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Pré-natal de Baixo Risco

As ações de saúde devem estar voltadas para a


cobertura de toda a população-alvo da área de
abrangência da unidade de saúde, assegurando
minimamente 6 (seis) consultas de pré-natal e
continuidade no atendimento:

Frequência das consultas:


Mensalmente até a 28ª semana;
Quinzenalmente da 28ª a 36ª semana;
Semanalmente: 36ª até a 41ª semana

IMPORTANTE: Toda gestante com 41 semanas deve ser


encaminhada à maternidade para a avaliação do
bem-estar fetal, incluindo avaliação do índice do líquido
amniótico e monitoramento cardíaco fetal;

● Objetivo: Iniciar o pré-natal antes da 12ªsemana de


gestação
● Deve-se prescrever suplementação de sulfato ferroso
(40mg de ferro elementar/dia -> a partir da 20ª
semana de gestação até o terceiro mês no pós-parto) e
ácido fólico (5mg/dia -> deve ser iniciado no mínimo
30 dias antes de engravidar e manter até o final do
primeiro trimestre)
● Em todas as consultas, se atentar para a classificação
de risco da gestante!

Encaminhamento ao Pré-natal de alto risco


Anamnese no pré-natal de baixo risco: como
fazer????
● AMN, 30 anos, estado civil, profissão, naturalidade,
procedência,
● G2PN1A0, DUM:: 02/03/2022; IGDUM: ?; IG USG:?;
Imunizações: ?; DPP:?; Ùltimo papanicolau (data e
resultado);
● CO-MORBIDADES: ?; Medicamentos em uso;
● Tabagismo; Etilismo;
● Aceitação da gravidez
● Anamnese ( sintomas e queixas )
● Exame Físico: padrão + peculiaridades ( altura uterina,
BCF, movimentação fetal ( a partir de 26 semanas em
gestação de alto risco/ a partir de 34 semanas em
pré-natal de baixo risco, a realização de
“mobilograma” se queixas de diminuição da
movimentação fetal )
● Exames complementares: de acordo com a idade
gestacional
● Orientações
● Prescrição

Fatores de risco que permitem a realização Todas as informações devem ser registradas tanto no
do pré-natal pela equipe de atenção básica prontuário quanto na caderneta da gestante.

