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DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO
CAMPUS XII – GUANAMBI
INTRODUÇÃO
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Trabalho de conclusão do componente Pesquisa e Estágio nas Series Iniciais do Ensino Fundamental
orientado pelas professoras Anna Donato Gomes Teixeira e kleonara Santos Oliveira.
2
Graduanda em licenciatura em Pedagogia pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB – Campus XII),
discentes do 8º semestre noturno. Jainysilva@live.com
3
Graduanda em licenciatura em Pedagogia pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB – Campus XII),
discentes do 8º semestre noturno. marceliacba22@hotmail.com
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Graduanda em licenciatura em Pedagogia pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB – Campus XII),
discentes do 8º semestre noturno. Zilenef_48@hotmail.com
Em meio ao cenário mundial em que estamos vivendo com a propagação do Novo
Coronavírus, fomos obrigados a modificar muitas coisas em nossa vida. No convívio
social tivemos que manter o distanciamento social e um cuidado redobrado para não
sermos contagiados com esse vírus que infelizmente já tirou a vida de milhões de
pessoas no mundo. Diante disto dentre as medidas que foram tomadas destaca-se o
fechamento de todas instituições educativas no Brasil, de acordo o DataSenado (2020)
foram aproximadamente 20 milhões de alunos que deixaram de ter aulas presenciais
durante a pandemia.
Com essa medida sendo executada ficamos aproximadamente dois anos sem aulas
presenciais, ou seja, no processo educativo o contato de professor e aluno estava sendo
por meio do ensino remoto. Em meio a esse cenário conturbado, vários desafios foram
surgindo no trabalho educativo, como a adaptação dos professores, alunos, pais e todo
corpo educacional nessa nova modalidade de ensino, mas conseguiram de certa forma
uma interação e desenvolvimento do que estava proposto no currículo sugerido pela
Secretaria de Educação, como diz os autores:
Nisso pudemos ver a grande importância que as tecnologias digitais (TD) tiveram no
processo remoto de ensino e aprendizagem, uma reinvenção da prática pedagógica para
adentrar ao contexto atual mediante o desenvolvimento/interação do sujeito envolvido
no processo educacional.
Os docentes assim como os alunos estão num processo de readaptação, pois cada dia
que se passa, terão que estar em busca, observação e analise de contextos que vão
surgindo ao decorrer de sua formação e atuação. O educador em sua prática docente
necessita de bastante estudos, na qual possa estar relacionando as propostas pedagógicas
com o momento de agora, trazer conteúdos que possam provocar o aluno deixando-os
mais antenados na construção dos conhecimentos em uma forma mais dinâmica e
lúdica.
O presente trabalho aborda o tema do trabalho docente frente ao retorno das aulas
presenciais com os anos iniciais do ensino fundamental, esse tema foi escolhido a partir
do que pudemos observar das dificuldades dos alunos em acompanhar os conteúdos
abordados e pela falta de apoio pedagógico para o auxiliar os alunos no processo ensino
aprendizagem. Diante de uma perspectiva da volta das atividades presenciais, buscamos
compreender como está acontecendo o trabalho do professor nesse retorno presencial
nos anos iniciais do ensino fundamental.
É importante sabermos como está sendo esse retorno das aulas presenciais, se a maneira
do ensino continua a mesma que era desenvolvida antes da pandemia ou se houve
mudança devido o período remoto. Nesse sentido se constitui a necessidade de se
adentrar a referida temática, pois é um aspecto bem pertinente e de cunho social, com o
propósito de trazer a sociedade uma reflexão acerca de como vem sendo desenvolvido o
trabalho do professor frente aos percalços que passaram e vem passando com a
mediação do ensino desde o começo da pandemia. Como menciona Fuhr:
Esse tema é bem relevante, com isso acreditamos que este trabalho contribuirá para a
nossa carreira profissional, no que se refere a nossa atuação na prática docente em que
iremos nos depararmos com diferentes situações presentes no modelo de ensino e
aprendizagem.
O presente artigo está organizado em dois sub tópicos. Primeiramente vamos apresentar
alguns dos desafios encontrados na prática docentes no retorno das aulas presenciais na
rede municipal de Guanambi, e em seguida exibiremos como vem ocorrendo o
envolvimento dos alunos com o retorno das aulas presenciais.
