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Ruptura Prematura de Membrana Por alteração estrutural das memb

ovulares ou debilidades genéticas,


Solução de continuidade das traumáticas, coitos, DIU, procedimentos
memb. ovulares do início do TP, invasivos como amniocentesis,
independentemente da idade gestacional, amnioscopia, infec cervicais por
para alguns pelo menos 1h antes (2h tricomonas - vaginoses, infec urinárias a
antes s/ FASGO). repetição.
Incidência: varia segundo grupo Outras causas:
populacional, entre 4 e 18% aprox. - Por deformações ou estreitamentos a
Período de latência: período de tempo nível do orifício cervical,
que transcorre entre o momento em que hipercontratilidade durante a gestação,
se produz a ruptura da memb e o parto. aderências de memb ao colo.
Quando este período supera 24h, - Por ↑ da pressão intra uterina em
a ruptura se define como prolongada. gestações gemelares, polihidrâmnios.
1- Risco materno: - Fatores coadjuvantes: déficit de vit C,
- ↑ a morbimortalidade materna a expensa zinco, mg e tabaco que produzem
de infecção; debilidade adquirida de memb.
- A freq e gravidade de infec se encontra 6- Trocas moleculares a nível das memb
estreitamente vinculada com a duração do implicadas na RPM:
período de latência; - A família de metaloproteinases da matriz
- O risco ↑ significativamente quando a (MMP) intervém na degradação do
ruptura supera 24h; colágeno, MMO-1, MMP-2, MMP-3,
- ↑ do risco de desprendimento placentário MMP-9 aparecem em concentrações
(3x maior). maiores no LA nas gestações que existem
2- Risco fetal neonatal RPM.
- A RPM leva a morbimortalidade - A endotoxina bact ou TNF- alfa induz
perinatal; liberação de fibronectina fetal por cél
- O risco é ainda mais alto em RPM epiteliais do amnios, está fibronectina se
prolongada que depende une a recep específicos o qual produz
fundamentalmente de imaturez, infec, maior síntese de PGE2 que induz
acidentes do parto; maturação do colo e contrações uterinas.
- A imaturez do RN é o principal fator - Também está amplamente demonstrado
determinante da morbimortalidade que em RPM o âmnio mostra maior morte
neonatal (enf da memb hialina); celular (apoptose) o qual seria um
- Em infec, o risco de que o feto e o RN elemento que também debilitada a
apresente esta complicação ↑ estrutura das memb.
proporcionalmente com a duração do - Todas estas trocas relatadas
período de latência; anteriormente intervém de forma
- Acidente do parto, o risco de prolapso de importante na patogenia de RPM.
cordão umbilical e/ou partes fetais é 7- Dx: Interrogatório + Ex. obstétrico + Met
significativamente maior na RPM em aux de dx.
comparação a ruptura intraparto. → Interrogatório:
3- Etiologia: multifatorial - ref de perda de liq pela vagina;
4- Fatores predisponentes ou de risco: - ref de ↓ de mov fetais;
- Condição socioeconômica baixa; - ref de umidade perineal continua.
- Tabagismo; → Ex. Obst:
- Multiparidade; - Especuloscopia: evidencia a saída de liq
- Cx prévias do cérvix; pelo cérvix e que se acumula na vagina,
- Incompetência cervical; de não ocorrer em forma espontânea
- Abortos previos; realizar manobra de Valsalva. O ex. +
- Apresentações anormais; certifica o dx, porém um ex. - não
- Amnionite; descarta o dx e se deve passar a met aux
- Antecedentes de RPM. de dx.