• Idade menor do que 15 e maior do que 35 anos; Como se calcula a idade gestacional?? e a DPP?
• Ocupação: esforço físico excessivo, carga horária IG-DUM: Considerando que a paciente passou em
extensa, rotatividade de horário, exposição consulta em 09/06/22: Até essa data se passaram 99
a agentes físicos, químicos e biológicos, estresse; dias. Então, 99/7= 14 semanas + 1 dia
• Situação familiar insegura e não aceitação da gravidez,
principalmente em se tratando de E se o USG não concordar com a DUM:
adolescente; Se a idade calculada pela DUM estiver dentro do
• Situação conjugal insegura; intervalo de confiança da estimativa ecográfica ( +/- 1
• Baixa escolaridade (menor do que cinco anos de semana no 1° trimestre; +/- 2 semanas no 2° trimestre e
estudo regular); +/- 3 semanas no 3° trimestre ), ela é aceita.
• Condições ambientais desfavoráveis;
• Altura menor do que 1,45m; E a DPP? Regra de Nagele= soma de 9 para o mês e sete
•IMC que evidencie baixo peso, sobrepeso ou para os dias da DUM.
obesidade. Fatores relacionados à história reprodutiva DUM: 02/03/22 : Então, 2 + 7 = 9; e 3 + 9= 12
anterior: DPP: 09/12/22
•Recém-nascido com restrição de crescimento,
pré-termo ou malformado; Outra forma de cálculo consiste em somar sete dias ao
• Intervalo interpartal menor do que dois anos ou maior primeiro dia da última menstruação
do que cinco anos; e subtrair três meses ao mês em que ocorreu a última
• Nuliparidade e multiparidade (cinco ou mais partos); menstruação (ou adicionar nove meses,
• Cirurgia uterina anterior; se corresponder aos meses de janeiro a março). Esta
• Três ou mais cesarianas. forma de cálculo é chamada de Regra de
• Ganho ponderal inadequado; Näegele. Nos casos em que o número de dias
• Infecção urinária; encontrado for maior do que o número de dias do
• Anemia.
mês, passe os dias excedentes para o mês seguinte, • Até a 6ª semana, não ocorre alteração do tamanho
adicionando 1 (um) ao final do cálculo do mês. uterino;
• Na 8ª semana, o útero corresponde ao dobro do
tamanho normal;
• Na 10ª semana, o útero corresponde a três vezes o
tamanho habitual;
• Na 12ª semana, o útero enche a pelve, de modo que é
palpável na sínfise púbica;
Exame Físico - Peculiaridades do Pré-natal • Na 16ª semana, o fundo uterino encontra-se entre a
● Avaliação nutricional: Peso e altura ( inclusive antes da sínfise púbica e a cicatriz umbilical;
gestação ) e cálculo do IMC • Na 20ª semana, o fundo do útero encontra-se na
● Medida da PA, Frequência Cardíaca, Frequência altura da cicatriz umbilical;
Respiratória • A partir da 20ª semana, existe relação direta entre as
● Avaliação das mucosas(indícios de anemia), da semanas da gestação e a medida da altura
tireóide, uterina. Porém, este parâmetro torna-se menos fiel a
● Avaliação das mamas (mamilos para amamentação), partir da 30ª semana de idade gestacional.
pulmões e coração, abdomes
● Avaliação das extremidades (pesquisar edemas) Exemplo de Caso Clínico:
● Exame ginecológico: (DUM): 12 semanas. Durante a medida da altura
● Avaliar genitália externa, vagina, colo uterino uterina, percebe-se que não ocorreu alteração do
(incluindo toque bidigital para avaliar útero e anexos) tamanho uterino. palpação não se observou alteração
● Coleta de citologia oncótica da consistência da parede uterina.Considerando a
idade gestacional da paciente, o que é possível afirmar
● A partir da 12ª semana: medida da altura uterina sobre a medida do fundo uterino neste caso?
●A partir da 10ª - 12ª semana: ausculta dos batimentos
A altura uterina está abaixo do esperado para a idade
cardiofetais
gestacional
● A partir da 36ª semana: determinação da
apresentação fetal Cite diagnósticos diferenciais mais relevantes para esse
caso.
No exame ginecológico/obstétrico, deve-se avaliar a ● Erro do cálculo da idade gestacional/Erro de data
genitália externa, a vagina, o colo uterino ● Aborto
e, no toque bidigital, o útero e os anexos. Após a 12ª ● Oligoidrâmnio
semana, deve-se medir a altura do fundo ● Restrição de crescimento intrauterino
uterino no abdome. A ausculta fetal será possível após a
10ª-12ª semana, com o sonar-doppler (DUM): 12 semanas. Durante a medida da altura
[grau de recomendação D]. uterina, percebe-se que o fundo uterino está no ponto
médio entre a cicatriz umbilical e sínfise púbica. À
Nas visitas subsequentes, torna-se obrigatório medir a palpação não se observou alteração da consistência da
altura uterina, pesar a paciente, parede uterina.Considerando a idade gestacional da
mensurar a pressão arterial, verificar a presença de paciente, o que é possível afirmar sobre a medida do
anemia de mucosas, a existência de edemas e fundo uterino neste caso?
auscultar os batimentos cardíacos fetais. Deve-se avaliar
A altura uterina está acima do esperado para a idade
o mamilo para lactação. A definição da gestacional
apresentação fetal deverá ser determinada por volta da
36ª semana [grau de recomendação D].
Cite diagnósticos diferenciais mais relevantes para esse
caso.
início dos movimentos fetais, habitualmente ocorrem
● Erro do cálculo da idade gestacional/Erro de data
entre 18 e 20 semanas. ● Gemelaridade
● Macrossomia
● Neoplasias benignas: miomas
● Doença trofoblástica gestacional placentária, isoimunização pelo fator Rh ou
malformações congênitas) quanto de fatores exógenos
(como a atividade materna excessiva, o uso de
medicamentos sedativos, álcool e nicotina, entre
outros).

Exames Complementares Pré-Natal de Baixo


Risco

A situação transversa e a apresentação pélvica, ao final


USG
da gestação, podem significar risco no
momento do parto. Nestas condições, a mulher deve
ser referida para a unidade hospitalar de
referência que tenha condições de atender caso de
distócia.

Registro dos movimentos fetais


Objetivo: Avaliação clínica do bem-estar fetal na
gravidez a partir da 34ª semana gestacional (grau de
recomendação C).
A presença de movimentos do feto sempre se
correlacionou como sinal e constatação de vida;
todavia, o monitoramento dos movimentos fetais como
meio de avaliação do seu bem-estar é relativamente
recente.

