Você está na página 1de 24

Patologia Médica II

Patologia da placenta e da gestação


parte 1

Professora: Paula Piedade Garcia


Belo Horizonte, 2021
Objetivos
• Identificar os aspectos da normalidade da fecundação e da
placenta
• Identificar as características gerais dos distúrbios da placenta
• Identificar as principais características gerais, clínicas,
epidemiológicas e morfológicas das seguintes condições:
gravidez ectópica, abortamento, doença trofoblástica
gestacional, placenta prévia e descolamento prematuro de
placenta
Fertilização e nidação
Trofoblasto
Blastocele
Embrioblasto
Placenta- aspectos da normalidade

(teses.usp.br)
Placenta- aspectos da normalidade

(webpath.med.utah.edu)
Placenta- face fetal Placenta- face materna
Placenta- aspectos da normalidade

(prematuridade.com)

(Bogliolo, 9ed)
(anatpat.unicamp.br)
Principais doenças da placenta/gestação
Sangramentos na gestação
GESTANTE COM HEMORRAGIA
A primeira pergunta deve ser --> Qual a idade gestacional da paciente --> Grupos de doenças que são causas de
hemorragia da primeira metade da gestação e da segunda metade.
Causas de hemorragia:
Primeira metade --> Gravidez ectópica; Aborto e Mola (doença trofoblástica gestacional)
Segunda metade --> placenta prévia; descolamento prematuro da placenta
A gravidez ectópica pode ser em tubas normais --> maturação do próprio ovo, ou motilidade

GRAVIDEZ ECTÓPICA
Gravidez fora do local habitual

Em 90 até 98% dos casos --> tuba uterina


• Definição Ovário, peritônio, região cornoal ( local onde a tuba se insere na parede uterina)

• Localização
1 para cada 150 gestações
• Frequência - DIP com salpingite crônica --> pode alterar e distorcer a
anatomia da tuba --> áreas de aderência e semiobstrução por
• Fatores de risco ex --> pode até ocorrer a fertilização, mas o ovo não consegue
caminhar e chegar à cavidade uterina --> o ovo não para de
desenvolver --> o embrião estará pronto para implantar mas
• Clínica não vai conseguir chegar na cavidade uterino --> ovo se
implanta na tuba --> A partir de 6 semas de IG, a tuba uterina
• Propedêutica pode romper -> sangramento volumoso --> pode levar ao
choque em 1 ou 2 horas
- Aderencias por cirurgias prévias, endometriose, etc
bHCG --> vai estar alto pq ela ta gravida mesmo que seja no lugar
errado Dor abdominal
o bHCG em uma gravidez normal dobra de valor a cada 2 ou 3 dias. Sngue na tuba
Na gravidez ectópica o bHCG cresce em um rítimo mais lento que Choque -> rompimento tuba
em uma gravidez normal
- US -->> estrutura alterada na tuba. Poderia ver anex o, mas o
interior da cavidade uterina sem saco gestacional (visto em valores
superior a 1500 a 2000 BHCG). -> NÃO SIGNIFICA GRAVIDEZ
ECTÓPICA - cuidado para não fazer precocemente
- Laparoscopia --> visão direta dos órgãos pélvicos (tuba
aumentada de tamanho).
epitélio normal da tuba
GRAVIDEZ ECTÓPICA- morfologia
Tuba uterina --> diametro normal: 0,5 cm
Essa está com diametro aumentado
Area circulada - rompimento
sangue amarronzado
seta cheia --> 2 embriões --> NÃO PRECISA VER O EMBRIÃO PARA
DIAGNOSTICAR GRAVIDEZ ECTÓPICA
Para o diagnóstico --> verificar presença de vilosidades coriônicas

sangue

vilosidade coriônica
dentro da tuba
(PLACENTA) - gravidez
ectópica

(webpath.med.utah.edu)
10 a 15% das gestações ABORTAMENTO

Perda do concepto antes que ele seja viável


• Definição Feto não viável --> Com 500 gramas ou menos ou < 20 a 22 de idade gestacional ( idade critério melhor)
• Frequência 20 a 22% das gestações (estudo com a dosagem de bHCG aleatóriio
na população)