5- Fatores desencadeantes: → Met Aux de Dx
- Prova de cristalização: a mucina e 10- Protocolo de RPM:
cloreto de sódio cristalizam em forma de - Internação;
folhas de “helecho” ao dissecar-se. - Ao ingresso solicitar: HMG, PCR, urina
Extrair conteúdo vaginal (do fundo do simples, urocultivo, cultivo de secreção
saco posterior), colocar em porta objeto e vaginal p/ estreptococos do grupo B e
logo estender, deixar secar ao ar ou com mycoplasma, ecog p/ valorar LA.
calor suave e observar no microscópio. A - Repetir durante a internação: ecog, HMG
presença de cristais indica ruptura de e PCR a cada 48h em caso de não
memb. decisão de interromper a gestação.
- Troca de coloração: depois da limpeza 11- Tto:
do colo e do fundo do saco vaginal se → Medidas gerais:
extrai com uma pipeta material do canal - Internação e repouso em dec lateral
cervical. Se coloca no porta objetos e se esq.;
aquece suavemente a lâmina por 30-60s, - higiene perineal e troca de apósitos
se o material troca de incolor a branco estéreis a cada 4h;
indica presença de LA, e se troca de - Controle de sinais vitais 6/6h, graficar
incolor a marrom indica memb íntegras curva térmica;
(muco cervical). - Controle obst estrito;
Outras provas dx: - Omitir TV (salvo que se inicie
- prova da tinção de céls e glóbulos contrações);
lipídicos; - ATBC
- presença de fosfatidilglicerol; → Gest de 37 sem ou +:
- presença de alfa-feto proteína: - Finalização da gest por via mais
colorimétricas utilizando anticorpos adequada;
monoclonais a da alfa-fetoproteína; - Se há colonização confirmada (vaginal
- fibronectina fetal: não específico para ou anal) por Strep Hemolitico do grupo B,
RPM. adm ATBC profilatico para reduzir a
- Ecog: pode ser um aux útil mas não é possibilidade inf neonatal, incluso se a
dx, se valora ILA com achado de mulher recebeu ATBC previamente, c/
oligoâmnios. AMPI 2, EV, 4/4h até o nascimento.
-Amniocentese dx: em casos muito - Sem sinais de infec e RPM de + 18h dar
selecionados, o dx definitivo pode ATBC profilático: AMPI 2g, EV, e logo 1g,
realizar-se instilando fluorescência na cav EV 4/4h até o parto. Se não existem
amniótica, a detecção da mesma em sinais de infec depois do parto suspender
vagina em 30-60 min confirma o dx, ATBC.
depois de passado este tempo perde-se a → Gest ≥ 34 sem:
especificidade. - S/ dúvidas sobre a maturidade do feto:
8- DD: indução dentro das 12-24h seguintes,
- leucorreia; procurando efetuar menos tatos
- incontinencia urinaria; possíveis.
- tampão mucoso - Esquema ATBC:
- ruptura de cisto vaginal; AMPI 2g, EV, e logo 1g, 4/4h por 7d ou até
- semen; o parto;
- oligoamnios de outra etiologia. AMOXI 500mg, VO, 8/8h, por 7d ou até o
9- Complicações: parto;
- Obst.: parto prematuro, infec;
Em caso de alergia a penicilina: CLINDA
- Fetais: prematurez, infec, asfixia,
900mg, EV, 8/8h, por 7d ou até o parto, ou
deformidades ortopédicas, hipoplasia
ERITRO VO;
pulmonar (quando ocorre em menores de
26 sem), tétrada de oligoâmnios sem A qualquer um destes adc AZITRO 1g, VO,
afetação renal (alteração facial, posição DU para tto de ureaplasma urealiticum;
aberrante de mãos e pés, hipoplasia Considerar término da gestação s/
pulmonar) critério obst.
- Maternas: corioamnionitis, infec Recomendações terapêuticas (Colégio
puerperal. AMericano de GeO -2013):
- 34 sem ou +: instituir medidas para o b) Evidências de deformações por
parto, quase sempre mediante indução do compressão fetal.
