual ou em serviço: são duas as possibilidades:
a) embriaguez habitual: é aquela em que o empregado ingere
frequentemente bebidas alcóolicas. Os Tribunais do Trabalho tem
decidido no sentido de que a embriaguez habitual não mais gera justa
causa. É uma doença e gera suspensão do contrato de trabalho para que
o empregado realize tratamento. Para se cogitar a suspensão do contrato
de trabalho, o empregado deverá estar internado para tratamento, o que
somente é possível por vontade própria; b) embriaguez em serviço é
hipótese pontual, eventual, de embriaguez. Acontece quando o empregado
comparece para trabalhar após a ingestão de substância química tóxica.
Essa conduta coloca em risco toda a atividade empresarial e é situação
de aplicação de justa causa. É importante saber que, apesar do nome,
a hipótese de embriaguez se refere a qualquer substância química
inebriante, qualquer substância que cause vício, deixando o empregado
sem o uso pleno de suas capacidades mentais.
Atenção!
“Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço
como destinatário final.”
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• Abandono de emprego: para se configurar abandono de emprego é
necessário que o empregado falte ao trabalho por trinta dias consecutivos,
sem apresentar qualquer justificativa ou dar notícias. O empregador não
tem a obrigação de convocar o seu empregado para voltar ao trabalho, pois
esse é o dever do trabalhador. Se a convocação for feita por meios públicos,
como os jornais por exemplo, deverá o empregador ser cuidadoso para
não prejudicar a imagem do trabalhador.
• Ato lesivo da honra e da boa fama praticado no serviço: que fira os
interesses e a integridade moral do empregador, de colegas de trabalho ou
de terceiros. Podem ser praticados das mais diversas formas: por escrito
ou por meio da fala.
• Prática habitual de jogos de azar: o local de trabalho é onde o trabalhador
deve ir para desempenhar as funções para qual foi contratado mediante
subordinação e remuneração. O empregado deve ir ao serviço para
trabalhar e não para jogar. A prática habitual de jogos de azar no local
de trabalho e durante o expediente, além de configurar ato ilícito, que
contraria a lei, a moral e os bons costumes, atrapalha o bom e ideal
desenvolvimento do trabalho.
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• Exposição a perigo manifesto exigindo do trabalhador a execução
de tarefas que atentem à segurança e à saúde dele, salvo nos casos
expressamente contratados. Exemplo: o dono de uma empresa
mineradora não pode exigir de um funcionário que foi contratado para
efetuar serviços no solo que execute tarefas de extração mineral no
subsolo ou em minas subterrâneas, haja vista que o grau de periculosidade
e insalubridade nessas tarefas é bem maior.
• Ausência de registro e anotações na CTPS: além de configurar ilícito
penal, constitui infração administrativa e agressão a determinações
expressas da CLT, podendo gerar consequências como: multa
administrativa, detenção de 3 a 6 meses do empregador, rescisão do
contrato de trabalho por justa causa do empregador, condenação na
indenização dos prejuízos causados ao empregado e recolhimento dos
valores devidos a título de contribuições ao INSS e depósitos fundiários,
dentre outras cominações legais – penalidades.
• Ofensas físicas ao trabalhador: o empregador que agredir fisicamente seu
empregado deverá responder civil e criminalmente por seus atos, além de
sofrer as penas administrativas e trabalhistas, expressas na CLT, conforme
o caso concreto.
• Redução de salários ou de trabalho quando a remuneração for paga
por produtividade, desde que não haja prévia autorização da Delegacia
Regional do Trabalho e do sindicato dos empregados.
9. Jornada de Trabalho
A lei prevê uma jornada máxima diária de oito horas, semanal de 44 horas,
visando ao bem-estar, à saúde física e mental do trabalhador e à segurança
no trabalho.
Todas as horas que ultrapassarem a jornada normal permitida por lei serão
remuneradas com o adicional de hora extraordinária. A CLT prevê adicional
de 50% para as duas primeiras horas extras diárias e a CF/88 prevê adicional
de 100% para as horas laboradas nos domingos e nos feriados. Se a Convenção
ou o Acordo coletivos dispuserem adicionais maiores, esses devem ser
utilizados por serem mais benéficos ao trabalhador.
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As horas extras trabalhadas entre as 22h de um dia e às 5h do dia seguinte
devem sofrer o acréscimo do adicional noturno que corresponde a 20% do
salário hora. Esse adicional deve ser aplicado sobre o valor final da hora extra.
É devido a todo trabalhador que exercer atividade que exponha a algum risco
sua integridade física ou sua vida, como o trabalho com agentes explosivos,
inflamáveis, radioativos, ionizantes (artigo 193, da CLT) ou em funções que
exponham o empregado a descargas elétricas. Também é devido o adicional
de periculosidade ao trabalhador para as atividades que requeiram o uso de
motocicleta e para aquelas atividades que exponham o trabalhador ao risco
de roubo ou outras espécies de violência física.
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O adicional noturno é calculado sobre o salário base do empregado e seu
percentual é fixo no valor de 30%, mas, de acordo com a Lei nº 7.369/85, artigo
1o, por ser mais benéfico ao empregado, quando se tratar de eletricitários,
o adicional de 30% a título de periculosidade incidirá sobre o salário total
efetivamente devido no mês.
10. Férias
Todo trabalhador tem direito ao descanso por determinado período após
completar o período aquisitivo de um ano de trabalho. A cada doze meses
de trabalho, o empregado tem direito ao gozo das férias anuais remuneradas
que, em geral, é de 30 dias.
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Os menores de 18 anos e em idade escolar têm direito de gozar suas férias nos
meses que coincidem com as férias escolares – dezembro, janeiro ou julho.
O primeiro dia das férias não pode coincidir com domingos e feriados.
O 13º salário deve ser pago sobre a média das remunerações mensais
percebidas pelo trabalhador, quando tiver em seu salário parte fixa mais
parte variável – salário base mais comissão, por exemplo.
Assim:
R$ 500,00 ÷ 12 meses = R$ 41,66
R$ 41,66 × 7 meses = R$ 291,66
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O empregador não pode contratar mulheres para trabalhos em minas e
subsolos, ou para trabalhos que envolvam levantamento de peso, subir em
andaimes pelo lado externo das edificações e outros que envolvam alto grau
de periculosidade ou insalubridade.
Exercícios Propostos
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A sequência correta dessa associação é:
( ) a) (1), (2), (3), (4).
( ) b) (2), (3), (4), (1).
( ) c) (3), (4), (2), (1).
( ) d) (4), (2), (3), (1).
( ) e) (4), (3), (2), (1).
( ) Verdadeiro ( ) Falso
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