• Dados podem ser subestimados


• Causas fetais e causas maternas
• Anormalidades cromossômicas em mais da metade dos
abortos precoces
Causas fetais --> anormaldiades cromossomicas (principalmente abortos precoces - antes da s 12 semanas de IG) --> trissomia do 16 é a
mais frequente.
Causas maternas --> leiomiomas volumososs, infecções maternas transmitidas pela placenta
- presença do anticorpo antifosfolípide --> formação de trombos placentários
ABORTAMENTO Exame de cariótipo -->
monossomia do X
Saco gestacional aberto com embrião apontado pela seta --> embrião de 6 a 8 (síndrome de Turner)
semanas (pelo tamanho) Seta verde --> pulmões
Em um embrião dessa idade já deveria ver o esboço das estruturas e dos membros pequenos, hipoplasia
--> anomalia embrionária pulmonar
seta azul --> derrame
pleural
Bolsa cheia de líquido
na região do pescoço --
> higroma cístico

(Bogliolo, 9ed)
DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL

• Definição Proliferação de viosidades corionicas ou trofoblastos associados a gravidez


• Tipos de doença trofoblástica gestacional
• Mola hidatiforme
– parcial
– completa
• Mola invasiva localmente agressiva

• Coriocarcinoma (maligno)
• Tumor trofoblástico do sítio placentário (maligno)
MOLA HIDATIFORME (PARCIAL E COMPLETA)
Pacientes com mola tem maior risco de evoluir para mola invasiva e a completa tem mais chance de evoluir para o coriocarcinoma
Geralmente diagnosticada no inicio da gestação

Sangramento vaginal --> pode eliminar vesículas pelo canal baginal


• Importância prática Utero anormalmente grande para IG --> massa de vesiculas preenchedo o utero
Níveis de bHCG muito elevados (mais elevados do que para gestação gemelar)

• Manifestações clínicas
US --> visualização das vesículas

• Epidemiologia/fatores de risco
Mais prevalente nas etremidades de vida reprodutiva --> adolescentes e mulheres entre os 40 e 50 anos de idade
Incidêncima mais alta no oriente do que no ocidente
MOLA HIDATIFORME (PARCIAL E COMPLETA)- patogênese
Mola completa --> SÓ
Duplicação VESÍCULA
Óvulo cromossomo Não enconttra feto,
46XX não encontra vesícula,
vazio não encontra cordão.
Espermartozoide 23X MC
Mola homozigota
O bHCG é muito
elevado
Completa
(MC) 46XX
Mola parcial --> áreas
de vilosidade normal e
Mola completa --> formação de áreas de vilosidade
23X ou Y Óvulo MC hidrópica. Pode
massa de vesículas (massa em
cacho de uva) --> São vilosidades vazio heterozigota encontrar feto (com
corinônicas edemacioadas. Em volta malformações). bHCG
eleado mas não tanto
tem-se trofoblasto proliferado 46XY
Dispermia
A mola COmpleta -->
pode evoluir para
Mola Parcial (MP) COriocarcinoma
Outras 69XXX

possibilidades:
-óvulo haploide + 23X ou Y 23X 69XXY
espermatozoide
diploide
-óvulo diploide + Dispermia 69XYY
MP triploide
espermatozoide Raro
haploide
Massa parcial --> encontra areas de placenta normal (esponjosa) associada a aréas de vesiculas e partes fetais.
MOLA HIDATIFORME (PARCIAL E COMPLETA)- ACHADOS DA MOLA PARCIAL
ACHADOS DA MOLA COMPLETA

(anatpat.unicamp.br)
(Braga et al, 2014)
(webpath.med.utah.edu)

O bHCG é
produzido pelos
trofoblastos

(anatpat.unicamp.br)
MOLA INVASIVA CORIOCARCINOMA

Não há vilosidade corionica proliferada, apensar trofoblastos


atipicos

-Invasão do miométrio pelas -Neoplasia maligna de células


bHCG elevado
vilosidades hidrópicas, associada a trofoblásticas
proliferação trofoblástica -Clínica
-Clínica X -Origina-se de gravidezes normais ou
-Localmente destrutivo
não da metastase
verdadeira
anormais
-Boa resposta à QT -Boa resposta à QT