METODOLOGIA
A escola atende nos anos iniciais de 1° ao 5° ano do ensino fundamental. Tivemos como
objeto de estudo duas turmas de 5° ano do ensino fundamental, alunos entre nove e dez
anos, e três professoras que mediavam as aulas. Os instrumentos utilizados foram a
observação e intervenção de algumas atividades desenvolvidas em sala de aula,
atividades essas que trabalhamos a interdisciplinaridade com eles, para podermos
identificar suas maiores dificuldades. Pudemos ter o contato direto e entender melhor o
processo de como vem acontecendo o ensino aprendizagem dos alunos nesse retorno
das aulas presenciais e como os professores estão lidando com as adversidades que o
ensino remoto acabou ocasionando. E para fundamentar esse material empregamos
alguns documentos e autores, Fuhr (2019); COUTO; COUTO; CRUZ (2020); JUARI
(2021); OLIVEIRA; SILVA e SILVA (2020); BRASIL (2013); Castilho (2000); Nóvoa
(2002); BRASIL (1996) e Carvalho e Gil-Pérez (2006), textos esses que foram
trabalhados em algumas disciplinas durante as aulas e encaixam com o que o texto vem
dizer.
Assim, estudos apontam que o diálogo com os professores, atores desse processo, levou
ao entendimento de que as tecnologias em si não promovem a produção do
conhecimento, nem o aprendizado, pois é preciso uma reconfiguração das práticas
pedagógicas para a potencialização da interação entre os sujeitos envolvidos no
processo de ensino e aprendizagem. Quiçá, as vivências com o ensino remoto possam
dar um impulso para se pensar essa prática mediada pelas Tecnologias Digitais, mas
também possibilidades para além delas.
Os (as) professores (as) desde o período do ensino remoto vêm passando por muitas
dificuldades, tais como a jornada de trabalho prolongada, e isso causando um
adoecimento gigantesco. As professoras que ministram as aulas nas salas de 5° ano nos
relataram que vem sofrendo muito com a carga excessiva de trabalho, no qual citaram
estresse, nervosismo, uma exaustão emocional e sem contar das dores no corpo,
problemas nas cordas vocais, tudo isso ocasionando um esgotamento profissional, mais
conhecida como Síndrome de Burnout.
A volta as aulas presenciais, era um dos assuntos mais discutidos durante a pandemia,
visto que, foi o assunto que tem ocupado espaço significativo nos noticiários, e
preocupando pais e responsáveis, em grande parte temerosos devido aos riscos
implicados no retorno das atividades escolares presenciais, já que profissionais de saúde
e da educação sempre com conclusões muitas vezes divergentes. No entanto, trouxe à
tona algumas reflexões importantes para o repensar uma educação aberta a outras
possibilidades que esteja contextualizada com o meio onde esses alunos estão inseridos.
Porém, as salas de aulas continuam com o mesmo aspecto de antes, a única diferença, é
que a escola não é a mesma, alunos carregam as consequências, professores doentes, e
futuro incerto, de lacunas abertas que jamais fecharão, o tempo não volta, e as séries já
estão avançadas, conteúdos não estudados, e crianças que perderam a chance de ser
alfabetizadas, e todos ficará à mercê do destino de uma educação fadada ao fracasso.
A vida profissional do docente é algo que sempre estar em estudo, e é assim que as
autores como Mercês Ferreira Sampaio e lda Junqueira Marin, em seu artigo publicado
em 2005, comenta seus resultados obtidos no decorrer da pesquisa. As autoras
compreende-se, assim, que na atual organização em ciclos, com base na aprendizagem
contínua, são nítidas as dificuldades para mudar o encadeamento seriado. As reações às
mudanças apontam para sua falta de sintonia com a prática, causando estranhamento e
rejeição dos professores. Apesar de, como se sabe, a organização por ciclos não
constituir novidade estranha à escola, há que se considerar cuidadosamente a
persistência da seriação, como indicador de sua consistência na condução da prática
pedagógica. Ocorre que, na atual reformulação do ensino, propostas que se baseiam na
organização de um percurso contínuo em que os alunos não sejam reprovados, mas
possam prosseguir com acompanhamento adequado às suas diferentes necessidades,
supõem e exigem que o professor mude a organização temporal e a sequência do que
vai desenvolver com os alunos, que mantenha o ritmo de atividade e participação dos
alunos mesmo sem a ameaça da reprovação, que consiga acompanhar grupos
heterogêneos, oferecendo trabalho e atendimento diversificados para uma mesma turma
de alunos.
Por isso, a formação continuada é tão importante, tanto para alunos quanto para
professores. Para os docentes, se manter atualizados é uma forma de adquirir novos
conhecimentos em relação às novas práticas pedagógicas e tendências de ensino.