Os padrões da atividade fetal mudam com a evolução da


gravidez. Inicialmente, os movimentos
são débeis e pouco frequentes, podendo ser
confundidos pela gestante com outros fenômenos,
como o peristaltismo. Gradativamente, à medida que
prossegue a integração do sistema nervoso
central com o sistema muscular do feto, os movimentos
tornam-se rítmicos, fortes e contínuos. O ritmo da
atividade fetal pode sofrer interferência tanto de fatores
endógenos (como a presença de insuficiência
Diabetes na Gestação
maior incidência de parto prematuro com necessidade
de internação em UTI neonatal, maior risco de
hipoglicemia neonatal.
●Importância da dieta, do controle do peso corporal e
da prática regular de exercício físico
●Recomendar perda de peso para pacientes com IMC>
25kg/m2

Quando aconselhar uma mulher diabética a evitar a


gestação?
Quando a HbA1c estiver >6%
Na primeira consulta pré-natal de gestantes sem
conhecimento do diagnóstico prévio de DM, É Alvo da Glicemia em Gestante com DM
RECOMENDADO solicitar uma glicemia plasmática de
jejum, com o objetivo de detectar Diabetes (overt
diabetes) e DMG precoce

Na primeira consulta pré-natal de gestantes sem


conhecimento prévio de DM a solicitação adicional da
hemoglobina glicada (HbA1c) PODE SER CONSIDERADA
Complicações materno-fetais do diabetes mellitus:
com o objetivo de diagnosticar DM (overt diabetes) ou
Maior risco de malformações congênitas (defeitos
detectar risco de desenvolver DMG
cardíacos, síndrome da regressão caudal), maior chance
de tocotraumatismo devido macrossomia, maior
incidência de parto prematuro com necessidade de
internação em UTI neonatal, maior risco de hipoglicemia
neonatal.
Importância da dieta, do controle do peso corporal e da
prática regular de exercício físico. Recomendar perda de
Valores da glicemia no TOTG com 75 gramas de glicose peso para pacientes com IMC> 25kg/m2
entre a 24a e 28a para o diagnóstico de DMG.

Cuidados Pré-Concepcionais para Mulheres com


Diabetes Mellitus - O papel da Atenção Primária à
Saúde

Orientações às pacientes sobre:

●Complicações materno-fetais do diabetes mellitus:


Maior risco de malformações congênitas (defeitos
cardíacos, síndrome da regressão caudal), maior
chance de tocotraumatismo devido macrossomia,
Hemoglobina e hematócrito: • Eclâmpsia: corresponde à pré-eclâmpsia complicada
1ª consulta 3º trimestre: por convulsões que não podem ser atribuídas a outras
• Hemoglobina > 11g/dl – normal. causas;
•Hemoglobina entre 8 e 11 g/dl – anemia leve a • Pré-eclâmpsia superposta à HAS crônica: definida
moderada. pela elevação aguda da PA, à qual se agregam
• Hemoglobina < 8 g/dl – anemia grave.: proteinúria, trombocitopenia ou anormalidades da
•Se anemia presente, tratar e acompanhar hemoglobina função hepática, em gestantes
após 30 e 60 dias, conforme descrito no Fluxograma 6. portadoras de HAS crônica com idade gestacional
•Se anemia grave, encaminhar ao pré-natal de alto superior a 20 semanas;
risco. • Hipertensão arterial sistêmica crônica: é definida por
hipertensão registrada antes da gestação, no período
Tipo sanguíneo e fator Rh: que precede à 20ª semana de gravidez ou além de doze
Se o fator Rh for negativo e o pai desconhecido ou pai semanas após o parto;
com fator Rh positivo, realizar exame de Coombs • Hipertensão gestacional: caracterizada por HAS
indireto. detectada após a 20ª semana, sem proteinúria,
• Coombs indireto positivo: Referenciar ao alto risco. podendo ser definida como “transitória” (quando ocorre
•Coombs indireto negativo: Repetir exame de 4/4 normalização após o parto) ou “crônica” (quando
semanas; persistir a hipertensão). Tem que ser pelo menos duas
medidas com intervalo mínimo de 4 hrs entre as duas
Urina tipo I: Leucocitúria ( presença acima de 10.000 aferições
células por ml ou cinco células por campo ): realizar
urinocultura para confirmar se há ITU. Caso não estiver As alterações hipertensivas da gestação estão
disponível a urinocultura, tratar empiricamente. associadas a complicações graves fetais e maternas e a
um risco maior de mortalidade materna e perinatal. Nos
países em desenvolvimento, a hipertensão gestacional é
a principal causa de mortalidade materna, sendo
responsável por um grande número de internações em
centros de tratamento intensivo.

Obs.: O acompanhamento da PA deve ser avaliado em


conjunto com o ganho de peso súbito e/ou a presença
de edema, principalmente a partir da 24ª semana.
Mulheres com ganho de peso superior a 500g por
semana, mesmo sem aumento da pressão arterial,
devem ter seus retornos antecipados, considerando-se
maior risco de pré-eclâmpsia.

hipertensão arterial sistêmica (HAS) na gestação é


classificada nas seguintes categorias
principais:
• Pré-eclâmpsia: caracterizada pelo aparecimento de
HAS e proteinúria (> 300 mg/24h) após a 20ª semana de
gestação em mulheres previamente normotensas;

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