Sangramento vaginal em água de ameixa --> escuro Dá metastase verdadeira


Níveis séricos de bHCG persistentemente elevados Epidemiologia --> rara, 1 cada 20 mil gestaçoes (EUA)

Pode surgir a partir de uma mola completa (50% dos casos)


Pode surgir de: abortamento, gravidez ectópica, e após uma
gravidez normal (resíduo de célula trafoblastica que se
transforma)

oriocarcinoma --> forma massa sangrante e necrótica --> as vezes


há necrose das ce´lulas trofoblasticas (bHCG pode não estar taõ
aumentado assim)
MOLA INVASIVA CORIOCARCINOMA
massa de aspecto necro
hemorragico

(ligadepatologiaufc.blogspot.com) (ligadepatologiaufc.blogspot.com)

tecido rosa --> miometrio


a figura mostra vil corionicas
infiltradas no miometrio
--> depois de 28 a 32 semas de IG --> no inicio da

Placenta prévia gravidez é comum a implantação baixa, mas com o


tempo ela migra para o fundo do útero (localização final
até a 32 semana)

Definição Placenta de implantação baixa implantação normal da placenta --> região do fundo do
Não tem fator predispondente
Tipo de sangramento Coloração vermelho vivo (rutinante)
útero e na região posterior do útero (área mais
vascularizada do órgão)
Tipos de placenta prévia: Não tem hipertonia uterina (sem dor abdominal) Implantação baixa --> placenta que se localiza muito
proxima ou ate mesmo recobrindo o ostio interno do colo
margem proxma ao ostio
• -Placenta prévia marginal interno
do útero --> não vai conseguir ter descídua
A placenta pode se implantar de forma alterada -->
borda da placenta vai
• -Placenta prévia parcial recobrir o ostio
predisponde separação da placenta de região inferior do
útero devido a contração uterina --> sangramento
• -Placenta prévia total placenta recobre
totalmente o ostio

fundo do utero
colo do utero

p. previa total

(webpath.med.utah.edu) (prematuridade.com)
placenta recobrindo
totalmente o óstio interno
Descolamento prematuro de placenta
Separação de parte da placenta do utero antes do trabalho de Está diretamente associado a hipertensão ou a causas
parto dela, como a pré-eclampsia
Uso de drogas, crack, cocaina
trauma abdominal
• Definição cordão umbilical curto - traciona a placent

• Fatores de risco
-> hematoma retroplacentário --> hemorragia vaginal de coloração vermelho escuros. Queixas de
• Consequências dor abdominal. Hipertonia uterina
• Emergência! Sofrimento fetal agudo e complicações
maternas
• Morbimortalidade materna e fetal
A mão pode entrar em choque --> óbito
Diag. diferencial com placenta previa --> tipo de
Feto --> hipóxia --> sequelas ou morte
sangramento e hipertonia uternina
As vezes o hematoma se
descola e não aparece no exame

DESCOLAMENTO PREMATURO DE quando a placenta sai -->


depressão / cratera na face
materna da placenta
hematoma
retroplacentário
PLACENTA - morfologia

(webpath.med.utah.edu)

(Bogliolo, 9ed)
Questão
• Quando da ocorrência de um aborto precoce, dentre as
causas possíveis de serem aventadas, qual a mais frequente?
(Residência médica- HSJJ-SC, 2009)
a) Genética Todas as possibilidades são possíveis, mas as genéticas são as mais frequentes
--> trissomias --> trissomia do 16
b) Infecciosa
c) Endócrina
d) Fatores maternos
e) Incompetência istmocervical
Referências bibliográficas

• Brasileiro Filho, G. Bogliolo. Patologia. 9ed. Guanabara


Koogan, 2016
• Robbins & Cotran. Patologia- Bases Patológicas das Doenças.
9ed. Elsevier, 2016
• Rosai and Ackerman´s Surgical Pathology-9ed- Elsevier, 2004
• Anatpat- http://anatpat.unicamp.br
• Webpath- https://webpath.med.utah.edu
• Google imagens

*Imagens extraídas das fontes acima para fins exclusivamente didáticos

Você também pode gostar