Por isso, podemos perceber a necessidade de uma formação continuada, trazendo para o
indivíduo vários conhecimentos e lhe apresentando a dicotomia entre a teoria e a
prática, considerar como parte integrante de uma construção e aperfeiçoamento de
habilidades para saber lidar com diferentes situações.
Outro fator importante para essa formação é o auxílio da coordenação pedagógica, pois
articulando a entre as políticas educacionais e as concepções de formação enquanto
processos de construção coletiva. Pensar na qualidade de ensino implica assegurar um
processo pedagógico pautado na eficiência, eficácia e efetividade social, cultural e
econômico de modo a garantir o ingresso, permanência e a qualidade em educação, para
formar o novo cidadão brasileiro. Segundo a atual Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional,
E não foi isso que ocorreu no ensino remoto, pois como sabemos o aprendizado não se
deu de maneira linear, situações financeiras, inseguranças, famílias sem acesso à
internet, perdas de familiares ou amigos, pais ou responsáveis analfabetos ou com pouca
escolaridade, todos esses fatores acabaram impactando no aprendizado dessas crianças.
Observamos que na escola, muitas crianças tiveram atraso nos seus saberes, dificuldade
na leitura e na escrita, em interpretação de textos, e esse é um dos principais desafios
dos professores e da gestão escolar, recuperar a aprendizagem dessas crianças, tanto por
que é preciso lidar com os diferentes níveis de conhecimento de cada uma delas e
sabemos que essa é uma questão desafiadora e urgente.
De acordo o diálogo que tivemos na escola, com as turmas do 5° ano, com o forte
impacto que a pandemia causou, consequente do isolamento social, tiveram na condição
sociopsicológica da maioria dos estudantes, na qual observamos que aproximadamente
70% dos alunos dizem ter dificuldades de concentração sobre o que é transmitido em
sala de aula, estão se sentindo totalmente esgotados, sob pressão, não conseguindo
acompanhar as atividades desenvolvidas, dentre vários outros aspectos, e esses impactos
são muito preocupantes em relação a aprendizagem. Segundo uma pesquisa na data
folha, para 86% dos pais e responsáveis, o desempenho escolar dos seus filhos antes da
pandemia era ótimo ou bom e, agora, esse índice caiu para 59%, uma diferença de 27
pontos percentuais. O baixo desempenho escolar é a principal preocupação deles.
A tarefa desenvolvida pelas professoras conta bastante o envolvimento dos alunos, para
isso, tem que haver um serviço conjunto, foi o que pudemos observar, a organização do
trabalho pedagógico ocorre de maneira coletiva e individual, ou seja, o planejamento
das aulas acontece individualmente por 14 horas mensais distribuídas na carga horária
do docente que é correspondente a 40 horas semanais, e a cada mês de forma coletiva na
escola de maneira democrática e também mensalmente com os coordenadores da
Secretária Municipal de Educação.
Considerações Finais
Fica, pois, claro, em nível de conclusão, que o atual cenário que estamos vivenciando, é
notório as lacunas deixadas pela pandemia no sistema educacional, é um período de
muitos desafios e dificuldades, mas também é o momento de repensar a educação de
forma que acompanhe as novas demandas da sociedade. Assim, há a necessidade de
reflexão na prática pedagógica e a formação dos docentes para a integração das
tecnologias nas salas de aula. A formação continuada deve estar diretamente liga as
novas relações estabelecidas pela tecnologia e também conectados ao novo modelo de
sujeitos inseridos na sociedade. Essa nova visão determinará o repensar pragmático do
processo de ensino-aprendizagem e da construção de novas metodologias pedagógicas.
Referências
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Educação Infantil / Secretaria de Educação Básica. – Brasília: MEC, SEB,
2010.
COUTO, Edvaldo Souza; COUTO, Edilece Souza; CRUZ, Ingrid de Magalhães Porto.
#Fiqueemcasa: educação na pandemia da covid-19. Interfaces Científicas, Aracaju, v. 8, n. 3, p.
200-217, 2020.
FÜHR, Regina Candida. Educação 4.0: impactos da quarta revolução industrial. 1. ed. Curitiba:
Appris, p. 31. 2019.
OLIVEIRA, Sidmar da Silva; SILVA, Obdália Santana Ferraz; SILVA, Marcos José de
Oliveira. Educar na incerteza e na urgência: implicações do ensino remoto ao fazer docente e a
reinvenção da sala de aula. Interfaces Científicas, vol.10 n.1 – 2020.
https://fundacaolemann.org.br/noticias/datafolha.