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Aula de Direito Coletivo

do Trabalho
CONFLITOS COLETIVOS DO TRABALHO
Prof. Gerardo Andrade
INTRODUÇÃO
Os conflitos são marcados pela posição antagônica
entre as partes envolvidas que dá origem a uma
controvérsia, pretensão resistida, lide ou dissidio.
Conflitos individuais e coletivos
Conflitos

Econômicos Jurídicos

Reinvindicação das Interpretação de


melhorias de condições normas jurídicas
de trabalhos criadas pelas partes
Art. 220 do Regimento Interno do TST
Dissídio econômico
Dissídio jurídico
Dissídio revisional
Dissídio de greve
Dissídio original
DISSÍDIO ECONÔMICO
Institui normas e condições de trabalho
Dissídio Jurídico,
busca a interpretação

de cláusulas de
sentenças normativas

de instrumentos de negociação
coletiva

de disposições legais particulares de categoria profissional


ou econômica e de atos normativos.

acordos e convenções
coletivas
DISSÍDIO REVISIONAL
Destinado a avaliar normas e condições coletivas
de trabalho preexistentes, que se hajam tornado
injustas ou ineficazes pela modificação das
circunstancias que as ditaram
DISSÍDIO DE GREVE
Visa a declaração da abusividade ou não de
determinada paralização do trabalho decorrente de
greve
DISSÍDIO ORIGINÁRIO
Quando não existentes ou em vigor normas e
condições especiais de trabalho
MEIOS DE SOLUÇÃO DE
CONFLITOS
Devem ser solucionados pelo ordenamento
jurídico brasileiro visando a paz social e a
necessidade de segurança jurídica nas relações
sociais.
Intermediação sindical é obrigatória, em especial
os da categoria profissional
A inércia sindical possibilita a atuação direta do
trabalhador (exceção à intermediação obrigatória)
MPT ação civil pública
AUTOTUTELA ou AUTODEFESA
Forma mais primitiva de solução de conflitos, pela
qual uma das partes envolvidas resolve o conflito
pelo uso da própria força.
É proibida no ordenamento jurídico brasileiro
CARACTERÍSTICAS DA
AUTOTUTELA
Ausência de intervenção de terceiro
Imposição de decisão a outra parte
A greve é uma autotutela permitida
Outros exemplos de autotutela
Sabotagem – destruição de equipamentos
Lockout – paralisação das atividade pelo
empregador
CARACTERÍSTICAS DA
AUTOTUTELA
Boicotagem – difamação de uma pessoa com o
objetivo de impedir celebração de acordo com ela
Picketing – impedir que trabalhadores assumam
seus postos de trabalho
MAURÍCIO GODINHO
• A greve raramente completa seu ciclo de
autotutela, uma vez que funciona mais como
pressão ao empregador
AUTOCOMPOSIÇÃO
Atuação das próprias partes conflitantes para pôr
fim ao conflito sem que haja intervenção de
terceiro na decisão.
A autocomposição classifica-se em:
Unilateral → uma parte renuncia à sua pretensão
ou quando reconhece a pretensão da outra parte.
Bilateral → concessão recíproca
FORMAS DE AUTOCOMPOSIÇÃO
Desistência (renuncia à pretensão)
Submissão (renuncia à resistência oferecida à
pretensão
Transação (concessões reciprocas )
Autotutela Autocomposição

Presença Ausência
de coerção de coerção
Em relação a mediação dos conflitos
coletivos de trabalho, é válido destacar que
poderá ocorrer no âmbito do MTE – Art. 616,
§1º da CLT e Art. 11 da Lei 10.192/2001 Ou
do MPT nos termos do Art. 114, § 1º da CF.
A conciliação pode ocorrer dentro ou fora de
um processo judicial
HETEROCOMPOSIÇÃO
Caracteriza-se pela intervenção de um terceiro na
disputa entre dois sujeitos, podendo decidir a
questão ou aconselhar as partes para chegarem a
uma solução
Ocorre quando o conflito é solucionado por um
terceiro
Não há coerção
Possível o uso da força por agente exterior quando
for acionada a jurisdição
Formas de heterocomposição: arbitragem e a
jurisdição.
ARBITRAGEM
• Ocorre quando um terceiro escolhido ou indiciado
pelas partes é responsável por decidir o conflito.
• A arbitragem é facultativa
• O árbitro após a instrução do processo arbitral,
proferirá uma decisão que colocará fim ao conflito.
ATENÇÃO
• A arbitragem observará as diretrizes da Lei
9.307/96, que pressupõe a existência de pessoa
capaz de contratar e somente servirá para dirimir
litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis.
Art. 114,§1º da CF “Frustrada a negociação
coletiva, as partes poderão eleger árbitros”
Art. 1º Lei 9.307/1996 “as pessoas capazes de
contratar poderão valer-se da arbitragem para
dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais”
Art. 507-A da CLT.
os contratos individuais de trabalho cuja
remuneração seja superior a duas vezes o limite
máximo estabelecido para os benefícios do Regime
Geral de Previdência Social, poderá ser pactuada
cláusula compromissória de arbitragem, desde que
por iniciativa do empregado ou mediante a sua
concordância expressa, nos termos previstos na Lei
nº 9.307, de 23 de setembro de 1996. (Incluído pela
Lei nº 13.467, de 13.7.2017)
IMPORTANTE
① O árbitro não pode executar compulsoriamente
uma decisão descumprida
② Permanece o monopólio da jurisdição estatal
③ O laudo arbitral tem eficácia de título executivo
judicial e poderá ser executado independentemente
de homologação da decisão arbitral pelo poder
judiciário
JURISDIÇÃO
Solução de conflitos pela interferência estatal em
processo judicial
O órgão do Estado responsável por decidir as
demandas e impor seu cumprimento é o poder
judiciário
A justiça do trabalho é competente para
solucionar os conflitos coletivos de trabalho
Art. 114, § 2º CF.
JURISDIÇÃO
Por meio de um dissídio coletivo
Sentença normativa
Ação anulatória de cláusulas convencionais - MPT
Tutela inibitória – MPT
Os sindicatos também tem legitimidade para
propor ação anulatória

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