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DIREITO PROCESSUAL ADMINISTRATIVO

CASOS PRÁTICOS

O proprietário da empresa Marcenaria Moderna, arguido num processo de contra-ordenação que


correu termos no Município de Lisboa, viu ser-lhe aplicada pelo Vereador da Câmara Municipal de
Lisboa uma coima no montante de 289,90 €. Na base de tal decisão esteve a circunstância de ter ficado
provado que o arguido não havia procedido a obras de insonorização do seu estabelecimento
comercial. Inconformado, o proprietário pretende impugnar a decisão. Quid iuris?

II

A transportadora Põe-te a Milhas, Lda., com sede em Portimão, pretende obter uma indemnização por
danos causados a um veículo automóvel pesado de mercadorias de que é proprietária. Invoca, para o
efeito, que os danos (o veículo ficou parcialmente destruído, resultando a sua imobilização por 10 dias)
– que ocorreram quando o veículo passava numa ponte situada em Paços de Ferreira e pertencente à
rede viária municipal – se ficaram a dever à falta de obras de manutenção e à ausência de sinalização
proibitiva de circulação naquela via. Quid iuris?

III

Henrique, residente em Ermesinde, Professor Auxiliar da Escola de Economia e Gestão da Universidade


do Minho, pretende impugnar a eleição dos representantes dos professores e investigadores
doutorados no Conselho de Escola, por entender que no referido acto eleitoral foram cometidas graves
ilegalidades. Quid iuris?

IV

Luís, advogado e antigo Bastonário da Ordem dos Advogados, foi constituído arguido num
procedimento disciplinar instaurado por aquela pessoa colectiva. No âmbito desse procedimento, o
Conselho Superior da Ordem dos Advogados deliberou aplicar a Luís a pena disciplinar de expulsão.

Inconformado, Luís – que reside em Beja – pretende solicitar aos tribunais a suspensão da eficácia de
tal decisão. Quid iuris?

Após a realização de uma vistoria, a Câmara Municipal de Montalegre deliberou no sentido da


demolição de um imóvel sito na freguesia de Salto, no concelho de Montalegre, em virtude de o mesmo
«apresentar um aspecto de total abandono por parte do seu proprietário de que resultam gravíssimos
atentados à segurança, salubridade e arranjo estético da edificação contígua». Além disso, foi ainda
deliberado que as obras de demolição deveriam ser iniciadas pela proprietária no prazo de 2 meses e
concluídas no prazo de 1 mês, sob pena de ser tomada posse administrativa do imóvel com vista à
execução coerciva das mesmas.

Inconformada, a proprietária do imóvel regressou imediatamente de Itália, onde actualmente reside,


com o intuito de impugnar tal decisão. Quid iuris?
VI

Por despacho do Secretário de Estado da Administração Local (SEAL), de 10 de Janeiro de 2008, foi
declarada a utilidade pública da expropriação de uma parcela sita na freguesia de Creixomil, concelho
de Guimarães, com o intuito de se proceder à construção do novo centro escolar e do respectivo
pavilhão desportivo de apoio.

Sucede que, apesar de a adjudicação ter sido efectuada em Julho de 2008, em Setembro de 2010 ainda
não se tinham iniciado as obras de construção de tais infra-estruturas. Por essa razão, o expropriado
requereu ao SEAL a reversão, não tendo, até à presente data, sido notificado de qualquer decisão.

1. Imagine que, no momento da expropriação, o expropriado não concordou com o montante da


indemnização resultante da decisão arbitral. Pode tal decisão ser impugnada junto dos tribunais
administrativos? Justifique.

2. Sabendo que já havia expirado o prazo de 90 dias para que fosse proferida uma decisão relativa ao
pedido de reversão, o expropriado intentou uma acção junto do tribunal administrativo de círculo de
Lisboa, no qual pede o reconhecimento do direito de reversão e a adjudicação do imóvel. Pronuncie-se
sobre a opção do expropriado.

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