TP e profilaxia contra strep do grupo B; c) S e confirmadas alterações da FCF ou
- 32 a 33 sem completas: atitude hemodinâmica fetal.
expectante, salvo em confirmação de d) Existência de sinais de infec amniótica.
maturidade pulmonar, fazer profilaxia → Gestação > 24 sem:
contra strep grupo B; - Mau prognóstico;
- 24 a 31 sem completas: atitude - Pode associar-se a patologia amniótica
expectante, fazer profilaxia contra strep grave (deformidades fetais, hipoplasia
grupo B, um ciclo de corticoides, ATBC e pulmonar);
não consenso sobre uso de tocolíticos; - Não se recomenda tocólise, maturação
- < 24 sem: expectante ou indução do TP, pulmonar, profilaxia, neuroproteção;
sem uso de profilaxia p/ strep, s/ uso de - Ter em conta que durante o manejo
corticoides, e s/ ATBC. expectante poderia ocorrer: infec intra
Outras recomendações: amniótica, endometrite, DPPNI, retenção
- Protocolo Instituto Dexeus Espanha: placentária e sepse materna.
maior a 34 sem não realizar tocólise, nem - Considere adm ATBC desde as 20 sem
corticoides, e valorar a finalização da de gestação.
gestação a partir das 24h do ingresso. 13- ATBC profilática - controvérsias:
- Consenso FASGO (2018): a decisão de - FEBRASCO: considera que os benefícios
expectar ou intervir deve-se considerar o de AMPI 2g e ERITRO 250mg (IV) 6/6h por
risco de infec materno/fetal versus a 48h seguida de AMOXI 250mg e ERITRO
morbimortalidade perinatal associada a 500mg (VO), 8/8h por 5d supera os riscos
prematurez, nas 34 sem o primeiro risco em gestações < 32 sem.
supera o segundo, recomenda finalizar a - FASGO: consenso unânime em relação a
gestação dentro das 24h de produzida a benefícios de ATBC em gestante
RPM. pretérmino, iniciando desde o momento
→ Gest ≥ 24 sem e < 34 sem: que se confirma o dx já que previne a infec
- conduta expectante; por strep grupo B, prolonga período de
- realizar manejo de liq VE de cristaloides latência, reduz mobilidade infec
(RL, fisiológico); materna-perinatal e atrasa o parto
- Ecog, hemograma, PCR cada 48h; prematuro espontâneo.
- Controle de sinais vitais e curva térmica; 14- FASGO: esquema de ATBC:
- ATBC; -Não existe consenso sobre um esquema
- Tocólise: para completar maturação único;
pulmonar. - A maioria inclui fase inicial (EV) por 48h
**MATURAÇÃO PULMONAR entre 24-34 seguido de esquema oral que complete 7d
sem: de tto.
- Betametasona 12mg, IM e repetir em 24h - Primeiras 48h: AZITRO 500mg (VO)
(2 doses). 24/24h, sendo 2 doses no total; AMPI 2g
- Dexametasona 6mg, IM e repetir em 12h (IV) logo 1g às 4h e logo 1g a cada 6h por
(4 doses). 48h;
- Neuroproteção com Sulfato de Mg em - S/ ou c/ hisopado + strep grupo B,
gestações menores 32 sem e quando é continuar com AMOXI 500mg, 8/8h
possível que o parto ocorra nas primeiras completar 7d;
24h. - C/ hisopado - suspender ATBC.
12- Critérios de interrupção: sinais de Outras sugestões: algumas sequelas
infec, suspeita de alteração do bem estar sugerem ↓ os dias de tto c/ ATBC a 3d,
fetal, anidrâmnio por ecog, segundo dado que ↓ a possibilidade de resistência
critério obst por via mais adequada. bact obtendo benefícios similares a tto de
Interrupção da gestação: maior duração.
a) Anidrâmnio com feto viável.
Evidências científicas: mulheres com RPM
que recebem ATBC tiveram menos infec e
tardaram a iniciar o TP, seus RN
necessitam menos ajuda resp, tiveram
menos infec e problemas de
desenvolvimento. Não há se demonstrado
que esses efeitos produzam ↓ global das
taxas de morbilidade e mortalidade
neonatal.

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